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MÊS SET 2012 - DIAS 01 - 15 - 22 - 29 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

O DIA DE AMANHÃ (29/09/2012)

O dia de hoje, momentaneamente, nos pertence, mas o dia de amanhã não nos pertence - como o de ontem que nos pertenceu e já não pertence mais. Pensando assim, de quem será a política araçatubense nos próximos quatro anos?

Fico aqui a pensar com meus botões. Olhando, lendo e ouvindo as propagandas políticas e pensando no futuro de minha cidade: o que será dela? O que será que nos aguarda? Como será administrada? São tantos caderninhos apresentados ao eleitor que este se perde em meio a tantas leituras desajustadas (mas ainda bem que estão lendo!) e santinhos que dá dó das árvores que foram podadas para tal processo.

São tantas promessas que chegam - se acreditarmos - a dar água, por assim dizer, na boca; encher os olhos de lágrimas - talvez lágrimas de crocodilos, pensando que poderemos ver nossa cidade transformada. Logo em seguida vem a pergunta: será?

E a partir do 'será', fico a me perguntar: por que tenho tantas dúvidas quanto às promessas políticas? Dúvidas que não são somente minhas, mas da grande maioria da população. Será que já estamos desanimados das imensas politicagens que enxergamos todos os dias e que muitas vezes não são punidos com os rigores da lei? Enxergamos promessas que serão difíceis de serem cumpridas - ou estou mentindo?

No momento penso em tantas coisas que as promessas políticas se misturam - e não sei mais quem é quem. No entanto, esquecendo os nomes dos candidatos, os partidos ao qual pertencem, as coligações feitas - surge a minha cidade, a minha Araçatuba que precisa de reparos - e urgentes.

Muitas coisas a fazer (muitas coisas feitas - não se pode negar), mas por que tanta demora em realizar? Por quê? Por que aparecem determinadas realizações próximas das eleições? Será que nossos governantes, em todas as esferas, não pensam diferentes? Não pensam que o povo não está mais tão tapado assim? Que já estão fartos de promessas? Que querem realizações e rápidas?

A colocação do parágrafo acima - pelo menos do meu ponto de vista, é revoltante. Mas, graças a Deus, o povo já começa a enxergar de maneira diferente. O povo começa a pensar diferente - e assim, em breve, nossos governantes terão que mudar a tática (pelo menos eu espero) porque as urnas indicarão a iniciativa do povo. E isso não vai acontecer somente aqui em nossa cidade, nas outras também, e também a nível estadual e federal.

Voltando ao dia de amanhã - que não nos pertence, que pertence a Deus, mas que podemos fazer dele um dia melhor que o de hoje, que o de ontem - basta fazermos com que ele aconteça de forma mais agradável. E para isso temos que nos empenhar em fazermos o melhor a nós mesmos (em primeiro lugar) e ao nosso próximo. E, nestes casos atuais, pensarmos da melhor maneira possível para não nos arrependermos depois com o resultado que a nossa cidade alcançar em todos os indicativos - e melhor termômetro não há do que o nosso olhar - pois sabemos ter um olhar clínico, crítico. Basta sermos honestos conosco mesmos. É isso: podemos fazer melhor o nosso dia de amanhã. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 29/09/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

DESAFIOS DO SER HUMANO (22/09/2012)

O ser humano, como tal que é e de posse do raciocínio que lhe foi proporcionado pelo seu Senhor e Criador, enfrenta diariamente desafios. Tais desafios levam-no ao encontro de si mesmo - em primeiro lugar, e, posteriormente, de outros de mesma espécie. Encontrar a si mesmo é encontrar o seu Criador.

Tais desafios podem trazer emoções - principalmente quando estas estão direcionadas para si mesmo, de realizações pessoais, pois o homem busca continuamente o seu 'eu' interior. Quando o acha - o que raramente acontece - passa a ter neste seu interior a busca de suas realizações em quase sua plenitude.

O homem, como tal que é, pode ser considerado um poço profundo de manifestações de desafios. E um dos grandes desafios que enfrenta é a luta diária pela sobrevivência. Não apenas a sobrevivência material, mas também a espiritual. A sobrevivência material até certo ponto não é tão perturbadora se comparada à outra - a espiritual, esta sim pode causar transtornos irreversíveis à alma humana. A alma humana, a mente humana: e fica a 'martelar' continuamente as atitudes tomadas, ou deixadas de tomar.

O maior desafio do homem é controlar a si mesmo. Ter domínio sobre suas atitudes é, sem sombra de dúvida, uma vitória. Pelo ponto de vista deste que vos escreve é impossível, pois em algum momento foge do controle a situação, passando o homem a ser (a agir) de certa foram até irracional; parece estar totalmente incontrolável. Um momento de vacilo e tudo o que se foi construído vai por água abaixo - como diz o dito popular.

Apesar de sermos seres pensantes, somos ao mesmo tempo impulsivos. Somos seres - e graças ao nosso Criador - em desenvolvimento. Nascemos com a capacidade acima dos outros animais, mas somos também fruto do meio em que vivemos; somos fruto de uma sociedade que nos transforma conforme as necessidades que ela possui. E nem sempre a transformação sofrida é positiva - e temos consciência de tudo isso: mas muitos pendem para o lado do mal; para o lado dos vícios.

Outro meio de vencer os desafios que nos é proposto - apesar de este que vos escreve acreditar no livre arbítrio de escolha - é não ceder. E não ceder principalmente às tentações que nos é oferecida diariamente - seja esta de pequeno, médio ou grande porte. Depois que abriram a tal caixinha de Pandora - e todo mal se esparramou pela face da Terra - tudo é aceitável, tudo me é lícito, mas nem tudo me convém - como disse o apóstolo.

Ainda citando os desafios que o homem enfrenta, vale ressaltar a situação social (posição) dentro da sociedade em que está inserido - como exemplo: o exercer de uma profissão, do ato da cidadania (uso consciente de seus direitos e deveres - e principalmente agora na época em que estamos: política), do constituir família - educar filhos nos dias atuais não é nada fácil, do ato religioso - e poderia passar aqui a citar mais outro tanto.

São tantos desafios que até escrever um texto hoje em dia - como há muitos anos atrás - é um desafio. E, se pensar duas vezes, estes desafios fazem o homem crescer. Tais desafios fazem o homem crescer em graça diante do seu Criador. E vale lembrar que mesmo tendo tantos desafios, como disse o poeta: 'vale a pena viver'. Só vivendo pela fé para acreditar num mundo melhor... Num mundo desejado por todos os que possuem interesses em comuns: num mundo de paz, de prosperidade...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 22/09/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

AQUILO (15/09/2012)

E eles estavam sempre a conversar sobre muitas coisas; conversas, às vezes, jogada fora, inclusive sobre aquilo. E o assunto caminhava, às vezes voltava - mas sempre voltavam naquilo; parecia que tinham descoberto aquilo - pareciam que tinham descoberto o manjar dos deuses - como dizem por ai: se lambuzavam naquilo tudo.

Lá pelo meio da conversa, mesmo desviando o foco, aparecia outra vez aquilo. Quem estava do lado de fora da conversa - apenas observando, nem poderia imaginar do que se tratava: o que realmente seria o aquilo? Mas era.

Era o quê?

Só se sabe que era. E era aquilo. Aquilo que quase todos querem, tanto eles como elas - e sem medir esforços para que tenham aquilo. E custe o preço que custar - não medem esforços nem consequências para viverem o aquilo.

Às vezes aquilo ia ao ápice - e os dois, juntos, se divertiam; se tivessem em mais de dois, também se divertiam - todos, sem exceção, se divertiam. Pareciam estar no céu, pois dizem que lá - no céu - tudo é maravilhoso, inclusive aquilo!. Às vezes aquilo não passava daquilo, e ponto. E pacificamente era aquilo.

Outras vezes, andando pelo shopping, pelas ruelas, ruas e avenidas, até sentados nos bancos das praças, em baixo das árvores, nos campinhos de futebol, e até mesmo no salão de beleza, conversavam sobre aquilo. Aquilo, para eles, era de importância vital - no momento não podiam viver sem falar sobre aquilo. Para outros, mais velhos que eles, aquilo já não tinha tanta importância; já tinham aquilo como passado. Para os mais novos que eles, aquilo era uma incógnita e, com certeza, teriam que decifrar. E, decifrar aquilo, era decifrar a vida. Saberiam depois.

Aquilo, para os pais, era terrível! Falar sobre aquilo era um terror - principalmente há três, quatro ou cinco décadas atrás, pois para muitos constituía quase um tabu. E, diga-se de passagem, que tudo aquilo mudou.

O aquilo, para os vovôs e vovós, era terrível, mas bem que - assim como os pais - lembravam daquilo. E, às vezes, com certo sentimento: ora de alegria, ora de tristeza, ora de prazer, ora de nostalgia - mas lembravam daquilo - pena que não eram mais. Não podiam ser mais - o tempo, senhor de tudo, já fizera passar aquilo, passar por aquilo.

Os que agora vivem aquilo se regozijam em grande parte do tempo, riem à toa e por quaisquer motivos, mas dentro de poucos anos não serão mais. Estarão do outro lado daquilo. O que serão torna-se agora uma incógnita. E ponto. Não o ponto final, mas o que chamamos de reticências - ou como dizem: de três pontinhos.

E, voltando a eles, passando pelos pais deles, avós deles - aliás, passando por aqueles que já curtiram aquilo, nada melhor para relembrar do que os bons e maus momentos que o aquilo significou na vida de cada um, sendo o aquilo a adolescência de cada um - pelo menos neste meu texto que acabo de escrever

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 15/09/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

VIAJAR É PRECISO - PARTE 03 (01/09/2012)

Como viajar é preciso, volto-me ao dia em que escrevi a parte anterior a esta e recomendei a leitura de 'Pollyanna', de Eleanor H. Porter, e seu jogo do contente - e não é que me escreveram que leram o livro indicado? Fiquei muito feliz com o e-mail recebido. Recomendo Pollyanna Moça.

E sigo nesta parte o destino traçado: uma viagem pela região sudeste do Brasil. Do estado do Espírito Santo, onde citei o livro 'Canaã', de Graça Aranha, viajei para o estado do Rio de Janeiro - na época de Lima Barreto e suas obras carregadas desta cidade maravilhosa, onde cada personagem retrata um pedacinho da sociedade carioca.

Falando em Lima Barreto: o Pré-Modernismo, período de transição, está em nossas mentes. Colocar em evidência a sociedade carioca - principalmente as classes menos favorecidas, a começar pelo próprio escritor. É falar das favelas, dos negros, dos preconceitos - entre outras coisas. E, numa de suas obras: 'Triste Fim de Policarpo Quaresma' - por que não citar o problema da linguagem, o tupi-guarani?

Agora, nos dias atuais, em Parati, Rio de Janeiro, há a FLIP - Festa Literária Internacional de Parati - que em 2012 comemorou a sua décima edição e lançou dois livros: 'Dez/Ten' (com textos indéditos), 'Flip - 10 anos' (escrito em forma de reportagens) e DVD 'Uma palavra depois da outra - a arte da escrita'. Vale lembrar que a Flip foi criada por Liz Calder - que neste ano festivo preparou/organizou o material comemorativo.

O Rio de Janeiro tem o seu lado mais festivo - apesar de começar e acabar em uma semana, mas é um trabalho de um ano inteiro que acaba na Avenida: o Carnaval. E lá fora, no exterior, somos conhecidos em muitos lugares por sermos um povo festivo, animado, de bem com a vida - aliás, somos brasileiros, como diz o dito popular, e não desistimos nunca! Podemos estar na pior, sempre arrumamos um jeitinho e conseguimos o que queremos: o tal conhecido 'jeitinho brasileiro'.

A cidade maravilhosa - que até 1960 foi capital desta maravilhosa nação - possui praias maravilhosas e é de lá que temos a belíssima canção Garota de Ipanema (Bossa Nova, de 1962): 'Olha que coisa mais linda / Mais cheia de graça / É ela menina / Que vem e que passa / No doce balanço, a caminho do mar // Moça do corpo dourado / Do sol de Ipanema / O seu balançado é mais que um poema / É a coisa mais linda que eu já vi passar // Ah, porque estou tão sozinho / Ah, porque tudo é tão triste / Ah, a beleza que existe / A beleza que não é só minha / Que também passa sozinha // Ah, se ela soubesse / Que quando ela passa / O mundo inteirinho se enche de graça / E fica mais lindo / Por causa do amor'. E temos também Copacabana, como diz o poeta Tom na canção de mesmo nome: 'Existem praias tão lindas cheias de luz / Nenhuma tem o encanto que tu possuis / Tuas areias, teu céu tão lindo / Tuas sereias sempre sorrindo // Copacabana, princesinha do mar / Pelas manhãs tu és a vida a cantar / E a tardinha o sol poente / Deixa sempre uma saudade na gente // Copacabana o mar eterno cantor / Ao te beijar ficou perdido de amor / E hoje vive a murmurar / Só a ti, Copacabana / Eu hei de amar' - e como é bom ouvir tais clássicos!

Hoje, frente a frente com esta tela, coloco-me a quase que ouvir as águas do mar perecendo na praia... mas não do Rio de Janeiro (pois ainda não fui lá), mas nas dos estados do sul, onde por duas vezes tive o prazer de contemplar. E já pensando em continuar a viajar.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 01/09/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

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