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MÊS JAN 2018 - DIAS 06 - 13 - 20 - 27 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

AH! O TEMPO   (27/01/2018)

Sentado aqui nesta cadeira, nesta cozinha, lambiscando um doce, uma lata de cerveja, olho pela janela do tempo, o Tempo passar. Alguns prefeririam um petisco salgado ao doce - eu não. E não entendo o porquê desse meu interesse maior pelo doce.

Lá fora está fresco (vim de lá há pouco). Chove! Relâmpagos cortam o céu; trovões - diriam alguns que São Pedro está a arrastar os móveis - muitas histórias que o povo conta. Aqui dentro muito calor - o ar, fabricado, pouco a pouco vai esquentando o ambiente, fazendo o contrário do que deveria ser feito. Que tal colocar umas pedrinhas de gelo? Talvez a vida aceite congelar desta forma - ou não?

Entorno outra vez a lata de cerveja; outras vezes. O silêncio faz companhia (exceto o barulho dos trovões lá fora, e do ventilador aqui dentro). Fico a pensar no Tempo que tudo faz acontecer ao seu tempo. Um pacote sobre a mesa de sementes de Bela Sortida (Bela da Noite) - alguns a conhecem assim. Um grama e tantas sementes! De várias cores: brancas, rosas, lilás, amarelas, vermelhas... A Natureza é simplesmente fantástica! E ao seu tempo fará germinar o que o semeador semeou...

Ao centro uma taça, vamos dizer, que fiz de fruteira: peras, maçãs, um melão, kiwi - e, na pia: dois abacaxis que perfumam o local. E o Tempo fazia-me relembrá-la. O relógio frutífero na parede marcava exatamente vinte e duas horas e quarenta minutos: como ela ficou assim? Tão jovem e tão esquecida? Escondi uma lágrima na ponta da toalha de mesa: amava-a como nunca amara alguém!

Quebrado pelo silêncio dos meus pensamentos, a vida passava - lentamente. A fome existe: mas há algo pior que a fome - a impotência frente às certas angústias da vida. O mundo é tão grande que, às vezes, nos causa a vontade de desistir - mas sempre há anjos por perto nos incentivando a caminhar - apontando, lá longe, lá longe mesmo, o farol: o porto seguro tão almejado. (Mas, às vezes, demora a chegar...)

A noite lá fora é densa - aqui também. Um dia após o outro, e no meio uma noite - ou o contrário. É um processo de querer, ou não, entender assim. O café, negro, pode ser forte, fraco, suave, amargo - estilos, escolhas, aromas e sabores diversificados (qualidade) - e nem sempre ao gosto do freguês. Mas, no momento desejei-o, mas era feito da manhã - ultrapassado. O desejar se faz necessário ao Homem - são significados de conquistas. Conquistas nem sempre são fáceis, mas o gosto do ter, da vitória, é saborosíssimo!

Eu, aqui, rabiscando estas linhas. Ela, talvez - nunca as venha a ler - dopada procurando a paz: a ausência do estresse. Amai-vos. Amei-a desde que a vi pela primeira vez num longo amarelo de festa: topíssimo! - diriam muitos... É a vida a colar-nos peças - mas o que vale é o sentimento profundo, o carinho, o respeito mútuo... - que somente o Tempo traz (e trouxe).

Faltam-me palavras - e não quero colocar um ponto final em qualquer lugar. Melhor deixar o velho senhor Tempo colocar. Ele, o senhor Tempo, é o sabedor de tudo - conhecedor inigualável das coisas! Contrariar pra quê? Jamais! O dom maior ao Homem vem com a idade: a paciência, seguida da esperança e sem deixar de lado a fé - orar faz bem! Amai-vos. Amei-a!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 27/01/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

E OS ACADÊMICOS? FARDÃO AZUL! (20/01/2018)

Fiz um propósito de escrever neste mês de janeiro três textos sobre leitura e assim fiz: os dois primeiros textos do ano foram sobre os questionamentos literários - a importância de ler e sobre alguns autores - partindo do nível nacional para o local. E hoje, fechando esta série de três textos, escrevo sobre os que vestem o 'fardão': os senhores e senhoras acadêmicos - o fardão azul! - aqui em Araçatuba.

Ao leitor que tem interesse pelas letras: a instituição Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada pelo grande Machado de Assis - tem, entre as suas funções, a de cultivar a língua e a literatura nacional. A ABL é formada de 40 membros efetivos e perpétuos, e vinte sócios correspondentes estrangeiros. Em Araçatuba a fundação da instituição Academia Araçatubense de Letras (AAL) se deu por iniciativa de alguns, principalmente do prof. Célio Pinheiro (in memoriam), em 1993. Seguindo os mesmos princípios do grande mestre das Letras, a Academia Araçatubense de Letras encontra-se com sua sede na Rua Joaquim Nabuco, 210, Centro - com funcionamento das 13h às 17h, e suas reuniões acontecem à noite e aos sábados (conforme o assunto em pauta).

A AAL é composta por 20 membros (ordem alfabética, e algumas obras): Amarildo Clayton Godoi Brilhante (obra: Amor Dom Maior/2014), Ana Lúcia Ramos Rezende (obra: Colorida/2013), Anízio Canola (obra: Anízio Canola: Contos Poesias crônicas/2013), Antenor Rosalino (obras: Paisagens Verbais/2007 e Prisma Poético/2012), Antônio Luceni (obras: Poesia, pipoca e pião/2013, Mosca Feliz, Júlia, Gol de Letras), Arnon Gomes (obra: O Jornalista Mais Premiado do Brasil/2015), Carlos Eduardo Brefore Pinheiro (obra: Entre o Ínfimo e o Grandioso, entre o Passado e o Presente), Emília Goulart (obras: Diário de Vó Lina/2011 e Descaminho dos Anjos/2012), Francisco Antônio Ferreira Tito Damazo (obras: Insubmissão/1994, Ferreira Gullar: uma poética do sujo, Contrabaixo/2006, Sob a batuta do Bicho Grilo/2014), Hosanah Spíndola (obra: Minha vida em prosa e versos/2016), Maria Aparecida Godoy Baracat (Cidinha Baracat - obras: Ciranda de Vidro/1998, Do fundo da Canastra/2013), Marianice Paupitz (obra: De retalho em retalho/2013), Marilurdes Martins Campezi (obras: Porta-retrato/1995, Tempo de Colher Margaridas/2015), Marly Aparecida Garcia Souto (obras: Uma dose de Amor, Entre Nós), Glenn Wood da Silva (obra: Vida de cão - Relatos de um Diário Canino/2011), Geraldo da Costa e Silva (obras: A túnica de Nesso/2002, De Volta às Latomias/2005, O Mel e as Orelhas de Mida/2008, Faina de Faiscador/2011), Lourival Amílton Lautenschläger (obra: O Gandavo de Jatobá/1999), Hélio Consolaro (obras: Cobras & Lagartos, Filósofo de Semáforo, Casar! Contra Quem?), Tarso José Ferreira (obra: Calo de Taco), Yara Clarice Pedro Rodrigues de Carvalho (obras: Mistério de Objeto Luminoso/1981, Vida de Boneca/1982, Um dia de Anjo/1983, Capitão Melancia/1984, Mundo Marinho/1985, Minha Máxima Culpa/1985, Lanche de Bandeja/1992) - peço desculpas por não citar todos os nomes dos livros publicados, pois não são fáceis de encontrá-los. Na presidência da AAL está Yara Clarice Pedro Rodrigues de Carvalho.

Claro que, para alguns, muitos nomes são desconhecidos - mas todos têm um princípio: pelo menos um livro publicado! - requisito obrigatório para a participação acadêmica. Os mais conhecidos do público estudantil, por exemplo, são aqueles que estão (ou estiveram) envolvidos com os estudantes diretamente: Amarildo Brilhante, Ana Lúcia, Antônio Luceni, Carlos Brefore, Tito Damazo, Cidinha Baracat, Marly, Hélio Consolaro. Mas fica bem claro que a escrita é um gosto, pois os que não foram citados neste parágrafo desenvolvem atividades profissionais que não estão ligadas diretamente à escrita, mas dedicam parte de sua vida à escrita. Vivencie, quando possível, as obras citadas acima - ler e escrever é: simplesmente fantástico! E não esqueça, ainda, que: ler é viajar...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 20/01/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

LEITURAS PRAZEROSAS! (13/01/2018)

Na coluna da semana passada escrevi sobre algumas leituras que são consideradas por muitos como obrigatórias - e, ao mesmo tempo, quando feita por gosto, não se tem a obrigatoriedade: se tem prazer. Naquele texto citei alguns autores nacionais. Hoje, a conversa é local, regional.

Diz o velho ditado que santo de casa não faz milagre, não é mesmo? Mas, se você parar e analisar, com toda certeza acharás alguns santos caseiros fazendo milagres - ou seja, alguns autores nossos, araçatubenses, ou que adotaram a cidade de Araçatuba como berço, ou de nossa região, fazendo prodígios pelo Brasil afora. Fico então a pensar: por que certos colégios / escolas de Araçatuba não pedem leituras de livros de nossos autores? Na Rede Estadual, como professor de Português, indico visitas semanais à Biblioteca e deixo bem visível os livros de nossos autores. Na Rede Particular (quando atuava nela), era uma luta enorme em falar de nossos escritores - apostilado: mercadoria pronta. Pouco espaço para tais diálogos.

Mas, chega de papo furado, e que tal uma viagem por eles? Pelos nossos escritores - que não são poucos - e passamos o ano todo lendo as obras destes e não damos conta de lê-los por completo. Ainda bem, não é mesmo? Vou tomar como base de princípio o livro a seguir: a última Experimentânea, de nº 11 - organizado por mim. Só neste livro temos dezessete autores que participam do Grupo Experimental: Ana Almeida dos Santos (poetisa dos sonhos), Anízio Canola (em 2013 publicou: 'Anízio Canola: Contos, Poesias e Crônicas'), Aristheu Alves (já ganhador do Prêmio de contos Cidade de Araçatuba/2007), Carmem Silva da Costa, Elaine Cristina de Alencar, Emília Goulart dos Santos (romances: 'Diário de Vó Lina'/2011, 'Descaminho dos Anjos'/2012), Hozanah Spíndola de Ataides, Isabel Moura, José Hamilton Brito (blog: 'E as letrinhas que eu reuni...'), Kelly Stábile (livros publicados na área de Psicologia/Educação), Manuela Sant'Ana Trujilio (além da arte da escrita, aventura-se divinamente pela música: 'Tietê'), Maria José da Silva (livro: 'Contadora de Histórias'), Maria Rosa Dias, Marianice Paupitz Nucera (obra: 'De retalho em retalho'/2013 - contos e crônicas), Pedro César Alves (romances: 'Momentos marcantes dos pequenos aventureiros'/2000, 'Relatos perversos, ou não...', 'Detetive de primeira viagem', 'De operário a mafioso', 'As crônicas que escolhi escrever'/vol. 01, 02, 'Poemas'/vol. 01, 01),Vicente Marcolino Rosa (grande sonetista!), Wanilda Borghi. Vale ressaltar que, com mais ou menos presença na mídia, todos lutam para que as letras araçatubenses continuem a brilhar.

O leitor mais apetitoso, mais antenado, pode estar pensando: e os acadêmicos (Academia Araçatubense de Letras)? Concordo plenamente que ainda não os citei - ou, que alguns citados acima, que pertenciam ao Grupo Experimental e, com o decorrer dos tempos, são hoje acadêmicos - mas explico: farão parte do próximo texto. Neste ainda vale citar: Junior Salvador, Rita Zuim Lavoyer, Larissa Alves, Regina Ruth Rincon Caires, Fátima Florentino, Mariluci Gomes, Alaor Tristante Junior, Euclides Garcia Paes de Almeida, PA Lopes, João Luís - e com certeza outros que vou me esquecendo de citá-los (peço desculpas antecipadamente).

Logo, o leitor pode já ter uma noção que há muitos textos (contos, crônicas, poesias - publicados em jornais e blogs), somados a livros de autores araçatubenses (e regionais) a ler - basta querer evidenciar em sua cultura um pouco do que é nosso. Vivencie, quando possível - pois ler é simplesmente fantástico! Ler é viajar...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 13/01/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

LEITURAS OBRIGATÓRIAS (OU NÃO) (06/01/2018)

O ano de 2018 se inicia - apesar de ainda ser um período de férias escolares, em breve já se tem o início do ano letivo. Para alguns (pelo menos para alguns mais preocupados) é a hora de se pensar no futuro e, pensar no futuro, passa pelas leituras de alguns livros que são solicitados como leituras obrigatórias em determinados vestibulares.

Verdade ou não - a obrigatoriedade, ler é um passo importantíssimo na vida de cada ser humano, pois a leitura traz uma bagagem vivida por alguém (o escritor) e ali depositado ao leitor através de seus personagens. Logo, o papo obrigatoriedade cai por terra tendo em vista a bagagem que traz ao leitor, basta este saber aproveitar.

Sendo assim, trago aqui alguns títulos que pesquisei e que, de certa forma, muitos já foram indicados e comentados - mas nunca é o suficiente em se tratando de clássicos. Segundo Ítalo Calvino - escritor europeu (nascido em Cuba, mas ainda criança retornou com os pais para a Itália): 'Um clássico é um livro que nunca terminou de contar o que tem a dizer' - bem interessante e, de certa forma, todas as vezes que os lemos, descobrimos algo (ou será que a cada leitura realizada sobre aquela obra, com o ganhar dos anos, das experiências vividas, somamos à leitura parte de nossa vida?) - é de se pensar.

Tanto é de se pensar que de dois em dois anos gosto de ler (e recomendo) a obra O Pequeno Príncipe, do escritor, lustrador e aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943, nos EUA. E a cada leitura aprendo mais - o texto é o mesmo, mas as minhas experiências de vidas já são outras, somadas à leitura, vivencio novas experiências de 'leituras'. Vivencio um modo diferente de encarar, tanto a realidade, como o lado ficcional. Logo, a expressão: 'Um clássico é um livro que nunca terminou de contar o que tem a dizer' - é verdadeira!

Citando apenas algumas leituras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, além de contos, como A Cartomante (de Machado de Assis); O Cortiço, O Mulato, Casa de Pensão (de Aluísio de Azevedo); A Cidade e a Serra, O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, Os Maias (de Eça de Queirós); Sagarana, Grande Sertão: Veredas, Primeiras Estórias, Campo Geral (de Guimarães Rosa); Auto da Compadecida, Uma Mulher Vestida de Sol (de Ariano Suassuna); Sentimento do Mundo, A Rosa do Povo, Claro Enigma, José (de Carlos Drummond de Andrade); Capitães da Areia, Gabriela Cravo e Canela, Dona Flor e seus Dois Maridos, Jubiabá, O País do Carnaval (de Jorge Amado); e poderia ser citado outros títulos, ou outros grandes autores, como Monteiro Lobato, Euclides da Cunha, Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Raul Pompéia, Arthur Azevedo, Visconde de Taunay, Olavo Bilac, Graça Aranha, Vinícius de Moraes, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, Guilherme de Almeida, Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Murilo Mendes, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, João Cabral de Melo Neto... - e, com toda certeza, muitos e muitos nomes esquecidos nestas linhas.

É uma lista muito grande, e que deixa o leitor ávido por conhecimento. E, para os que estão iniciando o processo de leitura, vale levar em consideração que cada obra traz em si um mundo particular, com reticências do mundo em que vivemos. E, se você gosta de adaptações, adapte parte do que você leu em sua vida, talvez lhe faça bem. Às vezes, sair do real e ir para o ficcional (dentro das adaptações possíveis), faz bem ao 'ego', não é mesmo? Vivencie, quando possível - pois ler é simplesmente fantástico! Ler é viajar...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 06/01/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

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