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MÊS OUT 2010 - DIAS 09 - 16 - 23 - 30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

A ESCOLHA E OS PRÓXIMOS ANOS DE GOVERNO

Amanhã, trinta e um de outubro, o povo brasileiro vai à urna definir os próximos anos de governo - mas a pergunta é: será que o cidadão brasileiro está preparado para escolher seu legítimo representante?

Preparado no sentido de escolher o que é melhor para a nação brasileira, e não apenas para alguns; preparado no sentido de exercer a cidadania, e não de vender o seu voto a este ou aquele partido; preparado no sentido de cobrar do candidato eleito as promessas de campanha - mesmo sabendo que quem foi eleito deve colocar em prática o que manda a Lei Maior, a Constituição -, mesmo que não tenha votado nele; preparado no sentido de, através dos representantes mais próximos, ter representatividade, ter voz.

Mais uma data que passará para a história de um povo que pouco, ou quase nada, sabe de sua própria história (principalmente nos 'bastidores políticos') - e, quando sabe, são histórias contadas por livros que em sua grande maioria defende a classe mais favorecida, e não a massa que elege este ou aquele representante legal. Ou, quando bem contada, ou ainda a história recente, se faz por esquecido? A hora de aprender a contar a história é agora: votar num ou noutro candidato é escolha e direito de cada cidadão, mas há necessidade de aprender a olhar a história, de ver os fatos - e, por excelência, não estão muito distantes - pois fazemos parte desta história (exceto esta última geração - mas que poderia usar os computadores para eventuais pesquisas: mas não usa). Vivenciamos todo o processo na pele. Por isso é preciso que a democracia reine, indiferente do partido que suba ao poder. E reine com a maior clareza possível - sem escândalos!

Política, para muitos cidadãos, não faz parte do primeiro escalão de necessidades do 'manual de sobrevivência' - o que é errado pensar assim. Política deveria estar na veia de todo cidadão, pois a mesma faz aumentar, ou diminuir, o que se tem em casa, o que é servido na mesa, o que é vestido pelo corpo, o que é ensinado nas escolas, que teto possuir, que segurança ter, que saúde usufruir, que cultura possuir, que lazer desfrutar, etc. Política, indiferente de ser época ou não de belos discursos - muitas vezes vazios - deveria ser ensinada nos bancos escolares (e não apenas em alguns 'cursinhos' preparatórios onde poucos têm acesso). Política foi, é e sempre será política! Independente da época, do povo...

Agora é a hora de contar a história; é a hora de contar a história de forma diferente; é a hora, para muitos, da vingança! Votar no candidato que escolheu convicto de que está fazendo a melhor escolha (estar contando ou recontando a história) - ou simplesmente não fazer escolha e esperar sentadinho no banquinho, cotovelos apoiados nos joelhos, mãos apoiando a cabeça, olhos presos num futuro incerto, para ver no que vai dar - mas não vale reclamar depois do golpe da 'vingança' que quis aplicar. Ficar esperando o resultado nem sempre é a saída.

Um mandato não passa rapidamente: demora alguns anos; e, quando mal governado, demora mais ainda! Ser consciente é a melhor escolha neste próximo domingo para não se arrepender nos próximos anos de governo!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/10/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.        

ÀS PORTAS DAS ELEIÇÕES NOVAMENTE (23/10/2010)

Mais uma vez estamos às portas das eleições e, frente a frente, dois candidatos fortes - uma disputa grande e, às vezes, nem sempre de acordo com o que o eleitor deseja. Nem sempre necessária ao eleitor do ponto de vista da necessidade de esclarecimentos. Explico.

Nos últimos dias estamos apreciando uma campanha, de ambos os lados, de trocas de alguns 'elogios ofensivos' onde, o eleitor atento - alvo principal da campanha - fica totalmente indignado. Indignado no sentido de ver tanto tempo perdido com manobras que nem sempre surgirão efeitos, mas o que precisa ser dito, esclarecido, não vem à tona.

Uma campanha voltada para pequenas coisas que, na verdade, não são necessárias. É necessário sim debater sobre economia, educação, saúde, segurança, moradia, lazer (bem-estar de forma geral), entre outros assuntos que, a princípio, parece não fazer parte da pauta destes candidatos dentro de um plano que realmente venha esclarecer o eleitor. Mas, por quê? Será que não sabem? Sabem sim, mas para que esclarecer?

O 'x' da questão parece estar exatamente neste ponto: para que esclarecer? Se há um velho ditado que ensina que 'quanto mais burro um povo, quanto menos conhecimento este povo tem, mais fácil de governar' - então, para que esclarecer se pode embasar o discurso político em palavras bonitas, que satisfaçam muitos a princípio, mas confusas?

O cidadão sábio, com toda certeza, sabe o que estou a dizer. Há grandes discursos políticos perante os eleitores, mas de pouco conteúdo, de pouco esclarecimento. Por que debater economia, educação, saúde, segurança, moradia, lazer, entre outros, se nada (ou pouco) há de se fazer? Nada contra partido algum, ou contra candidato algum, pelo contrário: esta é a hora dos esclarecimentos - mas os esclarecimentos estão deixando a desejar.

Esclarecer, ao assalariado, o que de economia, se lhe falta muito no final de cada mês? Educação, saúde, segurança, moradia, lazer e etc. não constam da Lei máxima? Da Constituição? Então, caímos no velho discurso vazio de sempre: promessas, promessas e mais promessas... Até quando?

Na semana passada discursei no texto "E o ticket voto?" o direito de cobrança dos candidatos sobre suas respectivas promessas em tempos de campanha - pois alguns eleitores dentro dos próximos três ou quatro anos nem mais se lembrarão em quem votaram -, mas como cobrar se a grande maioria se sente indignado ao ouvir, ou assistir, o horário eleitoral gratuito? Outros, por sinal, desligam seus aparelhos televisivos e dirigem-se às calçadas para papear com o vizinho - o que, por sinal, é positivo (isso acontece apenas em tempos de eleição).

O eleitor atento está, como os jovens dizem, 'ligado' em tudo e promete vingar-se na urna. Mas, retorno à fala: poucos conseguem enxergar tais desatinos dentro das campanhas políticas; poucos conseguem extrair de cada palavra de candidato o que realmente o mesmo quer dizer; poucos notam que o palco da vida é o maior desafio pessoal - e que cada um, independente de qual candidato subir ao poder, deverá remar - deverá preparar-se para a luta contra o grande peixe - a vida - para não sofrer grandes derrotas - assim como sofreu em primeiro momento o personagem Santiago em 'O velho e o mar', de Ernest Hemingway e que concluiu que deveria se preparar melhor para retornar ao mar - mas poucos têm segunda chance. Pense - votar é isso!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/10/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.       

E O TICKET VOTO? (16/10/2010)

Antes de entrar diretamente no assunto, como funcionário publico que sou, na última eleição eu trabalhei. E, trabalhando, observei que alguns não possuem o mínimo de educação ao se dirigirem às suas respectivas seções eleitorais. Sem entrar muito no mérito da questão, mas até xingamento ouvi - como se a culpa pela demora fosse minha.

Mas, indo diretamente ao assunto - o ticket voto - por que não tê-lo? Explico: levando-se em conta que, mesmo sendo o voto secreto, deveríamos receber um ticket voto onde estariam impresso os nomes dos candidatos que votamos, assim como acontece quando compramos algum objeto em estabelecimento comercial e vem o ticket do comprovante da mercadoria descrevendo-as, e não apenas o comprovante de votação, para posteriormente se fazer as cobranças.

O leitor pode ponderar: "O voto é secreto, passaria, então, a não ser?" Repito: é secreto sim, mas como comprovar na hora de cobrar do candidato caso o mesmo seja eleito e não cumpra as promessas de campanha - como a maioria não faz? Imaginamos que o candidato, agora eleito, questione-o: "Por que me cobrando, não te conheço?" Era só enfiar a mão no bolso (o secreto passaria a não ser mais) e sacar o tal ticket voto e apresentar ao tal candidato - problema resolvido, pelo menos em parte. (E tem mais: alguns somente conhecem o eleitor em tempo de campanha eleitoral, depois o mesmo não conhece mais, ou não lembra mais do leitor - memória fraca? Mas você depositou a confiança nele como seu representante legítimo, nada mais justo que cobrar. 
Escrever parece simples - mas, claro que não é. Não é tão simples assim porque os políticos (salvos raras exceções) não querem tais cobranças - e, logo, fica o dito pelo não dito. (Ou, estaríamos voltando ao tempo do voto de 'cabresto'?) Por isso dizem: "Sem ticket voto!"

Continuando a defesa do ticket voto, com o resultado das eleições na mão, e o secreto passando a não ser mais secreto (ainda mais para aquelas pessoas que não conseguem guardar segredo), muitos políticos passariam maus bocados. Alguns podem dizer: alguns veículos de comunicação deixaram em suas páginas impresso e para recorte uma cópia de cédula eleitoral para anotar os nomes dos candidatos no qual se votou (para posterior cobrança). Volto a questionar: e se o candidato questionar a veracidade do escrito ali?

Por outro lado, como cobrar dos candidatos que não se elegeram? Ficariam as pessoas que votaram nesses tais candidatos que não se elegeram sem direito às cobranças? Claro que não - cobrar-se-ia do partido. A sugestão seria aparentemente simples, mas não é. Até para este escriba das letras torna-se difícil do ponto de vista do raciocínio lógico, mas faz-se necessário uma larga reflexão sobre o caso.

O partido poderia alegar que não tem responsabilidade pelo que disseram - seria uma saída. Nem sempre, pois o leitor pode questionar: "Então, como tal candidato foi aceito dentro do partido, se o partido não se responsabiliza pelos dizeres de época de campanha?" Eu, escriba destas ideias, diria que por isso que há muitos 'tiriricas' a surgir ainda (nada contra a pessoa do tal cidadão que profissionalmente leva esse nome), mas contra a manipulação, contra o aproveitamento da situação - e alguns disseram que a tal expressividade de voto se cabe a uma forma de protesto. Será? Talvez sim, talvez não, mas...

Pelo 'ticket voto', ou não - o brasileiro tem que aprender a cobrar de seus políticos (antes candidatos) o que se tem em seus respectivos 'planos de governo' - mas será que conhecem, ou sabem o que é plano de governo?

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/10/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

O VELHO E O MAR (09/10/2010)

Escrever sobre literatura não é fácil, pois não sou nenhum crítico literário. Escrevo sobre as leituras que faço, sobre o que consigo captar a partir do que leio - e isso depende muito do estado de espírito em que me encontro no momento.

Esta última semana estava a ler e reler "O velho e o mar", escrito por Ernest Hemingway. Considerado por muitos - inclusive pela crítica literária da época um dos melhores, ou o melhor livro de Ernest Hemingway. Considerado, também, de um classicismo tão puro como o teatro grego e tão novo como o futuro que os homens de boa vontade esperam produzir.

Alguns amigos meus dizem que o livro traz uma mensagem um pouco pesada, isto é, certas características negativas do ser humano - e que o autor vivenciou e passou para a obra - concordo plenamente. Mas por outro lado, creio que não.

Aprendi muito. (Re) Aprendi a ter fé no homem, na luta constante do homem, na busca incessante de querer vencer - de nunca desistir. A esperança não se pode perder, deve-se lutar até o último instante. Alguns zombam de nossa capacidade, ou até mesmo de nossa sorte, mas quem são eles para julgarem? (E quem somos nós pra julgarmos?) O importante é não desanimar.

Com o desenrolar da história notei que a conversa travada entre ele com ele mesmo (esquisito, não?) é o resultado de uma busca cada vez mais intensa. É uma busca interior, contínua. A luta, sem esmorecer, com o grande peixe - é a luta que travamos diariamente (e o pior é que alguns esmorecem pelo caminho) - não pode abater. Temos que lutar até o fim, mesmo que sendo quase vencidos. Outro dia li que 'perde-se a batalha, mas não se perde a guerra' - ou vice-versa - perde-se, mas aprende-se e muito com ela.

Mesmo vendo tudo ir para a boca dos inimigos (tubarões), Santiago (o velho) luta até as suas forças (e armas) resistirem - mas deixa um lado também em aberto: nem sempre estamos preparados para enfrentar determinadas situações (pois Santiago não se muniu de armas necessárias para enfrentar o grande mar - a vida), mas com toda certeza, na última página do livro, ele mostra-nos que serviu de lição - e preparou-se melhor para as próximas aventuras em alto-mar.

Assim somos nós, temos que tirar de cada situação vivida o que não funcionou, os porquês de tantos não, e passar a buscar os sim. Aprende-se muito e leva a reflexões: leva a buscar cada vez mais o 'eu' interior - cada leitura uma nova aprendizagem. Leia por prazer, por degustar a mensagem. Vale muito!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/10/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

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