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MÊS MAI 2018 - DIAS 05 - 12 - 19 - 26 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

OUTRO DIA LI (26/05/2018)

Estava eu a ler as manchetes do jornal - como sempre faço ao pegá-lo jogado na área (e vou da primeira a última página passando as vistas, inclusive pelos editais) e depois volto lendo o que mais me interessa. Neste dia voltei e li que o escritor Ignácio de Loyola Brandão estaria na região. Suspirei, mas não haveria meios de comparecer ao evento.

Lembro-me das duas vezes que estive com ele, inclusive em uma das oportunidades tirei foto ao lado dele no palco do Teatro Municipal - ao lado da Biblioteca Municipal 'Rubens do Amaral'. E, por incrível que possa parecer, lembrei-me de um dos seus textos: 'o homem que entrou no cano' - e resolvi escrever sobre...

Antes de começar o relato, lembro-me daquele joguinho: Super Mário, da Nintendo - que a princípio fora criado como um carpinteiro e depois como encanador - que segue sua carreira até os dias atuais. Mário (o personagem fictício da Nintendo) é retratado como um encanador italiano, baixinho, rechonchudo e bigodudo, que reside no Reino dos Cogumelos, e tem como missão constante resgatar a Princesa Peach do vilão Bowser e impedir seus diversos planos de destruir e dominar o Reino dos Cogumelos. E, como mascote da Nintendo, Mário é o personagem mais famoso da história dos videogames.

Lembro-me, assim que adquiri o meu primeiro computador - faz tempo, que instalei um dos jogos do Mário, e passava horas e horas tentando passar de fase (e no videogame também tentava - simplesmente tentador). Dedinhos pra lá, pra cá, pra baixo, pra cima... E o tempo ia passando. E assim a vida corria com menos intensidade (talvez). Ou, como posso dizer: que é apenas imaginação minha, não é mesmo?

No texto citado acima - 'o homem que entrou no cano' - o homem 'abriu a torneira e entrou pelo cano' - e eu, personagem, caminhava sem direção pelas ruas da cidade e, de repente, resolvi cruzar a rua na diagonal, no entroncamento das vias. No centro havia a entrada da galeria de esgoto: fui sugado por ela... Desespero, ou não, lá embaixo - e não sei como caí, mas estava de pé, comecei a caminhar...

Quando dei por conta, não era o esgoto que corria pelos grandes tubos de cimento, e sim um fio de água cristalina que parecia estar na inércia, mas que provinha de alguma cachoeira que parecia estar próxima (pois o som de águas caindo estava bem perto). Continuei a caminhar tentando me aproximar da possível cachoeira - procurei notar se o som aumentava ou diminuía para, se preciso, mudar de direção.

Mudei várias vezes de direção nos entroncamentos da galeria e o som era o mesmo - contínuo a murmurar, a murmurar... A água: não era possível saber se ia para a direita, ou para a esquerda: parecia inerte. Pensei: será que estou sobre a Linha do Equador? - pois dizem que sobre a Linha do Equador a água é parada. Do lado Sul a água roda para um lado, do lado Norte roda para o outro lado. Mas, de repente...

Acordei. Ficção e realidade podem se misturar - e ir além da ficção é a melhor parte de um enunciado, pois não se fica preso nas linhas, pode-se ir além destas, e caminhar nas entrelinha, ou ainda: por trás das linhas. Quantos enigmas trazem um texto, não é mesmo? E, pelo simples fatos de tais enigmas que vale muito a leitura. Independente do destino, os dos destinos, ler ainda é o melhor caminho - e não se faz necessário gastar muito: há as bibliotecas! Leia! Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 26/05/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

ASSIM MESMO, UAI! (19/05/2018)

Às vezes ficamos pensando porque determinada coisa é assim ou 'assada', ou daquele outro jeito, ou ainda daquele outro jeito que sabemos menos ainda, mas a verdade é: que é assim mesmo, uai! E não adianta ficarmos questionando, porque nunca acharemos a resposta. E, falando em resposta, você sabe o significado da expressão 'uai'?

Antes da resposta do 'uai'... É interessante o assunto. E bem gostaríamos que não fosse assim, mas é - está pronto e ponto. (E a escolha da pontuação é nossa: ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação ou reticências - bendita a Língua Portuguesa!) Escolhas são escolhas, e não adianta mudar - ou, melhor dizendo: nem sempre é possível mudar.

Mas é assim mesmo, uai! E a expressão uai - segundo pesquisa que fiz, significa: ops! Significa nada certo do que vou escrever, uai! Segundo alguns 'boatos', a expressão uai - do mineiro, estava relacionada com a Inconfidência Mineira: União Astutos da Inconfidência - como se fosse uma senha, mas nada comprovado. Segundo outros estudos, 'uai' está amis ligado a economia de palavras - o que tanto o mineirinho gosta. Por exemplo - hipótese: 'olha aí - uai' - é de se pensar.

E há tantas outras expressões mineiríssimas de se ler... E fui à pesquisa: mineiro gosta de usar o '' e o 'uai' - mas precisa estar ligado pra saber usar, para saber usar, e para entender. E gosta, também de cortar as palavras - note nas expressões a seguir: Ôncôtô? - Onde eu estou? / Oncovô? - Pra onde eu vou? / Cê tá boa? - Você está bem? / E aí, vão? - Vamos? // Cê- Você / Pertim - Pertinho / Cêsá seesonspassSavas? - Você sabe se esse ônibus passa na Savassi? / Qui sauda do cê - Que saudade de você // Nóssenhora! - Nossa senhora / Chôvê - Deixa eu ver / Némêzz - Não é mesmo / Confófô eu vô -Conforme for eu vou / Cêbesta sô - Você é besta - é o Brasil, nosso Brasil brasileiro!

Escolhemos, às vezes, determinados caminhos que nem sempre são os melhores, mas foram as nossas escolhas. E, para alterá-los, sempre haverá uma pedra no meio - como disse o poeta - poesia a seguir datada de sua publicação em 1928: "No meio do caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho / Tinha uma pedra no meio do caminho / No meio do caminho tinha uma pedra // Nunca me esquecerei desse acontecimento / Na vida de minhas retinas tão fatigadas / Nunca me esquecerei que no meio do caminho / Tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho / No meio do caminho tinha uma pedra." - de Carlos Drummond de Andrade, publicado no livro Alguma Poesia (1930).

E vale dizer que a poesia acima foi traduzida para vários idiomas, como: 'In the middle of the road was a stone / was a stone in the middle of the road / was stone / in the middle of the road was a stone // I shall never forget that event / in the life of my so tired eyes / I shall never forget that in the middle of the road / was a stone / was a stone in the middle of the road / In the middle of the road was a stone.' (traduzido para o Inglês por John Nist, In the Middle Of The Road).

Falando em Minas Gerais, falando em Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais - e faleceu no Rio de Janeiro em 17 de agosto de 1987, deixando-nos extensa obra que é pedida nos melhores vestibulares do país. Além de, como podemos dizer: traz-nos grandes ensinamentos sobre o Modernismo no Brasil.

E, fechando estas linhas, há tantos outros fatos e expressões que nos levam a conhecer o Brasil, este nosso Brasil tão brasileiro - os Estados da União, e muitos ainda o querem deixar. Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 19/05/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

AMOR SEM FIM (12/05/2018)

Na última coluna escrevi sobre o reino dos animais, que parece com o reino dos homens - claro que observando as proporções necessárias. Parece esquisito escrever assim, mas observo muito os animais e deles tiro determinadas lições. Aliás, creio eu, que todos os seres humanos deveriam observar o reino animal, pois são grandes exemplos a nós.

Comentei, no último texto, sobre a percepção que tive da tristeza de Bola Azul em relação à companheira que perdeu, e, tempos depois, da tristeza em que se encontrava por estar sozinho - e que lhe arrumei nova companheira. Se pensarmos como os seres humanos (pelo menos grande parte), o amor é sem fim, mas precisa ser renovado.

No caso em questão, ser renovado, significa todos os dias renovar os laços amorosos. Renovar, fortificar - a cada amanhecer, entardecer, anoitecer, enxergar no outro (na outra) a esperança de viver grandes aventuras lado a lado, um sentindo no outro a confiança de dias melhores. De dias que - de forma rápido, ou lenta, serão renovados pela presença do companheiro, da companheira.

A canção 'Amor sem fim', do Grupo Revelação, parte dela diz assim: "O nosso amor é tão leve / Que nem dá pra sentir / Mais forte que isso é a paixão que nos une / Não consigo resistir // (...) // Me envolve todo no seu olhar / Me dá todo seu corpo pra mim / Eu quero pra você me entregar ; Nesse amor sem fim." - lindo, não? Viver um amor leve, sadio, faz bem - tanto ao corpo como também à alma. É irresistível!

Há também aquelas canções que trazem em si o choro da perda, o choro do não vir do amor - como a letra da canção 'Amor que não tem fim', que os cantores Luiz Cláudio e Giuliano cantam: "A cada dia que nascer / Eu sei que você vai estar / A cada flor que eu colher / O seu perfume vou lembrar / E chorar eu sei que vou / Quando imaginar / Que perdi o teu sorriso / Teu jeito de me olhar // Se eu falar que te esqueci / Você vai ver que eu menti / Pois esse amor que não tem fim / Não sai de mim não sai daqui / Se eu falar tá tudo bem / Você vai ver que eu sou ninguém / O tempo passa a dor não sara / Quando vejo que você não vem // Ai ai ai ai ai ai ai / Uou uou uou / To louco pra te ver / Dizer te amo meu amor" - lágrimas...

Não consegui encontrar o nome do autor do texto a seguir, mas é muito interessante - leia-o com atenção: "Amar só acontece uma vez e nunca mais... / Amar e quando você pensa onde ele andará... / Amar é como um milagre difícil de explicar... / Amar é proteger teu corpo das forças do vento... / Amar é te abraçar aos poucos e esquecer-se do tempo... / Amar é sempre que te ver sentir um frio por dentro... / Amar é viver e perceber teu sentimento... / Amar é quando escrevo meu nome no céu dos teus beijos... / Amar é pôr minha cabeça e dormir no teu colo... / Por amor eu cruzaria os mares para te ter por um dia... / Por amor juntaria a chuva com o fogo... / Por amor lhe daria a vida mil vezes de novo..." - forte, não?

Pois bem, como diriam os mais 'descolados' no assunto: amar é assim mesmo - é estar leve, se envolver, se entregar; é sofrer, é imaginar o que se perdeu, é a dor que não vai embora; amor é um milagre difícil de explicar, é sentir um frio por dentro, é ter sentimento, amor é... - é difícil explicar realmente o que é o amor! É algo que não tem fim, e que ao mesmo tempo - para manter-se, se renova a cada momento. É o fôlego que nos impele a fazer tudo de bom (às vezes, ao contrário). O poeta diz que o amor é tão contrário a si mesmo: "Mas como causar pode seu favor / Nos corações humanos amizade, / Se tão contrário a si é o mesmo amor?" - Luiz Vaz de Camões. Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 12/05/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

AMORA E BOLA AZUL (05/05/2018)

O reino dos animais é tão diferente do reino dos seres humanos, e dizendo assim, parece um pouco estranho - mas é verdade. Mas, ao mesmo tempo não é, pois há semelhanças - e não são poucas. Se pensarmos em meios de sobrevivência: todos lutam dia a dia para manter-se vivo - e não é nada fácil.

No reino dos animais cada um cuida do seu espaço, do seu território, vamos dizer assim: da sua família. E, para tirarmos as dúvidas basta observar. E eu, por extinto, gosto de observar. Quem não observa não escreve - Clarice Lispector, por exemplo, a partir das pequenas coisas (coisas banais) deixou-nos excelentes textos.

Em casa gosto de ter plantas - muitas plantas pelo quintal... - ou penduradas a partir das vigas do telhado. Já dizia a minha avó que casa que não tem planta, não tem vida - alegria, vivacidade. E, falando nisso, outro dia - na correria da lida, esqueci-me de colocar água numa folhagem, e meu sogro passou por casa (raridade) e comentou com minha esposa: Coloque água, talvez não houve tempo dele colocar. - realmente, a correria fez-me esquecer daquela folhagem - e esta postada bem na entrada de minha casa: que escorre do alto a baixo, rastejando-se pelo chão. E gosto também de ter pássaros.

Embora alguns possam dizer: Você gostaria de viver engaiolado? - diria que não. Mas tenho alguns porque os adquiri em cativeiro (e é bem sabido que se os deixar solto agora na natureza, não subsistirão - pois já fiz prova de tal situação). São - os pássaros - realmente lindos. O seu cantar deixa o ser humano maravilhado com o poder de criação do Deus Todo-Poderoso - mas este precisa refletir sobre. A reflexão faz o Homem pensar na grandeza do Deus Todo-Poderoso e em como ele - homem - é fraco perante a criação Divina.

Aqui na área do fundo de minha casa, sentado nesta confortável cadeira de nylon, aprecio o cantar maravilhoso de Bola Azul - um periquito que há pouco tempo perdeu a sua companheira (estudei as prováveis causas de sua morte, mas não cheguei à conclusão da morte). Até para os animais sabemos que a morte é algo terrível, inexplicável - chegou o momento não há escapatória, não é mesmo?

Senti que ele - Bola Azul, sentia-se sozinho - muito sozinho (diga-se verdade, e não de passagem). Apesar de ter por perto a companhia canina de Bebê - um poodle cinzento - que ganhei para cuidar em sua idade avançada - porque fora achado na rua: deve ter caído de algum caminhão de mudança. E, como não tinha nenhum animal em casa (nem pássaros), disseram-me que eu precisava de um animal (e me deram tal presente - uma história que em outra ocasião contarei com gosto, pois passou a ser um bom companheiro em momentos solitários que o ser humano passa).

E resolvi, então, após três meses da falecida companheira de Bola Azul ter partido, adquirir outra companheira para o pássaro solitário. Fui aos vendedores autorizados de pássaros e adquiri outra companheira: Amora - uma bela espécie fêmea... Verdinha, verdinha! Junto com Bola Azul acordam-me todas as manhãs com maravilhosos trinados! O cantar - às vezes, entendo como súplicas - mas o que fazer se foram produzidos em cativeiro? ,

Hoje fiquei pensando em Bola Azul, em Amora e no Bebê. São animais, é verdade, mas agem de forma carinhosa - e gosto! Quando a minha esposa fala com Amora - que é uma pássara briguenta, ela a atende... Penso, então: até os animais nos entende, mas por que não os entendemos? É ou não é de se pensar? Pense!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 05/05/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

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