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MÊS DEZ 2012 - DIAS 01 - 08 - 15 - 22 - 29 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

FINAL DE ANO DESCONECTADO (29/12/2012)

Você que está acostumado a vivenciar todos os dias uma boa conexão de internet e, de repente, você viaja - assim como eu - para um lugar totalmente sem conexão, mesmo que por dois ou três dias: já parou e imaginou como se sentiria?

É de se imaginar como ficamos - aliás, não ficamos. Algumas opções são interessantes para pensar no que queremos: viajar e querer sossego da vida agitada que levamos durante o ano - pelo menos por alguns poucos dias, ou viajar e ainda ficar conectado, de antena ligada com o mundo - sem perder nada do que acontece?

Antes de entrar nas reflexões que pretendo fazer, fico a pensar: como acessar o jornal diário? Como acessar uma agência de notícias on-line e saber o que ocorre no mundo? Como - a criança, o adolescente, e até mesmo o mais adulto - ou o interessado, como eu - acessar ao seu jogo preferido? Ou, por exemplo, saber o que a presidenta Dilma Vana Rousseff fez nos últimos dias?

Falando sobre a presidenta Dilma Rousseff, vale ressaltar a assinatura que ela fez sobre o Vale-Cultura' - cultura para a alma, assinado no último dia vinte e sete - uma bela iniciativa de nossos políticos: serão cinquenta reais bem aproveitados: teatro, cinema, dança CDs, livros; e o trabalhador arca apenas com cinco reais. Tal lei beneficiará o trabalhador que recebe até cinco salários mínimos e o produtor cultural, além de quarenta e cinco reais de isenção de impostos ao empregador. Por que apenas ao trabalhador de carteira assinada? E o funcionalismo público? Vou esperar a regulamentação da lei - cento e oitenta dias, segundo semestre de 2013 - para apreciá-la com moderação, pois o funcionalismo público também merece.

Voltando ao assunto, na primeira opção - viajar e querer sossego da vida agitada que levamos durante o ano - é simplesmente esquecer os dias agitados de uma cidade de médio para grande porte, como a nossa Araçatuba - capital da Alta Noroeste, e refugiar-se num vilarejo, onde a vida passa devagar, lentamente - como disse o poeta Carlos Drummond de Andrade em seu poema 'Cidadezinha qualquer': Casas entre bananeira / mulheres entre laranjeiras / pomar amor cantar // Um homem vai devagar / um cachorro vai devagar / um burro vai devagar. / Devagar... as janelas olham. // Eta vida besta, meu Deus.

Na segunda opção - viajar e ainda ficar conectado, de antena ligada com o mundo - é simplesmente não querer desconectar da agitação que a rede mundial de computadores nos proporciona; informações em cima de informações; e até bisbilhotar o que os amigos e os não amigos fazem e postam através de redes sociais.

E, depois desta pequena explanação, pergunto: de que vale tanta correria nesta vida, ou, de que vale ter tanto sossego nesta vida? É uma pergunta um tanto estranha, mas que pode levar a muitas reflexões - e cada leitor pode tirar as suas próprias conclusões.

Pensando em tudo que citei acima, e apesar da correria que temos no dia a dia, ainda prefiro ficar conectado - e é correria na certa! Fiquei, como dizem os mais jovens, desconectado por dois dias e vi que não é nada fácil. Conectado com o mundo, conectado com o que acontece ao redor de mim, neste enorme planeta azul; estar longe de casa, mas perto dos meus, mesmo que de forma indireta - através das redes sociais. É interessante como estamos até certo ponto evoluído!

Encerrando estas linhas, encerrando mais um ano, este colunista deseja a todos os amigos e leitores um 2013 cheio de grandes realizações - e com muita cultura!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 29/12/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

O NATAL DE CADA UM (22/11/2012)

O Natal de cada um é assim: cada um faz o que pode, ou melhor, projeta-se o melhor a fazer para conseguir atingir os objetivos propostos - entre eles podem ser citados a paz, o amor, a fraternidade, a lealdade, a união familiar e tudo a partir da fé.

O homem busca constantemente dentro e a partir dos conhecimentos que foi adquirindo ao longo de sua história atingir a plenitude - muitas vezes até sacrificando parte do que realmente quer, ou precisa. Hoje o Natal significa muito - e, depende muito da religiosidade de cada uma.

Muitos querem nestes dias, ou nestas datas festivas - Natal e Ano Novo - fazer o que deveriam ter feito durante todos os dias do ano e a pergunta é: há validade perante o Ser Maior? Vale lembrar que a obra sem a fé de nada adianta!

Fico aqui a pensar sobre a fé cristã que move o homem - ou, de acordo com cada religião, o nome que se dá a esta particularidade do ser humano. Tudo, na carreira cristã, se baseia na fé, naquilo que o entendimento de cada ser pode alcançar de acordo com o que lhe foi ensinado. Uns estão acima, outros abaixo - e o problema não é estar acima, ou estar abaixo, mas sim como cada parte projeta-se dentro do que acredita. E o outro lado: como a sociedade vê esta projeção.

O acreditar naquilo que não se vê não é fácil - precisa realmente acreditar, precisa realmente de fé. Aliás, há uma passagem bíblica que diz que a fé move montanha. E não precisa ser muito: apenas um grãozinho. Um grãozinho que projeta o homem no que ele precisa - é, acima de tudo, uma força interior tão grande que faz acreditar quase no que chamamos de impossível, mas que só a fé faz acontecer.

A religiosidade nesta época do ano tem a tendência de aumentar - e alguns cristãos, e ainda bem, lembram do Ser Maior, e dirigem-se aos templos a pedir socorro, a agradecer a Ele, pois só Ele é digno de toda a glória, de todo o louvor. É neste momento que lembram que possuem um espírito, alma, e que prestarão contas a Ele pelo que fizeram aqui nesta baixa Terra.

Outros, nesta época, lembram de ir aos templos para renovação da fé, da busca pela paz interior, do amor ao próximo - e ainda bem que lembram, pois podem renovar as forças para mais um ano de duras lutas, porém na esperança de grandes conquistas, de grandes vitórias.

É lamentável, mas verdade - há seres humanos que não se interessam por nada. Nem por ele mesmo. E estes não buscam o Ser Maior. Somente Ele para renovar as forças de cada ser humano, pois só Ele é o criador de todas as coisas. Escrito está que na fé muitos alcançaram o seu direito de entrar nos céus - mas antes foram submetidos a provas ardentes - e foram salvos.

A nossa salvação é que a nós também foi estendido a bandeira da salvação - basta crermos, basta buscarmos o reino, o caminho, que leva ao Ser Maior e suplicarmos que, alcançaremos, com toda certeza, a salvação - aquele lugarzinho reservado aos que possuem fé.

E assim é o Natal de cada um de nós; é o momento de reconciliação - mas com dignidade, com pureza de coração; é o momento de colocarmos tudo em prática e, de preferência, não esquecermos mais - mas, justificamos nossas fraquezas condenando-nos que somos seres humanos: é verdade, propício aos erros. E termino dizendo que o Ser Maior realmente é o Maior, incontestavelmente!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 22/12/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

AS MUDANÇAS QUE QUEREMOS (15/12/2012)

Muitas vezes queremos mudanças, mas nem sempre as conseguimos. Às vezes culpamos o outro, esquecemos de olhar a nós mesmos. Por que será que isso acontece? Por que será que somos tão hipócritas? Tão egoístas? E pensando assim, vou proferindo as palavras abaixo no sentido de mostrar e buscar as possíveis saídas, ou manobras, que o ser humano apronta para arrumar desculpas a si mesmo. Será melhor enganar-se ou enxergar a realidade?

Queremos a paz em nossa vida, mas nem sempre a semeamos - pois se diz o bom popular que aquele que semeia boa semente, com toda certeza terá boa colheita. Será que continuamente semeamos a paz? É fácil falar, por exemplo, da Cultura da Paz, reunir multidões e apregoá-la, o difícil é sair de um gabinete totalmente refrigerado - ainda mais neste calor imenso de nossa região - e percorrer as ruas da cidade e a semear. Ou estou errado? Despachar respostas não é o suficiente, o necessário, também, é ajudar a colocá-las em prática.

Buscamos o sucesso - aliás, o ser humano sempre buscou o sucesso e por isso chegou ao patamar de raciocínio que está. Muitas vezes esquecemos que para alcançá-lo é necessário muito trabalho, muito empenho, enorme força de vontade de progredir. Vale lembrar que a palavra, o conceito de sucesso, só vem na frente de trabalho no dicionário; na vida real tudo vem antes.

Nos relacionamentos queremos harmonia; buscamos com intensidade - pois a tendo, também teremos paz - mas nem sempre estamos preparado para oferecer. No relacionamento amoroso buscamos, além do amor e da paz, queremos sinceridade, conforto, amor - oferecemos? No relacionamento familiar a mesma coisa - principalmente com os filhos; no âmbito social, religioso, trabalhista, entre outros, sempre queremos o melhor - pergunto novamente: oferecemos?

Quando jovem queríamos, através dos estudos, alcançarmos o patamar mais alto, pois sabíamos que só por ele que chegaríamos ao topo de determinadas empresas - e era muito gratificante quando alcançávamos o desejado; era, naquele momento, validado o esforço até ali empregado. E não aceitávamos parar, queríamos sempre mais - é a demonstração da força de vontade, da força criadora que temos - que nós seres humanos possuímos.

Os jovens de hoje, principalmente desta última geração, não pensam assim: querem apenas curtir, como dizem. E escrevo aqui o que dizem: não dá nada não! Realmente! Hoje, com toda essa Cultura de Paz pregada - nada contra a Cultura de Paz, mas sim como alguns a empregam -, o que poderemos esperar para os nossos dias de velhice? Penso nos meus dias de velhice: como serei atendido? Você já parou e pensou os seus dias de velhice sendo atendido por jovens de hoje? Se não pensou, está na hora de pensar. A sociedade pensante precisa agir.

Você, caro leitor, pode até pensar quando chegar neste ponto do texto: o que será que ele está fazendo para melhorar e poder dizer com tamanha propriedade sobre esta parcela da sociedade que pouco faz? Que é tão individualista? Explico o que faço: trabalho com jovens, logo, mostro a eles o que estão fazendo no momento e como será o futuro se não agirem de forma mais digna. É muito? É pouco? Não sei medir, mas tento mostrar o que é possível e dentro do alcance de cada um, procurando apontar possíveis melhorias na vida deles.

Interessante é que queremos mudanças - procuramos, mas devemos primeiro pensar que estas mudanças devem começar por nós: temos que ser as pilastras destas mudanças.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 15/12/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

MEU SEGUNDO QUINTAL (08/12/2012)

Dizem que a escola é o segundo lar. E, assim sendo, faço dos espaços dela o meu segundo quintal - assim como vários poetas e prosadores fizeram. Muitos podem pensar que não, mas a este prosador sim. A escola é, melhor dizendo, a escola passou a ser desde cedo o caminho de sua vida, pois a partir do momento que seus pequenos pezinhos adentraram os portões da notável 'Índio Poti', na rua Cussy de Almeida, nunca mais se afastou da tenda do saber.

O cidadão mais atento também ainda traz em mente os seus passos pela escola - seja ela qual for, mas foi a sua escola. Conversando aqui em casa sobre este assunto, minha amiga-amante comentou que também recorda plenamente do seu tempo de escola: desde os primeiros passos nos anos iniciais numa escola antiga até os passos mais adiantados já numa escola mais moderna - referindo-se ao prédio.

O leitor já deve ter sentido o gostinho das lembranças de sua escola, ou das escolas pelos quais passou. Eu lembro perfeitamente de cada espaço que vivi: primeiros oito anos na escola 'Indio Poti', depois o Ensino Médio no tradicional 'Manoel Bento da Cruz', o IE. Depois meus passos seguiram pela Instituição Toledo, no Curso de Letras.

Adiantando um pouco no tempo, hoje permaneço dentro da escola e curto cada espaço que ela tem; muitos passaram por aqui, muitos recordam do glorioso Paraisão - meu segundo quintal. Hoje eu saboreio cada espaço que a escola tem - como saboreio uma fruta.

Recordo-me neste momento do glorioso pé de acerola - pois bem, no meu segundo quintal há um pé desta fruta tão saborosa, além de ser rica em vitamina C. Eu a observo calmamente, enquanto na sala de aula o alvoroço é total e demora-se, às vezes, a fazer silêncio. Quando carregada de frutos, dirijo-me a ela nos intervalos e saboreio prazerosamente cada frutinha que posso alcançar. Não sei o porquê, mas as maiores parecem sempre estar nas pontas dos galhos mais altos - ou será impressão minha?

Já houve época que nesse mesmo espaço cultivei verduras: todos os intervalos, após uma rápida xícara de café, lá estava eu a cultivá-las, a regá-las. Perdia-me, às vezes, no tempo - sendo acordado pelo barulho da sirene que chamava os alunos para as últimas três aulas do período. Lembro-me, ainda, de outras ervas: capim-santo. Ah! Que chá maravilhoso! Servido gelado, de preferência com hortelã, é muito agradável.

Do lado direito de quem entra no meu segundo quintal há belas árvores que, em época florida, colore o céu de belíssima paisagem. Não há imagem mais bela que a natureza em seu maior espetáculo: a estação das flores.

Quando estou no primeiro andar do prédio posso observar os pés de flamboiã carregados - e, com o passar do tempo, as flores descem ao chão, revestindo-o em belíssimos tapetes vermelhos. Como a mãe natureza é sabia e nada joga fora: flores, tapetes floridos, adubos.

E assim vou seguindo o meu raciocínio no meu segundo quintal onde diversas vezes vi e ainda vejo florir árvores maravilhosas chamadas seres humanos. Homens e mulheres que, com a maestria dos grandes mestres que por aqui passaram e ainda permanecem, tornaram-se gigantes na arte de viver.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 08/12/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

A FOTOGRAFIA PELO PRAZER (01/12/2012)

Entre os diversos prazeres que tenho na vida, gosto sempre de salientar a necessidade de escrever e a arte da fotografia. Esta, pelo meu olhar, e por ser um registro pessoal do olhar do fotógrafo, assemelha-se à crônica que possui no olhar clínico do cronista a magia do fazer os fatos virem à tona, principalmente aqueles que passam sem ser notados.

Há fotografias que chamam muito a atenção do observador atento que, possivelmente, pode até produzir textos maravilhosos! Que bom seria se todo fotógrafo, após registrar através de suas lentes a imagem, escrevesse algo sobre aquele momento mágico, mostrando-nos o que o fizera fotografar exatamente aquilo - e que nós, aqui do outro lado, possivelmente não vimos. Por isso é um momento mágico.

Na última segunda-feira, 26 de novembro, foi a abertura do 'Olhar a Arte' - 2012, Circuito de Artes Plásticas, no MAAP - Museu Araçatubense de Artes Plásticas e lá pude contemplar imagens que motivaram-me a escrever estas linhas. Além de contemplar obras maravilhosas, também tive o prazer de encontrar velhos amigos.

Entre as imagens/fotografias uma me chamou bastante a atenção: a de Sonia Regina de Oliveira. Ao observar a fotografia é possível ver as águas ao fundo, areia e, entre prédios destruídos, um coqueiro solitário. Fico a imaginar: onde será este lugar? E outras perguntas mais me surgiram, como: um dos prédios destruídos pode parecer um velho portal...

Outra fotografia bastante interessante foi tirada do alto de uma sacada - possivelmente. Fico a imaginar o olhar do fotógrafo quando fez o click sobre a mesma! Uma placa de trânsito - e esta, pela posição do sol, faz seu paralelo ao meio fio pintado de amarelo; nela, ainda, pode se observar as sombras dos fios de alta tensão e neste pousava um pássaro - que pássaro seria? Magnífico click, magnífica observação. É o olhar fotográfico de Rafael Neri.

Sei que posso ser, para alguns, um exagerado ao produzir um texto sobre, ou a partir de imagens - e sempre que puder, continuarei fazendo, mas em nossa cidade há artistas que produzem suas obras e colocam textos que retratam bem aquele momento, que explicam bem o momento da criação sobre a obra produzida. Vale ressaltar, entre outros tantos, o artista Manuel Batista de Souza Neto - jovem ainda (vinte e dois anos apenas), mas com talento de deixar muitos suspirando profundamente, principalmente quando aborda o lado místico.

Pelo lado do escritor, valorizo muito o editor quando envio os meus textos, por exemplo, para a Cia de Blogueiros e o coordenador José Marcos Taveira ilustra-os bem a contexto. São visões diferentes, mas bem interessantes. São os olhares, os múltiplos olhares - querendo ou não, são olhares se multiplicando sobre o texto.

Fica também aqui o registro sobre o Olhar a Arte 2012 - que fez jus a cada minuto empregado por mim, e pelos visitantes que por lá passam, presenciando cada obra, pois consta com telas, esculturas, colagem, entre outros - alimentando a alma. Também os parabéns a todos os artistas participantes nas diversas categorias - e estendo os mesmos aos organizadores.

À população fica o convite para dar um fôlego a mais a alma comparecendo ao MAAP, pois ao observar as obras, refrigera-se o espírito.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 01/12/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

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