LEIA E FAÇA O SEU COMENTÁRIO EM CONTATO   

MÊS DEZ 2010 - DIAS 04 - 11 - 18 - 25 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

ESPÍRITO NATALINO DE VENCEDORES (25/12/2010)

Para a grande maioria, em especial os cristãos, esta data especial é sinônimo de amor, paz, união, felicidade, perdão, reencontro e etc. Os mais novos, em especial as crianças, ao ouvirem os sinos, à meia-noite, esperam com olhar atento a chegada do bom velhinho, o Papai Noel. Na ansiedade de serem vistas, ouvidas e atendidas, montam árvores e enfeitam-nas com luzes, estrelas, bolas e anjos; às vezes, por falta de uma chaminé, usam a criatividade: penduram meias em portas e janelas, e escrevem cartas pedindo seus presentes na esperança de recebê-los - e algumas ainda deixam claro que durante o ano se comportaram muito bem (as que não se comportaram, às vezes - em sua inocência - pedem perdão). É a hora das famílias estarem reunidas, de agradecerem por mais um ano de terem a chance de estarem juntas: os reencontros.

Também temos que lembrar que nem todos podem ter uma mesa farta; temos que lembrar, ainda, que há crianças sem famílias; lembrar que há idosos desamparados, que há doentes acamados - portanto, temos que agradecer ao Rei pelo que temos.

Mas, temos que lembrar que em alguns setores da sociedade, principalmente a parte que depende exclusivamente de vendas, de lucros, há muito se passou de um feliz natal a um 'feliz natal comercial' - e faz muito tempo! Mas agora estamos na hora de voltarmos ao 'feliz natal' que realmente ultrapassa o humano e alcança o divino - este lado sim deveria, e com a maior rapidez possível, ser o intuito de cada ser humano.

O lado comercial do natal está em festa - lojas abarrotadas de mercadorias e, acima de tudo, nota-se uma concorrência um pouco desleal. Desleal não no sentido preciso do termo, mas no sentido de fazer a família gastar nesta época do ano até o que não tem - mas logo surgem os resultados: longas e quase que intermináveis mensalidades a serem pagas durante o próximo ano - mas cada um deve medir a sua capacidade de gastos.

Mas voltando ao lado natalino, a espiritualidade, a data traz muitas coisas a serem pensadas - e independente da nacionalidade ou religiosidade que se segue. Em todas as nacionalidades têm-se noção do maior acontecimento cristão (pode até não ser comemorada a data por alguns povos). O Brasil, um país de colonização cristã, não se passa em branco, pelo contrário: muito se comemora e, às vezes, de forma diferente, conforme as respectivas religiosidades. Mas a maioria dos cidadãos de bem celebra o nascimento do nosso Rei Maior, nosso Senhor Jesus Cristo que veio ao mundo para nos salvar, para nos redimir - não nos deixando sozinhos nos caminhos escuros. E, quando de sua morte na cruz para nossa salvação, ao céu subiu, mas prometeu deixar-nos o Consolador: Espírito Santo. E este foi nos dado para conforto até a volta do Rei em nuvens de glória.

Neste momento a reflexão deve estar presente no seio das famílias: o que se fez de excelente durante o ano, que dentro em pouco se finda - deve continuar; o que não foi bom deve, com toda precisão possível, ser retirada. Estamos chegando ao término de mais um ano de trabalho e, acima de tudo, somos mais que Vencedores, pois temos o menino Jesus, não mais em carne, mas em Espírito, reinando em nossos corações. Assim, partimos para a renovação espiritual na busca da plenitude que, como deixou-nos claro o Salvador, alcançaremos lá nos Céus. Que este dia seja não apenas mais um dia de comemorações, mas mais um dia em nossa vida a marcar-nos de fé, de esperança, de amor... Um Feliz Natal abençoado pelo menino Jesus que se faz Rei entre nós.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 25/12/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

TRIBUTO AOS CIDADÃOS DA BOA ESCRITA (18/12/2010)

Embora pouco é falado sobre os nossos escritores, a nossa região tem bons nomes a serem cultivados e cultuados em suas ideias. Ideias estas que devem ser espalhadas aos ventos. E há também autores, ainda, a serem descobertos.

Antes de entrar diretamente no mérito da questão, vale citar que hoje, das 8 às 13 horas, no Auditório do SENAC, acontece o 1º ENESIAR (Encontro de Escritores Independentes de Araçatuba e Região) direcionado a todos os escritores e interessados em literatura, promovido pela UBE - União Brasileira de Escritores, na pessoa do seu Diretor Regional, professor Antônio Luceni. Nesta ocasião faz-se presente o escritor Joaquim Maria Botelho (Presidente Nacional da UBE) e Menalton Braff (Secretário de Integração Nacional) e autoridades de vários municípios.

O tributo de hoje vai a todos os escritores e escritoras que, de uma forma ou de outra, em verso ou em prosa, expressam suas ideias no papel, do papel para o jornal e folhetins, para a tela dos computadores, para os blogs e e-mails, e estes circulam o mundo. Citar todos os companheiros escritores araçatubenses seria humanamente impossível - até por falta de espaço ou também por esquecimento (que me desculpem) - então, os de maior contato, direto ou indiretamente (via e-mail) passam aqui a representar o todo. Este mês tive contato com vários escritores, dentre eles Antenor Rosalino que enviou seu 'Soneto de Natal' e, em sua primeira estrofe traz: "O céu magnânimo está límpido.../No infinito, uma estrela-guia/Enuncia o grande dia:/É Natal do Menino Jesus!"; Márcia Rossi Maiorchini da Rocha enviou-me um poema intitulado 'Natal em Família' que, em especial, trata das crianças órfãs que pede ao aniversariante Jesus uma família - simplesmente profundo e comovente; a musa do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras, dona Emília Goulart, enviou-me o conto 'Só por Deus', onde apregoa que arma de fogo é perigosa e pode até, se não for por Deus, acabar em tragédia; Marianice Paupitz Nucera no conto 'O Grito' revela a astúcia de escrever com genialidade a ideia do grito em forma divertida - uma leitoa morta!; em 'A velha Estante', Marisa Mattos recorda as lembranças da época que não se volta mais - a infância; nas poesias 'Navegantes' (Edi Carlos), 'Pedindo Apoio' (Alaor Tristante Júnior, Alaorpoeta - onde é reconhecível que criador e criatura não se separam), 'Mara Maira Maria' (Beatriz Ferreira do Nascimento teve a poesia premiada entre as 15 vencedoras do I Concurso de Poesia organizado pelo Centro Acadêmico de Letras da UNESP de Araraquara); na crônica 'Rua Porto Alegre' (Solange dos Santos Longue que vencedora do II Concurso de Crônicas da Vida - 2010, editado pela Academia Araçatubense de Letras); textos de Sylvia Senny com seu pinheiro imponente; Rita Lavoyer - lutadora incansável das questões sociais, como o Bullying; José Hamilton (o homem do Ipê Florido) - que teve a ideia brilhante do projeto 'Astros de amanhã'; Ana Almeida com suas confissões; Mauro Rico com o projeto teatral 'As Aventuras do Rio Tietê' - premiado em Brasília no último dia 1º de dezembro; Hélio Consolaro, Tito Damazo, Antônio Luceni, Marilurdes Martins Campezi, Cecília Ferreira, Lúcia Maria Milani Piantino, Maria Luzia Villela, Wanilda Borghi, Luana Leite, Everi Carrara, entre outros.

Fechando este texto vale ressaltar as atitudes governamentais, as de grupo e também as individuais, na área de publicação destes textos - na verdade poderia ser bem maior... Sabido é que não somos, ainda, nenhum 'bacharel' em produção textual, mas sabemos chorar a dor do nascimento das letras. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 18/12/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

EDUCAÇÃO VEM DEPOIS (11/12/2010)

Embora questionem muito a escola pública e sua qualidade, ainda há pontos positivos. Claro que não se pode esquecer os pontos negativos - pois todo segmento da sociedade tem, não importa qual seja ele.

Antes de posicionar sobre educação (pontos positivos e pontos negativos) vale ressaltar que os cidadãos brasileiros estão de olho mais no bolso que na educação propriamente dita. No bolso para se manter vivo (sobrevivência); na educação nem sempre, pois esta, de imediato, não enche os bolsos, mas a longo prazo (e nem todos, aliás, apenas uma pequena parcela da população se preocupa com a formação futura). Outros, com bem menos consciência dos fatos, admitem que é preciso não deixar o estômago vazio.

Segundo alguns dados de pesquisas recentes, as classes brasileiras sofreram mudanças. A classe baixa diminuiu e a classe média aumentou. Isso é notável a partir do momento do consumo - consumo mesmo. Do ponto educacional e cultural nada mudou. Do ponto de vista do consumo pode ser notado quando o comércio começou a abrir à noite - neste final de ano: lojas com maior movimento; calçadão em Araçatuba movimentado (mas há alguns comerciantes que dizem que o movimento está fraco - talvez sim, talvez não: depende da expectativa que se tinha feito para este final de ano). Logo, para quem passa pelo calçadão de Araçatuba pode entender de outra maneira - depende do ponto de vista, pois há pessoas para todos os lados.

Voltando ao ponto de consumo de educação e cultura, pouco se pode ver - tanto que medir conhecimento é uma problemática um tanto quanto duvidosa. Começando pela formação educacional, nota-se neste final de ano a preocupação de muitos alunos em saber se foram ou não promovidos. Não há preocupação em saber se aprenderam. Ou, melhor ainda, se apreenderam ou não o conhecimento devido (em poucos essa virtude é notável) - a preocupação é outra: a promoção para, provavelmente, não perder as tão prometidas férias.

Sonho algum dia escrever, com convicção, que a maioria dos alunos brasileiros (principalmente de escola pública) está preocupada com a qualidade de ensino. Pode ser que, nos dias de hoje, há uma parcela que está preocupada com a qualidade - mas somente quem está dentro da sala de aula de uma escola pública é capaz de compreender o que escrevo aqui.

Ainda falando-se de qualidade, pode notar que - principalmente em época de férias - a Biblioteca fica mais sossegada, menos visitada. Será que o alunado perde a vontade de ler? Ou, durante o período letivo, frequentam apenas por obrigação de cumprir a leitura para avaliação em sala de aula, para passar nos temidos vestibulares e não pelo puro prazer de ler?

Logo, partindo dos dados citados acima - diminuição da classe baixa, aumento da classe média (aumento do potencial de consumo), ser promovido ou não (a tão sonhada e prometidas férias), obrigação de leitura - que tal partir para a seguinte pergunta: como mudar essa realidade que tanto atormenta os cidadãos (pais e educadores) preocupados com o futuro de uma nação cujo povo tem pouco conhecimento científico?

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 11/12/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

O MUNDO VIRTUAL (04/12/2010)

Sempre estamos a falar e ouvir sobre o mundo virtual, mas será que realmente pensamos nele sem nos apoiar no mundo real? Recebi dias destes um e-mail, dos muitos que recebo diariamente, que falava sobre este mundo virtual que para muitos parece maravilhoso. Em parte é, mas em parte não - basta saber usar.

O lado bom, a meu ver e aos olhos de muitos cidadãos de bem, são os sites que proporcionam bons textos, bom material para pesquisa e até mesmo jogos sem poder maléfico, jogos interativos, de conhecimento; pode ainda ser citado o lado do consumo de bens: a facilidade que os sites oferecem ao consumidor sem este sair de casa, mas há de se ter o cuidado devido para o não exagero. Ou, ainda, o poder que a rede virtual oferece ao usuário na propagação de seus textos - neste caso o escritor que poucas vezes lhe é concedido o acesso às grandes mídias impressas. O lado ruim é melhor até deixar sem comentar, pois muitos poderiam ignorar alguma citação para estes tidas como boas.

Na canção 'A casa' Vinicius de Moraes relata 'Era uma casa muito engraçada / não tinha teto, não tinha nada / ninguém podia entrar nela, não / porque a casa não tinha chão' - no mundo virtual é semelhante: todo mundo se comunica, mas ninguém sabe onde está (ao menos quando há identificação) - é engraçado, não? Teto? Menos ainda. Entrar, melhor, acessar a rede. Chão? Também não. Aliás, onde estão todos?

Estão em todos os lugares, e ao mesmo tempo em lugar algum - simplesmente cada um em sua casa (ou em lan houses) e com uma casa virtual, com endereço e tudo mais. Pode ser o seu vizinho - mas também pode ser um outro 'vizinho de condomínio virtual' - os grandes provedores proporcionam isso... E passam horas a papear, a jogar... Esquecem, por hora, do mundo real - o que para muitos se torna um alívio. Por que não ir ao vizinho real e papear com ele? Ou - como disse tempos atrás aqui, conversam com os vizinhos, se achegam mais, apenas em tempos de eleição porque não conseguem ouvir tantas coisas impossíveis de se fazer.

Vinícius continua: 'Ninguém podia dormir na rede / porque na casa não tinha parede / ninguém podia fazer pipi / porque pinico não tinha ali' - aproveitando, enquanto muitos pais dormem, muitos filhos ficam na rede - e não é na rede que balança o pequeno para dormir (e, por consequência, no outro dia dormem em sala - em sala de aula!). O bate-papo, às vezes, é tão cativante que esquecem até de fazer pipi... prejudicando, posteriormente, a saúde. Mas, pensando por outro lado, será que realmente é fascinante assim? Nos noticiários casos e mais casos de pedofilia, sequestros, entre outros - e o mundo virtual continua sem teto! Continua sem teto!

Continuam dentro de um teto real - mas isolados do mundo real - mas acessando os lares de outros - irreais tanto quanto o que possuem no mundo virtual. Lares estes que podem possuir características ruins, como as citadas acima.

E o poeta arremata: 'Mas era feita com muito esmero / na rua dos bobos número zero' - realmente! E tentamos sempre construir, assim como o poeta, a nossa casa com muito primor, mas nem sempre conseguimos - ainda mais perante os filhos (pois, aos olhos destes - apesar de nos amarem - sempre estamos deixando a desejar, salvo raras exceções). Passamos, muitas vezes, por bobos - ou, um número zero.

Mas não adianta pedir ao mundo que pare para poder descer - pois este não para. O modo mais correto é tratar tudo e todos com esmero, mesmo sendo achado meio bobo por alguns. Para na frente colocar um ponto no assunto - que não seja este um 'ponto final', mas sim uma reticência, que tal olharmos para nós, para dentro de nossos lares e buscarmos uma visão mais realista que virtual?

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 04/12/2010 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

© 2016-2025 Escritório: Avenida das Casas, nº Das Portas, Araçatuba - SP
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora