LEIA E FAÇA O SEU COMENTÁRIO EM CONTATO  

MÊS AGO 2011 - DIAS 06 - 13 - 20 - 27 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

UM PASSEIO AO FUTURO (27/08/2011)

O ser humano pensa - e ainda bem - muito longe; e, graças ao seu raciocínio que somos o que somos. E, por pensar longe acabamos, muitas vezes, viajando ao futuro.

Viajar ao futuro não significa apenas sonhar (como vou discorrer abaixo) - sonhar faz parte, mas também compartilhar e, se possível, indicar possíveis soluções tendo em vista que somos cidadãos de um mesmo lugar - pertencemos a uma comunidade.

É um sonho ver, por exemplo, uma cidade com visão futurista. Li reportagens esta semana que - finalmente - algo se fará pelo zoológico municipal em Araçatuba: já era em tempo! O tempo, nosso maior inimigo, nos dará prova da realização de um lugar digno de lazer ao cidadão araçatubense - que por vias de cidade, não possui muitos lugares para lazer.

Mas não poderia parar de sonhar - não digo que estacionou, mas às vezes nota-se pouco emprenho (ou, ainda, a demora por parte dos órgãos competentes em se fazer presente ao atendimento das necessidades dos cidadãos).

Há vários pontos que deveriam ser mexidos - pelo menos pela visão deste sonhador. Mexidos no sentido de melhorar cada vez mais o atendimento, o ambiente - em fim: melhoria do todo. Sonhar, por exemplo, eu sonho - mas, quando acordo (tanto eu como muitos cidadãos araçatubenses), vejo-me despido deste em virtude da realidade cruel que cerca a nossa sociedade. E temos que considerar que ainda somos uma parcela da população mundial privilegiada.

Sonharia eu - como professor de Língua Portuguesa - em entrar numa biblioteca flutuante - e não estou em nenhuma estação espacial. Quem nunca imaginou, com certeza, nunca soube o que é viajar. Então, vivo neste instante um mundo fantástico, imaginário: seria, para exemplificar, um lugar que, ao abrir a porta de acesso, ser acolhido num ambiente maravilhoso, ao som de uma bela canção, com frases chamativas, com alegria por toda parte, com os mais diversos personagens saindo das páginas dos livros e vindo ao meu encontro (euzinho mesmo!) e se apresentassem com toda a criatividade que seu criador - o autor - tivera ao criá-lo. Como é impossível, poderia sonhar mais baixo: ser uma biblioteca com ambiente agradável, títulos e mais títulos (renovados e adquiridos constantemente), escritores, se possível, de plantão (e não somente em semanas do livro, do escritor, da literatura). Seria um show o ato de ler - seria, para ser mais claro: uma plena realização ao convite da leitura.

Ou, então - ainda pensando nos assuntos a serem mexidos - praças públicas mais agradáveis; limpas, cheias de áreas verdes, bancos disponíveis e conservados; e, seguras. A citar um exemplo: a praça do jardim Guanabara, em Araçatuba (exceto pela segurança - que está complicada em todos os lugares!).

Para encerrar este sonho de sonhador futurista, que tal começarmos por nós mesmos? Respeitando os nossos deveres (e não pensando somente em nossos direitos), exercendo a cidadania em prol do próximo, mas também ensinando, exigindo - na maneira do possível - que o outro (o que está ao nosso lado) participe mais. E assim reconheceremos que temos o nosso lugar ao sol viajando sempre!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 27/08/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

ANDAR NOTURNO (20/08/2011)

Muitos animais têm o habito noturno - refiro-me aos animais irracionais neste momento, mas o ser humano, o homem, racional, também: mas este, em sua maioria, por opção - quando não, por necessidade.

Nos animais irracionais o andar noturno já é nato - faz parte daquela espécie. Já no ser humano é - ou melhor, foi diferente. A princípio, o homem teve o dia para viver e a noite para descansar. Tempos depois, com a invenção do fogo e o aprimoramento das ferramentas - ainda rudimentares, começou a perambular pela noite. Com a invenção da energia elétrica, bem posteriormente, fez suas escolhas.

O andar noturno trouxe ao ser humano, por sua vez, certa angústia - medo, mas ao mesmo tempo fascínio. Angústia do desconhecido, fascínio pelo desconhecido - sem meios termos. E alguns trocam o dia pela noite, outros apenas carregam-na um pouco mais adentro - talvez até algumas estrelas fugirem do manto celeste. E por que será que o homem, com todo o raciocínio que possui, ainda pensa na noite como algo deslumbrante?

Hoje, menos do que ontem, mas ainda prefiro a noite. Não tanto para saídas, baladas - mas para curti-la: de preferência sossegado em algum canto, por exemplo; sem muita bagunça: num barzinho ao som calmo de uma voz e violão. Ou batendo papo com os amigos - ou até mesmo com quem não era amigo e passa a ser daquela hora para frente. Ou, ainda, em casa com um som razoável. A noite, a meu ver, tem algo de misterioso! De magnífico! Como dizer - de algo a ser desvendado, mas que precisa procurar com grandes lupas.

Em razão de várias mudanças - que às vezes nem sempre queremos, nos últimos seis para sete anos ando a trabalhar constantemente durante o dia: ando a cansar-me mais, pois o trabalho noturno, apesar de ser um pouco mais perigoso, não me cansava tanto. Mas... Não se pode reclamar de tudo, pois às vezes não sabemos o que o tal senhor Destino nos prepara. Temos, antes de qualquer coisa, agradecer pelo que temos.

Hoje posso ir vagar acompanhado noturnamente pelos shoppings, cinemas, avenidas, praças, barzinhos e restaurantes, casas noturnas - o que não fazia quando trabalhava à noite - mas não vamos constantemente! Esporadicamente, apenas. Mesmo não estando sozinho, rendo-me, ainda, à solidão - ou ao acaso, por assim dizer. Não a solidão propriamente dita, mas a solidão de estar entre as pessoas e estar só em pensamentos - o que me leva a crer que a noite é a melhor amiga - ou a única que não se sente irritada quando questionada; aliás, poderiam dizer: nada ela diz mesmo - tudo bem, mas propõe, ao lado do senhor Destino, caminhos sinuosos.

Também não é à toa que a senhora Noite é a mais amada dos boêmios, dos poetas e vale lembrar que muitas das belas canções que conhecemos hoje foram produzidas em mesas de barzinhos - entre outros. Encerrando este andar noturno, os textos mais dignos que fiz, não desprezando os outros, foram à noite: no silêncio desta... Rasgando madrugas a espera do senhor Sol, astro maior, nascer.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 20/08/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

RISOS DE HERÓIS (13/08/2011)

Na vida há heróis reais e irreais - e deles, muitas vezes, os seres humanos mais jovens querem copiá-los e muitas incertezas, posteriormente, aparecem - mas nem sempre com sucesso.

Na vida irreal, ficcional, os desenhos animados dão vida a figuras que, na verdade, estão muito longe de serem reais - mas as crianças estão ali olhando, assistindo e tirando delas suas conclusões que, em parte, se não possuírem bons apoios em casa - sentirão, quando entenderem, grandes frustrações.

Já na vida real, os pequenos seres espelham-se nos mais próximos: familiares. Pai! O pai é o primeiro herói que os pequenos, em sua grande maioria, conhecem. Os valores contidos nos pais serão, ao longo dos anos, copiados pelos filhos, até de certa forma idêntica - ou não, e posto em prática - sempre que possível.

E pensando em tudo o citado acima - por que rir? Explico: no último dia 31 de julho estive na Praça João Pessoa para assistir a um show do Sanduba Delivery, da Cia. Suno - uma programação do SESC Birigui, Pólo Avançado de Araçatuba, que levou encantamento a todos os presentes. Senti-me uma verdadeira criança. O palhaço Sanduba chegou com sua bicicleta vestido de garçom para fazer entregas e distribui cardápios à platéia, em cada um estavam dez cenas das quais poderiam ser escolhidas. Gostaria de ter tido a coragem naquele momento de diminuir-me mais e ter gritado, como as crianças presentes, que eu queria escolher o cardápio - assim como fez uma moça da plateia - mas tive, em parte, vergonha, tendo em vista o grande número de crianças acompanhadas de seus pais - e estas grandes figuras de heróis riam seu riso de herói - pois eram, ao lado do palhaço, verdadeiros heróis!

Li outro dia que o pai herói é o que demonstra e age com amor, compaixão, tem um caráter consistente, é integro e como resultado seu filho segue o modelo do pai herói. Meninos e meninas buscam um herói porque desejam se parecer com ele, imitam sua voz, imitam sua maneira de andar e vestir, ou seja, querem seguir o estilo de vida do herói - o pai. Logo, o relacionamento deve ser bem estreito!

E, para ilustrar esse dia comercial que acontece amanhã - mas que tenho clara convicção que tem que ser todos os dias o dia deste grande herói, o pai, vale citar a belíssima composição Pai, que Fábio Jr. interpreta muito bem - nela o eu-poético diz que daqui a algum tempo haja mais tempo pra gente serem mais do que dois grandes amigos: pai e filho talvez! Pense bem: falta tempo para terem atitudes de verdadeiros amigos, assim como o relacionamento pai-filho pede. E continua: não faz questão de ser tudo, mas não vai ficar mudo pra falar de amor - e pense ainda: falar de amor pra você, pai! Ainda: pede ao pai que se sente para o jantar que está na mesa e lhe ensine o jogo da vida - ensinar o jogo da vida e quem muito já viveu sabe bem que os pais têm esse poder de ensinamento. Pede que o pai perdoe a sua insegurança. Pede para ir a casa dele e brincar de vovô com o filho dele no tapete da sala! Maravilhoso!

É realmente maravilhoso pode dizer - cantar a belíssima canção: "Pai! Você foi meu herói meu bandido / Hoje é mais / Muito mais que um amigo / Nem você nem ninguém tá sozinho / Você faz parte desse caminho / Que hoje eu sigo em paz / Pai! Paz!..." - significativamente maravilhoso!

Claro que aqui também fica os nossos sentimentos àqueles ou àquelas que não possuem mais os seus respectivos pais - mas que sejam lembrados sempre pelas benfeitorias que em vida fizeram, pois o homem pode passar para a outra dimensão, mas seus feitos nesta terra é que marcarão o que realmente ele foi! E, aos leitores que são, ou ainda vão ser pais: deixem sua marca na terra para que nunca seus filhos esqueçam e, se possível, que fique marcado por algum feito positivo a humanidade.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 13/08/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

SEM E-MAIL (06/08/2011)

Já ouvi alguns dizerem que quem não tem e-mail não é gente. Fiquei a pensar: talvez nos tempos atuais seja necessário, mas não chega a tanto, ou chega?

Necessário, sim, mas não a ponto de deixar de ser gente - claro que é um exagero da parte de quem assim diz - e sem medir tamanha proporção de conteúdo. E fica evidente o exagero de quem diz assim, pois muitos de nossos leitores não entendem até hoje como ligar ou desligar esta máquina chamada computador. E-mail? Nunca tiveram!

Não muito tempo atrás o computador foi criado - fevereiro de 1946: exatamente sessenta e cinco anos e meio atrás, pelos americanos John Presper Ecketer e John W. Mauchly, da Eletrocic Control Company. Tempos depois, não muito, nos tempos remoto da Guerra Fria, a Internet foi desenvolvida com o nome de ArphaNet para manter a comunicação das bases militares dos Estados Unidos - passada a ameaça da Guerra Fria, os militares não achando-a mais tão importante, permitiram o acesso de cientistas, que por vez estenderam às universidades, posteriormente aos usuários comuns para pesquisas - que cada vez aumentam mais os bancos de dados - até onde conhecemos na atualidade.

Mas, principalmente no final da Guerra Fria, que envolvia Estados Unidos e União Soviética num conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica, os computadores começaram a popularizar, seguidos da Internet - rede mundial de computadores. Estabeleceu-se, ainda - e muito útil, os correios eletrônicos: e-mail. Um mecanismo ágil, e muito, na vida humana - que apareceu para diminuir o trabalho dos servidores dos Correios - pelo menos em parte.

O correio eletrônico exerce importante papel dentro de uma sociedade - e também na vida pessoal do indivíduo. Na sociedade os e-mails são utilizados para fazer divulgações das mais diversas, tais como propagandas de produtos e serviços, ou ainda: dentro de uma empresa para dar dinamismo aos meios de comunicação - evita-se grande quantidade de papel, poupa-se o corte de árvores para este fim - ou de que determinada informação chegue ao destino de forma adulterada. Na vida pessoal serve para comunicação mais rápida entre amigos, parentes, namorados - poucas pessoas ainda utilizam a carta convencional: e muitos destas têm saudades.

Saudades que alguns ainda tentam manter viva. Viva no sentido tão completo que, por vezes, outros acham que é capricho - mas creio que não! O ato de escrever com caneta num papel se faz pensar: requer habilidade na caligrafia - pois o outro tem que entender; requer certo tempo, pois tem que ser postada - há a ida às agências de Correios. Sem contar na expectativa da espera: pois quem envia sempre espera o retorno. E esta poderia, às vezes, ser perfumada - ou, ainda, acompanhada de uma pétala de flor, em se tratando mais de casos amorosos.

Voltando ao e-mail: neste não há necessidade de uma bela caligrafia - pois é digitada, nem necessita de tempo para ir aos Correios, pois basta apenas um click e lá se foi a mensagem.

E, para concluir, nos dias atuais o e-mail é importante em vários setores, como os citados acima - e, ultimamente, vem crescendo sistematicamente atingindo os mais diversos setores, inclusive o setor público. Um exemplo claro é que o servidor público necessita de um e-mail, pois anualmente é feito o recadastramento - e on-line, e pede, durante o processo de recadastramento, que o servidor forneça um e-mail válido para quaisquer problemas posteriores e, se não oferecer, alguns setores não concluem o cadastro - ou seja: não tem e-mail, não é gente!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 06/08/2011 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

© 2016-2025 Escritório: Avenida das Casas, nº Das Portas, Araçatuba - SP
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora