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MÊS FEV 2018 - DIAS 03 - 10 - 17 - 24 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

CANTANDO, CANTANDO E CANTANDO (24/03/2018)

De vez em quando quem não sentiu vontade de sair cantando por uma estrada, sem rumo, e nunca mais olhar para trás? E não é somente sair cantando na chuva - como muitos neste momento de leitura pensaram - Singin' in the Rain. E creio que quase todos - ou, pelo menos, uns oitenta por cento da população já teve tal vontade. Ou será que estou pensando demais? Será que sou, ao mesmo tempo entusiasta e pessimista?

Creio que não, pois sei que - como diz o velho e bom ditado: 'de médico e doido, todo mundo tem um pouco' - eu, talvez, possa ter um pouco a mais (é o que boa parte diz...). E eu coloco, ainda, um pouco mais! E fico imaginando se boa parte que já pensou assim resolvesse colocar em prática - seria tanta gente na estrada, não é mesmo? Seria, por assim dizer, um congestionamento, um trombando no outro.

Cantar traz alguns benefícios - e entre eles, quero citar apenas um: alivia a alma (pelo menos para aqueles que pensam na existência da mesma). Religião não se discute - assim como futebol, mulher, etc - mas a alma faz parte do trio: corpo, espírito e alma - pelo menos para aqueles que leem sobre religião, que seguem uma religião cristã. E, se cantar alivia a alma, por que não cantar? - quem canta, o mal espanta!

Cantar - muitos cantam, mas poucos entoam canções que realmente mexem com o íntimo de um ser. Alguns cantam tão maravilhosamente bem que viajamos - no tempo e espaço, sem querer voltar. É a música: a arte de manifestar os nossos diversos afetos mediante o som; melodia, harmonia e ritmo! Cantar, balbuciar - assobiar: este nem todos conseguem tal proeza, ou - quando conseguem, poucos entendem. Assobiar é algo difícil, mas muito prazeroso.

E cantar não faz parte apenas dos homens, da natureza humana - mas da natureza como um todo. Os pássaros entoam o seu cantar - e cada um ao seu modo, ao seu estilo (outros animais imitam, não é mesmo?). As águas também murmuram o seu caminhar, lamuriando lentamente por onde passam. As árvores, em seu balançar de galhos, elevam suave música ao Criador. Afinal, todos cantam porque o Criador deu-lhes vida.

Retomando, se você se recordou do filme Cantando na Chuva - versão brasileira (Singin' in the Rain - versão estadunidense), 1952 - um dos filmes mais celebrados dos cinema norte-americano, sinta-se um cidadão bem inteirado - e relembre-se da canção: "Estou cantando na chuva / Apenas cantando na chuva / Que sensação gloriosa / estou feliz novamente / Estou rindo das nuvens / Tão escuras, lá no alto / O sol está no meu coração / E estou pronto para o amor // Deixe as nuvens carregadas espantarem / Todos de seus lugares / Venha com a chuva / Coloque um sorriso no meu rosto / Vou seguir esse caminho / Com um refrão feliz / Apenas cantando /E cantando na chuva" - e não importam as nuvens carregados, o calor do sol aquece o coração, pronto para o amor.

Recordou? Hoje o filme já tem versões para o teatro, musicais, e com grandes turnês. E vale recordar que cantar é cantar - e seja como for. E nunca esqueça de cantar louvores ao seu Criador, porque Ele vê tal atitude com prazer - pois o Seu trono está rodeado das mais importantes criaturas celestiais que entoam dia e noite louvores a Ele, engrandecendo-O por sua criação. E que toda criatura, tudo que foi formado por Ele o louva dia e de noite, porque somente a Ele a glória, a honra e a majestade. Somente Ele é digno de adoração! Então, vamos cantar: "Por Ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome." - Sagradas Letras: Hebreus, capítulo 13, versículo 15 - Amém! Louvemos.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 24/03/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

ENCONTROS DESENCONTRADOS (17/03/2018)

Se você parar para imaginar quantos desencontros há na vida, com toda certeza você ficaria meio que chocado - ou totalmente chocado! Alguns desencontros trouxeram alívio, outros nem tanto - outros: tragédias, mas a vida é assim mesmo. E para cada um está traçado de um modo que não pode ser refeito (por assim dizer: obra do senhor Destino).

O senhor Destino, talvez, assim o quis. E o que cabe ao Homem fazer? Absolutamente nada! Absolutamente nada! O Homem trabalha, faz a sua parte (a grande maioria), mas nem sempre consegue alcançar os seus objetivos. Parece um tanto complexo, mas é assim mesmo! Talvez até difícil de ser entendido (ou não - para poucos).

A vida continua, e continuando segue o seu curso. E o ser humano não consegue achar saída viáveis na maioria das vezes para os seus problemas. Enquanto alguns tentam a paz, por exemplo, muitos estão a fazer a guerra. Enquanto alguns semeiam o ecossistema, muitos ameaçam com bombas e mísseis potentíssimos. Enquanto alguns buscam a cura de várias doenças, muitos investem em vírus que, se propagados, gerarão doenças e males incuráveis. É o Homem contra o próprio Homem!

Em determinado momento os olhares se cruzaram - e se fez presente algo a mais que o normal, que o natural. Fez-se presente um tal senhor Cupido. E este, quando aparece, tenha a santa paciência! - no linguajar do dia a dia, que ninguém aguenta com ele. E os olhares continuaram se cruzando nos encontros e desencontros da vida. Olhar vidrado - totalmente parado naquele momento (que jamais se esquecerão por quantas eternidades passarem - se assim acreditarem).

E a vida os carregou por um longo período - lado a lado! Sol após sol, lua após lua. Tendo, ou não, ventos e trovoadas, ou bonança - por assim dizer. E, lado a lado, construíram construções sólidas (e não apenas quatro paredes com telhas batidas, ou uma casinha de sapê). Construíram um edifício, talvez - é difícil, mas provável, pois o tempo se encarregou de auxiliá-los. A vida é assim mesmo: a alguns dá um empurrãozinho, a outros, nada!

Se os que a vida 'dá um empurrãozinho' souberem usar, com toda certeza alcançarão excelentes moradas, excelentes lugares - talvez os lugares mais altos. Agora, aos que 'nada' receberam - Ah! Difícil situação se não souberem usar os próprios esforços! Labutarão em plena luz do astro sol, em plena luz fosca da lua, e pouco conseguirão (ou quase nada). É uma vida de não se entender o que acontece a cada um - e não vou imitar o poeta e dizer que 'é uma vida severina'. Simplesmente é uma vida a borbulhar...

E, querendo eles ou não, por certa feita a vida os desfez de seus olhares. Nem tudo dura eternamente - ou nem tudo passará para a eternidade. Talvez, até se encontrarão na eternidade, mas com olhar totalmente diferenciado: uma sutil olhadela - nada mais! A que propósito a vida os fez encontrar aqui neste plano? É uma pergunta que não cala, mas que não adianta muitas indagações. Nem muito rabiscar de palavras, pois todas estarão soltas ao bel prazer de quem as interpretar. E a interpretação depende muito de quem a faz.

Tratando-se de encontros e desencontros, o senhor Destino, associado ao mestre Cupido, fazem arrasos nos corações humanos - por assim dizer. E pergunto: quem os impedirá de assim fazer? Quem? Eu? Você? Nós? Não... Ninguém - apenas o Senhor dos senhores - aquele que os criou. Mas a vida é assim mesmo: um jogo! Um jogo de ir e vir, de duas mãos, e sem medidas proporcionais - totalmente desproporcionais!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 17/03/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

ELAS ESTÃO EM TODA PARTE (10/03/2018)

Se olharmos os noticiários - principalmente destes últimos dias - vamos notar a presença maior da mulher, e tudo levar a crer pela data comemorativa: Dia Internacional da Mulher, no último dia 08 do corrente mês. Mas, nem tanto. Se levarmos em conta a História, notaremos que, dia após dia, a mulher vem ganhando espaço na sociedade. E que assim seja cada dia mais.

Mas sabemos que nem sempre foi assim, a começar pelas narrações das quais temos notícias. Se olharmos profundamente a História da Humanidade, independente dos povos, poucas foram as mulheres que se destacaram, por um motivo ou outro. Inclusive, se olharmos para dentro das Escrituras Sagradas, notaremos também que foram poucas as mulheres citadas (quando digo poucas, refiro-me sempre se comparado ao homem).

Na História da Humanidade, por assim dizer, poucas mulheres conheceram o reconhecimento pelos seus feitos. Temos, por exemplo e distante no tempo - segundo o Guia do Estudante, março de 2018 (traz apenas seis citações): Hipácia (matemática, astrônoma e uma das mais importantes pensadoras da Antiguidade), Joana d'Arc (uma garota pobre e analfabeta que tinha 17 anos quando decidiu salvar a França dos ingleses), Maria Quitéria de Jesus (primeira militar brasileira, heroína da Guerra da Independência), Ada Lovelace (inglesa, considerada a primeira programadora do mundo, muito antes da nossa ideia atual de computador pessoal existir - filha de Lorde Byron), Marie Curie (polonesa, física e química, cientista genial - foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em áreas diferentes), Valentina Tereshkova (russa, foi a primeira mulher a viajar para o espaço, em 16 de junho de 1963). Poucas, não? - claro que há outras mulheres que poderiam ser citadas...

Na pesquisa bíblica, vale citar que das mulheres citadas nas Sagradas Letras, há um belíssimo louvor intitulado Mulheres Avivadas, cantado por Célia Sakamoto, que diz: "(...) Mulheres extraordinárias / Para a obra do Senhor // Eva, mãe de todos os viventes / Sara, mãe de todas as nações / Rebeca, a noiva perfeita / Raquel, a noiva tanta esperada / São mulheres importantes / São mulheres escolhidas / E através desta canção / Vou falar das mulheres avivadas // Débora, a profetiza, valente / Juíza usada por Deus / Jael, mulher corajosa / Matou o inimigo e o povo venceu / Abigail é símbolo de mulher / Que espera a justiça de Deus / Tem também a sulamita / Que sustentou o profeta Elizeu // Sei que aqui tem mulheres / Escolhidas e avivadas / São mulheres importantes / Que fazem a diferença / Minha mãe sempre dizia / Não posso ficar parada / Porque a mulher cheia do Espírito / E mulher sempre avivada." - perfeito!

Assim, muitas palestras, atos de protestos, orações e jejuns foram apregoados neste último dia 08 de março, e todos os atos com fins de lembrar à sociedade que a mulher está ali presente, que nunca desistiu, e nunca desistirá - e independente do que acontecer. A mulher tornou-se, pouco a pouco, é verdade, dominadora de um vasto cenário - do cenário global, por assim dizer (que atinge a tudo, e a todos).

E durante o Dia Internacional da Mulher pude assistir a três apresentações diferentes, mas com o mesmo intuito: a primeira e a segunda na escola, mas com públicos diferentes (idades diferentes - o que resulta em elaborações diferenciadas de apresentações); e a terceira, à noite, na Igreja: onde assisti parte do processo do lado de fora (cheia), e parte do lado de dentro (quando consegui um lugarzinho): mas notei que a busca era o incentivo à mulher para não deixar de buscar os seus ideais - não perder o foco no que deseja, pois a vitória é grande quando se alcança o ponto almejado. A todas as mulheres os mais sinceros votos de felicidades, de realizações - não apenas pelo dia, mas em todos os dias!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 10/03/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

HISTÓRIAS SEM NEXO (03/03/2018)

Às vezes você, caro leitor, lê coisas sem nexos (que nem ouso dizer que são textos); ideias soltas, sem ligações, e pode imaginar como isso pode acontecer - eu também fico pensando sobre. E não me pergunte a que conclusão cheguei - apenas levantei hipóteses (o que pode ser útil, ou não, a você como leitor - a nós como leitores).

Hipóteses estas que, pessoalmente, aponto duas (e não consultei nenhum especialista no assunto produção textual) - apenas hipóteses, sugestões. A primeira: uma escrita de forma proposital, ou seja, fizeram porque quiseram fazer assim. A segunda: sem propósito, e saiu o que saiu - nada (mas para quem escreveu foi uma vitória, tendo em vista que escrever não é nada fácil).

Assim, com o levantamento dessas hipóteses citadas anteriormente, comecei a pensar. E dois tuins vieram-me à mente (imagem que observei há pouco tempo num livro - tuim é o nome comum dado a pequenas aves psitaciformes do gênero Forpus, de pequeno porte, coloração verde, e cauda curta, semelhantes aos periquitos, porém mais robustos): noventa e cinco por cento de suas penas eram verdes, os outros cinco por cento de suas penas eram azuis - as pontas de suas asas. Um casal perfeito - show da perfeição de Deus. Livres na natureza; livres para voar...

E o Homem continua poluindo o Meio Ambiente. Mas, sobre o telhado: 'Em cima do meu telhado, / Um anjo, todo molhado, / Soluça no seu flautim' - Mário Quintana. Sobre o telhado fez-se o aviso. E o Homem continua a sua devastação; e eu continuo a pensar o porquê de gostarmos de acabar com o nosso próprio habitat. E, tem mais, fala-se tanto em gostar dos animais, em gostar da natureza, e nem por isso respeita-se onde vive - Homem: que animal!

Cansei. Tirei o paletó preto e coloquei-o num galho de árvore quase sem folhas. O som dos pássaros, por perto, chamou a minha atenção. Borboletas de todos os tamanhos, de todas as cores, por todos os lados. A brisa, ali, era diferente da poeira da estrada - o que o senhor Destino pregava-me naquele dia! Sem querer perder a pose, a gravata esvoaçava, retirei-a num ímpeto, e a depositei sobre a velha maleta preta de caixeiro-viajante que havia deixado ao pé da árvore.

Do outro lado, não sei em que lugar - mas sei que não tão distante, longe da poeira, um povo clama por socorro. Excesso de água - tudo transbordando! É a natureza em fúria. É a vida fazendo cobrança à própria vida. E nada de achar exageros nestas palavras, pois assim está: de um lado deserto, do outro lado abundância de água (transtorno). Mas - creio eu, que nem sempre foi assim: talvez melhor, talvez pior... E até com água em abundância o mundo se desfez! Da próxima vez: fogo! - e eu creio! (O Homem, às vezes, não se faz por merecedor. Ah! Raça humana!)

Sentada ali naquele banco. Olhar perdido, talvez. Ela permanecia há horas. Eu, do outro lado, não tão distante, observava-a. Lia um parágrafo e levantava os olhos - ela permanecia do mesmo jeito. Lia uma página e levantava os olhos - ela permanecia do mesmo jeito. Já estava ficando inquieto. Eu já havia me movido centímetros do lugar de origem várias vezes - e ela permanecia inabalável. Não me contive: levantei-me e espreguicei alto, de maneira extravagante. Ela apenas olhou para trás, de forma suave, e sorriu. Suspirei aliviado.

Nexo? Substantivo masculino. O que é escrever com nexo? Ah, caro leitor, um dia ainda quero escrever com nexo, pois 'um galo sozinho não tece a manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos galos se cruzem os fios de sol...' - por João Cabral de Melo Neto - e assim um texto sairá puxando outro, e outros...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 03/03/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

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