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MÊS OUT 2018 - DIAS 06 - 20 - 27 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

REFLEXÕES DA VIDA (27/10/2018)

Sempre ficamos pensando... E o ato de pensar faz o ser humano ir mais à frente - ou dar uma pausa na vida: reflexões! E as reflexões fazem o Homem crescer. É sabido que são as perguntas que movem o mundo, e não as respostas - as respostas são frutos das perguntas anteriormente feitas. E, pensando assim, pude notar que estamos sempre buscando algo que nos faz pensar - e, quando refiro ao ato de pensar, refiro-me não ao ato do 'simples' pensar, mas daquele ato de pensar que traz uma reflexão profunda. E, para nossa alegria (ou não), são poucos os que se dão ao ato de pensar nestas proporções - difícil de aceitar, mas é assim mesmo.

Creio que pensar por pensar, muitos pensam (penso eu); mas, também creio que, muitos pensam realmente! E quando digo assim não é exagero deste que escreve estas linhas, mas sim de alguém que já vem observando o mundo há quase cinco décadas! E quando se trabalha com seres humanos, a situação ainda é mais visível - alguns poucos pensam, a maioria faz cópia do que já existe, ou está passando a existir - por assim dizer. Dura realidade!

Estamos num período conturbado de nossa história política - e o pior: atacam-se entre si (os eleitores) sem respeitar o direito do outro; sem respeitar o direito da cidadania, da democracia, da escolha... E de que vale tudo isso se, quando realmente devem discutir os problemas - melhor dizendo: discutir se ações propostas são de eficácia, se conseguirão ser realmente concretizadas, não discutem! Eleger é fácil, agora cumprir é o problema. E o maior problema é a fiscalização dos atos governamentais. Não basta se exercer do direito do voto, tem que fiscalizar o depois - independente de quem suba ao poder. E sabemos que a nossa cultura não faz isso!

Partido - lembrei-me do poema "Nosso Tempo", de Carlos Drummond de Andrade, que diz: "Esse é tempo de partido, / tempo de homens partidos. // Em vão percorremos volumes, / viajamos e nos colorimos. / A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. / Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. / As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. / Meu nome é tumulto, e escreve-se 
na pedra. // Visito os fatos, não te encontro. / Onde te ocultas, precária síntese, / penhor de meu sono, luz / dormindo acesa na varanda? / Miúdas certezas de empréstimos, nenhum beijo / sobe ao ombro para contar-me / a cidade dos homens completos. // Calo-me, espero, decifro. / As coisas talvez melhorem. / São tão fortes as coisas! / Mas eu não sou as coisas e me revolto. / Tenho palavras em mim buscando canal, / são roucas e duras, / irritadas, enérgicas, / comprimidas há tanto tempo, / perderam o sentido, apenas querem explodir. (...)" - e em que tempo vivemos?

Pode você - assim como eu, viajar na interpretação. Homens de partido, Homens partidos - é o nosso dia a dia. Estudamos as Ciências Políticas e não chegamos a um denominador comum (estou quase acreditando que até a Matemática não é exata!). Saímos às ruas, coloridos - acabamos em pó (quase sem resultado - não temos força política!). Precisamos do todo, de tudo! E as Leis? Foram feitas para os transgressores que, ao bel prazer, tiram proveitos de suas brechas. Não há flores; há guerras - um leão por dia! Tumultuo-me! E as visitas às fotos, de fatos, não encontro nada - a não ser fotos em fatos e fatos em fotos - Homem! Incompletos!

E a realidade contínua - continua! Às vezes arrependo-me por calar-me. Revolto - e onde estão todos? Se foram pela estrada da vida! Sou um canal que, por vezes, sente-se fechado - e há tempos estou assim. Estou a explodir - muitas coisas perderam o sentido. E as reflexões continuam na tênue voz do meu pensamento - 'Acorda, Homem! Precisam de ti!'.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 27/10/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

PAUSA MERECIDA (20/10/2018)

A manhã não estava com o sol tão aberto - como costumamos dizer no interior paulista, mas propícia a caminhar pela orla, por sinal: bem estreita. Colocamos tênis e nos dirigimos à praia. Areia molhada, o som de um mar sereno. Na avenida próxima os barulhos dos automóveis eram quase nada - pequenos pontos de luzes ainda acesas, sem som de buzinas. A pequena praia começava a acordar.

Eu e ela, a minha amada, caminhávamos deixando as marcas na areia. De repente, os animais - acompanhados com seus donos, apareciam e já passavam. Seus donos, diziam alguns, palavras desconhecidas, ou soltas ao nosso entender (todos pareciam, talvez, figurantes de algum filme que ia e vinha...) - era a vida acontecendo.

Bem distante da orla, de velas alçadas, iam eles - outros apenas balançavam sobre as águas (pareciam bebês embalados pelos pais a pegar no sono). Sentamos num dos bancos: veio-me à mente as outras vezes que estive na mesma ilha, mas em partes diferentes. Um garoto passou gritando "olha o jornal" - comprei um exemplar (fascínio por jornal!). Li as manchetes e fui diretamente às variedades: pouca literatura - como sempre!

Não muito distante começou uma pequena aglomeração, logo depois ouvi o som do apito - era o juiz dando início a uma partida de vôlei da 'melhor idade'. Uma música diferente, talvez de um viajante do tempo, se fez ouvir. Meus ouvidos pareciam seguir o som. Meus olhos começaram a segui-los. Descobri que não vinha de tão distante.

Levantamos, de mãos dadas, seguimos em direção, seguimos em direção ao som - meu coração era dela, o dela era meu, entrelaçados. Ficamos quase uma hora próximos, bem próximos - tilintando os dedos, por assim dizer. Saímos por necessidade de nos afastar da fumaça que, pouco a pouco, começava a surgir.

Compramos uma passagem e embarcamos num 'barco de piratas'. Partimos rumo a alto-mar, ao som de músicas intrigantes, de piratas e passageiros estranhos (do além, talvez). Uma hora depois a embarcação parou e todos fomos 'obrigados' a descer - ufa! Hora do almoço - uma hora sem sermos embalados pelas ondas do mar...

Retornamos à nau, sentamos próximos à popa - vale lembrar que, após o almoço, sentar próximo à proa é o mesmo que pedir pra jogar fora o que há pouco fora ingerido. E, como esperávamos, a embarcação zarpou em boa velocidade ao destino de partida.

Com os pés em chão firme - apesar da areia húmida afundar um pouco, não tirava o glamour do chão firme. Era quase cinco da tarde - o sol brilhava em seu esplendor! Saboreamos alguns petiscos marinhos e uma boa bebida - fomos atendidos carinhosamente por ele que nunca nos negou atenção, e conhecedor de bons lugares.

Ela pegou em minha mão e disse-me:

- Vamos, meu amor, ao nosso aconchego?

Olhei-a carinhosamente. Levantei-me. Lado a lado, rumamos os nossos pés para o nosso aconchego. Um bom banho. Uma volta pela noite - no mais tardar da noite! Depois um bom sono! Logo, em breve, o retorno ao bom e velho lar... - a mais de mil quilômetros de distância! Voltarei outras vezes a te ver, Canavieiras? - Florianópolis/SC.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 20/10/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

ELEIÇÕES E PREOCUPAÇÕES NO LEGISLATIVO (06/10/2018)

Estamos às portas de mais um pleito e muitos andam preocupados com quem vai ocupar o poder central (tanto a nível federal, como estadual) - mas, na verdade, deveriam estar mais preocupados com os que vão assumir o poder legislativo: deputados estaduais, federais e senadores. E sabe por quê?

Vamos às questões. Pensar no Poder Executivo, em suas propostas, é algo interessante, necessário - não se pode descartar, mas o que mais me preocupa são os tais deputados estaduais, deputados federais e senadores (que serão eleitos ou reeleitos metade dos que lá estão), pois estes legislam - tanto a favor da população, como a favor de grupos que estão ligados - e não estou aqui para citar nomes, tendo em vista que este espaço não exerce tal função.

Como trabalho em escola - e nesta que trabalho há o processo de eleição, vejo muitos eleitores pegando os tais 'santinhos' no chão e votando - e sem o mínimo de conhecimento das propostas dos candidatos. Eleição é coisa séria - parecem que esqueceram... Cada cabeça uma sentença, e cada povo tem o governo que merece; ou, ainda, a voz do povo é a voz de Deus: é de se pensar (e a grande massa não pensa sobre).

Fazendo uma pequena explanação antes de retomar o assunto: uso o termo 'é de se pensar' - quando me refiro 'a voz do povo é a voz de Deus' - pois nas Sagradas Letras temos um exemplo bem clássico: o povo de Israel pediu um rei ao Senhor Deus - pois argumentavam que todos os povos ao redor deles tinham um rei que saía com eles às pelejas (eles - Israel - tinham juízes, juízas, profetas), e o profeta Samuel falou das obrigações para com o reinado, e mesmo assim o povo insistiu no querer um rei, e o Senhor Deus deu um rei - segundo o propósito e pedido deles: Saul. E o primeiro rei de Israel é descrito como um belo exemplar de varão, alto e bonito (I Samuel, capítulo 9, versículos 1 e 2) - aparência externa - nada de comentários internos (oposto do rei Davi - que fora escolhido por Deus a ser sucessor do rei Saul - que são apresentadas características externas: boa aparência, e internas: valente, sisudo em palavras).

Retomando o assunto, muitos eleitores votam por votar - pois se não fosse obrigatório, não compareceriam. Logo, não percebem o poder que tem na mão quando usam do direito do voto. Escolher o candidato do Legislativo é de suma importância - por isso que digo que, se bem escolhido, defenderão causas sérias. Então, pense bem no candidato que você escolherá para exercer as cadeiras do Legislativo. Pesquise as propostas dos mesmos acessando os sites dos partidos, ou do próprio candidato.

Para se ter uma noção de como acham bom ocupar um cargo na república dos brasileiros, que este ano as candidaturas foram recordes: 358 candidatos ao Senado (32 em busca de reeleição) - para 54 cadeiras. Para deputado federal - 513 cadeiras, tendo como média 16 candidatos por cadeira (cerca de 8.200 candidatos - e dos que lá estão, 80 % disputarão a reeleição) - é brincadeira, ou querem mais? No momento, no Estado de São Paulo - Assembleia Legislativa de SP, há 94 deputados estaduais e, destes, 77 deputados estão disputando a reeleição para o mesmo cargo, e 06 vão tentar a vaga de deputado federal. Convido-o a pensar: o processo de eleição dura, em média, três meses - estão preocupados neste período com projetos para o povo? Ou, estão preocupados com a reeleição? - pois não há necessidade de afastamento do cargo que exercem (sem necessidade de desincompatibilização).

Fecho estas linhas apenas alertando o leitor que se faz necessário pensar bem nos candidatos que queremos colocar no poder; há necessidade de conhecer as propostas de cada um, de cada ideologia partidária. A verdade é uma só - e não é para rir: que loteria furada que temos que participar, não é mesmo? E não ganhamos nada, apenas encargos e mais encargos! Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 06/10/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

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