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MÊS JAN 2020 - DIAS 04 - 11 - 18 - 24 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

PERSONAGENS FEMININOS INESQUECÍVEIS (25/01/2020)

Semana passada escrevi sobre alguns heróis que temos - lembranças dos desenhos animados de infância, e que jamais os esquecemos. Hoje, um pouco mais escolarizado - por assim dizer, abordarei os personagens femininos de alguns livros que jamais esquecemos - enfatizando principalmente os autores/autoras brasileiros.

Às vezes até queremos esquecer de alguns - porque são 'amargos, maus, perversos', já outros até queremos, se fosse possível, vivenciar o que eles vivenciam nas histórias. Outro dia um grande escritor amigo meu disse que o que não podemos fazer, nossos personagens fazem por nós (pura verdade de quem gosta de escrever!).

Vou começar com a intrigante personagem feminina, a inesquecível Capitu (Maria Capitolina Santiago: que desde pequena é retratada a sua feminilidade marcante - 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'), da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Na fala de Bentinho nota-se a força de Capitu: "Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem". E ficamos na dúvida eterna se houve ou não traição - Capitu traiu Bentinho?

Outra que vale citar: Macabéa, da obra A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. Macabéa é uma nordestina, criada pela tia no Rio de Janeiro, que vive na simplicidade, que não tem ambição, ingênua, amor inocente - "... quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico". Leva-nos a uma reflexão sobre quem e o que somos, o que queremos.

Falando ainda de personagens femininos, que tal citar Emília, (Sítio do Pica-Pau Amarelo), a boneca de pano mais falante, de José Bento Monteiro Lobato? Quem leu ou viu encenações dos textos, ou seriado na TV, jamais esquece. Como dizem os estudiosos, a personagem foge totalmente ao estereótipo das bonecas convencionais (frágeis) - Emília é a personificação da força, astúcia e do pensamento crítico. Falas memoráveis de Emília: "Verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia. Só isso." / "Isso de começar não é fácil. Muito mais simples é acabar. Pinga-se um ponto final e pronto... Mas começar é terrível."

E Gabriela da Silva, na obra Gabriela, cravo e canela, do autor baiano Jorge Amado - o que dizer? Simplesmente podemos dizer que a personagem traz em si as mudanças que abalaram a sociedade da época. O oposto do que se esperava das mulheres à época que foi escrito: personalidade forte, ousada e com senso de justiça (humilde, simples, ingênua, mas de beleza e sensualidade incomparável).

Nesta pesquisa rápida pelas redes sociais - ou seja, comentários de diversos estudiosos sobre as personagens, nota-se que a força da mulher está presente sempre. Em termos internacionais, por exemplo, há vários personagens femininos que trazem essa força feminina arrasadora: Julieta Capuleto, da obra Romeu e Julieta, de William Shakespeare; Anna Karenina, obra Anna Karenina, de Leon Tolstói; Clarissa Dalloway, obra Mrs. Dalloway, de Virgíni Woolf; Lolita, obra Lolita, de Vladimir Nabokov; Blimunda, obra Memorial do Convento, de José Saramago; Elizabeth Bennett, obra Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; Alice, obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; Catherine Earnshaw, obra O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Bronte; Dorothy Gale, obra O Mágico de Oz, de L. Frank Baum; Úrsula Iguarán, obra Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquz - entre tantas outras que retratam o amor, sacrifício, coragem, complexidade, intensidade; são polêmicas, de beleza ímpar, com poderes (algumas com poderes sobrenaturais); são destemidas, criativas, astutas, críticas, emotivas, sensíveis, explosivas, aventureiras, ativas, esperançosas... - e poderia ser citados outras referências da mulher...

E fica aqui um registro de que a mulher, independente das circunstâncias - e em sua grande maioria, correm atrás do que acham que precisam mudar (não esperam nada cair do céu), principalmente quando se trata do 'ser mulher'! E uma frase que me marcou ao fazer esta pesquisa: "Há uma teimosia em mim que nunca fica aterrorizada diante da vontade dos outros. A minha coragem sempre aumenta, sempre que alguém tenta me intimidar." - da personagem Elizabeth Bennet (de Orgulho e Preconceito).

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 25/01/2020 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

OS VARIADOS PERSONAGENS DE NOSSA INFÂNCIA (18/01/2020)

- MAIS DE 100 ANOS DE FÉLIX

Outro dia resolvi - junto com minha esposa, olharmos os desenhos animados que vivenciamos (pequenos vídeos, pequenos episódios). Eu sou péssimo em guardar o nome de cada um, o que faziam, o que falavam, quem participava com quem, ou quem era rival de quem. Ela, pelo contrário, sabia um por um, até os imitava.

Não sei o motivo, mas recordo-me bem pouco dos personagens de minha infância, das séries e tal... Creio que é interessante tê-los em mente - pois ajudam a desenvolver ações dentro do processo da escrita (às vezes comento com ela que, a partir das coisas que fala, deveria escrever histórias - ainda mais com um conhecimento bom sobre tais personagens). E, somado a isso, conta-me como vivia em plena Floresta Amazônica, junto às tribos de índios - época em que o pai trabalhava nas barragens no Estado do Pará.

Voltando aos personagens - fiz uma busca pelos sites da rede, e quem não lembra de (claro que alguns ainda passam em canais fechado): Os Flintstones (parecem uma família típica de classe média da década de 60, mas suas aventuras são ambientadas na Idade da Pedra; eles utilizam eletrodomésticos que são uma mistura de tecnologia com artefatos de pedra lascada e dinossauros; primeiro episódio: 30/09/1960 - e como esquecer Fred Flintstone, Wilma Flintstone, Barney Rubble, Betty Rubble, Bambam Rubble... - não é mesmo?); Luluzinha (criada em 1935 pela cartunista Marjorie Henderson Buell; de 1935 a 1945 no Jornal The Saturday Evening Post, e de 1945 a 1984 em revista; a personagem principal: Luluzinha, uma menina muito esperta e teimosa, com idade entre 8 e 10 anos; seus amigos: Bolinha, Carequinha, Zeca, Juca, Plínio Raposo, Aninha, Glória, e muitos outros); A Coisa / Quarteto Fantástico; Riquinho; Gasparzinho; Popeye e Filho (criado em 17 de janeiro de 1929); não poderia ficar de fora Tom e Jerry, Manda Chuva, Os Smurfs, Mr Magoo, Os Ursinhos Carinhosos, Caverna do Dragão, He-man, ThunderCats, Pernalonga, As Tartarugas Ninjas, A Pantera Cor-de-Rosa, Transformers, Pokemón, Dragon Ball...

E tem tantos outros - mas fico aqui pensando no poder de criatividade que seus idealizadores tiveram em produzi-los e dar a eles tamanha força de vida que muitos já ultrapassaram o limite de 'vivência humana' - por exemplo: Félix, que foi projetado por um projetor de cinema moderno, em 1919, na animação Feline Follies ('Folias Felinas') - considerado o maior astro da era dos desenhos mudos. Vale citar outros que 'não morrem': Bonzo (1922), Mickey Mouse (1928), Pato Donald (1934), Patolino (1937), Tom & Jerry (1940), Pernalonga (1940), Scooby Doo (1969) - e creio que não vão morrer...

No Brasil temos grandes cartunistas (e do cartoon para a tevê é rapidinho): Maurício de Souza (como esquecer a Mônica, o Cebolinha, Magali, Chico Bento, Cascão Papa-Capim, Astronauta, Piteco, Franjinha, Anjinho, Jotalhão, Horácio), Angeli, Laerte, Belmonte, Jaguar, Millôr Fernandes - entre outros... E em Araçatuba: Luiz Antônio Freitas de Carvalho, Rafael Lemos, entre outros (desculpas pela minha falha de memória).

Agora que você conseguiu chegar até aqui - lembrou de mais personagens que povoaram a sua infância? Creio que sim - pois também lembro de outros (pode me escrever falando deles). E somo a tudo isso (visual), o poder de ler histórias em quadrinhos (gibis). Estes também nos ajudam a desenvolver o poder da criação de contar histórias. E você pode questionar - como assim? Assim mesmo - exemplo: o professor pede a produção de determinado texto e o aluno com maior conhecimento de leitura (destas leituras) será um dos primeiros a terminar - pois tem bagagem para 'fantasiar' a sua escrita.

E fechando estas linhas, assim como o Gato Félix deixa a sua marca por onde passa - o seu sorriso, desejo que você, caro leitor, mantenha o sorriso estampado no rosto, porque uma coisa boa atrai outra coisa boa - assim o sorriso atrai novos sorrisos, felicidade, paz, alegria, harmonia - e não há nada melhor que estar de bem com a vida, de bem com todos.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 18/01/2020 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

AS IDEIAS NO PAPEL (11/01/2020)

Colocar as ideias no papel nem sempre é fácil - ou seja, organizar não é fácil, mas se faz necessário. Sem organização dificilmente chegamos a algum lugar. Parar, pensar (organizar os pensamentos) e colocar em ação é uma questão que, se organizado, ganha-se tempo. (E com toda propriedade posso afirmar que ganhamos tempo.)

Possivelmente, caro leitor, você deve pensar: 'contraditório'. Talvez sim, talvez não - mas creio que não. Sei que temos muitas e muitas ideias durante o dia a dia e pensamos que podemos fazer todas (que podemos colocá-las em prática), mas não. Se não pararmos, pensarmos com calma - organizarmos os nossos pensamentos - e depois passar a ação, algo poderá ficar nesse meio não tão bem resolvido. Se algo não fica tão bem resolvido, automaticamente se tem mais problemas - melhor colocar no papel as ideias.

Quando digo colocar no papel, estou referindo-me à organização das atividades diárias. E uma que preocupa muito o ser humano chama-se Tempo. Esse tal senhor chamado Tempo é de tal tamanho em complexidade que, ao chegarmos ao fim do dia, olhamos as atividades que fizemos e queremos mais do senhor Tempo - e ele não volta... Apenas caminha, e - ultimamente - a passos largos (ou será que somente eu percebo tal atitude do senhor Tempo? - creio que não!).

Outro dia, semana passada (início do ano), fiz uma planilha do que pretendia fazer nos meus dias de janeiro - tendo em vista que estou num período de férias (só retorno ao trabalho dia vinte e sete de janeiro) e ontem fui conferir: muitas coisas ainda estão por fazer. Queremos nos organizar, colocamos muitas vezes no papel e nem sempre sai a contento. Por quê? Não sei exatamente (mas valeu a tentativa); e fico imaginando as pessoas que não se organizam... Deve ser um 'Deus nos acuda', não é mesmo?

Agora, caro leitor, você já fez uma breve organização para o ano que acaba de começar? Já fez a sua agenda? - por assim dizer. Ou, está naquela ideia de que o ano começa - para o brasileiro, após o Carnaval? Pense...

Embora seja uma pergunta um pouco retórica (uma pergunta que venha a estimulá-lo apenas): você realmente fez a sua agenda? Eu, como disse anteriormente, fiz a minha agenda de janeiro e, ao fazer uma breve conferência dos dias já passados, percebi que não a cumpri devidamente, e que preciso refazê-la, acrescentando alguns pontos que se faz necessário; por outro lado é bom o refazer, ou seja - estamos continuamente revendo o que precisamos fazer (ou não) - nossas metas e ações.

Pegar um pedaço de papel e colocar o que precisamos fazer, como disse, faz parte e é necessário. Agora, imagine você, para quem gosta de escrever! Imaginou? Certa vez ouvi numa palestra que quem gosta de escrever tem que ter em mente que deve carregar sempre um pedaço de papel e uma caneta, assim não ficaria desprovido de possíveis anotações de ideias que surgem durante o dia. Já ouvi, também, que muitos escritores por não estarem portando os elementos citados acima, escreveram boas reflexões, poesias, em guardanapos de papel quando faziam alguma refeição - creio ser verdade.

Fiz uma rápida pesquisa e vou citar apenas um: Fabrício Carpinejar, escritor gaúcho (radicado há pouco tempo em Belo Horizonte/MG), autor do livro "Liberdade na vida é ter um amor para se prender" (Editora Belas Artes), que - entre outros tantos que tem livro publicado, este surgiu a partir dos escritos em guardanapos - que diz ser 'o sudário dos boêmios, o pombo-correio da cantada, a pré-história do WhatsApp'. Já teve vontade de escrever em guardanapos? Não escondas a verdade - ou teve vergonha?

Confesso - tenho certa vergonha ainda. Mas já fiz anotações neles (não propriamente uma produção literária). Talvez, algum dia, terei eu o privilégio de poder contar-vos que fiz vários textos - prosa ou verso, em guardanapos à mesa de um botequim, de uma lanchonete, ou até mesmo de um lugar mais sofisticado! Assim, terei o prazer de dizer ao mundo que vivi intensamente o prazer da escrita! E as ideias no papel fluirão com mais veemência... Espero!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 11/01/2020 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

AS PRIMÍCIAS DO ANO NOVO (04/01/2020)

As primícias de Ano Novo - aliás, caro leitor, você sabe o que é primícias?

Segundo o dicionário online: (substantivo feminino plural) primeiras coisas de uma série, começos, prelúdios; os primeiros frutos colhidos; os primeiros animais nascidos num rebanho. E, partindo destes princípios esclarecedores, atualizando para o ano em que estamos - dois mil e vinte, quais foram as primícias que você separou?

Entendendo melhor ao ponto que quero chegar: você escolheu boas coisas para fazer, para compartilhar, para doar, para doar-se? Entrando na ordem religiosa: podemos entender melhor a Bíblia Sagrada referindo-se à palavra primícias como 'primeiro', ou seja, que Deus está em primeiro plano, e a Ele deve ser oferecido o que temos de melhor (em tudo!). Pense...

(E não adianta dizer que Deus não está aqui, mas Ele está em forma dos nossos semelhantes - como está escrito em Mateus, capítulo 25, versículo 40: "E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes".)

A nós que somos cristãos, de uma denominada religião ou de outra - não importa qual, mas que temos como norte Cristo, podemos usufruir desta palavra ofertando os 'primeiros frutos' a Deus - e quais são esses frutos? Podemos entendê-los de várias maneiras. Tanto na parte material como na espiritual (como citei acima: fazer boas coisas, compartilhar, doar, doar-se...).

Pensando aqui com os meus neurônios - que às vezes oscilam, cheguei a um ponto: doar um pouco do tempo que temos a alguém. Ajudar a alguém, ensinar alguém, ouvir alguém - e sem querer nada em troca (pois aprendi que a maior recompensa vem de Deus, pois - como sempre ouvi dizer, e repito sempre que posso: que Ele não deve nada a ninguém).

Ainda podemos afirmar que, se pensarmos assim, estamos ofertando o que há de melhor em nós - parte de nossa essência: de coração agradecido, de sã consciência - de forma voluntária! De forma voluntária porque sabemos que de graça recebemos e de graça podemos (e devemos) ajudar ao nosso semelhante. E a nossa recompensa, como citei acima, vem d'Ele.

Por outro lado - início de ano, também colocamos nossas metas (e revisamos as anteriores). E não podemos esquecer de colocar o que vamos ofertar de primícias - seja ela material ou espiritual (ou as duas - para ser mais completa). E não adianta tentar se esconder e dizer que não tem nada de bom em si, ou que não pode ofertar nada pelas condições de vida que leva... - todos temos boas coisas... Todos temos coisas boas a ofertar, basta buscarmos em nós mesmos estas 'coisas boas' - tanto material como espiritual.

Rever as metas faz parte do ser humano que deseja crescer, que deseja superar-se. A maior concorrência não deve ser com o outro (com o nosso próximo), mas com nós mesmos! A nossa disputa é (e deve ser) interna - ou seja, desejamos sempre nos superar, desejamos sempre melhorar. Sabemos que é uma luta árdua, pois trata de vencer os próprios limites que, às vezes, foi imposto por nós mesmos (e não queremos nos indispor conosco!).

Aproveite estes dias de 'folga' - pois no Brasil costuma-se dizer que tudo começa após o Carnaval, e refaça a sua 'agenda', as suas metas, os seus desejos. Não se limite ao comum, ao aqui e ao agora, evolua-se para ser sempre melhor na vida (ser melhor na vida não significa passar sobre os outros, pelo contrário: significa estender as mãos aos necessitados).

Fechando estas linhas - as primeiras deste ano que há pouco se iniciou, quero desejar-lhe uma 'agenda' totalmente reformulada, cheia de metas novas (e das ainda em andamento revisadas), de primícias que vão abalar os que dela participarem - pois assim conseguirás progredir com mais eficácia e seus propósitos serão atendidos.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 04/01/2020 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

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