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MÊS MAI 2015 - DIAS 09 - 16 - 23 - 30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

A COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ VÊ (30/05/2015)

Resolvi pensar um pouco mais sobre a comunicação. Sobre os meios de comunicação e puxei o desafio que a comunicação faz conosco. Tais meios, com seus fins bem definidos, não nos dão a oportunidade de agir - pelo menos para a grande massa.

Alguns conseguem um espaço bom na mídia, seja televisiva, radiofônica ou impressa - mas são poucos. A grande maioria não, pelo menos é o que parece. Se começarmos a pensar pelas grandes redes de comunicação, notaremos que isso que escrevo é verdade. Alguns que lá estão, estão há muitos anos. Logo - dificilmente ter espaço para outros. E ai começa o problema - pelo menos penso assim.

E então, voltando ao título, a comunicação que temos é totalmente manipulada por interesses de pequenos grupos, se comparado à grande massa que a ouve, que a escuta, que a lê. Logo, somos manipulados. Somos passados para trás. Melhor, estamos sem saída? Ela, a comunicação, nos vê e faz de nós o que quer?

Creio que não.

Há um simples pensar que pode mudar tudo - e já mudou a vida de muitos: desligar os aparelhos que transmitem e fazer exatamente tudo diferente. Fazer coisas novas. Fazer amigos novos. Ler livros novos. Calçar um tênis confortável nos pés e caminhar em lugares atraentes - apesar de nossa cidade não ter tanto lugares para caminhada...

Só o ato de desligar os aparelhos de comunicação - televisão e rádio - já é um passo enorme em busca de ares novos, principalmente a televisão. Ao desligar um botão de tevê tomamos uma decisão enorme em nossa vida: a de não ser manipulado. Alguns, melhor, grande parte da população não consegue fazer isso - e pior ainda: estão bitolados nos mesmos programas. Não ouvem opiniões de outros canais sobre o mesmo assunto. Como diz a música dos Titãs - 'Televisão': "A televisão me deixou burro, muito burro demais / Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais (...) // A televisão me deixou burro, muito burro demais / E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais. // Ô cride, fala pra mãe / Que tudo que a antena captar meu coração captura / Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!" - quer melhor explicação que esta canção traz?

Agora, ao voltarmos para o rádio - o velho companheiro de guerra, este pouco a pouco vem sendo substituídos pelos celulares. Jovens - e alguns adultos, mas em número menor, estão constantemente com fones de ouvidos quando caminham, quando cuidam da saúde, quando praticam o seu lazer - e estes, os celulares, trazem dispositivos que armazenam músicas... E o mais interessante de tudo: sem propaganda! (Sabemos que a propaganda é a alma do negócio - é ela que ainda mantém o sistema de comunicação de pé... - mas ouvir músicas sem interrupções é melhor que ouvir determinadas propagandas que não fazem jus ao que procuramos.)

Já a mídia impressa - jornal e revista - possui um alcance menor. Ou, pelo outro lado: por terem o custo mais alto, apenas uma pequena parte da sociedade tem acesso. Logo, o conceito de manipular está um pouco restringido. Mas não deixa de existir. Determinados grupos empresariais deste setor não respeitam os leitores e, por consequência, atuam de forma errônea.

E, para fechar tudo isso que citei acima, nada melhor que desligar tudo e pegar um livro e começar a ler. Ou, ainda, ouvir uma palestra sobre cultura - hoje, sábado, às nove horas, na Biblioteca Municipal 'Rubens do Amaral', o escritor araçatubense Hosanah Spíndola, membro da UBE - União Brasileira de Escritores, abordará o tema 'Literatura de Cordel no Brasil' - totalmente gratuito. Compareça e faça a diferença - não deixe a tevê te deixar burro, muito burro de mais...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/05/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

POLÍTICA, SEMPRE POLÍTICA! (23/05/2015)

Sempre! Desde que acordamos até repousarmos novamente somos políticos. Estamos a fazer política! Passamos horas e horas fazendo política e alguns dizem que não fazem política. Mas é assim: nem todos entendem o que é política.

Entender ou não é questão de ponto de vista, pois todos, em algum momento, querem falar de política. Querem falar de candidatos. Querem falar de quem está no governo. E, por consequência, como poucos entendem de política, falam asneiras. Pior: poucos se lembram dos nomes que apertaram nas urnas, principalmente para o Legislativo.

Mas, afastando um pouco da política, quando ligamos a televisão, rádio, ou acessamos um site, estamos fazendo política. Política é escolha! Política é defesa de um pensamento - vou assistir determinado canal, determinado programa porque gosto do assunto que se trata lá. Logo, é escolha, é política.

E no cenário da política é assim: cada um defende um pensamento. E, às vezes, o eleitor nem imagina o que o cidadão ou cidadã que está pleiteando uma cadeira no legislativo, ou no executivo, tem em mente. E é simples: não lê o plano de governo do candidato. E temos que ficar atento - em breve teremos o pleito municipal... Em breve começarão a aparecer as conversas a serem fiadas, tipo de porta de botequim, mas que na verdade são especulações que poderão ser, ou não, verdadeiras.

Esta semana a nossa Araçatuba passou por altos lances políticos - discussões partidárias, liminar para retomar cadeira no legislativo... E assim corre a vida política desta maravilhosa cidade que está - por parte de seus governantes, deixando muito a desejar. E é simples assim para exemplificar: conversando com alguns jovens esta semana disseram que seus bairros estão largados, pois estes pensam no que gostam: esporte, principalmente futebol. E não estão tendo estes lazer tão prometido em campanhas.

Mas eu, visitando alguns bairros, vou mais longe: onde estão as promessas de campanha? Tanto do executivo, como do legislativo? Digo com propriedade porque participei ativamente das últimas campanhas. Ouvi muitas promessas - dava, na época, auxílio a candidatura de uma amiga - e pouca coisa se tem visto. Tenho uma pergunta a fazer: onde as promessas foram parar? Digo que me sinto envergonhado em lembrar as promessas e não vê-las cumpridas. E não tenho vergonha alguma em dizer que se faz necessário, e em caráter de urgência, mudanças em todos os setores da nossa política.

E acrescento: é interessante quando se senta em uma roda de bar e, conversa vai, conversa vem - e rola de tudo um pouco: música, futebol, religião, mulher e, não podia ficar de fora a tal política - a grande dama que corre nas veias de muitos araçatubenses. E se pode ouvir, como ouvi, que muitos partidos já se articulam em busca de novos futuros candidatos, novas possíveis lideranças. E fico a pensar: o que pensarão os menos favorecidos, caso tenham oportunidade de ler estas linhas, que muitos candidatos que já bateram em suas portas pensam em articulações - e nem cumpriram as promessas de campanha - principalmente os que foram eleitos?

Creio que ficarão, assim como eu, decepcionados. Creio que, assim como, teriam vontade de sair gritando pelas ruas chamando-os de... - melhor nem citar aqui (alguma criança poderá ler tais linhas). Ou, pensar assim: será que, se fosse eu, faria o mesmo que fazem os que lá estão? E pior é ler que, às vezes, brigam por coisas insignificantes do ponto de vista que venha favorecer a população.

Meu Deus! Vou fechar estas linhas, pois assim fecho os meus pensamentos, fecho a minha boca e não corro o risco de dizer tudo o que os jovens disseram, ou tudo o que vi passeando esta última semana por alguns bairros desta minha terra natal... 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/05/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

ABISMOS DA ALMA (16/05/2015)

Se sairmos pesquisando pelos dicionários, e mesmo pela vida a fora, vamos descobrir que o maior abismo é o que se encontra na alma - no nosso interior. E por razões simples - ou não, mas que complicamos porque queremos complicar - ou não sabemos simplificar. Ou, ainda, não nos foi ensinado como não complicar...

Buscamos muitas explicações e nada de soluções, ou de clareza de espírito. Se basearmos em realidade geográfica saberemos que há fendas, abismos, maiores que o Everest (ao contrário - nas profundezas dos mares, como a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, com 11.034 metros - o local mais profundo dos oceanos).

Assim, também, é o ser humano. Há muitas fendas - insondáveis. O labirinto da alma humana é insondável. Procuramos saídas e nem sempre conseguimos. Às vezes buscamos ajuda e nem sempre esta vem de encontro com a nossa realidade. Às vezes, apoiados em remédios, acaba o ser humano aprofundando ainda mais - chamados de remédios antedepressivos.

Tudo vem de encontro ao que se chama abismo humano. Aliás, como costumo dizer, que somos um abismo ambulante - e, por consequência, todo abismo atrai. Também atraímos, não pelo que somos, mas pelo que tentamos mostrar (e na verdade não somos o que tentamos mostrar). E por quê?

Sabemos, por exemplo, que um poço de água contém água - e não precisamos debruçar sobre ele. Mas, por mais incrível que pareça, fazemos isso: tentamos inclinar e 'descobrir' o que há dentro dele. Assim é o ser humano, mas com um recorte natural: não sabemos o que o outro ser humano é. Sabemos, através da ciência, como ele é constituído materialmente, mas em mente e espírito não. E tentamos descobrir. E aqui vale o velho ditado: vive-se tantos anos ao lado de uma pessoa, mas nunca somos capazes de saber o próximo passo dela. Temos uma mente insondável. Ou: coração é terra que ninguém pisa.

E a ciência tenta das mais variadas formas descobrir o enigma que é o ser humano - e sem resultado positivo, pois é um sistema tão perfeito, tão bem elaborado, que é impossível sondar a mente humana. Muitos estudos e nada de resultados que mostrem evoluções nas pesquisas neurológicas. Então, avaliemos o poder que nos foi dado: uma caixa insondável que podemos levar muitos segredos - cerca-nos um mistério.

E isso fica evidente quando muitas coisas são tidas como misteriosas. Muitas nunca serão descobertas - muitos segredos foram levados para o túmulo! E, a exemplificar, cito uma obra literária do grande Machado de Assis: Dom Casmurro. Quer maior enigma que o ali transcrito? A eterna dúvida de saber se houve, ou não, traição! Como dizem muitos estudiosos que Machado de Assis deve dar muitas voltas e reviravoltas em seu leito de morte!

Há muitos enigmas na Terra. O próprio nome diz - e nunca serão descobertos, solucionados. "Há mais mistério entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia" - já citava o poeta e dramaturgo inglês Willian Shakespeare. Então, é seguir o curso da vida e esta repleta de mistérios insondáveis. Assim como uma flor que nasce em um abismo - terá ela a força das mesmas que aqui em cima desfrutam do calor do sol? Assim é, e assim está o ser que fica à beira do abismo - terá força de progredir? 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/05/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

PONDERAÇÕES SOBRE AS MÃES (09/05/2015)

Mãe - que palavra tão pequena, mas que valor enorme possui. Significado que vai além do que se pode imaginar. Creio que vai além do poder da mente humana. E, cada um com a sua mãe, com os valores que ela tem. Ninguém quer trocá-la. Sempre a nossa mãe será a melhor mãe do mundo - é a nossa mãe. É o anjo que nos foi dado para nos auxiliar em nossos passos aqui neste pedaço de chão.

Assim, casado ou não, longe do berço materno, a casa da mãe, da avó - sempre é a casa onde se guarda muitas recordações boas. É o melhor lugar do mundo - onde se tem maior liberdade se comparado a outras casas. Nela se é paparicado - e, voltando um pouco à infância, na casa da avó se escapa de apanhar, muitas vezes.

Lembro-me que meus avós eram de outros lugares - não desta terra tupiniquim: meu avô de Portugal, minha avó carioca - Rio de Janeiro, e se estabeleceram aqui e aqui, fincando raízes, construíram a sua vida a duas quadras da belíssima igreja São João e São Judas Tadeu. E, por consequência, os filhos - e quase todos os netos. Deixamos, sim, aquele pedaço de chão, mas permanecemos nesta terra tupiniquim - espalhados pelos novos bairros.

Recordo-me, também, que na casa da avó se podia quase tudo - muitas coisas, inclusive de lá tenho eu uma cicatriz numa das sobrancelhas. Uma área enorme na frente da casa, com piso todo encerado - um brinco de limpeza e, nós - os netos - a escorregar. E numa destas brincadeiras a cicatriz apareceu e permanece até hoje. Quando olho no espelho e vejo a cicatriz, recordo-me daquele pedaço gostoso de chão.

Avó, mãe - seres maternos responsáveis por nossa criação: verdadeiras heroínas em nossa vida. Devemos orgulhar de poder pronunciar a palavra mãe! Eu orgulho-me. Quando me sinto trancafiado: o melhor lugar é lá. Orgulho de tê-la como mãe - senhora Janir Abigail Dias Alves (Jane para os de mais íntimo). Lembro-me dos seus afazeres, dos seus cuidados com os filhos - eu e minha irmã. Lembro, também, dos cuidados que a senhora dedicava aos menores, e sem fazer diferença de credo religioso: e lá estava a senhora a tecer roupinhas e mais roupinhas e depois distribuía às futuras mamães. De quantas crianças nesta cidade a senhora é madrinha? Quantas crianças nesta cidade foram vestidas com o auxílio da senhora e de suas amigas, pois o telefone sempre a tocar - e mais roupas a chegar, pois sabiam que a senhora, caprichosamente, arrumava tudo e distribuía aos menos favorecidos.

Hoje os tempos passaram, correram. E os dias já não são os mesmos de antes. As dores começaram a aparecer - mas o Ser Maior, Deus, do seu trono olha e ao seu tempo aplicará a recompensa. Disso tenho certeza, mãe, pois ensinaste que Deus é fiel! Ensinaste o caminho do bem - trilhamos nele.

Todos os filhos devem olhar para suas mães assim: verdadeiras heroínas - e não apenas neste segundo domingo de maio (amanhã), mas todos os dias, em todos os momentos. Às vezes, discutimos com ela, discutimos com nossos familiares, mas tudo passa e tudo deve retornar ao seu devido lugar - e só assim se forma uma família.

E acrescentando, caro leitor, se você não a tem mais por perto (que Deus a levou para junto de si), contemple-a em sua mente, em seu coração e agradeça a Deus por ter tido a oportunidade de, mesmo que por um pequeno espaço de tempo, ter convivido com ela - com um anjo que foi colocado para nos auxiliar. Assim, a contemplação mental fará com que a saudade diminua um pouco e, em silêncio, aguarde o dia de estar junto a ela novamente.

Em nome de todos os filhos, e através destas linhas aqui rascunhadas por mim, os sinceros agradecimentos às nossas mães por nos terem dado o direito de viver e de um dia poder chamá-las de mãe! Mãe: te amamos! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/05/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

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