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MÊS JAN 2012 - DIAS 07 - 12 - 21 - 28 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

FINAL DE FÉRIAS (28/01/2012)

O ano de dois mil e doze há pouco se iniciou. O mês de janeiro (que sempre foi abarrotado de contas) está chegando aos seus derradeiros dias e a grande massa estudantil, em algazarra, estará de volta aos bancos escolares - mais um ano letivo a iniciar, novas amizades, novas expectativas e, para alguns, significa ao final deste ano estar com um certificado que lhe confere o direito de ser chamado de profissional em sua respectiva área de escolha.

Muitas promessas serão feitas - tanto o aluno a si mesmo, como aos pais, como aos professores: mas será que serão cumpridas? Será que, pelo menos, oitenta por cento cumprirão as promessas? (Que seja assim, amém!) Ou, principalmente pais e professores, chegarão ao mês de dezembro e dirão: fizemos o que pudemos, a nossa parte - mas o meu filho, a minha filha, o meu aluno, a minha aluna não desempenhou satisfatoriamente o seu aprendizado - e agora?

Alguns serão - mesmo não atingindo as metas previstas de aprendizado - promovidos; outros, promovidos com o mínimo de aproveitamento; outros serão reprovados. Mas, ao fim de tudo fica uma pergunta, principalmente aos que não atingiram nem o mínimo das metas: como recuperar, posteriormente, o aprendizado não apreendido?

Aprender é uma coisa; apreender é um pouco mais profundo - pelo menos na minha visão de observador do mundo. Aprender coisas novas faz bem, é necessário; agarrar novo aprendizado é melhor ainda - é degustar pedacinho por pedacinho do que é passado pelos mestres; pela vida.

Por outro lado, frente ao processo facilitador das novas mídias, o professor está um pouco atrasado neste ponto. Ultimamente as pesquisas apontam para isso: poucos conseguem usar todas as mídias frente ao que o aluno tem fora da sala de aula - é a pura verdade! O que fazer? A possível saída seria fazer o mestre caminhar junto às novas mídias, logo estaria lado a lado com o seu alunado - o que é um pouco complicado, pois muitos resistem às novas tecnologias.

Retomando tudo o que foi dito acima: final de férias, promessas e mais promessas que serão ou não cumpridas, atingir as metas que o aprendizado propõe a cada um, apreender, as novas mídias - que nem sempre são acompanhadas, afinal: é hora de acordar e voltar com gás total! É hora de, como dizem por aí, 'pegar pesado' nos estudos e mostrar pra que estão na escola e fazer deste lugar o melhor lugar para se valorizar o aprendizado. Afinal de contas, não é mesmo, a escola é um dos melhores lugares para se apreender.

Plantar agora para colher no futuro é o que sempre se faz, mas por que não aproveitar desde agora? Como citei acima - estão todos esperando - seja este ano ou nos próximos - um canudo (certificado) que concederá a todos os que valorizaram o aprendizado o direito de erguer as mãos aos céus, agradecer ao Criador a dádiva recebida e dizer que venceram mais uma etapa e estão aptos para exercer a função que escolheram. Restará, apenas, a dura e árdua batalha de se encaixar no mercado de trabalho. Assim, com muito conhecimento já é difícil ter uma boa colocação neste tumultuado mundo de trabalho, imaginar com pouco conhecimento é pior ainda, não é mesmo?

Então, o melhor de tudo é aproveitar o agora: aprender, apreender e ir desde já colocando em prática - pois no futuro não cobrará a si mesmo (nem será cobrado) pelas oportunidades que não foram aproveitadas. E sem remorso algum!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 28/01/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

MUSICALIDADE ARAÇATUBENSE (21/01/2012)

Hoje tenho o maior prazer em escrever sobre uma arte milenar - e, com doce paixão! Estudei durante algum tempo da minha vida esta arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma mediante o som - que é a música!

A música faz a gente viajar no tempo, principalmente as mais antigas - sem tirar o mérito das atuais, mas com ressalvas que muitas não passam de comerciais apenas - sem qualquer linha de conteúdo que se possa aproveitar. A viagem que a música proporciona eleva o espírito, rejuvenesce. Lembro-me perfeitamente dos meus dedos sobre as chaves da minha primeira clarineta em dó, madeira, de treze chaves - e eu, na força da minha juventude, fazia som a todo pulmão! Ganhei-a dos meus pais aos meus oito anos e a mantenho comigo até hoje - é relíquia, lembranças que não voltam mais. Às vezes, ainda arrisco algumas músicas nela.

Mas, passado o entusiasmo da musicalidade que me corre nas veias, venho discorrer sobre um importante canal que Araçatuba tem: a ALMA - Associação Livre dos Músicos de Araçatuba, que desde o último dezembro tem sua sede na Rua XV de Novembro, nº 185, e tem como presidente o senhor Daniel Freitas. E você, cidadão araçatubense, conhece este canal?

A ALMA, através do esforço de seu presidente e associados, vem desenvolvendo um excelente trabalho de reconstrução da memória musical da cidade de Araçatuba, pois muitas músicas que fizeram sucesso (e algumas ainda fazem) saíram de nossa terra. Na internet, a ALMA possuí um canal - https://www.youtube.com/user/MEMORIALDAALMA - que o cidadão do mundo pode ter acesso a mais de duzentos vídeos musicais e suas respectivas explicações - os amantes da música se deliciarão com o trabalho.

Gostaria de, além de citar também comentar os grandes nomes que por aqui passaram e lá estão registrados, mas não é possível por razão de espaço, mas os amantes das boas canções acessarão e poderão conferir - e, para deixar alguns com água na boca, cito: a banda The Yellows (com sucessos dos Beatles e da Jovem Guarda, embalaram bailes e festas entre as décadas de 60 e 70), a dupla araçatubense Cleyton & Cristiane (na década de 80), Calixto Marangoni (que iniciou seu trabalho artístico em 1981 - e deixou 180 canções de sua autoria, além de ser considerado um 'papa festival': conquistou dez festivais em Mato Grosso), José Calixto (que aqui chegou em 1976 e fez grandes trabalhos no cenário musical araçatubense), Edmundo Alves e João Santiago (que atuou da década de 50 até inicio da década de 80 - e foi reconhecido nacionalmente por grandes nomes da música brasileira, como Adoniram Barbosa e o grupo Demônios da Garoa), Tião Carreiro e Pardinho (que canta a belíssima canção 'Filho de Araçatuba' - que a levou por todo Brasil), Zé Renato Gimenes e Gustavo Barbosa Lima (com música de um povo imaginário), Mário Eugênio (que iniciou sua trajetória na música aos oito anos), o doutor Renato Monteiro, Grupo A Fábrica da Arte (com Márcio Kadá, Paulinho Belúcio, Rico Belúcio e Val Carvalho), Banda Fast Fusion, Mauro Rico, Rhany Lima, Marco Zambom, Juninho Abrão, Téo Dornellas, Grupo Corda & Voz, Olívio Tinti, Magno Martins, a dupla João Mulato e Douradinho, Mário Tozzi, o Duo Carajás (formado pelo casal de namorados Laerte e Tidinha); e fechando estes grandes nomes não poderia deixar de citar o Carlinhos do Cavaco (Carlinhos Santiago) que partiu de entre nós no último dia dezessete deste mês - o que deixa órfã a nossa cidade após longos setenta anos de musicalidade.

Araçatuba no cenário musical nacional sempre será lembrada pelas belíssimas canções que aqui foram produzidas, pelas vozes que daqui saíram - mas nem sempre o cidadão araçatubense tem conhecimento, mas nada mais justo do que neste momento acessar e deliciar-se com as produções recuperadas pelo Memorial da Alma que merece os nossos parabéns.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 21/01/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

AUTOESTIMA (14/01/2012)

Muitas pessoas não possuem autoestima suficiente para sobreviver, sem sofrer, dentro da sociedade atual. Alguns não conseguem, ao menos, receber críticas - ou, pelo menos, diferenciar as negativas das positivas. E, com isso, sofrem e muitas coisas acontecem.

E entre as coisas que possivelmente podem acontecer - segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, podem ser citados: o stress, agradar os outros para ser aceito em determinados grupos, exagero dos defeitos e minimização das qualidades, pensar 'por que não sou assim' - ao encontrar alguém bem-sucedido na vida, não poder contar com os amigos por ter amizade superficial, exigir muito de si mesmo que dos outros, sentir que vai fracassar antes mesmo de realizar determinada ação, não cria intimidades com as pessoas, insegurança ao encarar novos desafios, sente-se culpado quando as coisas não saem como o planejado, desconfia de elogios quando as coisas saem satisfatórias, não gosta de pedir ajuda diante de um problema porque acha que é sinal de fraqueza, tomar bebida alcoólica ou calmante antes de compromissos sociais - entre outros. Mas, analisando toda citação acima, quem será que nunca passou por isso? Quem? Creio que todos.

É claro que já passamos por isso na vida, e ainda passamos - principalmente na adolescência. O jovem de hoje em dia passa constantemente por isso - e, levando em conta os meios de comunicação atual, fica um pouquinho pior. A mídia passa certos padrões que, na verdade, são quase que impossíveis de serem vivenciados - mas, o que fazer?

Não há muito a fazer contra a mídia, mas muito a fazer internamente: cuidar-se para não ser contaminado pelas astutas ciladas que são derramadas diariamente. E entre os cuidados está o ato de fazer uma reflexão sobre qual sentido está dando à vida nesta oportunidade de estar na Terra: a começar sobre a valorização da vida - sobre a existência humana.

Penso eu que, sendo assim, o melhor a fazer é não sofrer muito - evitando o stress; fazer o melhor para si mesmo, evitando pensar em agradar determinados grupos somente para ser aceito; exagerar em exibir as qualidades, minimizando os defeitos; não querer ser igual a outro ser bem-sucedido, mas ser melhor - e sem ser invejoso, mas usar das capacidades natas; escolher e ter boas e fortes amizades, logo, nunca ficará na superficialidade, nunca ficará sem amigos; ser justo ao cobrar de si mesmo determinadas exigências pessoais; sempre pensar positivo, esquecendo possíveis fracassos - tropeços existem para criar em nós coragem de lutar, de vencer; estreitar os laços de intimidade com as pessoas; sentir-se seguro ao encarar novos desafios dizendo a si que é capaz; não se sentir culpado quando as coisas não acontecem como haviam sido planejadas: erros existem para mostrar que é possível planejar melhor e executar com mais êxito; aceitar os elogios como encorajamento (se foi elogiado porque houve competência); as pessoas ao redor estão postas para nos auxiliar, logo, devem ser acionadas quando precisarmos delas - não é sinal de fracasso, mas de compartilhamento; bebidas alcoólicas, cigarros, calmantes não ajudam em nada, pelo contrário - causam complicações, vícios desnecessários. Posição pessoal frente ao que já vivi.

Será que o jovem está pensando nos valores que a vida tem? Ou, simplesmente está jogando tudo para cima e levando a vida na 'corda bamba'?

E termino o texto por aqui passando 'a bola' para frente - chamando você, caro leitor, a uma reflexão: pense nas ponderações que fiz no quinto parágrafo a partir do que escreveu Ana Maria Rossi, ou vai penar depois. A decisão é toda sua!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 14/01/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.       

A CORUJA - CRENDICES E TRADIÇÕES (07/01/2012)

Muitas pessoas têm medo da coruja, pois a aparência desta ave de rapina é estranha, mas poucas pessoas sabem que ao longo da história da humanidade ela simbolizou conhecimento e pavor, além de muitas outras crendices - e, de acordo com a época, de acordo com os reinados o seu poder fantasiava a mente humana nas mais diversas áreas.

Estou a escrever sobre a coruja nesta data porque fui para comprar uma numa feira de artesanato e acabei ganhando - ganhei porque estava junto com ela, dona Santa, e ao comprar ela pagou dizendo-me que era presente. Fiquei agradecido e ela está aqui na mesa do meu computador: veio de longe, de outras terras. Está pousada com um pé sobre uma coluna - como a dos impérios romano e grego, e o outro pé sobre um livro aberto: sinal da busca do conhecimento. E comprei-a porque na noite anterior, com um maravilhoso firmamento estrelado, a coruja pousou próximo de onde eu balançava na rede - fez o seu canto e menos de cinco minutos alçou vôo. Fiquei observando e gostei do animal no momento em que o vi, lembrei-me da capa do certificado do meu Curso de Letras, lembrei dos vários causos de agouros contados pelos mais velhos, dos meus anos, e do comentário de dona Santa - que não gostava em nada do animal por perto de sua casa.

O olhar da coruja é medonho para muitos, para outros não. Fico a observá-la atentamente e noto que por trás do olhar desta ave noturna existe certo mistério: qual? - ou é a minha visão? Ou a minha possível imaginação? Não sei, mas há - aliás, creio que toda criação da natureza traz os seus mistérios. No certificado que tenho do Curso de Letras, como citei acima, a coruja está lá: e toda imponente - o saber no campo das letras!

A deusa grega Athena - da guerra e da sabedoria, tinha como mascote uma coruja. E alguns citam que os gregos, principalmente os de pensamentos filosóficos, consideravam a noite um momento de revelação - e a coruja, sendo uma ave noturna, acabou representando a busca do saber. Mas no império romano a ave era considerada um animal agourento - pois seu canto anunciava a aproximação da morte (e tais fatos permanecem até hoje na mente de muitos). São as tradições sendo, em parte, mantidas. Citando as tradições, dizem que três penas de coruja trazem sorte no amor; piando no telhado está cortando a mortalha; sentando em batente de porta tem um parto ruim; quando quebra ovo e sinal de guerra!

Procurei na internet, e segundo o horóscopo Xamânico (que provém dos nativos norte-americanos, sendo baseado em todo o universo - desde os minerais ao homem), as corujas são muito observadoras e silenciosas - pessoas 'coruja' são inteligentes, bem articuladas e discretas. Seu olhar para os detalhes faz delas perfeccionistas, necessita de liberdade de expressão, é vivaz e presta muita atenção nos detalhes, curiosa e adaptável, tende a abarcar mais do que pode, valente e decidida, versátil, sincera, estudiosa e pode ser muito compreensiva; no amor adora aventura e é atraído por pessoas exóticas - precisa de intensidade de sentimentos, acima de tudo precisa de alguém com quem possa conversar e compartilhar seus múltiplos interesses intelectuais. Descobri porque gostei da coruja!

Sou um cidadão que preza o conhecimento repassado através da oralidade - pois muitos de nossos entes queridos mal sabem escrever o nome, mas na oralidade permanecem firmes e muitos 'causos' são mantidos vivos por isso. E isso é bem notório, pois a pessoa viaja em suas histórias! E, como bom observador, viajo também. E nestas duas últimas semanas do ano vivi essa oralidade nos confins do Mato Grosso do Sul!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 07/01/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

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