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MÊS AGO 2012 - DIAS 04 - 11 - 18 - 25 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

VIAJAR É PRECISO - PARTE 02 (25/08/2012)

Com o entre e sai dos alunos fazendo a troca semanal dos livros, a aula termina. Mas a viagem, que preciso é, continua em minha mente. Na outra sala, após as recomendações necessárias para o prosseguimento das atividades de estudos do dia, o meu olhar se fixa no mapa e (re) começo a viajar novamente.

Lentamente o meu olhar desce para a região Sul do Brasil. Passo pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ao passar pelo Paraná lembro-me que em Maringá - a conhecida 'Cidade Canção' - tenho a minha irmã Míriam. Cidade esta de longas e largas avenidas e cobertas de verde. Ainda, de lá, trago uma doce lembrança de um livro que ganhei dela: 'Flor do Abismo', de Dirceu Galdino Cardin, quando faço uma releitura inspiro nele para composição de algum personagem do texto-livro que estou desenvolvendo.

Mais um pouco a bela ilha de Florianópolis - estive duas vezes lá. A saída da ilha (que recordo muito bem), o retorno para casa vive ainda o meu consciente: o dia amanhecendo e as luzes, lentamente, sendo apagadas...

O Rio Grande do Sul merece este - e outros tantos parágrafos, à parte. Politicamente falando, o tal salário mínimo saiu de lá, pois foi instituído por Getúlio Vargas - que era de lá e comandou a nação brasileira, através de Golpe de Estado. É de lá, também, o escritor Érico Veríssimo (1905-1975), que em sua obra-prima 'O tempo e o vento', trilogia épica que narra a saga de uma família, desde o século XVIII até o século XX, retratando o passado histórico e a formação social e política do Estado do Rio Grande do Sul. A obra está dividida em três partes: O continente (o passado), O retrato (início do século XX) e O arquipélago (narrativa que chega até 1945, no governo de Getúlio Vargas). E de lá também temos, entre outros tantos, Moacyr Scliar (1937-2011), que há pouco nos deixou - foi membro da Academia Brasileira de Letras desde julho de 2003, e retrata em sua obra a cidade de Porto Alegre.

Num passe de mágica meus pensamentos sobem margeando o Oceano Atlântico - quanta imensidão, meu Deus! E chego à região Sudeste - quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Imagens maravilhosas surgem em minha mente: o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor (mais uma das maravilhas do mundo moderno), as cidades históricas de Minas Gerais - a figura do Aleijadinho, os museus em São Paulo - que guardam a nossa história... Por onde começar: pelos fatos históricos, pela política ou pela literatura? O melhor a fazer: uma mistura e ponto - aliás, o Brasil é uma mistura.

Não me prendendo tanto ao tempo - e não voltando tanto atrás também, o Império chegou ao fim, os marechais tomam o poder e começa a república do café-com-leite (Minas Gerais e São Paulo revisando no cargo mais do poder executivo brasileiro - até surgir Getúlio Vargas), o processo de industrialização (saída da mão de obra escrava e os europeus desembarcando aqui), as primeiras greves organizadas (sindicalização). Ah, meu Deus! Quantas coisas enchem a minha mente! E, repentinamente escorrego entre os livros - a começar pela leitura de 'Canaã', de Graça Aranha - do estado do Espírito Santo, que retrata a vinda de europeus para a nossa terra - a terra prometida, assim como na bíblia. Falar em Graça Aranha é lembrar a Semana de Arte Moderna de 1922, onde este fez o discurso de abertura, no Teatro Municipal de São Paulo.

E o sinal soa - volto à realidade da sala de aula - e penso que ainda tenho muito a falar da região Sudeste; mas antes de encerrar parte desta viagem, recomendo a leitura de 'Pollyanna', de Eleanor H. Porter, e seu jogo do contente.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 25/08/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

VIAJAR É PRECISO - PARTE I (18/08/2012)

Quem não gostar de viajar, como diz o ditado popular, que atire a primeira pedra - não precisa ser exatamente uma pedra, mas um bom número de palavras; e vale lembra que também existem as exceções.

Viajar é algo maravilhoso - por um lado, mas pode também pelo outro não ser. Maravilhoso do ponto de vista de conhecer lugares, costumes diferentes, gente de hábitos estranhos. Pelo outro, penoso, por nem sempre ter o que se deseja - como um bom repouso, boas comidas, entre outras coisas. E alguns ainda acrescentam: nada melhor que a casa que possuem - mesmo sabendo que viajar é preciso.

Alguns dos leitores que tenho podem ficar imaginando o motivo de eu escrever sobre este assunto - simples: numa das escolas que trabalho, em todas as salas, há um mapa-mundi, e, às vezes, circulando pela sala paro diante dele e passo a viajar. Olho-o fixamente - prendo o meu olhar no continente americano: América do Norte, América Central e América do Sul - vejo nesta última um país-continente - o meu Brasil. É dele que viajo para o mundo, para o mundo dos sonhos, das fantasias, das imaginações, das leituras, das releituras!

O Brasil, com três fusos horários, com mais de oito milhões de quilômetros quadrados, é um país-continente - de norte a sul, de leste a oeste, a mesma língua: e muitos ainda acham que este fato não é importante para auxiliar na manutenção desta integridade federativa. Diria Lima Barreto em 'Triste Fim de Policarpo Quaresma' que a língua nossa deveria ser o tupi - e vamos enviar cartas aos nossos legisladores pedindo a mudança!

Mas voltando ao ato de viajar, os meus olhos voltam para dentro do Brasil - para seus estados que estão divididos em cinco regiões: norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. Viajo ainda mais um pouco: lembro-me, historicamente falando, da inauguração de Brasília a 21 de abril de 1960, pelo então presidente da república Juscelino Kubitscheck - cidade que foi projetada por Lúcio Costa, em 1957, em formato de borboleta (defesa de Lúcio Costa, mas abordado por muitos como um formato de avião). E a capital do país - Distrito Federal - que até então era na cidade do Rio de Janeiro, sai de beira-mar e dirige-se para o interior do Estado de Goiás, tendo como água o seu Lago Paranoá - artificial. Vou ainda mais longe: lembro-me de Cora Coralina - Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brotas - e o seu primeiro livro publicado: 'Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais', lançado no ano de 1965.

É de Brasília que temos as diretrizes nacionais de nossa nação. É de lá que também temos grandes escândalos políticos. É de lá, também, que muitos esperam a redenção - que demora a chegar. E sempre sonham com dias melhores.

Com o burburinho da sala volto à realidade. Lembro-me que os meus alunos estão viajando na história que lhes foi proposta: a História de Mariana - uma menina que busca mudanças. E estas mudanças devem acontecer a partir de si mesmo: e por que não a partir de uma biblioteca?

E, falando em biblioteca, vejo na porta da minha sala de aula a professora Maria Helena avisando-me que estava a espera dos meus alunos - pois estes deveriam ir à biblioteca para mais uma troca semanal de livros - e por que não iniciar mais uma semana de leitura com 'Viagem ao Centro da Terra', de Júlio Verne (publicado em 1864) - que tem como narrador Axel, jovem alemão, sobrinho do ilustre geólogo Dr. Otto Lidenbrock? Ou, 'Viagem ao Brasil', do alemão Hans Staden, publicado em 1557 - são boas indicações de leituras.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 18/08/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

LITERATURA NAS ESCOLAS DE ARAÇATUBA (11/08/2012)

No próximo mês - setembro - a Secretaria Municipal da Cultura promoverá pelo quarto ano consecutivo a Jornada de Literatura, e estão abertas as inscrições para a participação das escolas interessadas. As inscrições devem ser feitas diretamente na secretaria, ou pelo telefone 3636-1270, respeitando a data de 17 de agosto.

Citado o fato literário acima, dirijo-me novamente aos diretores de escola para alertá-los sobre a importância desta semana para a vida escolar - e também para a nossa cidade, pois antecede a ela a visita de nossos escritores às escolas - e não se pode perder esta oportunidade de tê-los perto de nosso alunado. No ano passado comentei aqui que muitos diretores perderam a oportunidade de levar - gratuitamente - um escritor, ou mais, à sua escola e este falar com o alunado. Muitos não gostaram do que escrevi, alegaram que não sabiam, que não foram comunicados, mas a verdade é que passou meio que esquecido, meio que engavetado, por isso comprometi a falar novamente: a insistência faz as coisas acontecerem - é para o bem do aluno, devemos favorecer o acontecimento.

E, falando de literatura, devemos levar em conta que muitos de nossos alunos acham que escritores são pessoas dotadas de poderes sobrenaturais e que estão bem distantes de nós, ou seja, em nossa cidade não há escritores. E é nesta hora que podemos satisfazer a curiosidade deles, mostrando-lhes que aqui na terra dos araçás há bons escritores, pessoas dotadas de poderes que os farão viajar - bastando abrir o livro e navegar pelos sonhos que sonharam.

Aproveitando este assunto, vale lembrar que a cidade de Araçatuba possui alguns núcleos que desenvolvem a literatura, incentivando os que lá vão a escrever, a trocar ideias. Estes núcleos possuem, através da escrita, a graça de levar o bom divertimento aos cidadãos que possuem sede do saber, sede de boas histórias, sendo: a Academia Araçatubense de Letras (AAL), o Núcleo da UBE - União Brasileira de Escritores, o GE - Grupo Experimental, pela Academia Araçatubense de Letras, além de outros grupos de estudos que temos conhecimento - mas que não se nomearam ainda. Tudo faz crer que existe uma preocupação sim com a arte de escrever, pois temos uma média razoável de publicações impressas anuais - gostaríamos, é claro, de termos mais - e não podemos esquecer as publicações on-line.

E, só para aguçar alguns diretores, é bom citar alguns nomes de poetas e prosadores que se mostram sempre presentes nos eventos literários - (mas que nem sempre podem ir à escola em período diurno devido ao trabalho que desenvolvem - pois viver plenamente de literatura ainda é impossível): Alaor Tristante Junior, Ana Almeida, Anísio Canola, Antenor Rosalino, Antônio Luceni, Cecília Vidigal Cidinha Baracat, Duxtei Vinhas, Elaine Alencar, Emília Goulart, Heitor Gomes, Hélio Consolaro, Jordemo Zaneli, José Hamilton, Marilurdes Campesi, Manuela Sant'Ana Trujilo, Marina José Neves, Marianice P. Nucera, Pedro César Alves, Rita Lavoyer, Tito Damaso, Vicente Marcolino, Wanilda Borghi - entre outros.

O convite fica aberto àqueles que desejarem o bem para o desenvolvimento do educando. Ficaria eu muito grato em saber que, devido ao grande número de escolas que se inscreveram, os nossos amigos escritores se 'multiplicaram', que ficaram de garganta seca, pois tiveram que atender a um grande número de chamados. E o escriba aqui que vos escreve voltará em finais de setembro anunciando que a participação foi um show, tendo em vista a grandiosidade do evento.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 11/08/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

A BUSCA DE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS (04/08/2012)

A busca de soluções educacionais leva o ser humano a um desafio constante. E nesse caminhar, nessa busca inquietante, principalmente nos dias atuais, que enfrenta desafios que não pensara antes que teria que enfrentar. E como enfrentar tais desafios? Como chegar a tais soluções?

E, pensando assim, que tal começarmos a buscar as ideias tendo em vista um objetivo bem claro, bem delineado - tanto para o educando quanto para o educador? Mas é sabido que não é nada fácil - é uma tarefa árdua. É uma construção constante.

Exemplificando, estamos às vésperas das eleições e, com algumas exceções, os políticos de plantão possuem um objetivo bem claro: angariar a maior quantidade de votos para vencer o pleito. E nós, dentro da Educação, o que queremos? Ou, como venceremos? Como cataremos estas ideias tornando-as um objetivo alcançado ao final de cada etapa?

Na Educação temos dois lados, a princípio. Por um lado temos o aluno, pelo outro o professor - ou seja: famílias preocupadas com o melhor aprendizado de seus filhos e, pelo outro lado, a escola buscando oferecer o melhor a estas famílias. Todos buscando o melhor preparo do cidadão que em breve atuará no mercado de trabalho.

Partindo para uma breve reflexão: este aluno, o nosso aluno, o que nós temos em mãos, será que está preocupado com seu aprendizado? O leitor pode pensar que este escriba não conhece a situação, mas posso afirmar claramente que vivencio a situação de perto há mais de duas décadas e vejo, gradativamente, o desinteresse destes em relação aos estudos - consequentemente, temos cidadãos despreparados para enfrentar o mercado de trabalho e isso agrava sistematicamente a nossa vida - pois somos parte de uma sociedade que, independente da classe social, precisamos uns dos outros.

Continuando a reflexão, mas vista pelo outro lado - a família: nota-se a preocupação destas pelo melhor aprendizado destes futuros cidadãos que entrarão num mercado de trabalho muito competitivo. Posso afirmar que estão preocupados sim, mas não sabem como manipulá-los para que se preocupem mais com o melhor aprendizado e, consequentemente, um futuro mais digno, mais promissor; menos preocupante.

Agora surgem as perguntas que não deixam as mentes mais prodigiosas sossegadas: como mudar tudo isso? Como entrar na mente do educando e, pelo menos, fazê-la pensar de forma diferente da atual? Como interagir junto à família para que esta consiga melhores resultados? Como a escola - que auxilia no preparo deste cidadão para o mundo, para o mercado de trabalho - pode contribuir? (Sem deixar de pensar que tudo hoje gira em torno de duas simples palavras: 'velocidade tecnológica'.)

São perguntas que muitos estudiosos, pais e escolas fazem. Solução? Não há respostas prontas, concretas, mas somente um caminho aponta para que tudo isso funcione de maneira a produzir resultados: uma interação maior entre as partes envolvidas. E não esquecer que as cobranças devem ser feitas (talvez até intensificadas), mas tudo dentro de uma pedagogia onde o relacionamento entre as partes envolvidas fortaleça-se mais.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 04/08/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

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