LEIA E FAÇA O SEU COMENTÁRIO EM CONTATO   

MÊS FEV 2013 - DIAS 02 - 09 -  16 - 23 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

RENÚNCIAS (23/02/2013)

Na vida desejamos muitas coisas, mas nem sempre as conseguimos - a algumas precisamos renunciar, às vezes com dor no coração. Renunciamos à juventude, renunciamos momentos que jamais voltarão; alguns renunciam, às vezes, a própria vida - como fez Getúlio Vargas. Este preferiu renunciar a própria vida em lugar de renunciar ao cargo.

Jesus Cristo renunciou a tudo que tinha para obedecer ao que o Pai - Deus - lhe confiou. Renunciou a própria vida para salvação da humanidade - e muitos não dão o valor necessário a esta atitude de tão elevada magnitude.

O mundo é feito de renúncias - e um exemplo a ser citado próximo aos nossos dias: a renúncia anunciada pelo papa para o final do mês, o que raramente acontece (parece-me que é o segundo, ou terceiro, a fazer tal ato dentro da carreira apostólica romana). Ato feito pela primeira vez na história por vontade própria. Ato que não foi aprovado por uma parcela de seguidores católicos - a ala conservadora. Mas foi uma escolha - e uma escolha que só saberemos com o passar do tempo se foi totalmente boa, ou não.

A renúncia religiosa também pesa na vida de cada cidadão. Alguns pensam de forma pequena e porque nasceram em determinada religião, jamais saem dela. Tradição - e não fé; será que vale a pena? Usa-se a emoção e não a razão.

Algumas religiões pregam as renúncias aos desejos carnais e tentam levar os indivíduos ao desapego total das coisas materiais - devem ficar ligados à fé - considerada o pilar de sustentação de qualquer ser humano. O Profeta Maior disse que a fé remove montanhas; a fé prepara o caminho; a fé leva ao Ser Maior - o Criador.

A renúncia da juventude se dá, principalmente, quando se quer passar para o outro lado: o casamento. Este, por vezes, traz situações diferenciadas na vida que se passa a levar a dois - que não é nada fácil. Repartir momentos bons e ruins, repartir direitos e deveres, obrigações. A chegada dos filhos e as obrigações aumentando.

Outras vezes renunciamos a momentos que nunca mais voltarão - e aqui pode ser citada uma lista enorme de atividades que somente o tempo pode dar conta de explicá-las - se é que vamos conseguir; apagar, eu creio, que jamais serão apagadas, serão apenas minimizadas - colocadas, de certa forma, no esquecimento. E o trabalho pode ser citado como exemplo desta lista: deixamos de vivenciar a vida familiar para atendermos determinadas necessidades que poderíamos passar certamente sem - muito consumismo de nossa parte.

Vale lembrar que renunciar às benfeitorias de uma vida cara, agitada, badalada, é simplesmente a complicação de tudo - mas é o momento mais alto, por assim dizer, do ser humano: é o momento do recebimento da luz divina; é o recebimento da unção divina.

Tudo não passa de renúncia da própria vida. Renúncia dos próprios sentimentos, das próprias emoções - simplesmente renúncias. Renunciar, às vezes, significa ser herói. Por isso que passamos em determinados momentos de nossa vida renunciado - estamos sendo heróis, mesmo que seja no anonimato. Interiormente sabemos disso.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/02/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

TUDO ESTÁ COMEÇANDO (16/02/2013)

Como diz o velho e bom ditado: tudo, no Brasil, começa após o Carnaval, logo, estamos na hora de começar - ou melhor, recomeçar. De colocar mais pólvora nas nossas atividades e buscar alcançar os objetivos traçados.

E, antes de falar em recomeçar, vale lembrar que no dia de hoje, à meia-noite, devemos voltar os ponteiros de nossos relógios em uma hora, logo - aos que gostam de dormir, é também a hora de retomar a hora que lhes foram tomadas. Tudo bem que já se passaram alguns meses, mas ainda pesa em nossa mente a hora perdida em razão do horário de verão que, por sinal, não atinge toda a nossa nação.

Os resultados dos desfiles já saíram, alguns a contento - para quem leva título de campeã; de descontentamento para quem não atingi o objetivo pleno. Fico a imaginar o resultado do Carnaval de São Paulo: Mocidade Alegre e Rosas de Ouro com a mesma pontuação e, de acordo com os critérios de desempate, a Mocidade Alegre sagra-se bicampeã. Então, continuando a imaginar: como será que fica o coração dos participantes em pensar neste quesito que o destituiu do tão almejado título? Eu, que sou torcedor de corpo e alma do Verdão - mas não sou fanático, fiquei triste: Mancha Verde foi rebaixada e no próximo ano tentará novamente o acesso à elite. Como é bom viver de esperanças. No Rio de Janeiro sagrou-se campeã a Escola de Samba Vila Isabel, que homenageou o agricultor brasileiro. Em segundo ficou a Beija-Flor.

Em Araçatuba o carnaval aconteceu no Recinto de Exposição e o resultado apontou como vencedora a Escola de Samba Virada do Sol. Esta, que não ganhava desde 2001, teve como enredo as datas comemorativas. Em segundo lugar ficou a Escola de Samba Sonho e Fantasia, seguido de Unidos da Zona Leste e, por último, a Caprichosos.

Voltando ao título deste texto, depois de alguns dias afastados, todos precisam tomar os seus respectivos lugares e posicionar-se frente ao objetivo traçado. Eu, por exemplo, fiquei alguns dias afastados da sala de aula e retornei nesta última quinta-feira: já sentia saudade do exercício de minha profissão. Os alunos, por outro lado, também sentem a falta dos bancos escolares - alguns pela necessidade de aprender, de apreender, outros apenas pelo gostinho de trocar 'figurinhas' com os amigos, de colocar a conversa em dia.

Não tardaremos em ouvir nos noticiários que o Brasil começou a funcionar, que a economia começou a crescer e tal, mas - surge neste momento a pergunta: será? Fico a pensar: será que realmente o ditado está certo? Será que o Brasil começa a funcionar somente após o carnaval? Ou, ainda, será que isso acontece somente aqui no Brasil? Como será lá fora?

Começo a fazer uma retrospectiva - primeiramente em mim: iniciei as atividades escolares no último dia vinte e três de janeiro, parei uma semana no carnaval, e sigo até a metade do ano, alguns dias de férias, retorno e sigo até meados de dezembro. E muitos brasileiros fazem isso, exceto alguns homens de colarinho branco - lá, em seus respectivos palácios e casas de leis. Mas, enquanto a mentalidade do povo brasileiro não mudar na hora de depositar o seu voto na urna, sofreremos - vamos dizer - até de certa forma abusiva.

Talvez seja a hora mesmo de recomeçar. Recomeçar uma vida mais interessante, uma vida que prometa mais dignidade - mas esta tem que ser iniciada por nós, e não pelos outros. Somos, afinal, os condutores do nosso próprio destino. Ou, pelo menos em parte dele. Ah! E não podemos esquecer: a felicidade depende de cada um - é pessoal, intransferível!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/02/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

A CERTEZA DE... (09/02/2013)

Certeza de quê? A palavra certeza leva-me a muitas incertezas, possivelmente. Gostaria de ter certeza de muitas coisas, mas de poucas tenho. Outro dia caiu-me em mãos três frases que continham a expressão certeza - três frases interessantes, tão interessantes que passei a escrever sobre as mesmas, e seguem abaixo o meu dissertar sobre o assunto que pode variar de acordo com o gosto do leitor, pois cada um defende o seu ponto vista.

E antes de começar a dissertar sobre as frases que li, ressalto que segundo Leonardo Boff: 'Todo ponto de vista é um ponto' - logo, tiro eu as minhas conclusões e o leitor as dele. E cada um segue fazendo as suas reflexões, assumindo o seu ponto de vista.

A primeira frase dizia: a certeza de que estamos começando. Uma boa verdade. Sempre temos que ter esta ideia em mente: começar. Seja no relacionamento familiar, social, de trabalho, nos estudos, etc. O ato de começar leva o ser humano a tomar atitudes - e, somando as atitudes tomadas até os dias de hoje chegamos às ações tecnológicas quase que irreversíveis! Acabamos destruindo a relação pessoal muitas vezes em prol da tecnologia. Um exemplo claro são as crianças que, principalmente nas cidades de médio porte para cima, não mais conhecem as brincadeiras que os nossos pais vivenciaram.

Prosseguindo, a segunda frase dizia: a certeza de que é preciso continuar. Estamos continuando sempre e não queremos nunca desanimar - sempre seguir em frente. Navegar é preciso, já dizia o poeta. Na canção 'Começar de novo', de Ivan Lins e Victor Martins, diz: Começar de novo / E contar comigo / Vai valer a pena / Ter amanhecido / Ter me rebelado / Ter me debatido / Ter me machucado / Ter sobrevivido // Ter virado a mesa / Ter me conhecido / Ter virado o barco / Ter me socorrido / Começar de novo / E contar comigo / Vai valer a pena / Ter amanhecido / Sem as tuas garras / Sempre tão seguras / Sem o teu fantasma / Sem tua moldura / Sem tuas escoras / Sem o teu domínio / Sem tuas esporas / Sem o teu fascínio / Começar de novo / E contar comigo / Vai valer a pena / Já ter te esquecido. Simplesmente maravilhoso! Nada melhor que poder se expressar livremente.

A terceira frase dizia: a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. É a mais pura verdade; não sabemos a que horas, nem dia, nem mês, nem ano que seremos chamados para o outro lado. E por isso tememos - sempre! O outro lado ainda nos é uma incógnita. Para este que vos escreve é um pensar sem parar. Possivelmente pelo fato de ter em mente a realizações de muitas coisas e saber que, em parte, não vai ser possível - pois nota-se que fazemos planos a curto, médio e longo prazo.

Logo, a certeza fica, em alguns momentos, na incerteza. Sabemos que devemos sempre começar, continuar e terminar - quando possível. A reflexão leva-me a pensar em algo a mais - talvez não saiba passar, neste exato momento, para o papel. Talvez - dúvida cruel - leva-me a continuar rabiscando estas linhas.

O Tempo - senhor de tudo, encarrega-se de tudo. Mas nos preocupamos com muitos fatos em nossa vida. O uso de parte de nossa massa cinzenta, nosso cérebro - e ainda bem que os cientistas dizem que não usamos nem um terço do mesmo, faz com que nos preocupemos com a realidade que nos cerca. Queremos resolver os nossos problemas o mais rápido possível. E nesse querer estamos sempre buscando novas atitudes, novas parcerias que nos auxiliem a alcançar os nossos ideais - é a vida e suas, nossas, realizações - certezas e incertezas.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/02/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

COMO AS PESSOAS SÃO (02/02/2013)

Outro dia fiquei a pensar como as pessoas são - e são, realmente, esquisitas. Digo assim porque constantemente o ser humano muda de opinião. Algumas vezes são complicadíssimas as saídas que apontam. Ou, que aprontam.

E continuei a pensar sobre o assunto até o ponto de achar que o mais complicado sou eu - do ponto de vista de entender os outros, de entender - possivelmente - o mundo que me cerca. Cerca-me de tal forma que as saídas chegam quase a se esgotarem. As saídas que aponto, ou que apronto, nem sempre são favoráveis. São plenamente questionáveis - e ainda bem que são questionáveis; ainda bem que tem o 'quase'. Pelo menos penso assim.

São questionáveis; sou questionável: creio que todos passam por isso quase todos os dias. Muitas vezes não aceitamos ser questionados - deixamos o nosso orgulho falar mais alto. Mas, mesmo sem abrir a boca - no consciente - questionamos coisas sobre os outros. Como isto é esquisito, mas ao mesmo tempo presente no ser humano.

Muitas pessoas acham que o outro pode esperar. Até pode, mas quando se combina algo, tem que ser feito dentro do combinado. Aconteceu há poucos dias comigo - combinei com determinado cidadão um serviço e o mesmo foi fazê-lo - mas pela metade: simplesmente comentei que se fosse para fazer e não acabar, que nem começasse. Ficou bravo, pegou o carro e foi buscar o restante dos equipamentos. Fiquei pensando: por que ficar bravo se havia combinado algo no dia anterior? É perder tempo.

Há certas coisas que não vale a pena - mas só passamos a aprender com o tempo. Prometi a minha própria pessoa, a este que vos escreve, e na frente do espelho, que este ano fecharia a minha boca em muitos departamentos que vivo e convivo - e estou fazendo. Há coisas que, conforme quem está no poder, não compensa discutir, mesmo que momentaneamente. Há pessoas que não conseguem enxergar muito longe - é como o velho ditado dz.

Charles Chaplin deixou escrito: 'Algumas pessoas pensam que estão sempre certas, outras são quietas e nervosas, outras parecem tão bem, por dentro elas devem se sentir tristes e erradas, outras se isolam para esquecer, enquanto outras se aproximam para sofrer, outras falam para machucar, algumas se calam para não magoar, embora sejam tão diferentes, todas tem algo em comum, não tem certeza de quem realmente são ou do que querem ser'. Realmente: será que temos condição de saber quem realmente somos? Cada incógnita que nos deparamos!

'Você percebe que encontrou a pessoa certa, quando olha em seus olhos e enxerga tudo que você precisa', por Bob Marley. Mas, com o passar do tempo - por mais que não queiramos aceitar, tudo muda. E nem sempre para melhor, não é mesmo?

E temos que ter a noção de que a pessoa certa é aquela que está ao nosso lado na hora incerta - na hora que mais precisamos. Pessoa certa é aquela que não titubeia, como se diz. Está pronto para o que der e vier. E devemos pensar que, o estar certo ou estar errado, depende muito do ponto de vista de quem faz a análise.

Então, as pessoas são como elas acham que devem ser: preferencialmente ser elas mesmas e não cópias. Nascemos originais e viramos cópias. É de se pensar!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/02/2013 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.       

© 2016-2025 Escritório: Avenida das Casas, nº Das Portas, Araçatuba - SP
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora