LEIA E FAÇA O SEU COMENTÁRIO EM CONTATO 

MÊS MAR 2016 - DIAS 05 - 12 - 19 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

BRASIL, E AGORA? SIGAMOS... (19/03/2016)

Ah! Quem dera eu acreditar ainda em contos de fadas! Quem dera... Mas o tempo passa e passamos a não acreditar mais, ou melhor: passamos a enxergar as situações por outros prismas - e nem sempre temos o que desejamos.

Estamos vivendo um verdadeiro mando e desmando - por um lado um povo que quer dignidade - e com razão, por outro lado governantes que deixam a desejar (para não usar palavras mais pesadas) e, por outro lado, a Justiça! E então - o que fazer?

O povo saindo às ruas em busca de expressar, e cobrar, os seus direitos. Manifestações e mais manifestações - e tudo, após estas manifestações, parece tão calmo. Parece. Quase ninguém se mexe (poucos) e, como dizem os mais jovens, o processo é lento. Mas muito lento! Mas, no momento está tão lento que parece 'dormir em berço esplêndido'! Ou sou eu que penso mais rápido, que quero ações mais rápidas e eficazes?

Falando em ações rápidas e eficazes, creio que não sou eu apenas que as quero, mas notamos que o povo também pede por isso. O povo já não aguenta mais tanta lentidão nos processos. Democracia, sim, mas também agilidade. Aliás, como se diz por todo o Brasil, que a Justiça caminha em passos lentos - talvez esteja faltando funcionários para que esta faça com mais agilidade o seu dever - por assim dizer, e pra quem entende.

Se notarmos os acontecimentos dos últimos dias que os nossos governantes vem mostrando - eleitos por nós (temos que pensar nisso) - está na hora de pôr um basta em tudo. E não basta começar apenas pelo partido que está no poder, a varredura tem que ser em todos que exercem o poder. E tem mais: não adianta começar lá de cima, pelo contrário, tem que se começar aqui de baixo - ou seja, na hora de votar, ser razoável e certo do que está fazendo. Moramos nas cidades, e não lá em cima! Logo, começa-se por aqui para lá na frente não arrependermos - como muitos estão agora arrependidos de seus votos.

Do outro lado está a Justiça. Serena. Paciente. Examinadora. E, do ponto de vista do cidadão comum, por assim dizer, calma demais. E esta sempre a dizer que aos cidadãos que precisam ir com calma - processo democrático. Fugindo um pouco do assunto político, a exemplo cito: quando se tem um processo trabalhista e o trabalhador precisa que seja reconhecido o que é dele de direito, como demora! Ainda falando em trabalho: o governo do Estado de São Paulo é um deles que não cumpre a legislação em vigor - está no tribunal a cobrança devida do aumento do salário do servidor publico da Educação, por exemplo. Está... E daí? E daí que não ocorre o julgamento que é de direito! E por quê? Porque é direito trabalhista, governo perde a causa... Logo - parece que há 'alguém' a segurar o processo nas gavetas! (Gostaria de não acreditar no que estou escrevendo, mas como um direito legal não é cumprido e a Justiça nada faz?)

E seguimos por tantos outros casos. Então, o melhor a fazer é começar a olhar de maneira diferente nos próximos pleitos, pois todos (ou a grande maioria) começam a ser criados aqui embaixo - aqui onde moramos: nas cidades. Fechando então estas linhas: povo quer (e como quer!), governo também quer (mas apenas o seu lado) e Justiça... Bem, que a justiça seja feita pela Justiça - e de preferência, com maior agilidade possível.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 19/03/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

A NOSSA POESIA DE CADA DIA (12/03/2016)

A semana que se finda foi com entusiasmo comentado sobre o Dia Internacional da Mulher. Nesta que em breve se inicia, temos o Dia da Poesia - catorze de março. E, nada melhor que juntar poesia e mulher, ou mulher e poesia. Ou, ainda, falar da mulher na poesia - tantas vezes aclamada. Somado a tudo isso, há tantas poetisas espalhadas pelas nossas terras brasileiras e que possuem maravilhosos trabalhos.

Hoje, sábado, no Calçadão da Rua Marechal Deodoro - em frente a Livraria dos Amigos, está acontecendo o evento "Escritores em Ação", onde temos varal de poesias, declamações, música ao vivo, venda de livros e escritores autografando - e todos podem participar. Se você tem livros, traga-os para a banca e faça seu papel: divulgue e venda! Afinal, escrevemos e temos que vender também. Estamos no Brasil: e ser escritor em terras brasileiras não é nada fácil...

No texto da última semana citei um trecho do poema Mulher da Vida, da poetisa Cora Coralina. Texto este feito em 1975 para o Ano Internacional da Mulher. Recordando seus versos: 'Mulher da Vida, / Minha irmã, / De todos os tempos, De todos os povos, /De todas as latitudes, / Ela vem do fundo imemorial das idades / E carrega a carga pesada / Dos mais torpes sinônimos, / Apelidos e ápodos: / Mulher da zona, / Mulher da rua, / Mulher perdida, / Mulher à-toa. / Mulher da Vida, minha irmã. / Pisadas, espezinhadas, ameaçadas, / Desprotegidas e exploradas, / Ignoradas da Lei, da justiça e do direito'. Uma mestra na arte de expressar.

Mas há outros grandes nomes consagrados na Literatura Brasileira e que vale muito serem citados, tanto na prosa como no verso, tais como - a nível nacional: Cora Coralina, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Cecília Meireles, Lygia Bojunga, Adélia Prado, Clarice Lispector (que, pra mim, é uma das mais enigmáticas), Hilda Hilst, Ana Miranda, Carolina Maria de Jesus - já ouviu falar (volto nela lá embaixo)? A nível municipal: Cidinha Baracat, Ana Almeida, Emília Goulart, Marianice Paupitz, Maria José da Silva, Rita Lavoyer, Larissa Alves Marzinek, Marilurdes Martins Campezi, entre outras - e desculpem pelas que esqueci.

E voltando ao nome que citei, vale dizer que são poucas as pessoas que já ouviram falar dela: Carolina Maria de Jesus. Negra. Autora de diversos livros e estreou com a obra "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada", publicado em 1960, que após o lançamento seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, traduzido para 13 idiomas e vendido em mais de 40 países. Moradora das primeiras favelas que surgiram em São Paulo (Favela do Canindé, Zona norte de SãoPaulo), de pouco estudo, catadora de papel, e de sua vivência escrevia nos cadernos que achava no lixo a história do cotidiano. E é dela uma frase muito forte: "Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos." - pensou?

Carolina Maria de Jesus publicou ainda o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios, ambos em 1963 (todos custeados pela autora); após a sua morte (1977), foram publicados o Diário de Bitita (recordações da infância e juventude), Um Brasil para Brasileiros (1982), Meu estranho Diário, e Antologia Pessoal (1996). Vale ressaltar que a escritora fora descoberta em 1958 pelo jornalista Audálio Dantas, que o convidou para conhecer seus cadernos em seu "barraco".

E, fechando estas linhas, não há melhor poesia do que aquela descrita com a vivência, pois não está a poesia apenas presente nos versos, mas na maneira mágica e poética de relatar o cotidiano - e este cotidiano apresenta muitas perspectivas... Basta vivê-las.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 12/03/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

MULHER NA SOCIEDADE (05/03/2016)

As duas datas festivas citadas abaixo caem bem próximas no mês de março - além de estarem próximas, estão relacionadas: Dia Internacional da Mulher e Dia da Poesia. No texto de hoje uma abordagem sobre o primeiro dia e com alguns rabiscos voltados para o segundo dia - que serão aprofundados na próxima semana.

Na próxima terça-feira, dia oito de março, é o dia instituído por razões de fatos na História como o Dia Internacional da Mulher. Apesar dos muitos erros cometidos em determinadas explicações (por muitos não saberem sobre a exatidão da data), vale lembrar que a conquista se deu pouco a pouco.

Segundo dados que obtive pesquisando, a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) começaram a surgir grandes protestos pelo mundo. E na data de 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, manifestação essa contra as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - e esse protesto ficou conhecido como 'Pão e Paz' - e a data consagrou-se, mas só foi oficializada em 1921 como Dia Internacional da Mulher.

O reconhecimento pela ONU - Organização das Nações Unidas, só se deu vinte anos depois, em 1945, quando foi assinado o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres (e como dizer que a humanidade caminha a passos largos?). A partir de 1960 o movimento feminista ganhou corpo, e em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher.

Para especialistas no assunto (ou, os estudiosos sobre a questão feminista), afirmam que a data em questão deve ser vista como uma conquista de direitos e também deve estar em contínua discussão sobre os problemas que a mulher enfrenta, tais como discriminações, violências (de todos os tipos) - tudo isso continuamente para não retroceder.

E falando em poesia (assunto que será mais aprofundado da próxima semana por se tratar de data festiva para este que vos escreve), no ano de 1975 a poetisa Cora Coralina (Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas - nascida em 20 de agosto de 1889 - e faleceu em 10 de abril de 1985) escreveu o poema Mulher da Vida - para o Ano Internacional da Mulher. Nele a poetisa afirma em seus versos 'Mulher da Vida, / Minha irmã, / De todos os tempos, De todos os povos, /De todas as latitudes, / Ela vem do fundo imemorial das idades / E carrega a carga pesada / Dos mais torpes sinônimos, / Apelidos e ápodos: / Mulher da zona, / Mulher da rua, / Mulher perdida, / Mulher à-toa. / Mulher da Vida, minha irmã. / Pisadas, espezinhadas, ameaçadas, / Desprotegidas e exploradas, / Ignoradas da Lei, da justiça e do direito'.

Há outros nomes significativos de mulheres que na História lutaram pelos direitos de igualdade, que sofreram conspirações, violências, mas que nunca deixaram de lutar pela causa. E é por isso que a data deve ser, não apenas festiva, mas de lembrar que sempre há algo a conquistar.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 05/03/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

© 2016-2025 Escritório: Avenida das Casas, nº Das Portas, Araçatuba - SP
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora