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MÊS JAN 2016 - DIAS 09 - 17 - 23 - 30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

AS BATALHAS ENTRE OS MUNDOS (30/01/2016)

Há pessoas que acreditam em vários mundos - eu, particularmente, também acredito. Acredito, por exemplo, no mundo em que vivemos (planeta Terra), o virtual e o dos extraterrestres. Se existem todos? Não posso afirmar, mas posso imaginar. Posso acreditar - e até mesmo fantasiar criando mundos. Inclusive, posso criar um mundo específico para o meu ser - e isso torna-me engenhoso.

Escrevendo a palavra imaginar, fiquei imaginando muitas coisas. Muitos mundos que já foram criados pela mente humana. Como a mente humana é fértil! E todo desenvolvimento destes mundos foram frutos de acreditar que era possível criar. Criar - palavra mestre de toda a consciência humana. O Homem pode, com a imaginação, escrever as mais variadas histórias e, destas, fazê-las o mundo acreditar - mesmo sabendo que é furto da imaginação. É de se pensar no mundo maravilhoso que nos foi emprestado quando nascemos humanos.

A criação humana vai tão longe que os menos criativos - os que apenas assistem - ficam se maravilhando com tamanha façanha. Assistem, por exemplo, várias vezes os mesmos filmes, as mesmas séries, por assim dizer. A criação é magnífica! São séries e mais séries maravilhosas - e prefiro não citá-las aqui para não deixar alguma de fora e o leitor mais atento poderá sentir falta de sua série preferida. E o que mais deixa triste um leitor deve ser quando o mesmo começa a ler um assunto que lhe interessa (como filmes e séries) e, de repente, na busca do seu filme ou série preferida, esta não foi citada. Pelo menos eu me sinto assim quando leio alguma coisa e não encontro a minha preferência dentro do assunto que estou a ler.

Viver entre o mundo real - aqui no planeta Terra, e viver em mundos virtuais, fantasiosos, é realmente uma maravilha que somente o ser humano pode viver. Quando se adentra o mundo virtual - os sites mais variados possíveis, pode se encontrar de tudo. E quando digo de tudo, quero dizer de tudo mesmo, desde coisas boas até coisas ruins. Seja lá qual for a intenção de quem os criou, para o bem ou para o mal, a escolha é de quem os acessa. E, se o internauta não estiver atento, pode ser induzido a coisas muito estranhas.

Sou um cidadão que luto contra os jogos virtuais sangrentos - aliás, digo que até filmes violentos não gosto de assistir (até mesmo os mais fracos, como os de vampiros). Os jogos virtuais sangrentos - creio eu, incitam à violência. Temos que ser da paz, sou da paz! Logo, a minha escolha é esta: não aos jogos violentos.

No mundo virtual há jogos que são de batalhas, porém com um diferencial: são de estratégias e não mostram os combates. O jogador apenas faz o seu exército, cria o seu mundo, se alia a outros jogadores, formam batalhas - e, na realidade, a adrenalina sobe, mesmo não vendo, mas imaginando. Eu, por exemplo, desde 2008 participo de um jogo de estratégia de guerras. É incrível como - após um dia caloroso de trabalho, isso pode descansar a mente.

E o último mundo que gostaria de citar: o mundo dos extraterrestres. Este, visto pelo lado da ufologia, é extenso (mas sem muita convicção - pelo menos penso eu, que me considero um extraterrestre em certos momentos da vida). Mas há muitas citações sobre aparições de OVNIs - mas, de certo modo, todos com problemas de registros - ou será que não querem deixar claro à população o que realmente existe? - refiro-me aos políticos do alto escalão, e de plantão, e aos militares.

Então, as batalhas entre os mundos sempre existiram, existem e persistem, inclusive dentro do próprio ser humano: quer batalha maior que o ser humano enfrenta quando precisa tomar determinadas decisões? São mundos e mais mundos que encontramos pela nossa jornada - e, por fim, a batalha contra a morte: que ninguém humanamente consegue vencer!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/01/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

BRINCANDO COM AS PALAVRAS (23/01/2016)

Às vezes fico pensando no que escrever e começo a buscar ideias em minha mente - e nem sempre as acho. Então, resolvo de outra maneira e começo folheando livros, revistas, jornais e até mesmo blogs - e, de repente surgem as palavras e estas vão dando forma ao texto (e nem sempre do que estava a olhar...). É o trabalho de penetração no reino das palavras, de seleção, de composição de palavras que formam ideias, que formam frases...

E vale lembrar que certa vez o poeta Carlos Drummond de Andrade em seu poema 'A procura da poesia', disse: '(...) Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos. / Estão paralisados, mas não há desespero, / há calma e frescura na superfície intata. / Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.' - pois é simples: estão a espera dos que querem escrever, seja poesia, conto, crônica, histórias curtas ou longas - novelas ou romances. Simplesmente estão lá para serem selecionadas e escritas!

Outras vezes penso em ligar pra um amigo, ou amiga, em busca de sobre o que escrever. Verdade é que, penso, mas nunca fiz isso - nunca aconteceu de chegar ao fim da linha (se tivesse acontecido não teria vergonha em dizer). E, de propósito citaria o nome dele, ou dela, no texto. Creio que, de tanto pensar - e pensar no depois, as ideias vão se aproximando das pontas dos dedos, descem pelas teclas do computador e geram o texto.

Muito interessante quando alguém pega o seu texto e começa a dar opiniões. É tão interessante que, às vezes, você acaba mexendo no texto todo (e ainda pensa: como não pensei nisso antes?) - ou, até mesmo, jogando-o fora e produzindo outro a partir das sugestões recebidas. Por quê? Será falta de confiança no que escreve? Será que a opinião do outro naquele momento está melhor que a sua? É interessante pensar sobre, pois nem sempre conseguimos chegar, como dizem, a um denominador comum.

Se você tem dúvidas ao escrever, o melhor a fazer é perguntar. E, de pergunta em pergunta, se constrói com conhecimento. Ou seja, são as perguntas que movem o mundo, não é mesmo? Muitos colocam a pergunta de forma inversa - mas, do meu ponto de vista, as perguntas que movem o mundo... Através das perguntas vamos construindo o conhecimento - exemplo: a criança sempre está a perguntar 'por quê?', e, às vezes, até chega a ser irritante (de certo modo), mas ela precisa saber. E, só perguntando, que se passa saber.

Falando no mundo das palavras, que tal pensar no significado de algumas palavras? Que tal começar pelo conteúdo - por assim dizer, da palavra elogio? Elogiar, ser elogiado - todos gostam, desde o menor até o maior. Eleva a autoestima de qualquer um - e ainda mais se vir de onde você menos esperava... E, quando isso acontece, todos se sentem muito bem. Mas, se você ouvir a palavra desgraçado (que não tem...) - como dói! Melhor pular esta parte e seguir para o fim.

E, chegando a estas últimas linhas, posso parar, pensar e dizer que não é nada fácil escrever, mas para que aconteça a escrita é necessário ter coragem de parar, pensar e escrever. E escrever sem medo de ser feliz - pois ao escritor cabe a dosagem de ser, ou não, feliz.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/01/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

PARADA DE ÔNIBUS (17/01/2016)

Duque de Caxias - quem foi ele? Pulando essa parte, vou apenas à parte que compete a este observador da cidade: venda ambulante - sandálias, chinelos, cintos...

O ônibus encosta próximo ao meio fio. O grupo, pequeno, já formado no passeio publico, dá o primeiro passo degraus adentro. A partir de poucos metros não os verei mais. Talvez. Pela janela nos observamos: uma criança de colo sorri para mim - imagino que sou o destinatário daquele sorriso. Nem quero pensar o contrário.

Do outro lado da rua um ponto de táxi. Observei e notei que o mesmo era pouco movimentado. Notei, no entanto, que usam muito o serviço chamado de mototaxi - e muito deles passavam por ali carregando os mais variados tipos humanos. Homens, mulheres e até animais encaixotados. Dos dois primeiros: magros, gordos, louros, negros, ruivos... De calças, de shorts, de saia - de pernas à mostra.

O ônibus perdeu-se em minha memória. Logo veio outro e com pessoas em pé. Pessoas com sinal de cansaço. Com vontade de logo chegar ao aconchego do seu lar, mesmo que seja 'um Lar Severino'. E outras pessoas adentram o ônibus - mesmo em pé, o importante é chegar ao destino.

Olhei o relógio: os ponteiros se aproximavam de ficar um sobre o outro. Era sábado e fervilhava o calçadão. O arranha-céu em minha frente botava-me um pensamento: do último andar contemplar a cidade. Último andar: tudo é mais bonito, mais perto do céu.

Um carrinho de mão abarrotado de papelão cruzou a minha frente. Um senhor acabado pelo tempo o arrastava - semelhante a um animal a puxar uma carroça. Poucas quadras dali a Cooperativa onde todo material era recolhido, prensado e de lá enviado aos lugares adequados. (Ainda bem que, até a Cooperativa, é descida...)

Alguns passos: o Museu Araçatubense de Artes Plásticas e lá os araçatubenses, mais alguns cidadãos do mundo, colocam suas artes expostas aos que possuem bons gostos em visitar. A arte alegra o espírito. Dá ânimo.

Outro ônibus. Uma senhora observava impacientemente os passageiros subirem. Eu também observo e vejo a dificuldade de uma velha senhora em adentrar o ônibus. De corpo bem gordinho. Imagino o sofrimento desta ao passar pelo cobrador - que sofrimento!

Atrás deste ônibus já parava outro. Uma senhora de meia idade dirigia-o. Olhou-me com um olhar de nem sei o quê! Mas me atingiu profundamente. Desviei o olhar para o fundo do ônibus e lá a vi, uniformizada, de cabelos soltos ao possível vento que acaricia com o movimento do veículo. Estava com o olhar longínquo, talvez pensando. Pensando, talvez, na vida, nos amores... Observei-a até o ônibus partir. O som vindo de um carro chamou a minha atenção: anunciava a presença de um circo na cidade. Pelo jeito, um circo badalado. Fui tomado subitamente por um toque no ombro:

- Perdido por aqui?

Assustei. Recobrei os sentidos terrenos, pois parecia estar ali, mas não estava. Viajava em pensamentos por ares diferentes em busca de soluções - pareciam impossíveis.

- Nem tanto. Olhando a vida passar, buscando ideias para os próximos textos...

E trocamos, por alguns instantes, palavras perdidas, desconexas. Percebi que fazia o mesmo que eu - por isso poucas palavras trocadas. Desci até a Praça São Joaquim - mas antes comi um salgadinho com um bom copo de suco. Entrei logo no meu carro - e, em casa, escrevi...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 17/01/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

O LADO SOMBRIO DAS COISAS (09/01/2016)

Em tudo na vida há o lado sombrio que, apesar de ser sombrio, o ser humano gosta. Significa, também, o lado misterioso da vida. E, por dizer a verdade a nós mesmos, não podemos negar que gostamos de ter um lado misterioso. E alguns chegam a dizer que é puro charme - ser, ou não charme, depende de cada um.

Coloque-se no espelho apenas metade de sua face. Um lado ficará refletido, o outro lado não, então, a estranheza surge. Assim, também, a experiência no claro-escuro de nossos pensamentos: o lado sombrio esconde muitas coisas - assim como um porão ou sótão esquecido às traças (as coisas depositadas neles ficam ali esquecidas às traças) - e como escondemos coisas! Às vezes, queremos esconder de nós mesmos.

Começamos a vasculhar os nossos mais esquecidos pensamentos e lá encontramos coisas que, em algum momento, deixamos de lado porque se usássemos acabaríamos mostrando o nosso lado sombrio de ser (ou parte dele) - e não adianta negar: em algum momento somos sombrios. Aliás, e como somos sombrios!

Quando assistimos aos filmes de espionagens notamos bem o lado de lá - são tantas artimanhas que pensamos se realmente aquilo pode existir. E, então, surge a questão: a telinha imita a vida, ou a vida imita a telinha? Creio que a telinha imita a vida, logo, tudo pode ser realmente real. Embora tenha um pouco de mistérios. Tudo isso a partir da arte dramática...

Frente ao espelho ainda posso sentir a falta que a outra metade me faz. Olhar-me por inteiro faz diferença e em grandes proporções. É ver-me quase por completo: corpo e alma. Pela metade - falta-me uma parte. O Homem só se sente completo ao se sentir por inteiro. E, não é raro o Homem se sentir pela metade, ou apenas partes.

Sentir-se por inteiro também compete às escolhas que se pode fazer, ao caminho que se pode caminhar, aos amigos que se pode ter, à família que se pode construir. Logo, sentir-se por inteiro é nada mais que possíveis conquistas. E as conquistas são árduas, ainda mais quando se quer fazer tudo certinho (e é preciso!) - e nem sempre é possível..

E, embora tenhamos curiosidade de termos coisas e mais coisas, algumas - após determinadas descobertas, passamos a pensar que seriam melhor como estavam antes: sem descobri-las. Mas, como diz o velho e bom ditado popular: 'A curiosidade mata o gato'. - certo, ou não, é verdade!

Pensando um pouco diferente: creio que gostamos de ter o nosso lado sombrio. Com o nosso lado sombrio nos tornamos um pouco misterioso. Parecemos, aos outros, que estamos a esconder algo. Nunca revelamos completamente quem somos - aliás, creio eu, que nós não sabemos plenamente quem somos - assim, por exemplo, vive-se uma longa vida ao lado de alguém e não o conhecemos direito. São os enigmas da vida, não é mesmo?

Na vida há muitos enigmas a serem descobertos. E muitos que nunca serão descobertos, ou explicados. Talvez a afirmação de que são as perguntas que movem o mundo e não as respostas - esteja correta.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/01/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

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