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MÊS OUT 2012 - DIAS 06 - 20 - 27 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

COISAS QUE ACONTECEM (27/10/2012)

Por que será que temos decepções, tristezas, choros, risos, alegrias, satisfações na vida? Ou melhor: por que nos decepcionamos, ficamos tristes, choramos, rimos, cantamos, saltamos e regozijamos com determinadas atitudes? Será que não estamos preparados para enfrentarmos tudo isso sem questionar?

Pensando em tudo - porque creio que todos em algum momento de suas vidas pensaram nas citações acima - e, principalmente nos últimos acontecimentos que a vida me proporcionou, vejo que o ser humano não está preparado para as decepções, para as tristezas, choros, risos, alegrias e satisfações na vida. Por outro lado - e ainda bem - consegue superar, mesmo sendo a árduas perdas!

Na grande maioria das vezes nós, os humanos, somos egoístas. E egoístas ao extremo. Os animais irracionais lutam pela sobrevivência, os humanos lutam por pequenas coisas que, ao invés de ajudar, acabam atrapalhando. E pior: quando alertados, ignoram em sua maioria. Arrependem-se, às vezes, mas nem sempre há tempo hábil para o ato de refazer. E não adianta chorar - como diz o ditado popular - o leite derramado.

O ser humano por pensar primeiramente em si, ignora o outro. Esquece que o mundo gira; esquece que aqui se faz e aqui se paga - nunca esqueci esta frase que meu avô materno Adelino Dias - um português naturalizado brasileiro - dizia.

Girar o mundo faz parte. O que não faz parte é imaginar que em algum momento o mundo vai parar para você descer. Com toda certeza, com toda propriedade: nunca! E, mesmo que você desejar ardentemente, não vai acontecer. Lembrete: o mundo não para, e desde que o mundo é mundo! Possivelmente: você para!

Decepções, frustrações, tristezas, choros - e outros problemas estão ai desde que Pandora abriu a caixinha que recebera de Zeus. Para quem não sabe tal significado, segundo uma pesquisa que fiz, a caixa de Pandora é um artefato da mitologia grega, tirada do mito da criação de Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus. A caixa era, na verdade, um grande jarro dado a Pandora que continha todos os males do mundo - e que não era para ser aberto. Tamanha a sua curiosidade, não resistiu, e abriu - e todo o seu conteúdo, exceto um item, foi liberado para o mundo. O item remanescente foi a esperança - no sentido mais amplo de interpretação, no grego antigo: a espera de algo. Hoje em dia, abrir uma caixa de Pandora significa criar um mal que não pode ser desfeito. Pandora é, simultaneamente, a introdutora dos males, mas também da força, da dignidade e da beleza, e a partir da abertura da sua caixa o ser humano não pode melhorar a sua condição sem enfrentar adversidades. Por isso que sofremos adversidades!

É sabido que cada povo tem a sua cultura, mas é de se imaginar também que há paralelos em diversas situações - e cada um acredita no que lhe faz bem, ou ao que lhe fora ensinado. Mas, na verdade, todos caminham no mesmo sentido: tentar dar explicações aos atos do homem, de um jeito ou de outro.

E as coisas continuam acontecendo, queiramos ou não. E a melhor maneira de resolvê-las é dar tempo ao tempo. O senhor Tempo, conhecedor do tempo, resolve por nós.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 27/10/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

A GENTE PENSA QUE PENSA (20/10/2012)

Por mais que a vida faça sorrir, todo ser humano quer sempre mais. O homem pensa; mas pensa que pensa, mas na verdade faz pouco uso da massa cinzenta - pelo menos é o que informa parte do mundo científico.

Sorri quando criança a partir de qualquer coisa - desde as mais pequenas e insignificantes coisas até as maiores; quando ganha brinquedos e, seguidos de beijos e abraços, melhor ainda - mais sorrisos; um pouquinho mais crescidinhos - na adolescência - sorri quando conquista um coração (e também sofre quando o perde); já adulto, apesar dos pesares, também sorri.

O sorriso do adulto também é voltado para a criança - tanto para as crianças ao redor, como para a criança que se tem dentro de si - está que nunca morre, mas que a cada passo ressurge. Ela mesma, aquela que vive sempre bem escondido na maioria dos seres, mas aparece - e ainda bem - quando é preciso.

Esta criança que vive dentro de cada ser humano, às vezes, adormece; outras vezes, prega alguma peça. E estas peças criam expectativas diferentes, expectativas de dias melhores - mesmo sabendo que a vida é difícil, mesmo sabendo que o pão é caro (como disse o poeta), mesmo sabendo... - ainda acredita-se no homem.

Por acreditar no homem, por acreditar na raça humana - mesmo alguns dizendo que não acreditam - ou seja, em si mesmo e no seu semelhante, o homem está aqui e continua lutando pela vida. O homem acredita na vida!

Continua pensando que pensa - pensa, é claro, mas pouco. É evidente que pensa, mas é tão pouco que chega a dar dó - principalmente nos jovens de hoje. A grande maioria quer tudo pronto (e os poucos que pensam, que conseguem desenvolver algo a mais que a maioria, conquistam fortunas - basta olhar para os empreendedores do ramo eletrônico). E os menos pensantes, por quererem pronto, pagam - mesmo que a duras penas - o preço. Mas: onde está o cérebro pensante?

Por isso que se questiona: quando será que a grande maioria dos seres humanos começará a pensar de verdade? Quando será, meu Deus! Agora, passando para o lado pessoal, olho os jovens de hoje (trabalho com eles) e vejo que poucos têm perspectiva de vida - onde vão parar? Ou, pior: onde vamos parar? Pois serão estes que, num breve futuro, não atenderão atrás de um balcão...

É de se imaginar como seremos atendidos. Por isso a minha preocupação com o pouco uso do cérebro por partes dos jovens de hoje. E por outro lado: preocupado sim, mas o que fazer? Ou, melhor, por onde começar a fazer com que estes pensem de maneira diferente da que estão pensando?

Diz que o professor é o melhor ser - ou o ser que tem a ferramenta na mão para mexer com o cérebro - mas está, sinceramente, muito difícil. Gostaria sim, com prazer, manusear com eficácia esta ferramenta, pois teríamos uma geração comprometida, e eficaz, é claro!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 20/10/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

É SÓ AMANHÃ! (06/10/2012)

É só amanhã! Somente amanhã, não perca - não espere para depois, pois pode ser tarde. E não é o dia de promoção - mas de autopromoção de alguns - é claro que alguns permanecem (poucos), outros descem e outros, para felicidade, sobem.

Renovação é o que se espera - será? (Esta palavrinha - 'será' - não sai da minha mente - por quê?) Aliás, já escrevi uma vez aqui: são tantos os porquês que tenho até medo.

E falando em amanhã, em esperar, muitos estão esperando pelo dia de amanhã - e aguardam com tanta ansiedade que são capazes de nem dormirem direito à noite.

Falando em amanhã - ainda - muitos esperam mudanças radicais no panorama atual - outros ficam sobre o muro esperando a última martelada soar: se tudo der certo, antes das vinte e uma horas de amanhã já teremos o resultado e o futuro de Araçatuba para os próximos quatro anos.

É amanhã que as cadeiras começam a cirandar. Os que estão lá, se permanecerem, continuarão no seu jeitinho de brasileiro feliz. Os que saírem - por reprovação nas urnas - buscarão usufruir ao máximo os oitenta e quatro dias que restam - até trinta é um de dezembro. Os que vão assumir contam ansiosamente que estes oitenta e quatro dias passem rapidamente. É a tal troca de cadeiras, da tal festa da democracia que conhecemos bem.

Nesta festa democrática o povo paga com a obrigatoriedade do comparecimento às urnas - mas, outro dia falaram-me: 'Por que esta festa não acontece numa sexta-feira?' - Fiquei pensando. E completaram: 'Perdemos o domingo - ou pelo menos parte dele e, se o nosso candidato ganhar, não podemos comemorar porque na segunda-feira temos que trabalhar' - verdade! Continuei pensando e concluí que a pessoa levantou corretamente o assunto. Na verdade, perdemos parte do dia em prol de interesses de pequenos grupos - digo assim porque poucos sabem usar a política a seu favor - não sabem cobrar os que lá estão - e deveriam estar fazendo a nosso favor, pois são funcionários públicos eleitos por nós. É hora de se pensar melhor sobre o assunto.

Pensando ainda em festa da democracia, observem as ruas próximas aos locais de votação: desde quinta-feira que estes lugares começaram a ser bombardeados com os santinhos jogados nas vias públicas (e isso porque no sábado até 22 horas todas as placas que possam induzir os eleitores devem ser recolhidas - determinação da Justiça). Se você pensar pelo outro lado: as bandeirinhas foram ao chão propositalmente! Ah, desculpe, caro leitor, não está em nada parecido a uma festa democrática - tendo em vista que em muitos lugares tais santinhos poderão entupir o encanamento e causar transtornos.

Coçam-me os dedos digitando estas palavras - quem serão os vencedores? Ah! Na próxima semana teremos como dizer - e comentar para registro desta coluna. Mas, sem brincadeiras: dá vontade de sair gritando: votem em... - mas voto é secreto.

Vencedores com maior orgulho é o cidadão brasileiro que arduamente ouviu os candidatos, analisou suas propostas e fez a sua escolha e, mesmo o seu candidato não saindo vitorioso nas urnas, cumpriu o seu dever de brasileiro. Exerceu a sua cidadania - depositou o seu voto na urna, aliás: digitou o seu voto na urna.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 06/10/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.       

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