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MÊS FEV 2019 - DIAS 02 - 09 - 16 - 23 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

VENCENDO SEMPRE (23/02/2019)

A vida é feita para ser vencida, embora alguns pulam dela - pulam da ponte da vida e para sempre ficarão no esquecimento, pois - creio eu, que o derradeiro ato é marcante. Querendo ou não, todos pensam na dor que este ser deixou, e, de certa forma, tentarão esquecer - deixando à mostra apenas os atos bons, marcantes. É assim a vida!

E, como costumo dizer, escrever é, além de arte, um desabafo. Sempre queremos fazer determinadas coisas, mas ou por lei, ou por caráter, não as fazemos. Mas os nossos personagens podem fazer - e sem restrição. Logo, a escrita passa a ser a 'água que nos mantém vivos'. E, penso eu, que nunca essa água venha me saciar por completo - sempre deixando um pouco para o amanhã.

Às vezes não temos sobre o que escrever - mas, com os dedos nos cabelos, encaracolando-os, a ideia desenrola, surgi nitidamente nas pontas dos dedos e lá se vão palavras e mais palavras para o papel. É mágico este momento maravilhoso que a escrita proporciona aos que a procuram. É alívio, por assim dizer, tanto do corpo como da alma.

Talvez seja a fotossíntese que a alma humana precisa - ou, pelo menos parte dela. O Homem precisa de cuidados, de ser cuidado; de sofrer mutações, transformações - tal qual determinados seres do reino animal - a lagarta, o casulo, a borboleta! Liberdade - liberte-se para viver a vida - há um longo chamado! Há animais que precisam trocar de pele! Ou, ainda, tirar as máscaras que, pouco a pouco, vão sendo sobrepostas. Liberdade - liberte-se para viver a vida - há um longo chamado!

As asas da imaginação podem levar longe o Homem - as histórias proporcionam isso. Os livros, os aviões também... A casa na árvore, o balanço propulsionado pelos mais velhos (os avós contam-nos coisas maravilhosas, coisas que só aprendemos com eles - é a vida que corre lentamente, às vezes, velozmente pelos espaços que ocupamos. É o céu de estrelas. A noite - com lua cheia ou não, que nos leva a férteis imaginações.

Talvez o amor faça presença - talvez não. Há quem diga que nem sempre ao amor será atento, mas - em algum momento, seja lá qual a hora, o mesmo se faz presente. E, de certa forma, o arco-íris aparece. Chovendo pouco, ou muito, a aliança entre Deus e o Homem está presente. É garantia dada - e de geração em geração. Assim também o amor, ou o ato do amor! E o amor se faz presente desde pequenos - para alguns mais forte, para outros menos forte.

Há caminhos a serem tomados - quais? Se não os tomou ainda, talvez qualquer um sirva. O que se faz necessário talvez seja a maneira de caminhar. As sensações a serem vividas. Vividas ardentemente - e não apenas na claridade do dia, mas também na penumbra da noite. Sol. Lua. Astros maiores e astros menores. Os astros também foram criados com tais finalidades - de guiar, mesmo que de forma sombria. Estranho modo de pensar (pelo menos penso assim).

A vida parece, ou não, uma loucura. Engraçada. Confusa. Locomotiva. Imprevisível - talvez seja o termo mais correto a ser usado. Como um último dia na escola, no Ensino Médio. Todos se olham, se abraçam e sabem o que em breve os espera: um para cada lado - cada um para o lado que escolher, e a vida tem que continuar - e de forma adulta. Responsabilidade. Novos estudos. E com toda a mudança: novos caminhos sendo traçados, trilhados.

E, finalmente - esquecer os demônios que nos cercam, e sentir-nos realizados, felizes - com um sorriso de canto a canto.... - Como se diz mesmo? Dentes tinindo de alegria! É o que podemos dizer - a paz interior. A paz que tanto o ser humano precisa - esta não está longe, está sempre ao nosso lado, basta olharmos para os lados. Ou seja, não deixar escapar as oportunidades que a vida nos proporciona - e, diga-se de passagem: são muitas. Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/02/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

OS DESAFIOS QUE A VIDA NOS PROPORCIONA (16/02/2019)

A vida é um desafio - melhor dizendo: nascer, crescer, morrer - ordem natural das coisas, mas que nos causa medo, principalmente o último. E, dentro desse 'desafio', há muitos e muitos desafios. E, creio eu, que o primeiro desafio é o que chamamos de aceitação - de nos aceitar como somos. De nos aceitar como somos, e - com a clareza de que mais cedo ou mais tarde podemos mudar - e, sempre para melhor. (E, é claro, nos aceitando, aceitaremos o outro.)

Há grandes estudos pelo mundo afora que trata dessa questão, e - aceitar-nos como somos é um desafio e tanto! Alguns conseguem com maior facilidade, outros nem tanto. E, para começo de conversa, alguns não conseguem olhar no espelho e se ver, se aceitar, como são - sempre se questionam, e ainda desejam ser outros. (Acho meio estranho tal atitude.)

Costumo pensar que o olhar no espelho mostra muitas coisas - e sempre cito essa atitude em meu trabalho (porque jovens têm o costume de não se aceitarem como são). Olhar-se no espelho revela um lado diferente (por assim dizer) do ser. Costumo dizer que olhar no espelho é buscar algo dentro de nós que, de certa forma, ainda não foi realmente descoberto (mas precisa ser descoberto). Ou, se descoberto, notar os outros lados dos nossos 'eus'.

Às vezes, escondemos de nós mesmos os mais profundos sentimentos - e tudo isso pelo simples fato de, em determinados momentos, deixarmos passar para evitar problemas maiores. Mas, ficou em oculto, bem lá no fundo - no fundo do baú, ou na última gavetinha do cérebro (no sótão do mar do esquecimento, mas que em determinado momento poderá aflorar). De um modo, ou de outro, o importante é descobrir onde está e se desfazer de tais sentimentos. Trazê-los à tona e se ver livre deles, é a melhor coisa que se pode fazer.

As decepções que enfrentamos nos fortalece. As angústias que vivemos também nos fortalece - ou seja, os sofrimentos nos fazem mais fortes, nos fazem crescer. O ser humano foi feito para crescer, dia após dia - e crescer significa vencer os desafios que a vida proporciona a cada um. Viver é vencer - e há necessidade de estar ligado neste processo, há necessidade de sempre buscar o vencer! Mesmo sabendo que um dia iremos partir para o derradeiro destino - segundo a crença de cada um.

Desafios constantes sem pular da ponte da vida, como a fala do Mestre Carpina: "- Severino, retirante, / Deixe agora que lhe diga: / Eu não sei bem a resposta / Da pergunta que fazia, / Se não vale mais saltar / Fora da ponte e da vida / Nem conheço essa resposta, / Se quer mesmo que lhe diga / É difícil defender, / Só com palavras, a vida, / Ainda mais quando ela é / Esta que vê, Severina / Mas se responder não pude / À pergunta que fazia, / Ela, a vida, a respondeu / Com sua presença viva. // E não há melhor resposta / Que o espetáculo da vida: / Vê-la desfiar seu fio, / Que também se chama vida, / Ver a fábrica que ela mesma, / Teimosamente, se fabrica, / Vê-la brotar como há pouco / Em nova vida explodida / Mesmo quando é assim pequena / A explosão, como a ocorrida / Como a de há pouco, franzina / Mesmo quando é a explosão / De uma vida severina." (da obra Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto) - o que significa lutar pelo ato da sobrevivência. Lutar pelo querer sempre mais.

E, completando, volto a dizer que o olhar no espelho nos mostra muito - é um exercício de se autoconhecer. É um exercício que busca bem lá dentro do ser humano algo que ainda precisa ser desvendado, que ainda precisa ser mostrado ao mundo, e - na pior das hipóteses, precisa ser jogado fora, precisa ser despejado no mar do esquecimento externo. Fácil? Claro que não, mas é preciso e traz resultados bem positivos - pois passamos a sentir-nos mais leves, mais 'humorados', por assim dizer. Pense carinhosamente nos desafios que a vida nos proporciona, e vamos encará-los dignamente. Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/02/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

O MUNDO É GRANDE (09/02/2019)

Sempre comentamos que o mundo é grande - mas, ao mesmo tempo, sabemos que não é tão grande assim - pois o Ser Maior, o Criador, o sustenta em suas mãos - através de suas palavras as suas bases estão firmadas até os dias atuais. Lá de cima os astronautas disseram que a Terra é bonita de se ver, maravilhosa - talvez um azul indescritível!

Carlos Drummond de Andrade no poema "O mundo é grande", cita que 'O mundo é grande e cabe / nesta janela sobre o mar. / O mar é grande e cabe / na cama e no colchão de amar. / O amor é grande e cabe / no breve espaço de beijar.' - simplesmente assim: ou seja, tudo isso! Talvez tudo isso e mais um pouco, que talvez ainda não esteja ao nosso alcance.

Coloco-me a imaginar - um quarto à beira-mar, janelas grandes e abertas, a brisa entrando, o frescor do fim de tarde... Debruçado no peitoril da janela, sorvendo os últimos raios de sol - imaginação: quão bom seria tê-la aqui - lado a lado... Talvez, em poucos minutos, o caminhar pela orla - marcas dos pés na areia... A contemplação da Lua dos Amantes. Esta, a Lua dos Amantes, corta o céu através do manto azul estendido de um lado a outro.

E ali 'De tudo ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto / Que mesmo em face do maior encanto / Dele se encante mais meu pensamento' - Vinícius e Morais, por que não? - e pelo simples fato de mais tarde não querer dizer 'O tempo cobre o chão de verde manto, / Que já coberto foi de neve fria, / E enfim converte em choro o doce canto' (Camões) - viver ao amor; viver ao encantamento (doce ilusão de meus pensamentos!).

O mundo é grande - ou se faz grande ao nosso olhar. Tão grande que, e tão pequeno que há meios de caber na palma de nossa mão. Que talvez o grito gritado se estenda por toda a eternidade, ou de eternidade em eternidade. Ecoa sem parar na imensidão dos dias dos Homens! E assim, os Homens, vão cismando em amar, pois amar não tem idade, não tem cor, apenas sabor, apenas cheiro! O doce cheiro suave e encantador do amor!

Como sabê-lo? - como saber o doce cheiro suave e encantador do amor - simples, e ao mesmo tempo complexo. Como o mundo é grande, ficamos limitado a interpretá-lo, assim também o amor. Este, por sua vez, é ainda maior, pois enche todo o mundo, renova-se constantemente - transborda nos corações dos apaixonados, e em vários 'tipos de amor'. O amor, a ternura, leva o Homem a vários lugares, desde o recordar da infância, da adolescência, da idade adulta - de Homem feito, à idade derradeira, onde resta apenas o ato do amor - em forma de recordações.

O mundo é grande - e mesmo assim há aqueles que 'Todos esses que aí estão / Atravancando o meu caminho / Eles passarão / Eu passarinho!' (Poeminho do contra, de Mário Quintana). Passarão - e eu continuarei a voar pelas asas da eternidade, pelas asas do amor - um amor sem fim - um amor sem fim. Mas, sempre a pensar, sempre a pensar, sempre a fazer considerações - 'Melhor do que a criatura, / fez o Criador a criação. / A criatura é limitada. / O tempo, o espaço, / normas e costumes. / Erros e acertos. / A criação é ilimitada. / Excede o tempo e o meio. / Projeta-se no Cosmos.', de "Considerações de Aninha, de Cora Coralina.

E o tempo vai passando - olho-me: 'Eu não tinha este rosto de hoje, / Assim calmo, assim triste, assim magro, / Nem estes olhos tão vazios, / Nem o lábio amargo. // Eu não tinha estas mãos sem força, / Tão paradas e frias e mortas; / Eu não tinha este coração / Quem nem se mostra. // Eu não dei por esta mudança, / Tão simples, tão certa, tão fácil; / - Em que espelho ficou perdida / a minha face?' - Cecília Meireles. E passa tão veloz, velozmente - que, na maioria das vezes, não conseguimos acompanhar. Ainda bem que o mundo é grande! Tão grande... Pense.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/02/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

É PARA VALER (02/02/2019)

Definitivamente chegamos ao início de mais um ano - e quase em todos os setores, como diz o bom brasileiro - porque o samba, que não pode parar, começa em fevereiro (claro que para alguns o samba não tem fim). Eu, particularmente, admiro o ritmo musical, e convivi com ele cerca de quase três anos de minha vida.

Voltando ao nosso assunto - é para valer - tudo está tomando um formato diferente, vamos dizer, porque foi um mês de espera para se ter uma pequena noção da nova política brasileira e que não sentimos ainda grandes transformações (pouco tempo ainda), mas o brasileiro é um sujeito calmo, tranquilo, que sabe aguardar. (Do meu ponto de vista: muito paciencioso...)

É tão paciencioso que o falar é para valer passa a longos passos de distância. A procura por saídas convincentes fica em segundo plano, e o é pra valer sempre ficará para depois - querendo eu, você, ou não - o que vale é o imediatismo das questões, tentando respostas facilitadoras para o momento. Foi assim, é assim, e será assim. E não precisamos ir tão longe: olhemos para a Justiça, para o Sistema Jurídico Brasileiro - lentidão total e não falo de outros, sinto na pele! E, então, os mais brincalhões dirão: Tarda, mas não falha. Digo: será?

Ontem, primeiro de fevereiro, muitos setores da sociedade retornaram ao seu normal, ao trabalho, por assim dizer. A Educação - após as tão sonhadas férias merecidas para os que nela atuam (e para desespero de muitos pais), retornou à luta diária. Ela, a Educação, por meio de mentes brilhantes, tem a obrigação de colocar em total despertar as futuras mentes brilhantes deste país. E a sociedade espera os frutos dessa geração.

Na política, por assim dizer, algo que não poderia deixar de lado, os acertos foram intensos nos últimos dias - a disputa pela presidência das casas é assustadora: nota-se que o poder faz a diferença, e só temos a aguardar os próximos capítulos; a nós, leitores e eleitores, cabe apenas observar - não conseguimos interagir; e pior: o resultado das ações não são tão benéficas assim a quem de direito deveria ser. Creio que os brasileiros deveriam pensar e agir de forma diferente quanto a esses funcionários de passagem - e muitos, como lemos, não merecem o devido respeito.

Ainda na política, mas a nível municipal - Araçatuba: outro dia de conversa com um cidadão que está no meio político (vereança), reclamei de algumas posições da administração atual - de promessas de tempo de campanha - eu estava presente, eu participei da campanha, e pouco se está fazendo em determinados bairros (alguns estão totalmente esquecidos ao que se refere das palavras ditas da época de campanha). Disse-me ele que também estava a reclamar (inclusive mostrou-me as reclamações). Fico aqui a pensar: se ele - que está lá no meio - não é atendido em suas reivindicações, fico imaginando o coitado aqui embaixo que sustenta esta fatia da sociedade, esta cidade, com os pagamentos absurdos de impostos, e quase nada tem de volta. Se duvidam do que falo, deem uma olhada nas quadras do Bairro Etemp - e prefiro parar por aqui.

Fico feliz quando um cidadão tem força para cobrar dos que estão no poder - todos deveríamos ter. E pior: estes que assim fazem são tidos como oportunistas, que estão querendo se mostrar através das mídias para depois serem aclamados pela população nas próximas eleições. Verdade seja dita: só assim que algumas coisinhas caem no colo da população - pequenas migalhas, por assim dizer. Pior que, os que lá em cima estão, sempre reclamam, mas não mexem em seus próprios bolsos - vamos ser honestos! (E aqui vale para todos do escalão político - que, ao meu conhecimento, deveriam ser pessoas aprovadas em todos os conhecimentos que uma população necessita - logo: ter um mínimo de capacidade.)

Então, é para valer que o ano se inicia - briga entre os poderes, e os pobres coitados permanecem na escuridão de bons atendimentos - em todos os setores. Pense.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/02/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.

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