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MÊS DEZ 2016 - DIAS 10 - 17 - 24 - 31 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

FELIZ 2017! (31/12/2016)

Chegamos ao derradeiro dia do ano e passamos a comemorar: 'Mais um ano chegando ao seu término e podemos comemorar que somos vencedores' - e assim podemos dizer para nós mesmos que, apesar das lutas, somos vencedores. Apesar das batalhas, caímos, mas levantamos e seguimos em frente. Apesar das tristezas, conseguimos superar e demonstrar em muitos momentos alegrias.

Para muitos - e creio que é assim mesmo que funciona, é o momento de fazer uma retrospectiva nas realizações da vida que levou em dois mil e dezesseis e planejar o próximo ano. E dentro da retrospectiva muita coisa poderá desagradar - ou melhor: vão estar aquém do desejado no final do ano anterior. Mas, como citado, é a hora de ver o que realmente funcionou, ou que não funcionou e o motivo de não ter funcionado.

E, sendo assim, a reflexão faz pensar em hipóteses. E tais hipóteses poderiam ter sido usadas e, consequentemente, outros resultados deveriam ter sido alcançados. Agora, porém, é tarde: é rever o jeito de caminhar - e continuar continuando a caminhar. Sempre é assim: e a humanidade caminha na busca de algo que lhe agrade, que lhe traga prazer (e as dores vão ficando pelo meio dos atos). Se assim for feito, uma certeza se pode ter: faremos muitas coisas de forma diferente no próximo ano.

É sempre assim: quando paramos para pensar, e percebemos que tínhamos outros caminhos, mas escolhemos aquele, comentamos conosco - 'como não pensei antes?' - e é assim mesmo. Mas não é hora de lamentar. É hora de levantarmos, sacudirmos toda a poeira existente - tirar os maus pensamentos da cabeça - e, com fé, planejarmos um próximo ano de excelentes realizações - e em todos os sentidos. Lembramos sempre: a vida continua continuando.

Nesse período de reflexão que nos propomos a fazer o que não devemos ficar é 'meio' que nos culpando pelo que deixamos de realizar. É a hora exata de colocarmos, se possível, num papel o que pretendemos para nossas vidas neste ano que em breve se inicia. É a hora de fixarmos metas para serem alcançadas - caso contrário, daqui a doze meses, estaremos nos lamentando de determinadas situações que gostaríamos de não ter vividos.

De certa forma, a vida é feita de escolhas. E tais escolhas somos nós que as separamos dentro do grande baú que nos foi entregue desde o momento em que nascemos. Após um período de vida, já passamos a fazer determinadas escolhas. Quando adultos, recebemos uma carga enorme de 'responsabilidades' - e temos que dar conta. Quando não conseguimos dar conta do todo, a frustração aparece e pode causar sérios danos. Mas o importante é não deixar que tais danos afetem a nossa maneira de ver o mundo - e, a partir de tais frustrações, tiramos lições de aprendizado.

A vida proporciona mais coisas boas que ruins - basta olharmos em nossa volta e fazermos a melhor escolha (que nem sempre é a certa - depende muito do ponto de vista): discutimos por coisas que achamos que podem dar certo, mas é o nosso ponto de vista, que é diferente do ponto de vista do outro; falamos coisas que, para nós é tão simples, mas para o outro pode ser incompreensível, que o magoa; lutamos por ideais que nem sempre são compartilhados - e, então, chegamos à pergunta derradeira: o que levamos de todos os acordos e desacordos?

E a pergunta derradeira - que cabe a cada um responder, pode levar-nos a infinitas possibilidades de respostas - mas que as nossas reflexões nos ajude a darmos os primeiros passos neste próximo ano de forma diferente: da melhor forma harmônica possível. FELIZ ANO NOVO! FELIZ 2017 DE GRANDES REALIZAÇÕES!   

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 31/12/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

ENTÃO É NATAL (24/12/2016)

Então, amanhã é Natal... 'Então é Natal', a composição e interpretação de Simone, passa a ser o ponto de partida para os comentários deste texto. É uma canção que, creio eu, conhecida da maioria e que leva-nos a uma reflexão excelente, mas que deveríamos fazer todos os dias - não apenas em épocas oportunas, de calendário.

E, se não as recorda, caro leitor, ai está: 'Então é Natal e o que você fez? / O ano termina, e nasce outra vez / Então é Natal, a festa Cristã / Do velho e do novo, do amor como um todo / Então bom Natal, e um Ano Novo também / Que seja feliz quem souber o que é o bem // E então é Natal, pro enfermo e pro são / Pro rico e pro pobre, num só coração / Então bom Natal, pro branco e pro negro / Amarelo e vermelho, pra paz afinal / Então bom Natal, e um Ano Novo também / Que seja feliz quem, souber o que é o bem // Então é Natal, o que a gente fez? / O ano termina, e começa outra vez / E então é Natal, a festa Cristã... (...)'.

Agora que recordou a canção lançada em 1995 e que faz parte do álbum '25 de Dezembro', que vale escutar esta canção muitas e muitas vezes; vale deixar registrado, para quem não conhece, que a cantora Simone Bittencourt de Oliveira, conhecida com o nome artístico de Simone - nasceu aos sete minutos do dia 25/12/1949.

Que tal passar a uma reflexão?

Antes, vale lembrar que, por forças de poder religioso e de comércio, a data Natalina foi instituída como uma festa cristã - nascimento de Cristo, mas que não temos certeza da data - apenas colocações sobre o assunto. Mas temos que ter todos os dias o significado do Natal dentro de nós: espírito de renovação.

Então, amanhã é Natal - e o que fizemos? Não somos de todo perfeito, nem de todo imperfeito, mas qual o resultado que trazemos conosco? E, daqui a uma semana, o ano termina e começa outra vez - será a hora de pararmos e refletirmos as nossas ações? (É o que se pede - mas deveríamos fazer todos os dias...) E para ser uma Festa Cristã há a necessidade de se ter consciência do que se faz: dos respeitos para com tudo e com todos.

É uma festa do Amor - que doce palavra! E o amor, quando alcançado (não apenas cogitado nos lábios, mas aquele toque sentido no coração), passa a ser sublime. O amor como um todo! O amor como um bem - e assim seremos felizes. Felizes no ato de caminhar, no ato de compartilhar - no ato de ser um ser pleno de realizações.

E lembrar que, estando são, há os enfermos e devem ser visitados, lembrados, feitos orações por eles; e lembrar que, sendo rico, há os pobres, os que necessitam de olhar diferenciado. De um olhar de ajuda - e do olhar passar a ajudar. E, independente da cor, da raça, da religião, que busque-se a paz - a paz que tanto se prega e pouco /e poucos a praticam.

Então é Natal - é a hora, para grande parte da população deste planeta, comemorar a união entre familiares, dos encontros, de levantar as lembranças... É a hora de colocar os votos de renovação em busca de mais um ano de paz, de praticar mais o amor - e que todos saibam e pratiquem mais o que é o bem. Assim, mas um ano terminando e os votos de Feliz Natal deste que vos escreve é enviado por estas linhas e cada lar receba-os e sejam felizes. Feliz Natal.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 24/12/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

DOAR FAZ PARTE (17/12/2016)

Há muitos meios para se falar de doação, e melhor ainda para se fazer a doação - e todos que recebem as doações, seja em qual a área for, agradecem, e muito. Alguns a praticam de forma intencional, outros não. Mas que seja praticado.

Nas Sagradas Letras, a Bíblia, há determinada passagem que diz: a sua mão esquerda não precisa saber o que a sua mão direita faz, ou está dando - logo, entende-se que, quanto mais silêncio, melhor; quanto menos saber, melhor.

Mas, é sabido, que alguns doam e, no minuto seguinte, a comunidade inteira já está sabendo. Agora, se a recompensa, segundo as Sagradas Letras, está em fazer e não em falar, quando se sai proclamando aos quatro ventos, não há necessidade de receber o galardão celestial prometido, como está escrito no livro acima citado.

Hoje, a caridade está bem mais aberta. E os órgãos governamentais estão procurando mostrar, através das suas secretarias de Ação Social, a distribuição dos seus recolhimentos - aliás, a distribuição parcial de nossos dinheiros aos menos favorecidos.

É sabido, também, que muitas instituições religiosas efetuam doações, ou seja, a partir de doações de seus fieis distribuem aos que necessitam as doações recebidas - e muitas vezes pedidos de forma quase aos planto. Que o diga quem muitas vezes já assistiu comovente cena.

Mas há outros meios de doações, tais como doar sangue, órgãos de ente queridos, e mesmo ser um voluntário atendendo em algum seguimento da sociedade. Quando se trata destas doações, são quase inquestionáveis as ações.

Tratando agora destas questões, ser um voluntário é questão, às vezes, de exercício de cidadania - pelo menos pelo ponto de vista de quem o exerce de forma íntegra - agora, fazendo uma pausa: ser solidário aos que precisam é de excelente resultado, mas ser voluntário onde poucos ganham e os outros são chamados de voluntário - é o crime (eu penso assim e exemplifico com o que aconteceu na Copa do Mundo).

A doação de órgãos dos entes queridos, quando autorizados, é outra visão de profunda solidariedade e de continuação da vida. Assim como o ato de doar sangue - imagine quantas vidas podem ser salvas a partir de um ato de amor, de um ato de doar vida.

E as doações seguem por todas as partes - e sempre seres precisando de doações. E sempre surgindo seres para fazer as doações. Mesmo que alguns de forma intencional, pois a fazem no aguardo de grandes recompensas e pendem para a arte da política, não é mesmo, prezado cidadão?

Seja qual for a doação, desde que feita de bom coração, com boa intenção - sem segundas intenções, é válido. Leva a um Ser Maior - e independente do nome que cada um dá. E, posteriormente, poderá alcançar a recompensa que todo ser humano deseja. Finalizando, vale lembrar que os Hemocentros estão sempre de portas abertas aguardando doações - faça a sua parte. Doe sangue! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 17/12/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.          

FERREIRA GULLAR EM REGISTRO (10/12/2013)

No último dia 04 de dezembro a Literatura Brasileira perde um grande nome: Ferreira Gullar - pseudônimo de José Ribamar Ferreira. Escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo.

Ferreira Gullar, considerado um dos maiores poetas do século XX, nasceu a 10 de setembro de 1930, em São Luís (Maranhão) e morreu na cidade do Rio de Janeiro (RJ) em decorrência de vários problemas respiratórios que culminaram em pneumonia. A seu pedido, seu velório aconteceu na Biblioteca Nacional e depois na Academia Brasileira de Letras. O enterro aconteceu no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

Deixou-nos um legado de grande importância, que vem de encontro com a história do nosso país, abrangendo - entre outras áreas, a Política e as Letras. Nestas duas áreas passaríamos dias escrevendo sobre - mas apenas alguns comentários. Militou no Partido Comunista do Brasil e exilado pela Ditadura Militar, viveu na União Soviética (onde deixou o comentário que 'bacharelou em subversão' em Moscou), Argentina e Chile. Ao longo do tempo desistiu do socialismo e, em 2014, declarou: "(...) toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável".

No campo literário deixou-nos uma vasta obra, destacando-se Poema Sujo - produzido no exílio (Argentina). Este poema (extenso, de quase 100 páginas), que marca o apogeu de sua carreira literária, foi inicialmente lido pelo autor na casa de Augusto Boal, em Buenos Aires, no ano de 1975, e a pedido de Vinícius de Morais, Gullar recitou e foi gravado e, a partir daí, promoveu-se uma série de recitais. Com o autor ainda no exílio, a obra saiu em livro no ano de 1976, publicado pelo editor Ênnio Silveira (e reeditado em agosto de 2016 pela Editora Companhia das Letras - com textos de apresentação do próprio Gullar e do poeta Antônio Cícero). Poema Sujo inspirou a vídeo instalação 'Há muitas noites na noite', dirigida por Sílvio Tendler. O poema também inspirou uma série documental também denominada 'Há muitas noites na noite' (sete episódios com 26 minutos cada).

Em sua trajetória literária, acumula prêmios de grande valor. Na revista A Ilha, do qual foi um dos fundadores, e ao lado de outros grandes escritores - como José Sarney, Bandeira Tribuzi, Luci Teixeira, José Bento - introduziu o pós-modernismo no Maranhão, Depois, morando no Rio de Janeiro, fez parte do movimento da poesia concreta, depois do movimento neoconcretista, e posteriormente passando a produzir uma poesia engajada. Em 1914 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras - tornando-se imortal e ocupando a cadeira de número 37, que tem como patrono o inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga - sendo eleito com 36 votos dos 37 possíveis (uma abstenção). Consta de sua obra: os prêmios Molière e o Saci (teatro), com destaque para Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come (considerado obra prima do teatro brasileiro); Prêmio Jabuti (com o livro Resmungos, crônicas, 2007, e com o livro de poesia Em alguma parte alguma, 2011); agraciado com o Prêmio Camões (2010); entre outros.

E vale terminar aqui com duas citações (que trato aqui de um registro da morte do autor, e não da análise da obra): 'Uma parte de mim é permanente; outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem' - trecho do poema Traduzir-se; e a segunda citação é: 'A arte existe porque a vida não basta'. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 10/12/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

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