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MÊS FEV 2015 - DIAS 07 - 14 - 21 - 28 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

NAVEGANDO PELO MUNDO DAS LETRAS (28/02/2015)

Hoje, caro leitor, se você acordou cedo - ainda dá tempo: na Biblioteca Municipal 'Rubens do Amaral', a partir das nove horas, os escritores e amantes da Literatura estão reunidos para colocarem em prática o que mais gostam de fazer: falar sobre a arte literária.

O tema da reunião - palestra de hoje é: 'De leitor a navegador', proferida pelo escritor e secretário de cultura, professor Hélio Consolaro. O tema fará parte da Jornada de Literatura em Araçatuba, em setembro. E, pensando no que escrever na coluna de hoje, e apoiado em leituras que sempre estamos a fazer, colocarei o meu ponto de vista sobre o assunto.

Antes de prosseguir o assunto, gostaria de deixar aqui o registro de que todo último sábado do mês, na Biblioteca Pública Municipal 'Rubens do Amaral', no Espaço do Escritor, há encontro de escritores e as palestras são maravilhosas, de conteúdo prazeroso - como a que tivemos em janeiro com o professor Dr. Tito Damazo, que abordou o poema 'Rios sem discurso', de João Cabral de melo Neto - e vale ressaltar que o espaço é aberto ao público - gratuito.

Retomando o meu pensar, somos leitores - e desde sempre. Ou seja, desde que nos conhecemos como tal que somos, fazemos leituras. Começamos a ler o que está a nossa volta, e depois o nosso mundo vai crescendo, descobrindo novos horizontes, passando também a conhecer e dominar as letras. E o nosso mundo não para de crescer, não paramos de ler - até que os nossos olhos se fechem para sempre.

E de leitor que somos, passamos rapidamente à tecnologia. De leitor a navegador. De leitor a viajante do espaço cibernético - e nele podemos nos achar, mas também podemos nos perder. São muitas informações, mas muitas mesmo. Gilberto Gil, na canção 'Pela Internet', mostra bem como tudo isso funciona: '(...) Que veleje nesse infomar / Que aproveite a vazante da infomaré // Eu quero entrar na rede / Promover um debate / Juntar via internet / Um grupo de tietes de Connecticut...'. E ai está: na rede se pode fazer tudo, basta ao leitor-navegador fazer a escolha correta (o que nem sempre acontece, principalmente com os jovens).

A rede está pronta para ser usada - num click a informação chega, e com múltiplas escolhas. Se pensarmos na evolução que passamos nas três últimas décadas, creio que foi maior que muitos séculos juntos. Mas, como se diz, para chegarmos onde estamos, tivemos que trilhar um longo caminho... Passamos pela Idade da Pedra, depois os primeiros rabiscos em pergaminhos, a invenção do tipo móvel - a prensa (que gerou uma maior circulação de informações), os livros, as tão famosas enciclopédias; os tabloides, as revistas; os primeiros sites, os blogs - e sua atual proliferação destes, as revistas eletrônicas. Informações a mais informações neste 'infomar'. Mar, vasto mar, quanto de suas informações são noites perdidas de sonos e mães mandando seus filhos para a cama - mas teimaram em permanecer e encher de 'sugestões' o mar que muitas vezes fica congestionado, perigoso...

E assim, o leitor-navegador vai se enchendo, se enchendo, até que uma hora as informações poderão ultrapassar a medida correta, e ai vem a pergunta: o que fazer? Como proceder? Apesar de pensarmos que informação nunca é demais, em algum momento este mundo poderá desabar - principalmente quando usado de maneira errônea. Saídas? Não sei se há, mas o melhor ainda a se fazer é vigiar, pois vigiando tudo fica dentro dos limites que o ser humano pode carregar. Nem mais, nem menos, mas a medida exata quando usada corretamente. Ler alimenta o espírito para a execução de boas ações. Pense sobre e navegue em informações que te levem a um patamar de gloriosas revelações - as letras no sentido mais amplo e literário possível! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 28/02/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

E O BRASIL COMEÇA... (21/02/2015)

Passamos para o outro lado da história anual do Brasil, da página que podemos chamar de 'pós carnaval' - que todos sabemos que é uma festa muito popular. Este se foi e agora os negócios são retomados. Dizem, mas na verdade sabemos que não é bem assim: as coisas já caminham há algum tempinho. Caso contrário, estaríamos na pior - aliás, um pouco mais.

Falando em começar, em o Brasil começar, nós brasileiros temos que (re) pensar sobre o que está acontecendo com a nossa nação. Há rumores e mais rumores, mas até que ponto existe algo de concreto pelo que se andam falando, pelo que se pretende fazer? Não é a maioria, pelo contrário, uma pequena parcela que, significativamente, pode desestabilizar a nação.

Fico a pensar, e politicamente falando, até onde existe a verdade, ou pelo menos um fio de verdade, uma sombra de verdade em tudo que se prega? Pacificamente somos uma nação. E, como povo brasileiro: somos sossegados natureza, ou 'quase'. Mas há muito tempo não ouvimos falar de uma representação civil de peso e que tome o 'seu lugar' para providências necessárias - se é assim que podemos dizer, ou pensar.

Verdadeiramente o Brasil não para. Nós, brasileiros, somos um povo de caráter - embora de maus políticos, de maus governantes - claro que não se pode generalizar. Temos e já tivemos bons governantes - raros, mas não podemos negar (e melhor nem nome citar - nem bons nem ruins, pois cada um tem o seu mérito de governabilidade). Lembro-me, agora, de um nome que marcou as letras e a política brasileira: Graciliano Ramos.

O grande mestre da literatura - Graciliano Ramos, foi prefeito da cidade de Palmeira dos Índios e no relatório de mil novecentos e vinte e nove foi além das expectativas - conseguiu arrecadar quarenta por cento a mais do previsto, e sem muitos exageros: apenas cortando as mordomias existentes antes, cobrando impostos justos.

E, soma-se a isto - como diz o mestre acima citado: "...o dinheiro é do povo". Basta ter bons companheiros para fazer o emprego correto do que é do povo. Vigiar - eis a resposta correta. Assim, pensando diferentemente, Palmeira dos Índios teve sucesso. O final é algo de se pensar. É algo de se vigiar - é algo de se espelhar.

E o nosso Brasil? Palmeira dos Índios faz parte do Brasil - é real. Está realmente na hora de se pensar como pensou e agiu Graciliano Ramos na cidade em que governou. Somos uma república rica, mas ao mesmo tempo pobre - com concentração financeira nas mãos de poucos - e estes só pensam nas pessoas que estão em volta, nada mais!

Pense em termos de Brasil - o que fazer? Como mudar a situação? Como mudar determinadas senhores que estão no poder há décadas? Que passam de geração em geração - pior que as tais Capitanias Hereditárias! E o povo a sofrer, a receber míseros salários - migalhas que caem da mesa de seu senhor, como diz determinadas partes das Sagradas Letras. Até quando?

Já que o Brasil tende a começar, que tal começar a pensar diferente sobre Educação, Saúde, Moradia, Trabalho? São coisas que, segundo a Constituição Federal, é direito do povo. Mas, onde os direitos do povo se escondem? Ou, onde estão a escondê-los? Eis a questão, prezado leitor. Eis a questão! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 21/02/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

CHUVA PASSAGEIRA (14/02/2015)

Esta semana, durante a madrugada de quinta-feira, choveu muito em minha casa - nas outras casas não posso confirmar o mesmo - mas creio que também choveu, e os trovões eram altos, relâmpagos por toda parte e eu com a enorme vontade de levantar da cama e correr pelo quintal. Tomar um demorado banho de chuva, da tão falada chuva, que enorme falta nos faz - principalmente nos dias quentes.

Não demorei muito a ter tal desejo realizado. Acordei pela manhã e fui trabalhar. O dia passou calmamente, sem grandes novidades, apenas muito quente. Retornei por volta de dezessete e trinta e logo o tempo, como dizem, fechou. As nuvens foram se mostrando carregadas, negras, e água começou a cair. Muita água mesmo. Chuva! Densa chuva! Bendita chuva! Não resisti: corri para o quintal e tomei banho de chuva! Delícia! Mas logo passou...

Assim são os acontecimentos em nossa vida - são passageiros. Tudo muda. A vida muda. Nós mudamos. Aliás, precisamos mudar - o mundo está em constante mudança. Digo, a humanidade faz o mundo estar em constante mudança. Temos que acompanhar, ou ficamos na lanterna. Na lanterna ninguém gosta de ficar. Sempre queremos o melhor: a vitória.

Colocamos culpa em tudo, exceto - ou poucas vezes - em nós. Temos uma boa parcela de culpa nos acontecimentos que nos cercam, e temos que ter a dignidade de saber disso. Por outro lado, não podemos aceitar tudo o que acontece, e do jeito que acontece. Se estivermos sempre dizendo sim aos fatos que nos cercam, provavelmente seremos escravos dos outros.

O meio termo pode explicar. Não há o que esconder - somos todos seres humanos e cheios de acertos e erros, por isso o meio termo explica satisfatoriamente a nossa vida. Mas nem sempre quem está ao nosso lado enxerga isso - acham que só estamos olhando para o nosso umbigo, como diz o ditado popular. Por isso temos que lutar pelo que queremos, caso contrário, seremos eternamente servos dos desejos dos outros.

O homem - como ser pensante, não aceita determinadas situações. Faz até certo ponto, depois simplesmente diz: basta! E dali para frente todas as coisas passam a tomar outros rumos. E estes rumos, por exemplo, podem ser interpretados pelos outros como mudanças radicais. Mas há uma regra básica que, às vezes, esquecem: para uma ação há uma reação; toda ação existe reação. É a lei do homem pelo próprio homem, pelo menos entendo assim.

E não adianta discutir, pois é simples: temos certo grau de tolerância sobre o que queremos - e fazemos por tê-las - ou seja, também fazemos a nossa parte (mesmo que o outro não concorde que fizemos - porém, temos a consciência de que fizemos). Discutimos muitas vezes sobre o assunto, mas de repente tomamos uma posição: deixamos de fazer determinadas coisas que o outro gostaria que fizéssemos - e aí o círculo está fechado. Plenamente fechado.

Começam as cobranças que, por sua vez, não levam a nada. As partes estão plenamente desgastadas, rompidas parcialmente. O que fazer? Eis a questão: o que fazer? Simples, pelo menos do meu ponto de vista deste que vos escreve: cada uma das partes envolvidas olhar para si e procurar em si saídas que venham satisfazer ambas as partes envolvidas - pois pode ser como a chuva: passageira. Não sabemos quando a chuva vem, porém sabemos que ela vem - assim é a vida: sabemos que temos altos e baixos, e que são passageiros. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 14/02/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

AS MÍNIMAS COISAS (07/02/2015)

É muito interessante quando se pensa nas coisas - no efeito que elas causam. Há coisas mínimas que causam efeitos gigantescos - e o inverso também. Mas, como muitos dizem, nas menores coisas se pode achar grandes coisas.

Quando se observa a natureza, cada coisa em seu lugar, nota-se que a perfeição existe. Pequenas flores que exalam perfumes que nenhum perfumista chegou aos pés. Misturam-se todas as químicas que se tem notícia e nada de ser tão perfeito quanto a natureza: é o esplendor do Ser Maior aqui na terra junto ao homem.

Às vezes, por descuido, comentamos certas coisas - são mínimas, e podem causar furor, tristeza, aborrecimento, entre outras características presentes no ser humano que não o faz crescer. Ainda, podemos ferir o coração do outro, outra - de nossos familiares. E sem sempre fazemos porque queremos.

Somos, sim, pessoas que premeditamos muitas coisas - grandes e pequenas, e não pensamos necessariamente no outro. E, assim sendo, criamos a partir de pequenas coisas possíveis inimizades. Criamos até atritos que perduram por longo tempo. Somos humanos e, a partir do momento que abriram a caixinha de Pandora, estamos aqui neste caos.

Mas, as mínimas coisas também nos alegram - e muitas passam por nós sem a percebermos. E, quando vamos notar, já se foi. É um amigo que partiu e não dedicamos tempo a ele (às vezes nem nos despedimos). É um ser de nossa família que nos pede atenção, o ombro amigo para repousar alguns minutos - nós não fomos instruídos a ouvir (pouco tempo usamos em ouvir).

E a vida vai passando - e aqueles que têm a graça de vivê-la em sua grande plenitude, por longos anos, descobre tais fatos com o decorrer dos anos. Creio que deveríamos nascer com muitas coisas já prontas - mas não é assim. Nascemos totalmente originais e, ao término de nossos dias, somos verdadeiras cópias do que a sociedade capitalista nos impõe. Por isso, às vezes penso, que antes de nos cobrirmos com roupas, éramos mais felizes.

A tecnologia descoberta pelo homem - inventada pelo homem, fê-lo um escravo! Escravo de tantas peripécias que poderíamos viver sem. Mas, por mais que pensamos o contrário, já faz parte de nós. Já faz parte do nosso cotidiano - querendo ou não. E o que fazer para mudar? Creio que deveríamos experimentar mais, e sem ouvir necessariamente o que a sociedade pensa.

Deveríamos olhar para as pequenas coisas. Olharmos, por exemplo, para as flores - como disse Jesus Cristo: "Olhai os lírios do campo, como crescem; não trabalham, nem fiam; e, no entanto, vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu jamais como um deles". Magnífico! E, ao olharmos os lírios, sentimos-nos verdadeiramente pobres! Verdadeiramente pobres de espírito, pois não sabemos apreciar a maravilha da natureza.

E, se fixarmos o nosso olhar para as pequenas coisas, dando o valor necessário a elas, crescemos em graça, em espírito, em sabedoria. A vida é rápida - muito rápida! Basta pensar o que é setenta anos ao pé da eternidade... Simplesmente um sopro nas narinas que, em breve, não existirá mais. Do pó fomos feito, ao pó retornaremos. E, cultivando as pequenas coisas, alcançaremos as grandes coisas - por exemplo: o galardão dos justos junto ao Pai Celestial. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 07/02/2015 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

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