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MÊS SET 2013 - DIAS 07 - 14 - 21 - 28 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

GOSTARÍAMOS DE IR PARA O ESPAÇO (28/09/2013)

Eu, que sou chamado de terráqueo, gostaria de fazer longas viagens - não apenas neste planeta Terra, mas - de preferência - para fora dele também.

Lendo um pouco mais sobre viagens, creio que não eu, mas muitos gostariam de ir além do limite global. Mas há custos - e, por sinal, alto. Enquanto não se pode pagar pela viagem, viajo (ou, viajamos) em pensamentos.

Segundo pesquisa que fiz, o homem em 1957 lançou o satélite soviético Sputnik (com a cadela Laika a bordo) e provou que é possível se comunicar a partir da órbita terrestre. Eu ainda não tinha nascido, e os norte-americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin, na Apollo 11 chegaram à Lua. Caminharam nela. Como eu gostaria de lá estar - mas ainda estava a caminho da Terra.

A nave norte-americana Viking, em 1976, registra as primeiras imagens de Marte - planeta mais visitado do Sistema Solar (e eu não pude estar lá - era ainda muito pequeno). Em 1977 a nave Voyager 2 (20 de agosto) e a Voyager 1 (05 de setembro), com rotas diferentes, exploraram Júpiter e Saturno. Não pude acompanhar, ainda estava sendo alfabetizado - meu primeiro aninho de escolarização e não se pode faltar - pelo menos foi o que minha mãe argumentou.

Já em 1982 os astronautas Valentim Lebedev e Anatole Berezevol viveram 211 dias a bordo da estação espacial russa Salgut 7 - queria estar lá, mas disseram que - como ainda estava saindo da última infância e passando pela adolescência - e era o primeiro teste de longa permanência no espaço, não deveria ir. Chorei muito!

No ano de 1986 queriam que eu fosse, mas eu recusei - e ainda bem: o Challenger - ônibus espacial da Nasa, em sua décima missão, explodiu! Sorte a minha em recusar o convite. O lançamento do telescópio Hubble, em 1997, gerou imagens impressionantes! Magnífica a beleza da inteligência humana! Em 1997 a nave espacial Mars Pathfinder registrou imagens e analisou rochas da superfície marciana.

Em 2004 a nave Cassini-Huygens entra na órbita de Saturno. No mesmo ano a Sonda Mercury Messenger é lançada com destino ao planeta Mercúrio - o planeta mais perto do sol (sete anos de viagem!). Que delícia, não? Delícia... Viajar sete anos para chegar ao destino! Em 2008 a Sonda Phoenix foi enviada a Marte pela Nasa e, a partir de amostras do solo marciano, contataram a presença de água em Marte - será?

E assim vai. Algumas viagens eu recusei, outras eu estava impossibilitado de ir... Mas gostaria de ir à Lua - se tivesse muito dinheiro compraria um lugarzinho numa nave e, de lá, olharia prazerosamente o planeta azul. De ter o meu nome escrito na história. Na história das grandes viagens da humanidade.

Gostaria de pisar o solo lunar - de fincar nele a bandeira do meu Brasil. De ter o gostinho de dizer que estive lá - mas, por hora, não é possível. /então viajo aqui nas pesquisas, nas anotações dos livros, dos sites e blogs da internet (como os citados acima). Viajo nos conhecimentos e anotações de mundos criados a partir da imaginação humana...

Ou, ainda, fico criando mundos que - creio eu - só existem aqui dentro deste ser que vos escreve. Os outros seres, meus conterrâneos, também possuem desejos, também criam seus mundos - inclusive você, caro leitor! Viajar - creio eu, quando possível, ainda é a melhor forma de sair do 'chão'. Imaginação ainda é tudo!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 28/09/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

AS VIDAS DENTRO DE MIM (21/09/2013)

Há muitas vidas dentro de mim - lembro-me um texto maravilhoso que Cora Coralina escreveu - e, anualmente, recrio-o dentro das minhas linhas rabiscadas. E faço também com os meus alunos que também aprovam a ideia.

Para quem não conhece o texto desta grande poetisa, segue um pedacinho: "Vive dentro de mim / uma cabocla velha / de mau-olhado, / acocorada ao pé do borralho, / olhando pra o fogo. / Benze quebranto. / Bota feitiço... / Ogum. Orixá. / Macumba, terreiro. / Ogã, pai-de-santo...", do poema Todas as vidas.

E aqui dentro de mim vive algumas vidas - e estas das mais variadas possíveis que carrego ao longo do meu caminhar - estão interiorizadas. Estão enraizadas - profundamente enraizadas! Creio que seria quase impossível removê-las.

Vive dentro de mim - antes de qualquer coisa, o amor do Ser Maior. Amor este que conduz a minha vida por águas mais tranquilas. Vive, ainda dentro de mim, um garoto que cresceu, que adolesceu, que se tornou homem formado - mas não maduro o suficiente para desta partir.

Mas ao mesmo tempo vive dentro de mim um medo de me perder, um medo de perder o amor... Um medo de perder a fé, a alegria - talvez a razão de viver. A razão da Vida.

Descobri, também, que vive dentro de mim um profundo segredo - talvez o que sempre digo: coisas de 'outros mundos', pois eu acredito. Junto do segredo estão os sonhos - alguns realizados, outros ainda não e outros quase que impossíveis de serem realizados. São fortes desejos. Serão fortes emoções. Emoções de A a Z.

Também vive dentro de mim o cidadão religioso. Não aquele de frequentar os templos religiosos, mas aquele que tem a fé num Ser Maior, num Ser que vive dentro do Homem, e que o criou à Sua imagem e semelhança.

Bem escondida, lá no fundo, vive dentro de mim a Felicidade que traz um sorriso maravilhoso estampado na face. Parece, às vezes, mentira, mas ela está aqui. Ela está presente na vida deste ser, pois já o fez contemplar coisas magníficas. Já o fez realizar as três coisas que todo ser humano deveria fazer: ter filhos, plantar uma árvore e escrever livros.

Vive dentro de mim aquele garotão maroto, contente com a vida, mesmo no sufoco - mesmo tendo algumas ações o alfinetado; vive dentro de mim o cidadão conversador, que gosta de colocar suas opiniões, que vela pelo correto.

E aqui dentro deste ser vive ainda um menino com visão voltada para o futuro - sem medo de errar, pois olhar para os próprios erros é saber reconstruir os pedaços da vida. E, na reconstrução está o lutador, o batalhador, o conquistador, o trabalhador que se esforça pelo progresso.

E, completando, descobri entre outras coisas, que vive a mistura das raças, das culturas, dos costumes, das tradições, dos caminhos distintos. Das responsabilidades e dos compromissos assumidos - desde que o outro lado também cumpra o seu papel. Mas, assim mesmo, vive a maior de todas: a ilusão. E esta faz viver dentro de mim as reflexões.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 21/09/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

A REALIDADE QUE NOS CERCA (14/09/2013)

Outro dia fiquei pensando na realidade que nos cerca e, por mais que tentasse entendê-la, não consegui. Parece-me que é meio estranho pensar assim - mas é quase 'um sem pé sem cabeça', como diziam os mais velhos. Creio que é.

Mas é real, dura - é verdadeira! Embora por mais que tentamos disfarçar, não a aceitamos - o externo não nos é permitido mudanças a qualquer hora e ao nosso bel prazer, mas por dentro não é assim: queremos mudanças, e mudanças rápidas, repentinas. A nossa imaginação, apesar de tudo, é muito fértil - ainda bem, por isso o Homem progride.

Queremos entender o que nos acontece - ou o que acontece com as pessoas que nos cercam - ou, ainda, porque agem de tal forma com a gente. Ou, por que agimos de tal maneira e não da outra em referência às pessoas que nos cercam - e não entendemos. Fico pensando que tudo é muito confuso, muito estranho - as pessoa de s, às vezes, são estranhas. Somos estranhos - não aceitamos certas ações que nos é dirigida.

Às vezes fico tão revoltado com certas ações que a vida me proporciona que resolvo jogar tudo para cima e saí a vagar pela vida - aliás, pretendo passar, pelo menos, uns três anos vagando por ela - e sem questionar mais nada. E, falando nisso - não sou eu apenas que fico revoltado (notei bem isso na humanidade: muitos ficam - ah! - creio que todos já ficaram revoltados - ou ainda vão ficar em algum momento). E tem uma diferença: nem todos possuem a oportunidade de se pronunciarem, carecem de espaço pra isso. Aliás, tais fatos não saem nos tablóides.

A vida cotidiana não sai no tablóide. Saem apenas tragédias, pois estas, com certeza, vendem boas tiragens. O bate-papo na mesa do botequim, a conversa no portão dos bons vizinhos - ou ainda da moça no salão de beleza - são todos fatos corriqueiros que não cabem no jornal. E, quando encontrares isso, caro leitor, chamarás de demente o redator, pois quem quer saber o que a moça faz no salão de beleza? Ou o que o vizinho está fazendo? Ou do bate-papo na mesa do botequim? Ninguém. Ou quase ninguém mesmo. Creio que apenas alguns cronistas sem muito o que fazer, pois estes observam a vida - e esta passa rapidamente.

A revolta que cerca o ser humano é nada mais nada menos que a própria realidade que não aceitamos. Por isso somos humanos, assim, somos pensantes - e não agimos como os animais: por instinto. Agimos, na grande maioria das vezes, por impulso. Quando pensamos, quando paramos e agimos com calma, somos mais dóceis.

Creio que todos os seres humanos gostariam de viver de forma mais dócil - mas não é possível. Tentamos e não conseguimos, pelo menos tentamos. Conseguimos menos de dez por cento de nossa capacidade de agir rápido e correto, por isso não somos dóceis. Não sabemos, melhor, não gostamos de perdoar. Embora desde pequenos ensinam-nos a perdoar.

Então, a realidade que nos cerca é dura - é inegável tal afirmativa. E todos querem vivê-la em cada vão momento. Querem rir o seu riso, querem derramar o seu planto - e assim relembramos o poeta, e vamos tocando lentamente a vida que temos, pois esta é a nossa realidade. Temos que viver cada dia a nossa realidade - carregarmos a nossa cruz sem cortar pedaços da mesma, mas tudo de forma moderada.         

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 14/09/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.       

NUNCA DESANIMES (07/09/2013)

Outro dia estava a andar pela sala de aula e uma de minhas alunas tinha acabado de retornar da visita semanal à biblioteca e estava a ler a obra 'Contos Contidos', escrito por Maria Lúcia Simões, publicado pela Editora RHJ. Como de costume, sempre faço comentários dos livros que conheço, mas o citado não conhecia. Folheei-o e interessei-me por ele. E num dos pequenos contos - 'O saxofone', parei-me e refleti a pura verdade da vida - aliás, diga-se que o livro em seus 61 minicontos leva-nos a fazer grandes reflexões sobre o ato de viver.

O miniconto diz: "Marcos tinha dezessete anos e tocava saxofone. Enquanto tocava brotou do instrumento uma enorme flor amarela que atravessando rapidamente a sala estendendo-se em ramos e folhas verdes atingiu em cheio os quinze anos e as finas paredes do peito de Luiza criando em seu coração uma raiz, que, embora não tendo sido cuidada, ficou ali plantada durante muitos anos e só morreu quando morreu Luiza." - magnífico. Magnífica construção! Persistiu até a morte - como diz o conto, porque sempre havia uma esperança, pois caso contrário...

Às vezes ficamos desanimados com os fatos que acontecem em nossa volta, mas nem sempre o mundo é como imaginamos - creio que o melhor a dizer é que cada um interpreta ao seu bel prazer. Todos têm os seus próprios interesses - e isso não se pode negar em hipótese alguma, seria pura hipocrisia o contrário.

Quando li o miniconto percebi a magia da força da palavra, da força do sentimento expresso em tão poucas linhas. Poucas linhas, mas que representavam ali as várias histórias que por este vasto mundo existem. Basta percorrermos os grandes clássicos da humanidade - ou, e ainda, as mais diferentes terras, ou até mesmo as pessoas mais próximas, sempre teremos histórias semelhantes - alguns com finais felizes, outros não e outros ainda com mudanças bruscas pelo caminho - o que se faz, às vezes, é aceitar os passos necessários que o Senhor Destino põe na vida de cada cidadão.
Desanimar nunca! O desânimo cabe aos fracos, somente aos fracos - apesar de ser uma ideia bem comum - sentença comum - vejo a necessidade de colocá-la aqui. O que se faz preciso, às vezes, é mudar o jeito de caminhar. O que se pede é a mudança de olhar!

Nesta mesma obra há um conto que se chama 'A montanha'. Este retrata bem essa ideia de passar do observar para a ação. Observar a montanha de longe não basta, tem que se livrar de tudo e caminhar até ela - que, possivelmente muda ao nosso olhar ao passo que chegamos mais perto - mas, já frente a frente com ela, nosso olhar alcança outra e seguiremos para a outra. Ação. Determinação. O querer mais e sempre mais.
Mas, em tudo isso, é necessário agir. É necessário ter coragem para agir. "É preciso saber viver...", como diz o poeta, pois há muitas coisas pelo caminho que podem ter espinhos - mas se deve ter cuidado para não se ferir. Deve ter cuidado com o olhar.

Ainda, é preciso ficar muito atento para as horas que o mudar é exigência do Destino - teimar é dar 'murro em ponta de facas', numa linguagem bem próxima de entendimento de qualquer um. Logo, treinar o olhar é uma constante se não quisermos apanhar muito na vida. Nunca é tarde para seguir novos caminhos. Nunca é tarde para recomeçar. Nunca é tarde para ser feliz. Nunca é tarde.... Nunca desanimes. Nunca!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 07/09/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.        

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