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MÊS OUT 2014 - DIAS 04 - 11 - 18 - 25 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

FLORES AOS MESTRES (25/10/2014)

Depois de uma 'semana preguiçosa', o retorno à sala de aula foi inevitável, e afirmo que esta me faz falta. A agitação do dia a dia, o burburinho - apesar de ser, às vezes perturbador, mas há anos já faz parte da minha vida. E, consequentemente, nos últimos anos, tal burburinho está aumentando.

Apesar dos anos de trabalho, sempre trago comigo a expectativa de encontrar algo diferente, de algo que venha a mexer comigo - de mexer também com o meu próximo. De algo que venha modificar a rotina do meu dia a dia, do dia a dia do meu próximo. E aconteceu.

Considerei este retorno especial - recebi de uma pequena uma maravilhosa flor em consideração pelo dia do professor. E da cor que eu mais gosto: vermelha! Simplesmente linda! Linda! Linda! Vermelha - e a coloquei como faziam as professoras antigamente: num copinho com água - tirei até fotografia para nunca mais esquecer tal atitude.

Senti-me muito honrado ao recebê-la - aliás, fiquei emocionado. Há anos não recebia uma flor por esta data- não se faz mais aluno como antigamente! Mas ela foi exceção. Uma exceção que mexeu não apenas comigo, mas com muitos alunos que sentiram uma pontinha de sei lá o quê! Sem falar em alguns mestres que, apesar do riso, sei que sentiram uma pontinha também de não sei lá o quê! E não adianta dizer o contrário.

Jean de La Fontaine deixou escrito que 'Nenhum caminho de flores conduz à glória'. Perfeita a citação, mas se pensarmos um pouquinho no fato citado por mim sobre a flor que ganhei, posso dizer que ensinar não é um caminho florido - pelo contrário: é cheio de espinhos. Logo, posso afirmar que ensinar conduz muitos á glória: ver um cidadão diplomado é uma glória do profissional da Educação.

Em seu poema 'No meio do caminho' o poeta Carlos Drummond de Andrade afirma que 'No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha uma pedra. (...)' - que tal substituir pedra por flor? No meio do caminho passaremos a ter flores - maravilha! Mas encontrei em outra frase que passamos pelo caminho desviando das pedras, logo, não observamos as flores. O melhor seria transformar as pedras em flores e teríamos o caminho, além de maravilhoso, possivelmente perfumado.

Li em algum lugar que o caminho para casa foi chamado de 'o caminho das flores'. Concordo. É tão bom voltar para casa. É tão bom voltar para casa e ter um amor a te esperar. É tão bom voltar para casa, ter um amor a te esperar e sentir-se feliz no aconchego do lar, dos braços da amada... E termino este parágrafo dizendo que é tão bom voltar pelo caminho das flores.

Recordo-me agora da canção 'Flores em vida', que a dupla Zezé Di Camargo e Luciano embala: '(...) Quero flores em vida / Seu sorriso a me iluminar / As lágrimas de despedida / Não estarei por perto para enxugar // Eu quero viver a vida / Quero flores em vida / Colhidas no jardim do amor // Do nosso amor (...)' - magnífico, não?

Apesar de termos em nossa cultura a presença da flor - tanto no nascimento, durante vários fatos da nossa vida e na morte, muitos não prestigiam o poder que elas têm. E para explicar é fácil - deram flores apenas nos primeiros anos de convivência e depois esqueceram. Esqueceram da canção 'A namorada que sonhei', onde Nilton César canta: 'Receba as flores que lhe dou / Em cada flor um beijo meu / São flores lindas que lhe dou / Rosas vermelhas com amor / Amor que por você nasceu // Que seja assim por toda a vida / E a Deus mais nada pedirei / Querida, mil vezes querida / Deusa na terra nascida / A namorada que sonhei (...)' - por isso adoro dar flores! Minha casa sempre vive repleta de flores - e a minha doce Lorita diz que não há mais espaço de tantas flores que lhe dei... E então recordo da canção e começo a cantar: 'Receba as flores que lhe dou...'.

E, para encerrar esse texto em grandes flores - todos somos mestres em algum momento. Todos merecemos flores em algum momento da vida. E aqui vai mais um singelo texto cheio de flores aos mestres que tive, que tenho e que terei pela vida. Viver cada dia é aprender um pouquinho mais. E siga estas dicas: a cada situação que o Cupido te flechar, envie flores. E muitas flores de preferência - e consulte, se possível, as cores das flores para cada ocasião. Mas, apesar das ocasiões, sou apaixonado pelas rosas vermelhas. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 25/10/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.              

DIAS AGITADOS (18/10/2014)

Estamos em outubro e, por consequência, um mês agitado - melhor, o resultado de alguns meses de agitações, principalmente na política. Chegamos a alguns números, mas ainda temos que votar nos próximos dias - uma escolha que definirá por mais quatro anos o rumo de nossa nação. Votar corretamente para não se arrepender depois.

Não estou aqui para falar de um candidato ou de outro - cada eleitor deve buscar as suas conclusões através das propostas de cada um. Ouvir o que um fala, o que o outro fala, ou ainda o que é postado em redes sociais e na própria televisão não é o bastante, o interessante seria pesquisar a fundo... Mas, a verdade é uma só: temos que trabalhar - e muito!

Passado os dias de outubro, novas agitações surgirão - como as articulações para o governo municipal. Você pode achar que estamos longe, mas não estamos. As preocupações municipais começam logo. E são candidatos procurando apoio, tentando construírem coligações antes mesmo das prévias eleitorais. Pode-se dizer, melhor, eu digo: é a corrida do mercado eleitoral. E são poucas vagas para muitos candidatos que querem lutar pelo direito do povo - pense nisso!

Mas há outras agitações. Uma que arrebentou muitos esta semana foi o jogo entre Corinthians e o Atlético-MG, o Galo: imaginavam o que mesmo? Ah! Que o Galo seria desclassificado - verdade seja dita que a vantagem era de se esperar tal resultado, mas futebol é uma belíssima caixinha de surpresas - acredite ou não, e jogadores e torcida acreditaram e gritavam: "Eu acredito..." - e não precisava melhor resultado para uma belíssima noite de quarta-feira. Desculpem os que não acharam, mas para um sofredor palmeirense - nem precisa explicar mais.

Falando em outras agitações - e a água? - e o calor? Torna-se muito difícil trabalhar nestes dias. Há muito sofrimento - fico a imaginar os que trabalham em lugares expostos ao sol. O astro-rei não quer nem saber... E recomenda-se: use protetor solar, e dos mais fortes possíveis. Há pessoas que com este imenso calor a pressão sai da normalidade e sofrem quedas - o melhor a se fazer é hidratar-se constantemente. Eu, por exemplo, carrego uma garrafinha de água - trabalho do professor é a fala.

Mas há muitas agitações que poderíamos abordar aqui. Mas quero fechar este texto falando apenas de mais uma: da agitação educacional. E você deve estar se perguntando: Qual agitação educacional? Respondo: aquela que deveria existir e não existe. Aquela que o pai, a mãe ou o responsável legal deveria ter a preocupação não de apenas enviar o filho para a escola, mas também de acompanhá-lo, de saber os resultados, de apreciar se está dando frutos. Volto a perguntar: você tem notícias dela?

Creio que alguns poucos leitores que tenho argumentarão que eu estou perdendo o juízo; outros dirão que estou correto. Mas o que fica para nós - e para os que trabalham com Educação ainda mais: é que devemos nos preocupar com estes jovens que estão se formando - ou seja, como estão se formando? Qual a qualidade que apresentarão ao mercado de trabalho? É hora de se pensar... 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 18/10/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.               

SEMANA PREGUIÇOSA (11/10/2014)

Amanhã, domingo, doze de outubro, dia da criança, dia da padroeira do Brasil - apesar de domingo, é um feriado nacional, começa uma semana que chamo de preguiçosa - e, para isso, tenho alguns motivos. Antes de qualquer apontamento, digo que são opiniões minhas, e sei que divergirá de muitos - e ainda bem, pois é assim que caracteriza o nosso ser: pensante. E sei que muitos estarão ocupadíssimos com os seus afazeres.

E antes dos apontamentos, gostaria de deixar aqui as minhas elevadas considerações pelo profissional da semana - o professor. A nós - os professores. Apesar de todos os problemas que estamos enfrentando, da baixa valorização que temos, ainda acreditamos e, por isso, semeamos na esperança de colhermos bons frutos. Que tais sementes poderão ajudar a mudar a situação deste país - e em todos os sentidos.

Alguns dos motivos para eu declarar a semana preguiçosa: poder dormir até mais tarde, poder ir à praia (bem que eu queria, mas é um sonho...), não ter que trabalhar (semana do saco cheio); citaria para melhores explicações, a mudança no Calendário Escolar por causa da Copa do Mundo de Futebol que foi praticamente um sucesso em solo brasileiro, apesar do vexame dos jogadores brasileiros em campo.

Do resultado da Seleção Brasileira em campo pouco escrevi, mas sei que em todas as profissões há decepções - no futebol não é diferente -, mas o que pesou mais: nós, torcedores brasileiros, somos quase fanáticos pela nossa seleção, ou fanáticos, e não aceitamos derrotas. Vale aqui o velho e comentado ditado: melhor empate do nosso time que a derrota do mesmo - e por sete! Foi muito pra nossa cabeça de torcedor quase fanático.

Retomando, estou consciente que preciso de um tempo a mais para os meus neurônios descansarem, pois ultimamente andam a pensar muito; para as minhas pernas repousarem - ficar de pernas para cima é uma das coisas que aprecio sem moderação; curtir o ócio - olhar o tempo passar é tão bom, e melhor ainda quando não se tem cobrança; fazer a sesta que há muito não faço - apesar de não ser muito adepto desta situação, de vez em quando é bom. Trabalhar merece parágrafo à parte - com toda certeza.

Por mais que gostamos de estar parado, precisamos ficar com a mente ocupada. Já sabemos que mente vazia pode ser oficina do inimigo - além de evitar muitos males à saúde, por isso que enquanto descansarei nestes dias, vou "carregar pedras" - ou seja, colocarei em dia algumas ideias esparsas que tenho em meu computador, tais como: revisar alguns textos (apesar de dizerem que não enxergamos nossos próprios erros - e concordo em parte), adicionar e retirar conteúdo do meu site - apenas eu posso realizar tal ação, entre outras coisas que gosto de fazer. Ou, ainda, escrever novas histórias que podem, ou não, um dia virar livro.

Já disseram que para usar o computador eu nunca tenho preguiça - em parte é verdade. Creio que, se eu trabalhasse direto no, ou direto com o computador, seria mais realizado ainda do que ultimamente ando me sentido (apesar de toda a carga horária de trabalho que tenho). Um exemplo: ser pago para escrever - que maravilha! Ser pago para fazer o que gosto e, automaticamente, o reconhecimento de público. Creio que trabalharia, em média, mais horas do que o recomendado. E estarei muito realizado - fazendo o que gosto - e deixo bem frisado, apesar de repetitivo tal assunto.

Mas, falando na semana preguiçosa, fico a pensar que ela termina: apenas uma semana e logo tudo retorna a seu ritmo. Ainda bem que em menos de dois meses começam as férias - e estas merecidas férias também chegam ao fim, mas parecem ser tão curtas que digo com todo gosto do mundo que são tão merecidas! ​

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 11/10/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.                

LIVROS E POLÍTICA PODEM ANDAR JUNTOS (04/10/2014)

Esta semana dirigi-me à biblioteca e, andando entre as estantes de livros, me senti flutuar pelo paraíso das letras - e ainda me perguntei: por que será que grande parte da população não gosta de ler? Onde será que se encontra o erro do não fazer leitor neste Brasil? E, das inúmeras respostas que poderia colocar aqui, cito o alto custo do livro - e com todo o incentivo que se tem.

Também, neste último mês, tivemos a 6ª Jornada de Literatura em nossa Araçatuba e muitas palestras aconteceram. E nós, escritores araçatubenses, fomos valorizados e contemplados novamente a ministrar palestras juntos aos alunos - incentivo ao ato de ler e escrever. A cada palestra ministrada fomos contemplados por um vale-livro, num determinado valor, e este deveria ser trocado na livraria Nobel - outro lugar que também fico perdido. São tantos títulos que tenho a imensa vontade de levá-los - mas sei que é impossível lê-los em curto espaço de tempo.

Estive esta semana na livraria para trocar os vales-livros. Não sabia exatamente o que levar para casa, mas com auxílio da atendente (uma jovem bem carismática, atenciosa), da amiga e escritora Yara Pedro de Carvalho que por lá passeava entre os livros (que me indicou um excelente livro de como contar histórias) e, embaixo do braço, dentro do coração, um pedido especial - um romance para a minha doce Lorita: e o encontrei - 'Cidades de Papel'.

Perdido entre tantos títulos - entre pilhas de livros com capas chamativas, escolhi alguns. Fiz a troca necessária através do vale-livro. Permaneci lá por alguns bons momentos - lá, entre os tantos títulos, o tempo foge ao controle. Senti-me realizado. Parecia-me, como certa vez escrevi, que tudo flutuava, que os autores saíam dos livros e conversavam comigo. Pode até parecer estranho, mas para quem gosta de livro, certamente me compreenderá.

E, em se pensando em tudo que relatei acima, e em se tratando da época em que estamos, por que os políticos falam tanto em Educação e pouco se faz por uma questão tão nobre? Amanhã, por exemplo, é sabido da necessidade obrigatória que os brasileiros têm - votar. Mas em quem votar? Não estou aqui para citar nomes, mas para pensar um pouco com o leitor sobre o que poderiam ter feito nessa época e passaríamos a acreditar mais.

Creio que recebemos em casa muitos e muitos 'santinhos' - mas também creio que em nenhum momento entregaram junto com os seus santinhos um livro para leitura. Perderam uma oportunidade útil: incentivar à leitura; mostrar que os seus respectivos planos de governo tem o livro, a leitura, como prioridade. E não precisava muito para ter o reconhecimento. Não precisava ser um livro clássico - deveriam ter partido da simplicidade, da exaltação, se assim posso dizer, dos autores locais. Seria, acima de tudo, um ato de civismo, um ato de consideração pelo que pregam.

É uma ideia que tenho em mente - qualquer um está sujeito a ser político. E como sempre digo: somos em todos os momentos políticos, o que não podemos ser é: politiqueiros. E usar o que se tem de bom para auxiliar o crescimento de uma população é sinal de sabedoria. Mas, infelizmente, poucos pensam assim e volto a dizer a famosa frase: quanto menor o conhecimento que um povo tem, mais fácil de governá-lo - então, por que alimentá-lo de sabedoria, se o posso manter em 'cativeiro'?

Deixo aqui o registro da minha indignação contra os maus políticos, e alerto-os de boa intenção para que nas próximas eleições pensem de forma diferente - pense em valorização. Pense no gasto do papel, mas de forma útil, agradável. De forma construtiva. Não será sujeira em casa, será limpeza nos corações dos homens de boa vontade. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 04/10/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.        

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