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MÊS NOV 2016 - DIAS 12 - 19 - 26  (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

VIDA DIURNA E VIDA NOTURNA (26/11/2016)

As minhas andanças pelas ruas da cidade leva-me a observar a vida alheia, ou melhor, a vida que cerca a sociedade, a vida que nos cerca - e, por conseguinte, a diferença entre a vida diurna e a vida noturna. E, como já citei (e não fui o primeiro a citar): o cronista vive de observar. E das observações que fiz, nasceram-me alguns pontos que passo a ponderar.

Já passei para estas páginas a dura vida das 'meninas', o problema 'de onde fica o amor', entre outros. Hoje relato a diferença entre o dia e a noite - mas do meu ponto de vista (pois todos sabem a diferença entre o dia e a noite). Todos sabem que a maioria das minhas aulas está no período diurno (manhã) e durante o restante do dia estou livre - livre para voar: ah! Como gostaria de ter asas! E nesse estar livre, nesse quase voar, ando pelas ruas da cidade a procura do vil metal perecível, mas necessário.

Nessas andanças notei a diferença, na mesma rua, do dia e da noite. O dia retrata uma rua movimentada, comercial - pessoas e mais pessoas dos mais variados tipos (creio que não deveria ser esta a palavra a ser usada, pois tipificar o ser humano é meio complicado, mas não achei outra palavra cabível para o momento). Cheia de carros a subir e descer; todos seres preocupados na busca corrida do citado vil metal; homens comercializando de tudo um pouco: é a busca pela sobrevivência; é a buscar por permanecer vivo perante uma sociedade quase que totalmente corrompida - creio que posso dizer assim, pois poucos vão discordar do meu pensamento.

À noite o processo é outro, principalmente nos fins de semana - dias de sexta, sábado e domingo. A noite é outra - é sombria, é dos poetas, dos escritores, dos boêmios, dos que buscam viver a vida intensamente, dos transformistas, das 'meninas da noite', e de tantos outros que ficaria aqui a citar - mas vamos parte por parte: é o meu objetivo neste texto - ou pelo menos é o que vou tentar colocar nas linhas a seguir - e de forma limitada.

A começar pelos que tentam ser letrados: poetas e escritores - verdadeiros senhores da noite. Observam, degustam a noite e passam, posteriormente, a escrever as suas observações. Alguns realmente escrevem; outros rabiscam (como eu). E nesses escritos ou rabiscos muitas informações saem, muitas 'poesias' - será? Já os boêmios - estes sim levam a vida 'na flauta'! Os bares ao entardecer (somados ao restante da noite) fervilham! Como é bom este lado da vida! Creio que não é difícil ser escritor, poeta, boêmio. Talvez, não... Certeza é que muitos já deixaram escrito que neste espaço da noite se fizeram belas composições.

Já os transformistas e 'as meninas' disputam espaços na mesma calçada. Os transformistas, por vez, elegantemente trajados (ou apenas em poucas e ousadas roupas - os mais audaciosos - que não são poucos) buscam cada vez mais o seu espaço: e gostam de disputar, como dizem, palmo a palmo o seu espaço. Já 'as meninas' buscam seu espaço, mas são menos audaciosas - perante os transformistas são mais recatadas - se assim posso usar tal palavra. É a luta diária pela sobrevivência. Lembro-me neste exato instante de um trecho do poema "Todas as Vidas", da grande poetisa Cora Coralina (Anna Lins dos Guimarães Peixoto Breta), que diz: 'Vive dentro de mim / a mulher da vida. / Minha irmãzinha... / tão desprezada, / tão murmurada... / Fingindo ser alegre / seu triste fado.' É a vida...

Nessa busca incessante de sobrevivência a rua diurna é completamente diferente da rua noturna - e com o chegar das altas horas - a rua fica assim: cheia de homens e mulheres que buscam algum espaço, ou o seu espaço - e, por conseguinte, a sua própria sobrevivência. Alguns nessa busca procuram o vil metal e outros a desfrutar dessa busca - gastando o vil metal. E eu a observar... Simplesmente a observar! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 26/11/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

FANTASIANDO O MUNDO (19/11/2016)

Gostaria de ter poderes de encantamento - com eles encantaria as pessoas, os lugares. Não trocaria nada de lugar, não seria o Senhor Reformador do mundo - talvez apenas o Senhor Alegria. (E, para quem não conhece a história do Senhor Reformador, só pra ter uma ideia, quis fazer uma troca: jabuticabas por melancia...)

Encantaria as casas - todas: desde a que fica na mais alta montanha até a mais próxima dos lugares baixos. Deixaria todas festivas com seus amplos aposentos, salas prontas para banquetes, com orquestras maravilhosas a embalar os tilintar suave dos talheres na prataria!

Faria as pessoas acreditarem em duendes, anões, fadas, ninfas e deuses que prestigiariam os bailes, pois estes morariam nas florestas ao lado de cada casa - e não digo das selvas fechadas, ou de pedras (como estamos cercados). Teriam estes muitas, mas muitas histórias a contar. Aventuras vividas nos reinos dos encantamentos. No reino, talvez, do faz de conta.

As casas seriam cheias de corredores, labirintos, ladeadas de flores - e, quando não possível, em repletas jardineiras suspensas as flores penderiam. Flores de todos os tipos, para todos os gostos. Prazer enorme ao olhar - ao olhá-las. Como muitos dizem: as flores são os encantamentos coloridos do mundo!

Cada casa traria o aconchego necessário aos seus habitantes - mas com toda pompa que o ser humano merece. Cômodos de todos os tamanhos e cores - a miséria seria extinta da face da Terra, ou voltaria para a Caixinha de Pandora - ai, ai, ai... por que que abriram a tal caixinha!

Ainda, e em tempo, um quintal à parte com árvores frutíferas - de todas as espécies possíveis. Árvores frondosas. Na garagem vagas para todos os sonhos - e sonhos coloridos, cheios de emoção. Sonhos que vão e se vem. Sonhos que sempre estão a chegar.

Não haveria a necessidade de guardas, de sentinelas. Nos portões formosos jovens prontos para tocar os trompetes com canções quase que celestiais indicando, como equilibristas, a separação entre dia e noite - e, o sol se escondendo e a lua se aproximando - e com a chegada desta, potes maravilhosos de fantasia seriam de tempo em tempo derramados.

Na biblioteca, os seres celestiais ensinariam os humanos a manter a alma pura e a construir arquipélagos de poesias e estas sortidas dos mais variados tons, dos mais variados sons - da simplicidade da vida. Da pureza da vida. É na simplicidade que quase tudo acontece...

E assim passo o tempo inventando lugares que gostaria de estar, com luas tridimensionais, sóis coloridos, flocos de neve, flores de todas as cores, frutas dos mais variados sabores - e textos dos mais loucos possíveis...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 19/11/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

FELICIDADE AO ALCANCE DE TODOS (12/11/2016)

A felicidade pode estar ao alcance de todos - é uma afirmativa que sempre ouvimos, mas será que tem procedência? Mas, por onde começar para tê-la sempre ao nosso alcance? E, creio eu, que felicidade é parte do que também chamamos de sucesso. Logo, felicidade é sucesso, e vice-versa - ou estou errado? Vejamos...

Muitos já ouviram dizer, já ouvi também, que a felicidade é coisa passageira; são situações passageiras. E na verdade creio que é. Ou, como sempre digo: não há felicidade plena, há momentos felizes - mas para obtermos estes sucessos (momentos felizes) temos que batalhar muito. E muitos desistem durante a caminhada.

Estes que desistem não correm atrás do que chamamos de sonho. Se temos sonhos, temos que ir atrás - não é o outro (a) que fará por nós, tem que ser nós mesmos. Alguns se espelham no outro e, se o outro não conseguiu (se desistiu ou se não deu certo), acha que também não dará certo para ele - e desisti sem ter tentado. Por isso as falas sábias: quem quer vencer tem que ir atrás, deixar de lado o que comentam - e procurar o seu próprio resultado.

Li, também, que 'O sucesso não é a chave para a felicidade, mas a felicidade é a chave para o sucesso' (Albert Schweitzer). Interessante se pensarmos que temos que ser felizes para alcançarmos o sucesso. Pelo meu ponto de vista, pela minha análise, creio que ao fazermos as coisas de forma alegre, feliz, alcançaremos melhores resultados no que estamos fazendo. Logo, muitos dizem que temos que fazer o que gostamos, independente dos ganhos. Verdade sim, até certo ponto, pois precisamos sobreviver - o que não é nada fácil!

Algumas frases prontas que encontramos em nosso dia a dia diz muito. Para exemplificar, cito estas: 'Ser feliz não é viver apenas momentos de alegria. É ter coragem de enfrentar os momentos de tristeza e sabedoria para transformar os problemas em aprendizado.', 'Corra o risco. Se der certo, felicidade. Se não, sabedoria.' - reflita! Pensou? Assim, leitor, ter coragem de enfrentar a vida e dela tirar proveito, é o melhor que se pode ter - aprendizado, mesmo que este aprendizado nos custe caro.

O escritor Mário Quintana deixou-nos escrito: 'Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.' - por isso que se diz que o segredo é não correr atrás das borboletas, mas cuidar do jardim para que elas venham até nós, pois no final das contas, nós vamos achar - não quem estávamos procurando (ou o que estávamos procurando), mas quem estava procurando por nós. Mas há outros que contradizem o que Mário Quintana escreveu - principalmente nos tempos modernos: dizem que nos tempos de hoje se não corrermos atrás, ficaremos para trás. É de se pensar...

E, fechando estas linhas, nas frases do dia a dia, esta à frente faz a gente ir mais longe: 'Sorrir não mata. Viver não dói. Abraçar não arde. Beijar não fere. Rir não machuca. Ou seja, você não tem motivos para não tentar ser feliz.' - Vamos sorrir muito, pois dizem que ilumina o mundo - que melhor que o sorriso de uma criança? Viver, viver, viver - e de forma intensa! Nada melhor que um abraço - principalmente um abraço amigo! Beijar o beijo da paz (lembrando que o beijo está em todos os lados). Rir... Rir muito da vida, dos erros cometidos e com eles aprender. Tudo, como diz a frase, traz a felicidade para perto de nós, basta sabermos enxerga-la nas mínimas coisas - pois nas grandes já temos consciência. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 12/11/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

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