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MÊS DEZ 2014 - DIAS 06 - 13 - 20 - 27 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

REFLEXÃO - CONTINUAR CONTINUANDO (27/12/2014)

Neste último sábado do ano venho propor uma reflexão sobre este ano que dentre em breve se findará. Uma reflexão sobre a vida; uma reflexão sobre o que fizemos durante o ano, dando passagem a um novo ano que, para muitos, pode significar mudanças - mas estas mudanças dependem de cada um, depende do querer de cada um. E querer é uma questão de perspectiva.

Fazer uma reflexão é o que muitos costumam fazer quando se fecha determinada época da vida - e nem sempre conseguem chegar a um acordo: um acordo entre ele e as reflexões que partiram da cabeça dele próprio. O ser humano é complexo, tão complexo que acaba, às vezes, não concordando com as suas próprias atitudes - algumas executadas sem serem pensadas (diga-se: boa parte delas). Então, o que fazer?

O que fazer é o assunto em questão. Sabemos que erramos, não queremos errar mais - e muitas vezes acabamos errando novamente. Uma boa explicação: não somos robôs, logo, não somos programados. Não sendo programados, erramos. O melhor a fazer é reconhecer o erro, saber pedir desculpas, evitar novos erros.

A reflexão leva o ser humano a pensar. A agir de forma mais cautelosa - apesar de que muitas vezes pregamos algo e fazemos totalmente diferente. Então, que tal começarmos a agir com maior cautela? Que tal começarmos a agir pensando no outro, na outra - nas pessoas que estão ao nosso lado? E sem esperar retorno.

Falando em retorno - o que sempre esperamos e que leva-nos a uma boa reflexão - muitas vezes nos damos mal com esta situação. E pelo simples fato de esperarmos que os que estão do outro lado sintam o mesmo que sentimos quando fazemos, e assim retribuam. Mas isso nem sempre acontece e a melhor situação é não esperar o retorno, ou simplesmente agir de forma diferenciada - explico: eu, por exemplo, ainda estou em fase de lapidação e, às vezes, fico chateado com as pessoas pelo simples fato de ter feito e não ter recebido à altura (isso do meu ponto de vista, que pode não ser o mesmo ponto de vista da outra pessoa - talvez a outra pessoa tenha pensado que fez à altura do recebido), então, decidi que vou parar de fazer algumas coisas. Não existirá cobrança - e o primeiro a cobrar de mim sou eu.

Com isso, alguns sentirão, poderão comentar, mas tenho uma resposta à altura: não estou cobrando nada, não me cobrem nada também. É uma saída que fiquei pensando nestes últimos dias: vou parar de cobrar as coisas, mas primeiro preciso parar de cobrar ao meu próprio eu. Decisão tomada - agora colocá-la em prática.

E assim cada um deve fazer a sua reflexão e tomar as decisões mais propícias para a sua vida, levando em consideração os que estão em volta: a família. Esta deve sempre estar em primeiro lugar, independente das situações adversas que possam estar acontecendo, pois na hora do apuro poucos amigos aparecerão, mas a família permanece - há um vínculo que faz o ser humano caminhar e pensar de forma diferente.

Encerrando o texto, encerrando mais um ano aqui neste espaço, desejo aos leitores felicidades e que continuem lendo. Continuem continuando - como ouvi há poucos dias em uma bela pregação. Vamos continuar continuando a escrever. E o leitor continuar continuando a ler...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 27/12/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

CASAR - EIS A QUESTÃO... (20/12/2014)

Neste sábado, entre 16 e 22 horas, na livraria Nobel, em Araçatuba (rua Cussy de Almeida, nº 1071) acontecerá o lançamento do livro 'Casar! Contra quem?', de Hélio Consolaro - professor, escritor, acadêmico e secretário de Cultura de Araçatuba.

A obra traz contos, crônicas e uma pequena novela em seis capítulos. E o mais legal que não se trata de uma obra de autoajuda, mas a realidade de encontros e desencontros que a vida a dois proporciona. Li a obra e a partir dela faço algumas reflexões - se vão gostar, ou não, é outro assunto. Mas vou dar os meus palpites sobre a vida a dois, sobre o que chamam de amor.

Apenas uma pequena atenção: os meus palpites não vão para os textos escritos pelo professor Consa, mas a partir deles passo a escrever o que penso sobre o assunto - ou seja, comentários apoiados nos textos do Consa.

Nada melhor que dizer que 'o amor é feio / tem cara de vício / anda pela estrada / não tem compromisso' - quer melhor que isso? Viver um amor sem compromisso... Totalmente descompromissado! E, para não ficar perdido: 'ele mete medo / vou lhe tirar disso / o amor é lindo...' - diz a canção de Arnaldo Antunes, em O Amor é Feio.

Talvez. E será que o pra sempre acaba? Penso que não existe o pra sempre, sou mais 'o amor é eterno enquanto dure'. O poeta afirma, também penso assim - e acrescento que há momentos felizes. Vale a pena vivenciar estes momentos, e bem vividos. Amor passa - aliás, as pessoas passam (e o amor fica!).

Outra situação interessante é pensar que tudo gira em torno do amor - e, na verdade não é. O amor, através do Cupido, lança a sua flecha e lá vamos por caminhos tortuosos - ou, caminho que ele nos proporciona. Quando paramos, lá na frente, analisamos e concluímos que nem sempre as discussões valeram o sofrer.

Então, caro leitor, você deve estar pensando que eu afirmei que amar nem sempre vale a pena - em parte é verdade, mas em parte não. Então, vou esclarecer: quando o relacionamento é positivo, quando a coisa vai bem, tudo é maravilhoso. Mas quando as coisas não vão bem... Melhor nem comentar. As coisas são as coisas. O amor é o amor. E a vida é assim...

E o amor cria expectativas - às vezes positivas, às vezes negativas. Mas somos humanos e criamos expectativas. E, com elas, nos decepcionamos. O amor proporciona tudo isso, e soma-se um pouco mais. Somando, decepcionamos ainda mais.

Mas o que adianta tudo isso se sempre estamos em busca de alguém ao nosso lado? Sou exemplo vivo dessa situação. Ou, ainda, como dizem por ai: 'solteiro sim, sozinho nunca!'. Por isso acreditar que o amor é eterno enquanto dure! E nada mais de afirmar que encontrou a metade errada. Não somos metade, somos inteiros.

Por sermos inteiros não devemos nunca estar a procurar outra metade. Temos que nos conscientizar que a sociedade nos modifica em sua vivência - somos originais. Então, a vida a dois é sim complicada, mas vale a pena vivê-la em seus bons momentos (e, quando não for possível, erga a cabeça e vá em frente - sempre há um alguém a espera em algum lugar). 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 20/12/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

O ARTISTA NASCE PRONTO? (13/12/2014)

Pensar em ser artista... Creio que muitos já pensaram. Muitos já batalharam para. Poucos conseguiram. É um caminho árduo, possivelmente não nasce pronto, ou nasce?

Antes de entrar no mérito de nascer ou não pronto, é necessário pensar que há o momento de lapidação. E esta lapidação - no meu ponto de vista - se estende pela vida toda. E creio que o meu ponto de vista tem fundamento - argumentando então.

Quando criança a família presta atenção e tenta encaminhar para várias atividades que esta gosta (ou até por satisfação da própria família) - aos poucos acontece a seleção e forma-se bons profissionais. Leva-se alguns anos - os estudos - processo de lapidação.

Alguns nascem com o dom de fazer determinada coisa - e por mais que a família pense o contrário, em algum momento o tal dom aparece. Note em uma criança que gosta de desenhar - provavelmente a família dirá que não é uma boa profissão ser ilustrador, por exemplo, de livros - lá no fundo, quando mais velho, persistindo o dom, os desenhos surgirão.

Ruim é quando você ouve de um bom profissional na área que atua que gostaria de ter exercido outro tipo de profissão e por causa da família faz outra - bate um profundo dó, pois será que terão oportunidade de exercer o que gostariam de ter feito, e não fizeram, em outra vida? Aliás, é outra questão: há retorno? Se existir, será que se lembrarão?

Então, creio que para ser artista há um encaminhamento meio que estabelecido (ou seja: já vem com este destino) - o restante é lapidação: desenvolvimento de técnicas, estudos - entre outros. Eu, por exemplo, aprendi a ler e a escrever. Um dos meus professores da Faculdade dizia que não serviria para a área. Sou teimoso - não sei se sirvo completamente, mas em parte... - mas repito: sou muito teimoso. E continuo a rabiscar. Há momentos que saem belas construções textuais, mas também há dias que nada dá certo.

Mas tem o lado pior: quando se trabalha com hora marcada para entregar o texto e a ideia não vem. Já escrevi sobre a falta de ideias, que virou ideia no momento - e creio que não foi apenas comigo que isso aconteceu... Lembro-me de ter ligo, depois que aconteceu comigo, de mais alguns outros escritores.

Outro exemplo que trago comigo é sobre pintura. Adoro abrir livros, olhar imagens, e a partir delas escrever. Mas o que aconteceu foi que resolvi comprar telas, pinceis e tintas e pintar. Sem noção! Procurei aulas particulares e fui fazer - não saíram obras magníficas, mas estão enfeitando a minha casa, a casa de minha mãe. E, quem sabe, em breve volto a pintar... Ou, pelo menos, a pintar com sete cores...

Na nossa região há muitos bons artistas - de excelentes qualidades e nas mais diversas áreas. Portanto, o artista não nasce pronto. Talvez nasça com alma de artista - e pelo pouco que conheço, toda alma deve ser preparada para um dia voltar e dar conta ao maior dos Artistas - ao Artista que fez tudo que há nesse mundo, que pintou a natureza de todas as cores e tons: Deus, o Criador. Assim é o artista: todo dia se preparando um pouquinho mais... É a busca constante da perfeição que faz o artista realmente ser quem ele é - um ser em processo contínuo da perfeição. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 13/12/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

FESTAS DE FINAL DE ANO (06/12/2014)

Como sempre acontece em todos os anos: este dois mil e catorze em breve também se finda e com ele as festas começam a acontecer, as confraternizações, as despedidas escolares com apresentações de mural e sarau, entre outros.

Então, lembremo-nos do espírito natalino, da união que foi pregada pelo Grande Mestre e resolvemos pôr em prática - e as outras épocas do ano? Como que ficam? É hora de se pensar sobre as nossas atitudes.

Creio que não adianta ficar aqui escrevendo sobre a prática de fazer o bem - todos já conhecem, sempre estamos a falar, a ler e a escrever sobre o assunto, então, o melhor é voltar ao propósito do texto: as festas.

Gosto de dezembro - e tenho um motivo muito especial: amanhã é o meu aniversário, apesar de dizerem que a partir de certa idade, a partir dos quarenta, apenas completamos primaveras, invernos, verões ou outonos. Continuo a gostar deste belíssimo mês, não somente pela minha data festiva, mas também pelas grandes festas que nele acontecem...

As festas sempre têm a tendência de repetir, as pessoas nem sempre são as mesmas - algumas mudam, outras saem do grupo, outras partem para junto do Grande Mestre. Trabalhar o ano todo em caráter de vitória, confraternizar: assim aconteceu com os ministros da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Bilac, no último domingo. Notava-se a alegria nas feições de todos em ter vencido mais um ano levando e ministrando a palavra do Grande Mestre aos necessitados da refeição celestial, do amparo e carinho terrestre. E com votos de continuar fazendo sempre.

Nas escolas, com a chegada do fim dos dias letivos, refrigerantes e salgadinhos são repartidos entre as turmas - confraternização, e, às vezes, com amigo secreto. Mas o mais significativo é quando as turmas apresentam o trabalho de um ano letivo: mural, sarau - ambos recheados de atividades desenvolvidas ao longo de um aprendizado significativo. Sinto-me feliz em fazer parte de servir esta alimentação que vivifica o conhecimento. Apreciar os alunos declamando poesias, o coral entoando belas canções, jovens apresentando belíssima peça teatral sobre o 'coração' em sincronia com a plateia, e esta participando com gosto, danças (hip-hop, dança do ventre): é simplesmente encorajador para se pensar num descanso merecido e num voltar às atividades letivas do próximo ano com mais gás... Eu vivi, na última quinta-feira, esta emoção. Aliás, nós professores e alunos da EE 'Dr. Clóvis de Arruda Campos' - Paraisão - vivemos! O Sarau do Coração foi realmente para mexer com as emoções!

E acrescento a tudo isso, às festas, uma excelente festa literária promovida pelo Núcleo Regional da UBE - União Brasileira de Escritores, que participei no último sábado na Biblioteca Pública Municipal 'Rubens do Amaral', no Espaço do Escritor - um debate literário sobre 'Literatura e Transgressão', com a palestrante escritora Emília Goulart. Foi aí que fiquei a pensar ainda mais no que pode ser considerada transgressão dentro do campo literário - que, por sinal, é muito vasto. Só se tem literatura se houver transgressão - e no sentido melhor que se possa pensar. Acredito que transgredir nada mais é que a realização plena da Literatura - ou seja, a realização do autor em sua plenitude.

Agora, aproveitando o gancho do parágrafo anterior - o assunto literatura e transgressão, por que certas editoras - e até mesmo determinados veículos de comunicação (jornal, revista) não aceitam estes tais tipos de textos transgressores? Aliás, dificilmente aceitam publicar até mesmo uma poesia... Será que o que chamamos de 'pudor' afeta muito a problemática das 'vendas'?

Só para terminar, outro dia conversando com uma editora de um 'determinado caderno' de jornal, ela afirmou-me que por motivos comerciais determinados textos, determinados assuntos são 'proibidos' de serem publicados. Penso cá com os meus botões - liberdade, liberdade... Onde você está, liberdade? Bem, não sou nenhum santo, mas também fico a imaginar após determinados textos serem publicados o que a recepcionista, e até mesmo o editor (a) do caderno em que o texto saiu publicado deve ouvir... Portanto, como sempre diz - vamos pelo bom senso e evitamos conversas desnecessárias... Quem quiser que o seu texto considerado 'marginal' fique estampado em jornal, que monte o seu. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 06/12/2014 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

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