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MÊS NOV 2013 - DIAS 02 - 09 - 23 - 30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

A ALEGRIA ESTÁ AUMENTANDO (30/11/2013)

Aumentando - creio que não é está palavra exatamente, mas partirei dela. Tudo na vida tem um início, na hora de escrever também. Algo tem que se ter em mente para principiar o ato da escrita e hoje pensei em alegria.

A alegria esta no ar! Creio que muitos já ouviram estes dizeres. As férias de final de ano, as festas natalinas, a virada do ano, tudo colabora para imaginar um ano novo cheio de realizações. Um ano novo que, pelo menos a grande maioria pensa assim, promete.

E as promessas são tantas, a começar por quem está pensando - por quem está escrevendo. Eu imagino um ano que alcançarei grandes realizações, ou - realizações maiores e melhores que ano em que estou. De modo geral, todos pensam assim - menos aquele que está de cabeça para baixo e sem uma mão amiga para auxiliar.

Pensando em mão amiga - que tal olhar ao lado e sentir a necessidade, melhor, o desejo de ajudar um amigo, ou uma amiga? É uma realização pessoal, mas que aumentará o galardão na eternidade. Crendo ou não, temos que dar contas do que fazemos aqui - e fazer o bem é uma soma que pesará menos no dia do juízo final.

Eu, particularmente, há mais de vinte anos tenho as férias no mesmo período - as férias escolares. Ossos do ofício - mas ao mesmo tempo sinto a necessidade de estar conversando. Até costume dizer: ganho a vida falando, e tenho o maior prazer em fazer. Por outro lado, também tenho a necessidade de descansar. De refazer as energias, de esquecer um pouco o burburinho da sala de aula; refrescar os neurônios - o bom seria novos ares, mas nem sempre é possível.

A partir do dia vinte de dezembro já estarei em período de férias. E cinco dias depois acontecem as festas natalinas - se fosse a partir das imaginações férteis que tenho, arrumaria uma mesa farta neste Natal que se aproxima, porém, nem tudo é possível. Mas, de forma modesta, gosto de comemorar o nascimento do menino Jesus todos os dias.

O próximo ano se aproxima - cheio de promessas. Fazemos promessas: de sermos bons filhos, bons pais, boas mães, bons esposos, boas esposas - excelentes namorados, excelentes namoradas, bons companheiros, boas companheiras... E os anos passam e sempre estamos a prometer. Talvez, melhor, está na hora de menos promessas e de mais atitudes. E, não adianta olhar o outro, temos que começar por nós.

Tais atitudes podem interferir no bom andamento do ano. Tais atitudes podem nos levar a sermos melhor perante o Ser Maior, perante o nosso Criador. Tais atitudes podem nos propiciar um galardão muito maior do que esperamos. Realmente está na hora de olharmos em nosso redor e estendermos as nossas mãos ao menos favorecidos. Temos que plantar a paz!

Assim, com o ano cheio de promessas - que devemos pôr em prática - poderemos alcançar maiores feitos perante a sociedade. Não que devemos satisfação a ela, mas que, de certa forma, nos é cobrado - gostemos ou não.

Hoje, o último dia de novembro, temos um mês pela frente para pensarmos nas boas atitudes que faremos no próximo ano. E que tal escrevermos os nossos objetivos? E, para não nos perdermos no caminho, traçarmos metas de como alcançá-las. É uma sugestão a se pensar para os próximos dias. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/11/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.       

CALOR NA TERRA DOS ARAÇÁS (23/11/2013)

Há muitos anos não era assim - o calor era mais suportável aqui na terra dos araçás. O tempo passou e, com o efeito estufa, a questão está de 'situação de saúde pública'. Você que vai acompanhar este texto, no final, há de concordar com a minha prosa.

Muitos colocam até nas redes sociais esta questão: fotografia de um ovo no asfalto, ao lado um litro de óleo, o sol torrando tanto que, o ovo, em segundos acaba quase que ficando preto. E isso sem exagero algum. Outros fazem piadas de situações do quotidiano, que são puras verdades.

Mas o assunto aqui hoje a ser tratado é de questão pública - ou seja, de questão de saúde pública e, para tanto, convido o leitor a uma rápida volta nas memórias do tempo: sua frequência aos bancos escolares. Todos sabem que, por mais aplicados que foram em seus estudos, em algum momento tiveram vontade de descartá-los e, entre os muitos motivos, pode ser citado o calor (que não era tanto!). Agora, retornando aos tempos atuais: imaginou?

Pois bem. Eu trabalho lecionando os três períodos do dia - sou um cidadão um pouco aplicado no que faço. Pela minha aplicação no que faço, conheço vários ambientes escolares - e faço questão de descrevê-los para que o leitor não possa dizer que estou exagerando. No período da manhã trabalho em escolas particulares e elas estão bem equipadas - graças a Deus, pois nesta terra tupiniquim o cérebro meu, à noite, estaria derretido. Neste período matutino o ar condicionado está sempre funcionando - auxilia muito. Já nos períodos tarde e noite trabalho em escolas da rede pública estadual de ensino que, por sinal, deixa a desejar: algumas salas até os pobres ventiladores não funcionam, e quando funcionam fazem mais barulho que vento.

Pensando em tudo isso... Outro dia saiu publicado que determinada diretora de escola foi punida porque estava vendendo rifas (que é ilegal) para realizar a compra e instalação de aparelhos de ar condicionado nas salas de aulas da escola que trabalhava. Punida por realizar atividade para o benefício do aluno - e o mais interessante foi ler a reportagem que trazia a fala da dirigente regional citando que para a instalação destes aparelhos bastava uma solicitação à Diretoria Regional e seria instalado. Pense!

Fiquei pensando: será que não pensam no bem do aluno? Do profissional que lá está? Há tempo descobri que não. É quase garantido que em suas respectivas salas o ar condicionado está instalado - ah! E nem sei para quê, pois não há tanto trânsito em suas salas como há com trinta e cinco adolescentes fervilhando em seus hormônios dentro de uma sala de aula!

Volto a dizer: será que não estão vendo que a terra dos tupiniquins se faz necessário ar condicionado? Será que não estão vendo as necessidades? Será que não são competentes o bastante para enxergar tal necessidade? Ou, como dizem, estão lá apenas cumprindo a parte burocrática - e, diga por sinal, não muito a contento.

Então, partindo do princípio que basta um pedido e as escolas vão ser atendidas - fala da senhora dirigente regional - e temos que aproveitar que ela tem o poder de decisão (e deixou bem claro em sua fala), entendo que está na hora de nós agirmos: enviarmos uma solicitação de instalação imediata dos respectivos aparelhos de ar condicionado em nossas salas de aula, pois se faz necessário.

E, para terminar, adiciono que não é questão de merecimento, mas de necessidade. Mas, pensando bem: merecemos mais que algumas pessoas que ficam sentadas atrás de uma mesa e não sabem o motivo de lá estarem. Concordam comigo? 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/11/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.        

MARCAS DO TEMPO (09/11/2013)

O tempo passa... As marcas ficam. E as marcas podem ser as mais variadas possíveis: desde marcas no corpo até situações vivenciadas. As marcas no corpo sempre lembrarão as causas que a fizeram estar ali; as situações vivenciadas serão lembradas quando se para e faz uma análise reflexiva, ou quando alguém toca no assunto.

Ela (ele) - para quase todos, é um assunto que, quando trazido à tona, causa vertigens. Vivenciar tal assunto novamente é uma questão positiva. Ouvir isto ou aquilo é questão de estar bem de saúde. É questão de não ser surdo. E não importa o que o 'mundo' diz.

Lembrança no tempo: o domingo perdia a sua luz, a lua logo surgiria - talvez não, pois nuvens anunciavam carregadas, não tão distante, densa água a cair. Nas faixas contínuas e descontínuas o automóvel deslizava suavemente. O pensamento sempre quilômetros à frente.

Na praça do jardim nos encontramos; esperava-a ansiosamente. O seu andar mostrava elegância, mesmo não a conhecendo, sabia naquele momento que era ela. Aproximou, beijou-me e, como velhos conhecidos sentados no mesmo banco há anos, colocamo-nos a prosear. Conversas de anos deixadas pela metade no divã, talvez. Fiamos um papo-cabeça, de trocas de ideias. O tempo passava apressadamente.

Na Matriz o sino há muito não soava. Ia longe a celebração. O pipoqueiro mexia o milho na pipoqueira - o suave cheiro entrava pelas narinas... A celebração terminou - uma suave chuva começava a pousar sobre a terra. A multidão saiu e cada qual ao seu lar - saciada com o sermão, com o coração cheio de fé para mais uma semana.

As mãos escorregaram - se encontraram. Os afagos nos cabelos se fizeram presentes. Chegamo-nos mais perto - o abraço foi inevitável; os abraços. O beijo furtado: um, dois, três; os beijos não mais furtados, desejados: um, dois, três... Vários!

Os pingos se intensificavam tornando uma chuva mansa, que perdurou boa parte da madrugada. Refugiamo-nos no automóvel - mais aconchegante. O tempo passava apressadamente e carinhosamente aproximava-nos ainda mais. As ideias continuaram a serem trocadas - mas certamente com menos intensidade, entrecortadas por beijos mais longos.

O tempo transportou-me para o agora. A pele e os cabelos claros - lembram-me Carol. Os olhos claros, os meus pais. A suavidade de em breve poder tocar novamente... Ah! O tempo não espera; os pingos mais constantes. Eu e ela - sua presença me faz bem.

Os dias passam, as horas chegam - o tempo urge: contra ele nada se pode fazer. Não se é possível reverter o tempo - não há tempo perdido. Há tempo não vivido... E hei de vivê-lo em todos os seus momentos. Em todos os momentos que estiverem ao meu alcance.

A hora se esgotava; findava-se o momento - os ponteiros, como em Cinderela, estavam quase a anunciar o novo dia. A despedida... Ternamente um beijo doce e longo... O tempo, ah! Este é o mais terrível dos vilões.

Lorita, simplesmente... Lorita... 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/11/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.         

ELA FAZ A SEPARAÇÃO (02/11/2013)

Ela vem, faz a separação e, mesmo não querendo, temos que conviver com a decisão dela. Aparece do nada, a qualquer hora: um exemplo de trabalhadora das horas más. O poder do medo é constante quando se fala dela, pois chega sem pedir licença. Não pergunta se é rico ou pobre, jovem ou velho, indiferente da cor ou da raça: entra e toma conta.

Ninguém a quer por perto - aliás, ela não se apresenta. Raramente fala, mas alguns com poderes sobrenaturais a sente. E muitos destes quando a sente, batem três vezes na madeira mais próxima, um costume antigo. Segundo alguns historiadores, o ato de bater com os nós dos dedos servia para chamar as divindades e pedir perdão; os celtas também eram adeptos desse costume: seus sacerdotes, os druidas, batiam na madeira para afugentar os maus espíritos - e ela é um mau espírito, acreditando que as árvores consumiam os demônios e os mandavam de volta a terra. Já na Roma Antiga, batia-se na madeira da mesa, peça de mobília também considerada sagrada, para invocar as divindades protetoras do lar e da família - todos querem neste momento a proteção contra a presença dela.

É tão interessante que ela se apresenta em diversos lugares - muitos lugares mesmo, e ao mesmo tempo. Analisando friamente: várias partículas munidas de, simbolicamente, foice que em determinado momento - por um espaço de mil anos - ficará trancafiada com grandes cadeados. Nessa época a humanidade a procurará, mas ela estará guardada a sete chaves. Embora os humanos não a aceitem, mas não há meios de se defenderem, após a sua passagem, a grande maioria recebe flores: tais rituais perduram o tempo! Flores maravilhosas, mas não a contemplam em suas formosuras; perfumes que não podem mais serem sentidos. E estas, colocadas em grandes coroas, serão esquecidas e, posteriormente, levadas para serem queimadas pelo gari do recanto de paz.

No nosso calendário há um dia específico para lembrar o que ela realmente fez aos nossos entes queridos. E, vasculhando a rede encontrei uma boa explicação. No site 'Velhos Amigos' há um texto explicativo da origem do termo, do Mons. Arnaldo Beltrami, vigário episcopal de comunicação, que diz: "Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca. É celebrar essa vida eterna que não vai terminar nunca. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre. Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos. Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de Todos os Santos (O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.)."

Finalizando, é ela que faz todos os humanos serem iguais - dela ninguém escapa, ou como dizem: 'se de novo não foi, de velho não se escapa'. E, apesar de não a querermos por perto, só ela nos dá uma certeza: jamais escaparemos de suas garras! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/11/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

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