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MÊS FEV 2016 - DIAS 06 - 13 - 20 - 27 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

AINDA HÁ TEMPO (27/02/2016)

Ainda há tempo! Pouco, mas há.

E a que me refiro quando digo que ainda há tempo? Para tudo - desde o arrependimento (o começar de novo) até o que a mente humana poder imaginar. Basta, é evidente, estar em condições de viver. E, estar vivo, nem sempre significa estar em condições de viver. É preciso fazer o que é correto: muitos imaginam, às vezes, até pregam o que é correto, mas não praticam.

A vida, a sociedade, de certa forma, oferece 'tempo' para todos, desde o arrependimento, como citei acima, até oportunidades que não voltarão mais - basta tão somente agarrá-las quando estas surgirem. Mas nem sempre o ser humano faz isso. Nem sempre aproveita as oportunidades, principalmente quando jovem - imaturo, sem vivência, sem experiência.

Muitos deixam a escola para trás. Muitos deixam os amores para trás. Muitos deixam os pais, o trabalho, entre outros, e seguem caminhos que - na maioria das vezes, não tem volta: as drogas (sobre estes abordarei no final).

Os que deixam a escola, anos depois, retornam. Mas, mesmo com toda a democracia que há, ainda são vistos com olhares diferentes, com olhares de que não aproveitaram corretamente quando tiveram na idade correta (exceto àqueles que não tiveram realmente oportunidade de estudar - e estes retornam com consciência e uma vontade enorme de aprender, de apreender). Merecem palmas!

Alguns deixaram seus amores, amores reais e verdadeiros, por motivos banais; ou, ainda, por não conseguirem forças em si para lutarem pelo que imaginavam querer - principalmente pelas 'palavras alheias'. Esqueceram que podiam ir mais longe do que sonhavam - faltava experiência, vivência, convivência. Ou, ainda: não tiveram incentivos.

Outros deixaram os pais do lado. Buscaram caminhos diferentes dos que os pais ensinaram. Caminhos nem sempre bons, alguns até tortuosos em demasia. E nestes caminhos aprenderam muitas coisas - mais coisas ruins do que boas, mas, como a parábola do filho pródigo nas Sagradas Letras: sempre retornam à casa dos pais. E, de braços abertos, os pais estão a esperar (mesmo que os outros filhos reprovem a atitude dos pais).

Ainda há aqueles que deixam o trabalho certo pelo duvidoso, ou pela vontade de ter o seu próprio negócio (que muitas vezes é arriscado), ou ainda, pela ganância, pelo querer sempre mais. É certo que o homem sempre quer mais, mas deve-se sempre ter os pés no chão. O alçar voos altos nem sempre produz bons resultados - pode-se até render altas quesdas.

E, por último, aqueles que seguem o caminho das drogas, por exemplo. E, muito se sabe que, o índice de recuperação destes que seguem tal caminho é baixíssimo. Então, o que pensar sobre estes? Não tiveram boa educação? Não tiveram pais preocupados com eles? Sim, sempre - pois qual é o pai, ou a mãe, que não se preocupa com o filho? E tais histórias já renderam bons livros, inclusive. Então, todos estamos na hora de pensar: ainda há tempo! Pouco, mas há.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 27/02/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

RETRATO DO SER HUMANO (20/02/2016)

Houve tempo em que muitos seres humanos não gostavam de escrever - eram adolescentes (e poucos gostavam de fazer isso), nem gostavam de estudar - na verdade: faziam o básico, isto é, apenas para passar de ano, pois naquela época era necessário saber, caso contrário, ficavam retidos (sem promoção automática). Houve tempo, também, que tinham vontade de fugir de casa para algum lugar diferente - hoje também: refugiam-se dentro do seu próprio ser, no mais profundo do ser. (Ou apelam para a tecnologia e se afastam do mundo real.)

Muitas vezes vagando - mesmo que sem destino, sem saber para onde ir, passando várias vezes pelas mesmas ruas, deixando o vento levar... E o vento levando ia esquecendo um pouco da vida. Iam esquecendo os pais, ou os filhos, os amores (que tiveram na vida), dos amigos das horas alegres e das tristes e, ao vento andando, a paz pedindo.

E pedindo a paz, não somente ao mundo, mas também ao seu próprio ser, ou a partir do seu próprio ser, sentiam que tudo parecia mudar a partir da ação da fé. Chorar - não de desespero, mas da serenidade que, pouco a pouco, pedindo cada vez mais, ia chegando. E quer melhor que o ser humano ter fé, ter serenidade?

As tardes, que não foram poucas, carregavam horas e horas de grandes tempestades. O tempo, senhor impiedoso e implacável, era conhecedor fiel das palavras destes - deixando de lado um pouco o puritanismo que os caminhos podem contar, que as ruas podem lamuriar, que as chuvas podem... Caminhos e mais caminhos... Andanças... E a paz, serenamente, ia chegando; retornando. Serenamente...

Sempre sozinhos de um lado para o outro - pois nem sempre estar entre as multidões significa estar junto de, às vezes, significa estar e sentir sozinho no mundo. E na maioria das vezes sentiam-se incompreendidos. Aliás, o mundo, nestes momentos cruéis, não os entende - as pessoas ficam fora do contexto. O mundo, nestes momentos (que pode qualquer um viver), parece girar contra. O nó na garganta não deixa gritar: pare o mundo que eu quero descer! Aliás, torna-se quase que impossível saltar da ponte da vida - falta-lhes força!

Naquele momento - e sempre, a busca constante da paz se faz presente - da paz interior, sem olhar para trás. O passado ficando cada vez mais para trás, cada vez mais distante, e cada vez mais abandonado. O novo ser, com a presença da paz, cada vez mais perto do Ser Maior - Deus! Um momento de sublimação, de fé!

O retrato do ser humano em remissão com o Ser Maior se faz necessário. Necessidade esta tão grande que, do ponto de vista de qualquer religião, não há nada que venha contra esta ideia. Todas pregam essa remissão, mas muitas buscam caminhos que nem sempre levam o ser humano a alcançar. Pregar, desejar - fácil. Apoiar: nem sempre!

Encerrando as palavras de hoje - que não sei de onde vieram, mas que profundamente pesa este ser que vos escreve e também àqueles que lerem compenetradamente - imagino que o relato acima se estenda a qualquer ser humano: logo, viva intensamente!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 20/02/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

COMO O TEMPO PASSA! (13/02/2016)

Esta semana resolvi olhar para o tempo - e como este é cruel: passa rapidamente que, muitas vezes, nem marca deixa - ou, quando deixa, não pensa em ninguém, apenas ficam as consequências.

O tempo que resolvi olhar, que resolvi observar, chama-se exatamente filhos - como estes estão grandes! Vinte anos esta semana se passaram do dia que o peguei pela primeira vez no colo: Júlio César. E, no meado da próxima semana, dezesseis anos: Fernanda Caroline. Então, resolvi olhar no espelho: tempo cruel!

Mas, apesar dos vinte anos que se passaram desde o primeiro dia que o peguei, meus cabelos ainda permanecem os mesmos - sem mudança de cor (e não passo tinta - como muitos comentam). São naturalmente naturais. Fisicamente posso ter mudado: alguns quilinhos a mais... E, com certeza: amadurecimento.

E, pensando um pouco mais - como o tempo passa mesmo: nestes vinte anos muitos alunos, por exemplo, passaram pelos meus olhos e sorveram do meu saber muitas coisas - inclusive, alguns voltam e agradecem pelo caminho indicado 
(poucos, mas que vale a pena continuar ensinando) - compartilhar o aprendizado.

Nestes vinte anos, fazendo um pequeno e rápido balanço, muitos textos já li, já corrigi e, melhor de tudo: já escrevi - inclusive gerando prêmios. Escrever é um libertar de alma, de pensamentos aprisionados. Escrevendo sobre isso (sobre o ato de escrever), certa vez fui chamado a dar um curso de produção textual, em especial a crônica, e alguns amigos de profissão foram e comentaram durante o curso que não escreviam mais como antes (tanto que foram para o curso de Letras por gostarem de escrever). E apontaram como problemática: zelar pelos outros (correção de textos de alunos) e esqueceram a produção própria.

Fiquei imaginando e comentei: eu gosto de ler, gosto de comentar o que os pupilos escrevem, mas - acima de tudo - gosto de escrever. Sinto-me liberto quando escrevo. Sinto falta quando não escrevo. E, no exercício da profissão, faço sobrar-me tempo para o exercício da escrita - e junto com o aluno, pois este tem que perceber que o professor também gosta de escrever. Aliás, tal fato é tão real que esta semana, num encontro de professores, foi citado que as inversões de valores estão tão grandes que temos que convencer o aluno a acreditar que a escola é uma opção necessária - antigamente não. Antigamente os pais acreditavam na escola como meio de promoção social. Hoje: como meio de angariar fundos monetários: bolsas e mais bolsas - logo fazem com que os filhos fiquem na escola, e não se preocupam com o aprender. Então, para fazê-lo acreditar no que o professor faz, faça também... Por isso faço!

O que escrevi nas últimas linhas do parágrafo anterior, afirmo categoricamente: já vi pais na secretaria da escola pedindo - quase que de joelhos, para tirarem as faltas dos filhos para não perderem a Bolsa Família. Não estavam preocupados com o aprendizado, mas sim com o que perderiam financeiramente. Inversões de valores, não é mesmo?

Então, fechando estas linhas: o tempo passa tão rapidamente que peço que o mesmo passe lentamente - mas como é impossível, nada melhor que pedir ao Pai, Criador de tudo e de todos, que acrescentem os meus dias.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 13/02/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

VALORES A SEREM COBRADOS (06/02/2016)

Lendo as mais variadas informações, nos mais variados veículos, senti que a Educação volta à pauta novamente neste início de ano e também início de ano letivo - e por um fato importantíssimo: desvalorização do profissional que lá atua. Mas, antes de comentar tamanha desvalorização por parte de nossos governantes, há muitos valores a serem cobrados da sociedade - principalmente de nossos políticos que deveriam ser o espelho.

Devemos lembrar que este ano temos eleições municipais e, nos bastidores, os encontros andam pegando fogo (digo isso porque ando acompanhando de perto). A expressão 'pegando fogo' é bem conhecida de todos, mas que pode significar, neste momento muito (e até o dia 02 de abril) - inclusive: muitas mudanças partidárias. Para quem ainda não leu a nova legislação eleitoral, esta diz que o candidato pode mudar de partido e concorrer às eleições deste ano até esta data citada. Claro que há algumas exceções, mas não há necessidade de entrar em detalhes.

Mas, como sabemos, as mudanças podem ocorrer pelo simples, ou grande motivo, de poder ter espaço para disputar uma cadeira - do legislativo ou do executivo. Araçatuba, por hora, tem doze cadeiras no Legislativo e passará a ter a partir do primeiro dia do próximo ano mais três - quinze. Logo, pensando melhor, está na hora da população 'não se vender' por míseros presentinhos. É a hora de pensar - de agir conscientemente.

Talvez o leitor mais atento pense: 'Por que ele citou lá em cima Educação e depois se enveredou pela política?' - simplesmente respondo: a partir da Educação se faz um povo. Quando se tem um povo com elevada educação - elevada no sentido de necessária - tem-se um povo educado na hora de escolher os seus candidatos. E digo mais: cego é aquele que vê e não quer enxergar. Às vezes temos ideia tão errada de uma pessoa cega (deficiente visual) que achamos que esta é incapaz de desempenhar determinadas ações, pois digo o contrário: temos aqui em Araçatuba pessoas com tal deficiência que, creio eu, governariam melhor que certos cidadãos que pensam que veem, mas não enxergam. Ou, enxergam apenas o que lhes convém.

Parece um pouco estranho, mas se a leitura acontecer nas entrelinhas, certamente podem ficar conscientes do que escrevo e pensarão muitas vezes na hora de exercer o tal ato de cidadania: o direito de votar. Falando em direito de votar, muitos dizem que deveria ser facultativo. Talvez sim, talvez não. No momento, o que temos é chamado de 'direito de exercer a cidadania através do voto secreto - e escolher o seu candidato'. Escolher o candidato quer dizer: escolher a melhor proposta para a cidade - e não escolher determinado candidato porque está pretendendo uma ajuda num futuro breve. Escolher porque este tem capacidade de governar (prefeito), ou de fazer as leis (vereadores). De correr atrás dos direitos dos cidadãos.

Retomando o assunto Educação, nota-se que os governantes não cumprem a Legislação em vigor, desrespeitando os direitos dos trabalhadores que exercem a maior façanha em um ser humano: o direito de fazer este ler e escrever, de compreender e de se expressar através das palavras, dos números. Se estes não são respeitados, como poderão indicar aos seus discípulos que sigam a mesma carreira - por exemplo? Que valores poderão passar?

Não entrando em grandes detalhes, mas pode-se afirmar categoricamente que é uma profissão que a cada dia diminui os interessados. Gostaria de não escrever, mas estamos contemplando um pensamento: os governantes querem pessoas menos sábias, pois assim tornam-se presas fáceis de serem governadas. Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 06/02/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

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