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MÊS JAN 2013 - DIAS 05 - 12 - 19 - 26 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

COMO A VIDA É (26/01/2013)

Em se pensando na vida, e na vida como ela é, tenho muito interesse em saber como é o outro lado da vida, ou melhor: como será estar do outro lado da vida, a vida após a morte. Creio que a curiosidade não é apenas minha, a curiosidade, neste caso, pertence a todos.

Tentam fazer do assunto citado até comédia - e fazem. E comentando sobre este assunto, na TV, nesta última quinta-feira, aconteceu a estréia de mais um seriado que mexe com este assunto. Mas, por outro lado, nem tanto se faz rir quando o assunto se faz próximo. Para o outro, vindo do outro, é comédia. Mas tratando de alguém próximo, é realidade dolorosa.

Partindo deste ponto de vista, a vida é como ela é - e não há escolhas, às vezes. Ontem, por exemplo, gostaria de estar longe, bem longe, bem longe mesmo das atrocidades vividas, lidas e ouvidas a partir dos meios de comunicação - mas não tinha como estar: não estava eu em uma ilha deserta ou paradisíaca, Estava, sim, num país rico, maravilhoso e de natureza abençoada por Deus em todos os aspectos, mas que muitos preferem comunicar apenas as tragédias.

Noticiar tragédias: vende mais porque é fresquinha, ou é fresquinha porque vende mais? Sem exageros, mas o produto que era anunciado desta maneira fazia-se por onde. E a vida anunciada apenas por tragédias se faz por onde? Mas é assim que se vende a imagem da vida como ela é aqui em nosso país.

Por que não vender a imagem de que a vida aqui, como ela é, realmente vale a tranqüilidade que temos? É sabido que temos atrocidades, mas se faz necessário vendê-las com tanto ímpeto? Creio que não. É possível, por exemplo, no final da tarde sentar à sombra de uma árvore e ler um bom livro; jogar conversa fora com os amigos e com os de casa - que raramente acontece; ir à piscina, ao clube e relaxar - e há lugares que nem a água, direito sagrado de sobrevivência, se tem; ir ao cinema, ao teatro, à praça; são tantas coisas que não se mostram nas telinhas. Imagino que essas imagens maravilhosas - que raramente aparecem - devem ter pouca funcionalidade; devem dar pouco retorno financeiro.

Por outro lado, se gasta tanto tempo - e até disputam entre si as empresas de comunicação - o espaço para noticiar coisas ruins. Até mudo de canal nas poucas vezes que ligo a tevê. Por que não ter um bom programa de incentivo à leitura - não a leitura simplesmente, mas a leitura necessária, a leitura de mundo? Depois não adianta reclamar de educação de baixa qualidade.

Aliás, e desde que me conheço como gente, há pouco espaço para coisas boas nas telinhas. Exceto um canal: a TV Cultura - falando de canais abertos. Falar de canal pago é fácil: pague e tenha o mundo aos seus pés, ou melhor, aos seus olhos - pelo menos satisfaz a visão, que tende a expandir pelo corpo todo, levando - possivelmente - ao regozijo, mesmo que momentâneo.

Estamos aqui e sabemos que um dia, mais cedo ou mais tarde, não vamos estar mais - já é uma grande preocupação. E a preocupação se agrava mais ainda porque não temos a certeza para onde vamos. Temos apenas a certeza de que um dia vamos partir.

E assim ficamos pensando na vida como ela é. Pensamos tanto que, às vezes, ela passa tão rápida que não saboreamos o doce estar aqui - sem ligar para o antes e para o depois - sem ligar para o resultado final. Logo, o importante é o agora. É o estar bem agora - é o viver bem vivido cada momento que possa dizer do hoje - e, se possível, deixar algo interessante para as próximas gerações. Mais cedo, ou mais tarde: todos vamos!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 26/01/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

MULHERES, MULHERES, MULHERES... (19/01/2013)

Em novembro do ano passado a Academia Araçatubense de Letras completou vinte anos e foi lançado, na ocasião, a Revista Plural de número catorze com participação dos acadêmicos, dos membros do Grupo Experimental e de convidados. Esta semana, a folheá-la com mais atenção, li novamente o texto 'Perfis de mulher', da acadêmica professora Cidinha Baracat, e comecei a pensar carinhosamente sobre o assunto.

Antes, uma breve explicação: escrever sobre a mulher é um caminho muito interessante - pelo menos para este que vos escreve. São dóceis, amargas, alegres, tristes, quietas, inquietas - e poderia colocar muitos outros adjetivos, mas o interessante é que são mulheres e cada uma com a sua personalidade formada ao longo de cada existência. E, continuando a explicação, o texto citado acima é tão interessante que faz uma viagem pela literatura, pelos personagens femininos da literatura brasileira. Vale lê-lo e com gosto de quero mais - pelo menos para o leitor mais interessado na produção brasileira.

Lendo-o comecei a me intrigar com tais personagens. Eu os conhecia de longa data, mas o que mais me chamou a atenção foi a maneira como foram colocados pela acadêmica. Questionei-me, olhei ao meu redor, procurei-as e as encontrei - talvez um pedacinho em cada mulher e passei a fazer uma pequena montagem. Pode até parecer estranho, mas ao longo de minha existência trabalho com adolescentes e em cada uma posso ver partes do que nossos escritores retrataram em suas obras. É sabido que a literatura, como qualquer texto de menor valor literário, apóia-se na realidade que os cercam.

Voltando ao texto - tudo por causa do amor! Esta pequena palavra, de significado não muito entendido ainda, é o causador de tudo. Tanto para o bem, como para o mal. Tanto para a alegria, como para a tristeza e assim vai fazendo seu andar. E a acadêmica aponta Lindoia, personagem do poema épico O Uraguaia, de Santa Rita Durão, que se deixa envenenar para não se entregar a quem não amava. Também do mesmo autor, é apontada a personagem Moema, do poema épico Caramuru, que nada até a exaustão atrás de amor e morre afogada no mar - romântico!

A acadêmica ainda cita: Marília - de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga; Carolina - de A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo; Isaura - de A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães; Inocência - de Inocência, de Visconde de Taunay. Aurélia - de Senhora, Lucíola - de Lucíola, Ceci - de O Guarani e Iracema, a virgem dos lábios de mel - de Iracema, personagens de José de Alencar; Capitu - de Dom Casmurro, de Machado de Assis; Rita Baiana - de O Cortiço, de Aluísio de Azevedo; dona Flor - de Dona Flor e seus dois maridos, Tieta - de Tieta do agreste, Gabriela - de Grabriela, cravo e canela, personagens de Jorge Amado; Macabéa - de A hora da estrela, de Clarice Lispector; Sinhá Vitória - de Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Maria Moura - de Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz; Ana Terra - da trilogia O tempo e o Vento, de Érico Veríssimo.

Quanto romantismo! Romantismo, mas recheado de ironias que a vida nos prega - e corremos sempre atrás do tal amor, e não queremos saber se estamos certos ou não, queremos apenas viver. Viver intensamente. Viver, viver, viver. E nesse viver descobrimos nas mulheres que nos cercam durante a nossa vida, desde o nosso nascer até o nosso morrer, o carinho, o amor, a vida! Essa vida que elas nos proporcionam leva-nos ao passo seguinte: a vitória do amor sobre as possíveis frustrações que constantemente nos rodeiam. Mais uma vez, mulheres, vocês são vitoriosas! E, aos estudantes, conheçam-nas, pois vale muito a leitura de cada obra!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 19/01/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

BUSCAS CONSTANTES (12/01/2013)

Mais uma semana de labor, mais um dia de luta, mais um dia de sobrevivência e, consequentemente, mais um dia de glória e paz - possivelmente para aqueles que acreditam que as mãos poderosas de seu Senhor os carregaram até aqui. E, assim, continuarão por mais longas semanas, longos dias. Vale lembrar que o sofrimento, às vezes, leva ao mais alto lugar.

Entre as buscas constantes que ando a fazer, nesta última semana estive a vasculhar os sites da rede mundial de computadores em busca de bons preços para a publicação de livros - e olha que não é nada fácil! Trabalhar com cultura neste país é, por assim dizer, loucura. Loucura, mas ao mesmo tempo gratificante quando se vê olhinhos a brilhar com a leitura que anda a fazer pelas páginas maravilhosas de um livro.

Fico a pensar aqui que se o cidadão de bem - pois o cidadão que não é de bem não está preocupado com o que chamamos de cultura - depender exclusivamente de cultura para sobreviver, passará maus bocados, maus momentos em sua vida. Aliás, o papel está caro! Ou, talvez, não é o mais caro. Creio que a prestação de serviço que faz o papel transformar em cultura, por exemplo, o livro - está caro!

Um escritor quer ver os seus textos publicados - e não apenas num blog, num site, num jornal. Quer vê-los materializados, quer vê-los feito livro - e passando de mãos em mãos. E, pensando nessa questão, saí em busca de possíveis resultados e as pesquisas não indicam bons ventos - pelo menos por hora a este que vos escreve. Juntos a amigos saímos esta semana, até saímos para outras cidades: resultados não tão satisfatórios.

São estas buscas constantes que leva o ser humano a superar os empecilhos que a vida proporciona, fazendo deles degraus para alcançar os mais altos patamares - para alcançar o lugar almejado. São dificuldades que, em algum momento, lembraremos delas apenas como nuvens passageiras, que já não são mais.

Mas o fato aqui citado - publicar um livro - é apenas uma das buscas constantes que atrevi até agora a citar - quase num desabafo, mas há muitas buscas constantes. Entre elas posso citar duas interessantes: a busca da tal felicidade - que dizem brilhar no céu, e a plena realização pessoal. Se eu não estiver errado, ambas andam lado a lado. Uma, possivelmente, completa a outra. Uma, sem a outra, passa a não existir.

Estou a perguntar-me: em qual céu brilha a tal felicidade? Creio que a tal felicidade deve brilhar em outro céu que ainda não conheço plenamente - mas o procuro constantemente. Outro dia li em algum lugar que a tal felicidade brilha a partir do eu-interior de cada um, logo, depende exclusivamente de cada um. Em parte concordei - a outra parte ficará a critério de cada um.

Acrescento e estou a favor desta parábola: a felicidade está nas pequenas coisas da vida; está no aproveitar o máximo do mínimo que se tem; está - não no outro - mas em compreender a si mesmo - o outro é uma parte a completar; está no encontrar-se. E é isso que o ser humano busca.

A outra busca constante que o ser humano faz é a plena realização pessoal - alcançar o lugar mais alto na e da vida. Gostaria de afirmar com muita convicção - mas ainda temo por esta afirmativa - que o ser humano, tal como é, jamais se sentirá plenamente satisfeito com a vida que leva - quer sempre mais. Por isso chegou até aqui. E continuará buscando sempre mais e mais. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 12/01/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

AS PROVIDÊNCIAS DE UM ANO NOVO (05/01/2013)

Estamos no primeiro sábado do ano. No calendário chinês: ano da serpente. E, por sinal, bem vivos e estamos aqui a fazer planos para os próximos dias, para os próximos meses - planos em todos os campos que se estende a vida neste maravilhoso planeta azul.

Desde o mais simples - mesmo que diga que não é ganancioso, até o mais ganancioso, todos temos planos. Planos de melhorias em nossa vida. Melhoria no plano carnal e no espiritual também, pois sem a fé é impossível remover os entraves do caminho.

Alguns estão próximos de realizar-se profissionalmente - talvez subir de cargo; outros estão esperando uma vaga de emprego há muito tempo prometida; outros querem terminar os estudos, graduar-se; outros querem viajar - talvez para lugares nunca dantes navegados - como disse o poeta; outros querem curar-se - tanto fisicamente como espiritualmente; outros querem construir ou terminar suas casas - todos querem o seu cantinho.

Outros querem apenas quem os ouçam! Que não os subestimem, não os julguem, não os analisem - mas que apenas os ouçam. E, encontrar pessoas a este nível hoje em dia não é nada fácil - pelo menos é o que me parece, segundo as minhas análises.

Porém, outros querem coisas mais simples, como um espaço para plantar uma árvore; um tempo para visitar um doente, acamado; para ler um bom livro; para semear a boa palavra em terras férteis; para passear ao luar; outros - não sabem o que realmente querem, mas querem algo que faça mudar a sua vida, ou pelo menos parte dela.

Na outra ponta, outros querem apenas escrever. E, antes de falar destes, comento: se nada mudar, teremos este ano, no mínimo, lançamento de três obras de porte médio - através do Fundo Municipal de Cultura, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura. Temos, ainda, os Concursos Literários: o de poesia 'Osmair Zanardi' e o de contos 'Cidade de Araçatuba' - e o que tudo isso significa? Para o mundo literário tem a sua importância - e, para os participantes, principalmente os araçatubenses, mais ainda: pois passa a ser mais um momento de consagração, mais um momento de prazer, mais um momento de ver os pensamentos feitos em letrinhas - as letrinhas que foram colecionadas!

Voltando ao ato da escrita, descobri esta última semana que alguns companheiros querem espalhar boas histórias aos amigos araçatubenses - ou seja, em breve teremos mais livros sendo lançados aos ventos de nossa região: e, pelo jeito, não serão poucos! Tais lançamentos individuais deixam, desde já, o doce gosto de saborear cada história fiada pelas mentes prodigiosas de nossos conterrâneos. Excelente sinal aos herdeiros de tão poderosa terra.

E vale lembrar que em nossa região há empresários - poucos, mas há - preocupados com a cultura e estes estão procurando meios que favoreça a publicação. Estes merecem os parabéns deste colunista e, quem sabe, consiga eu publicar mais um livro!

Agora, sinceramente, o que deveríamos ter é mais incentivo ao ato da publicação - e a começar pelos órgãos governamentais: com mais políticas incentivadoras, menos burocráticas; por outro lado, também deveríamos ter um número maior de empresas preocupadas em fazer com que todo o processo aconteça de forma suave. Quem sabe teremos, pois contaremos com o Vale-Cultura a partir do segundo semestre deste ano. É esperar pra conferir!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 05/01/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

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