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MÊS ABR 2016 - DIA 02 - 09 - 16 -30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

HÁ SEGREDOS PARA ESCREVER? (30/04/2011)

Esta semana pensando sobre o que escrever nesta coluna, coloquei-me a visitar vários sítios da rede mundial de computadores em busca de ideias e, de repente, deparei-me com um assunto que chama muito a atenção, aliás, intriga: dicas para escrever.

Sei que há manuais que prometem deixar o futuro escritor craque na produção de textos, mas nem sempre acontece - pode até ajudar, mas depende muito do cidadão que quer tornar-se escritor; depende muito do empenho, do esforço.

Sou meio supersticioso - os números sete e treze são importantíssimos em minha vida. E, nessa busca de ideias, encontrei um sítio que trazia treze dicas para o bom desenvolvimento da escrita. Achei-as interessantes e passo a comentá-las.

A primeira dica era ler muito - aliás, quem lê constantemente tem maior facilidade em desenvolver assuntos variados; a segunda dica: escrever muito (é aqui, creio eu, que está o ponto principal: assim como o músico só fica apto a partir do momento que ensaias muitas vezes a partitura, assim também o escritor); a terceira é ter um horário determinado para escrever - por exemplo: final de tarde, antes de dormir; o quarto apontamento é a visita a comunidades de outros escritores: a leitura de 'blogs' d outros escritores leva o futuro escritor a ter conhecimento de diversos estilos - e, a partir das visitas, dos conhecimentos, poderá estabelecer seu próprio estilo; o quinto passo trata-se de textos grandes (muitas páginas): fazer um esboço é a melhor solução; a sexta dica: nuca desistir de uma ideia, mesma que esta seja um pouco confusa, difícil - mas faça-a funcionar (aqui vale muita a persistência); quem tem a pretensão de escrever carrega consigo um bloquinho para anotações, diz a dica de número sete; a oitava dica: ser liberal com os próprios rascunhos - por isso chama-se rascunho (enumere-os, se necessário) - você ainda vai passar a limpo muitas vezes; a próxima dica: reescrever, sempre que possível - o ato de passar a limpo é pouco cultivável entre os estudantes, ou seja, quando o professor diz que precisa primeiro escrever no caderno e depois reescrever para entregar - já é demais; a décima dica: não jogue nada no lixo - guarde uma cópia (ou, salve-a), pois em algum momento poderás precisar; outra dica: organização (essencial em qualquer trabalho); a penúltima: nunca estar satisfeito com os próprios textos - sempre há o que mudar em um texto - alguns autores publicam seus textos e, após alguns anos, precisam reeditá-los: é a hora em que alguns mudam novamente seus textos.

A última dica, de certa forma, é interessante: intitular-se escritor. Muitos (incluo-me entre eles) não se consideram escritores - consideram-se rabiscadores. Até certo ponto entendo-os, partindo de mim, creio que ter o título de escritor é viver da escrita: e poucos conseguem, poucos mesmo!

Se seguir estas dicas há uma boa chance de tornar-se um escritor - e possivelmente, um escritor de sucesso - ou, pelo menos pegar o gosto (hábito) pela escrita, pois assim como o músico que cada vez quer praticar mais para se apresentar melhor, assim será com o futuro escritor.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/04/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

SONHO DE UM SONHADOR CULTURAL (16/04/2011)

Às vezes nos deparamos com situações interessantes - ou, às vezes, sonhamos um sonho de um sonhador. Ou, ainda, andando pelas ruas da cidade determinadas pessoas nos chamam a atenção levando-nos às lembranças um tanto quanto dolorosas, ou - por outras vezes - alegres. E dos sonhos acordados recordo-me de alguns.

Num dos sonhos eu era um príncipe montado num belo cavalo preto, talvez motorizado, a conquistar garotas. Em outro sonho eu era um excelente político - pelo menos na arte da palavra: sabiamente convencia o povo a acreditar em mim. Em outro eu era... Mas no último sonho eu era um cidadão de bem (não que durante os outros sonhos não era eu um cidadão de bem, mas...), que lutava pela cultura de um povo - do meu povo!

E neste sonho de sonhador passei a escrever sobre a cultura de um povo; sobre a cultura do meu povo: da cidade de Araçatuba. Nestas andanças pelas ruas fiz muitas amizades, conheci muitos homens e mulheres letrados que, apesar de toda base de conhecimento, não se deixam levar pelo egoísmo de manter-se em pequenos grupos - com raras exceções, é claro!

Ser um sonhador cultural - um divulgador cultural - faz parte de poucos seres humanos. Nomes, pequenos nomes que, com o passar do tempo, tornaram-se grandes nomes: alçaram vôo. Suavemente espalham seus legados à humanidade. Seus contos, crônicas, poesias, pensamentos filosóficos permanecerão; se eternizarão no coração dos homens sábios que os lêem.

O tempo passou - e eu, um sonhador acordado, passei a querer sempre mais. Procurei meios para exercer com mais maestria este legado deixado por poucos à humanidade. Portas abriram, portas fecharam - correndo sempre atrás. Alguns elogiando, outros criticando - mas nunca desistindo: e de tudo tirando o máximo proveito; sem nunca desanimar - apesar de confessar que, às vezes, bate esta dúvida: vale a pena? Lembro-me nestes momentos do poeta português Fernando Pessoa.

Volto-me para dentro de mim: acho-me e digo a mim mesmo: você sempre quis fazer isso, por que parar agora? Refaço-me; tomo fôlego - e continuo a caminhar. E a caminhar sem nunca pensar numa recompensa maior, a não ser a de ser um dia reconhecido.

E acaba de acontecer.

Neste último dia 13 de abril a Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba divulgou os 16 vencedores do Troféu Odette Costa 2011 - que contempla as pessoas, empresas ou instituições que se destacaram no fomento, produção, difusão, circulação e preservação cultural: e o meu trabalho de fomentação e difusão cultural foi reconhecido (eu nem sabia que concorria ao troféu!). Mas no próximo mês terei o prazer de receber o troféu na categoria 'Destaque em Mídias Livres' - sinto-me tremendamente orgulhoso!

Vale parabenizar a todos os vencedores, sendo: Artes Plásticas e Visuais: Henry Mascarós; Áudio Visual: SESC; Dança: Nina Queirós; Destaques em Mídias Livres: Site Araçatuba e Região; Documentação da Vida Cultural: Caderno Vida (FR); Entidades Difusoras de Cultura: SESI; Espaços de Difusão Artístico-Cultural: SENAC; Evento Cultural de Organização Coletiva: Astros de Sempre; Literatura: Grupo Experimental; Manifestação Folclórica /e ou Cultural: Associação Nipo-Brasileira; Música: CD Coletânea Alma Volume I; Produtores Culturais: Stella Maris Companhia de Dança; Rádio: Programa Hélio Negri; Teatro: Grupo Deixa Que Eu Conto; Personalidade da Vida Cultural: Salomé Macedo; Prêmio Especial: Mauro Rico.

Depois de tantas emoções, vale sorver suavemente a beleza da vida, pois a vida passa rapidamente. E, se possível, nunca parar de acelerar. Nunca parar de sonhar!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/04/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

REFLEXÂO SOBRE UMA TRÍADE PIRAMIDAL (09/04/2011)

Há alguns anos li o livro "Versos, Crônicas e Apontamentos", do professor e escritor Osmar Antunes Sanches, da vizinha cidade de Birigüi. Excelente livro!

Antes de começar a falar do livro, escrevo como tive acesso ao mesmo. Não tinha muito serviço naquela época - lembro-me ainda do dia: quarta-feira, quatro de abril de quatro anos atrás - e saí para pagar algumas contas e em determinado lugar teria que esperar meia hora para o estabelecimento abrir - horário de almoço, para não ficar ali parado, desci mais três ou quatro quadras até a Biblioteca Pública Municipal 'Rubens do Amaral'. Li o Jornal do dia e, já que estava ali, pensei comigo, vou levar uns dois livros para casa para ler (na biblioteca da escola em que trabalho tem excelentes livros - mas gosto de passear pela biblioteca, sentir o cheiro dos livros!). Comecei a passear pelas estantes... Gosto dos pensadores - e como já sei onde estão, dirigi-me para lá. Peguei um, outro, devolvi. Dirigi-me à estante de poesias. Peguei dois livros e num deles reparei que era de autor da minha terra, o outro, desconhecido. Ah! E faço questão de lembrar que até hoje ainda sou sócio de carteirinha e apareço entre os novecentos primeiros que se associaram.

Naquela ocasião, a quinta-feira seria livre: ninguém trabalharia. Coloquei-os na bolsa e preparei outra bolsa com muita quinquilharia (e comida) e segui para a beira do Tietê. Chegando lá escolhi um lugar calmo, silencioso e comecei a folheá-los. Um deles tratava-se de um autor de nossa região - da vizinha cidade Birigui. O livro chamou-me muito a atenção com seus textos, fiquei mais atento ainda ao observar o texto intitulado 'Tríade Piramidal', citado nas páginas 54 e 55.

Caro leitor, se tempo tiveres, busque-o em sua biblioteca local ou entre em contato com o autor (escreva-me que passarei o endereço do mesmo). E antes de comentar o texto das páginas citadas acima, é possível observar que dentro da obra há a celebração à vida, a começar pelo sorriso: "Sorria, sorria que o sorriso é graça, / Graça que enternece e encanta". Todos sabem que sorrir rejuvenesce - e se atentarmos para o fato que encanta - melhor ainda, pois às vezes esquecemos que oferecendo um sorriso podemos obter muitos sorrisos. Na época estava este rabiscador muito empolgado em escrever cartas, postava-as no meu site - mesmo que estas não eram respondidas - o autor também se refere a elas: "Carta / Longa ou curta / Mata saudades / Distâncias encurta". Cultua também a mais encantadora das criaturas, a mulher - de um ponto de vista ímpar! Cultua a flor que nos deu a vida: as mulheres-mães. Estes são algumas 'pitadas' do livro para aguçá-lo a ler, pois há outros assuntos que merecem toda nossa leitura e reflexão.

E, como citei, prendi-me muito ao ler o texto 'Tríade Piramidal'. Nele é tratado que há muitas tríades que marcam presença na vida do ser humano. Citando algumas: criança, jovem adulto; cedo, tarde, noite; esposo, esposa e filhos; escola, professor, aluno; água, fogo, ar; Pai, Filho e Espírito Santo, entre outros citados (e sabemos que podemos levantar muitos outros). E termina o texto dizendo que "Ontem plantamos, hoje colhemos, amanhã será o que fizermos agora." Reflexivo!

Passaram-se quatro anos e estou sempre a refletir sobre os textos escritos pelo professor Osmar Antunes Sanches - são reflexões que nos levam para mais perto de nós mesmos - para mais perto de nosso Criador. Um exemplo bem claro: quando pensamos na tríade Santíssima. O Pai, nosso senhor Deus Todo-Poderoso, Criador, fez homem a sua imagem e semelhança: notem bem que alegria podermos dizer que somos semelhantes ao Pai. O Filho, nosso senhor Jesus Cristo, Salvador, deu sua vida para redimir-nos do pecado. O Espírito Santo - enviado pelo Pai para nos consolar até enviar-nos novamente o Filho para nos resgatar deste mundo. Que mais queremos? Somos mais que vencedores! (E há, ainda, aqueles que atentam contra a vida.)

Esta é uma simples reflexão minha a partir do livro lido, com destaque especial do texto intitulado 'Tríade Piramidal'. O lado espiritual está presente neste livro - os leitores mais espirituosos sentirão muito bem com a leitura desta obra.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/04/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

JAMAIS SE ESQUECE A PRIMEIRA VEZ (02/04/2011)

Por mais que tentamos esquecer, nunca esquecemos a primeira vez - não importa qual o assunto, seja ele mais sério ou menos, mas sempre fica marcado. Assim também com a nossa primeira professora.

A imagem da primeira professora marcará para sempre a nossa vida na terra - embora exista quem diga que somos professores (pois ensinamos e aprendemos a todo instante), digo que não sou totalmente a favor da ideia, mas parcialmente. Mas como o assunto aqui não é para tanto, deixo-me levar pelas letrinhas do teclado e passo a relatar algo que marcou a minha vida.

A minha primeira professora - tratarei do texto em primeira pessoa, pois foi a minha primeira professora: dona Marli - não sei se ainda vive, pois perdi o contato com ela há mais de dez anos. A infância é povoada de assuntos e entre eles: o primeiro dia de aula, a primeira professora, as primeiras letras, as primeiras histórias - e naquele tempo poucos passavam pela pré-escola. Eu fui direto para a primeira série - chamada naquela época de primário.

Dona Marli trazia consigo o carisma que - por incrível que pareça - quase toda professora das primeiras letras têm. Exuberava em talento. A maestria de suas aulas fazia-me apaixonar pela arte de ensinar - talvez naquela época não conseguisse ainda perceber tal ação, mas hoje sei que o amor que tenho a minha profissão (ao magistério) venha daquele tempo. É um amor que arde a mente e o coração quando noto que algum aluno realmente aprendeu (mas aprender no sentido mais profundo do que é realmente aprender). Raros momentos o professor tem de emoção, pois a cada ano novas turmas são formadas - e o mestre continua ali: firme e esperando o próximo ano para começar tudo novamente. Raras vezes consegue formar discípulos, mas dona Marli no seu esplendor de ensinar formou um discípulo: eu!

Creio que ela formou não apenas eu, mas vários que passaram pelas suas mãos estão hoje no magistério. Pelo mito da arte de ensinar, escrevi certa vez em meus rabiscos que um dia gostaria de ver formado pelas minhas mãos pelo menos um discípulo - digo pelas minhas mãos no sentido de ter ouvido do futuro professor: "Assim como o senhor me ensinou e me mostrou que ser professor vale a pena, também vou ser professor..." - será? Fiquei muito tempo esperando - mas aconteceu.
Há doze anos ouvi de uma aluna do último ano do Ensino Médio que seria professora. Não acreditei, mas fiquei na expectativa - será que o meu desejo se realizaria? E, pensei ainda: lecionei para esta aluna apenas um ano e agora vem com a história de que vai ser professora seguindo os mesmos passos que eu (Letras), e ainda mais alegando que nunca tinha tido aulas de Português nos moldes que tinha tido comigo durante aquele ano.

Os anos se passaram. Mudei de escola - mas sempre tendo em mente o que aquela aluna tinha dito. Esperança sempre é a última que morre - ainda mais em professor. Pouco tempo atrás recebi um e-mail dizendo: "Professor, você se lembra de mim? Creio que não, faz muito tempo que o senhor lecionou pra mim. Hoje sou um profissional da área da Saúde. Mas, o senhor se lembra da 'fulana' que disse que seria professora e todos nós rimos? Pois bem, meu caro professor, hoje ela é professora - aliás, acaba de concluir o mestrado na área de letras e segue para o doutorado."

Hoje escrevo neste espaço cumprindo a promessa que fiz a mim mesmo: quando soubesse que algum aluno meu, hoje colega de profissão, estivesse exercendo a árdua missão de ensinar, daria um jeitinho de publicar. Sinto-me feliz neste momento - aliás, desde o momento que recebi a notícia, pois formar cidadãos dedicados a arte de ensinar nos dias atuais não é nada fácil, pois além da baixa remuneração, o desgaste é enorme. Assim, jamais esquecerei a minha primeira professora!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/04/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

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