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MÊS NOV 2019 - DIAS 02 - 09 - 16 - 23 - 30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

O ANÚNCIO DO FIM (30/11/2019)

Há muito se anuncia o fim - e para alguns (muitos) já chegou, de uma forma ou de outra partiram: ou para o outro lado da vida, ou para outro lugar; ou o fim de alguma coisa; o fim de um grande mistério... De certa forma, o anúncio do fim (de alguém ou alguma coisa) causa certa preocupação. Raramente causa alegria (ou, há controvérsias).

Em alguns casos, a alegria que o fim causa pode ser percebida de forma quase heroica - quer um exemplo? O fim do ano escolar - alegria para os que no ano seguinte seguirão em nova série, nova etapa. A vida é um lutar constante - talvez, para alguns, entre o ter e o ser. (Para os que não deram valor, talvez naquele momento não sintam tanto, mas o depois, cedo ou tarde, chega...)

O ter é a constante da vida; o ser - este fica em muitos a desejar. E o desejo leva a tantas atitudes que, por deveras, pode colocar fim em muitas coisas. O ter, por ser a constante da vida (pelo menos para muitos), causa problemas. O ser, por exemplo: fica a esperar o depois, se houver. E nem sempre há tempo para o depois...

Você já ouviu o fim de uma história - seja esta rodeada de encenações ou não, de emoções ou não. Você já ouviu o fim de uma novela - seja ela real ou não (da vida real ou não - a vida imita a arte, ou a arte imita a vida: não sei o porquê, mas sempre fico a pensar neste enunciado). Você já viu - conforme a sua idade, alguns fins de ano - e alguns foram bons, e outros nem tanto, não é mesmo?

Querendo ou não, o fim chega. Ao fim a vida chega; a história termina; a novela tem o seu último capítulo; ao fim também chega o ano - e como diz canção: "Então é Natal / E o que você fez? / O ano termina / E nasce outra vez..." - interpretada na voz de Simone... Tudo de bom! Etc e tal, assim é a vida que levamos - vida severina, ou não.

Mas há muitas coisas que não podem, que não devem chegar ao seu fim. Por exemplo: a boa amizade. Esta nunca deve terminar. A amizade forma, com o tempo, um elo - e sendo um elo não deve ser quebrado (as boas amizades sempre permanecem!). Elo não há início nem fim... É uma constante - um desejo permanente de reciprocidade.

O que o fim pode trazer de felicidade? A exemplificar: o escritor quando faz os últimos acertos em seus escritos, após - às vezes, pitadas de alguns leitores próximos, encerra os seus escritos com um ponto final de até breve, pois sabe que em breve os seus escritos estarão formalizados - livro! Dias mais, dias menos, o ponto final dado naquele livro levará a outras histórias, a outros livros.

Artista - também faz o mesmo ao ver o seu espetáculo aplaudido de pé, após as cortinas se fecharem, e o elenco retornar ao palco agradecendo de forma singela a plateia presente. É o show que a vida proporciona a cada um segundo o que faz, dali a pouco, dias mais, dias menos, novos espetáculos a serem estreados nos palcos da vida. O show não pode parar!

Aliás, tudo que começa tem fim - ou quase tudo! Deus, o Criador de tudo, não tem começo nem fim - é de Eternidade em Eternidade. Ele é o Princípio e o Fim. O Alfa e o Ômega (no alfabeto grego: a primeira e a última letra, e na Bíblia a expressão aparece por três vezes). Indiscutivelmente - o Criador da criatura - que somos nós, é o Pai da Eternidade.

E, citando mais, há canções que falam do Alfa e o Ômega, como 'Alfa e Ômega', de Marine Friesen, que diz: "Não há outro como Tu, soberano e fiel / Não há outro como Tu / Reina sobre a terra e céus // És o Alfa e Ômega, início e fim / És o ar que eu respiro, tudo pra mim / Tu és Jesus, Tu és Jesus" - simplesmente maravilhoso!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/11/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

A VIDA - UMA TELA GRANDE (23/11/2019)

Poucas vezes pensamos nas possibilidades de um dia a tela grande se apagar, queimar, evaporar - mas a vida, esta tela grande, não tem dia nem hora marcada para acabar (apenas quem sabe quando ela se apagará é quem a criou: Deus, o Pai da Eternidade) - nós, que a vivemos, não sabemos. A nós - usuários, cabe apenas servir-se dela e da melhor maneira possível. E já não é de hoje tal pensamento. E não é de hoje a ideia de se fazer sempre da melhor maneira para não se deixar algo inacabado.

Queremos sempre ter o melhor, comer o melhor, viver o melhor - nada nos é proibido, desde que tenhamos condições de as ter (sem ganância, sem cobiça ao alheio). Querer nunca é muito - tenha sempre isso em mente, porque a preguiça o Criador abomina na criatura. Querer é buscar nesta tela grande adequações necessárias para um bem-estar pessoal, familiar, de grupo - da sociedade em que se pertence. Mas, vale sempre lembrar, que esta tela grande é passageira.

Talvez, se quisermos ir mais longe, essa tela grande possui entraves - mas é através desses entraves que chegaremos ao propósito da mesma - ao propósito de quem a criou: sermos adoradores de verdade. Sermos adoradores de um Ser Poderoso - um ser Criador. A criatura adorando ao Criador. O Homem, em sua plenitude de conhecimento (mesmo que sabemos que é pouco perto do que se pode chegar), reconhecendo que há um Criador.

A passagem por esta tela grande leva-nos - pelo menos aos que creem - a dimensões além deste mundo em que vivemos (alguns dizem que a Terra - ou este lugar chamado Planeta Terra - possui várias dimensões). Se é verdade ou não, não sei, não posso afirmar, não tenho conhecimento sobre - apenas repito: li em algum lugar e não sei até que ponto é verídico a citação acima; mas por várias dimensões, ou por nenhuma dimensão, a Terra é esta mesma que conhecemos - o de mais pode ser criação da criatura, ou até mesmo do Criador.

O sopro do Criador sobre a criatura faz a diferença: foi criado pelas mãos do Criador a criatura e depois lhe soprado o fôlego de vida. Enquanto os outros seres vivos foram apenas criados pela palavra. E, falando em palavra: palavra tem poder. Tem tanto poder que há citações que, por exemplo: "a palavra dita, é palavra lançada - nunca mais volta", assim como a flecha. (Por isso a importância de pensar - e muito - antes de proferir alguma palavra, ou sentença).

Li, outro dia, que a vida é uma tela grande - que deveria jogar nela todas as pinturas. Assim, a vida é uma tela grande cheia de cores - e a intensificação, ou não, das cores, depende de nós (ou seja: nós que damos à vida a cor que a queremos - logo: não adianta discutir...). Augusto Cury diz: "A vida sem amor é um livro sem letras, uma primavera sem flores uma pintura sem cores". Assim, nós escrevemos a nossa história. (Alguns podem não concordar com a citação acima, e, penso eu: porque não encontraram, ainda, a lógica da tonicidade das cores; faltou a paleta recheada de cores nos mais diversos tons.)

Como no parágrafo anterior - jogar as tintas na tela não significa uma pintura terminada. Há muito a se trabalhar, há muito em se buscar 'arrumar' o que se começou. Telas em branco, páginas em branco de um livro - precisam ser preenchidas, e de forma correta. E a forma correta é trabalhar em todas as direções o que, pouco a pouco, aprendemos. E aprender nunca é muito, pelo contrário. Tornar a vida um arco-íris é tornar a vida um lugar repleto de amor.

Pintando o arco-íris colore-se a vida de amor (caso contrário...), como diz a canção 'Aquarela': "Numa folha qualquer / Eu desenho um Sol amarelo / E com cinco ou seis retas / É fácil fazer um castelo // (...) // Vamos todos / Numa linda passarela / De uma aquarela que um dia enfim / Descolorirá..." - só não podemos deixar descolorir... A tela grande, em nós, tem que permanecer enquanto houver fôlego de vida, há esperança - sempre!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/11/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

PÓS-FERIADO (16/11/2019) 

AS AMIZADES QUE TEMOS (09/11/2019)

Na última quinta-feira, quando decidimos o que falaríamos em nosso programa de rádio, fechamos o papo em um único vocábulo: amizade. E, fiquei pensando no assunto - que, por sua vez, é bem amplo. Ao mesmo tempo questionei-me: o que é amizade?

Para você, caro leitor, não ficar perdido sobre o que citei no parágrafo anterior, passarei a você algumas ideias sobre quem falo. 'Quando decidimos' - eu, professor Pedro César e minha amiga, escritora e colunista deste jornal - Larissa Alves. 'Nosso programa de rádio' - trata-se do Programa Caminhos do Conhecimento, que vai ao ar nas tardes de sábado, das 13 às 14 horas, pela Rádio Boas Nova FM 104,9 - do Jardim Esplanada, e pode ser conferido também através do meu Facebook.

Dada as devidas explicações, vamos ao assunto. O vocábulo amizade (segundo dicionário on-line): afeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas: laços de amizade; relacionamento social: ele tem facilidade para fazer amizades; pessoa que é amiga, companheira: ela era minha melhor amizade; simpatia de certos animais pelo homem: o cão é amigo do dono; aceitação mútua acerca de alguma coisa: acordo de amizade; ação que demonstra bondade ou compreensão; benevolência. E tem mais - pode ser utilizado como forma de tratamento; meu amigo: não fale assim comigo, amizade! Etimologia (origem da palavra amizade): do latim 'amicitatem'. Substantivo feminino; sinônimos de: afeto, amor, apego; antônimo de: inimizade.

Mas, além disso, fiquei pensando mais - talvez me desgarrar dos papeis e passar aos sentimentos, com toda certeza me sentirei mais leve. E, dialogando com os sentimentos, podemos sentir o carinho, cumplicidade, ficar quietinho ao lado do outro - apenas sentindo o respirar; curtir juntos os momentos de alegria e de tristeza; respeitar o querer do outro, os segredos, bem como o seu espaço - entre tantas outras coisas, mas o melhor de tudo é saber que as pessoas de nosso círculo de amizade, estando perto ou não, sempre estarão 'circulando' pela nossa memória.

As pessoas - sejam elas quais forem, passam por nossa vida por algum motivo. Umas deixam marcas mais fortes, outras menos - mas deixam um pouquinho do seu 'eu', e leva um pouquinho do nosso 'eu'. É o fato de terem cruzado o nosso caminho, de ter nos dado atenção, ou até mesmo de nos terem ouvido quando precisamos delas... Estávamos angustiados... Cruzaram o nosso caminho, deram-nos boas palavras, até bons conselhos. E vice-versa: confiaram a nós os problemas delas. Amizade é: ouvir, confiar, amar!

Lembro-me ao escrever este texto da amizade marcante entre Davi (que seria rei de Israel) e Jonatas (filho do então rei Saul) - fizeram uma aliança, acontecesse o que acontecesse, e um abençoou o outro - inclusive, Jonatas passou parte de sua vestimenta e armamento a Davi - uma amizade que perdurou. Nota-se, aqui, que as pessoas são importantes umas às outras - independente do grau que se estabelece, a amizade é que faz toda a diferença. Amizade é uma troca mútua!

Muitas famílias são destruídas porque não conseguem estabelecer amizades. Na Literatura, por exemplo, vale citar a imortal obra 'Romeu e Julieta' (composta por cinco atos). Escrita por William Shakespeare, em 1597, onde conta a trágica história do amor entre dois jovens da cidade de Verona - motivo: suas respectivas famílias transformaram em guerra as desavenças antigas, manchando de sangue as suas mãos. Se pensarmos bem: amizade, às vezes, pode complicar o 'meio de campo', e chegam a dizer: "amizade, amizade, negócios à parte" - lembrou deste velho ditado? Mas, por outro lado...

E, para fecharmos estas linhas, pense bem sobre o valor da amizade, porque às vezes nos encontramos preocupados, ansiosos, em volta à situações complicadas, nos sentindo meio que perdidos, mas somente o fato de conversarmos com um amigo, desabafando o que está em nosso íntimo, já nos sentimos melhor, mesmo que as coisas permaneçam inalteradas. E é assim mesmo, então o melhor a fazer é conservarmos as amizades que temos e sempre cultivá-las, pois são as nossas amizades que nos fazem sorrir quando não nos aguentamos mais...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/11/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

AS LEMBRANÇAS FICARAM (02/11/2019)

No sobe e desce desta enorme roda gigante que estamos, muitas coisas se perdem pelos ares, outras escorregam pelo chão - e, ambas, nunca mais as veremos, assim como a água que passa por baixo da ponte: nunca mais será a mesma, não é mesmo? Assim é o nosso estar aqui nesta terra, querendo nós ou não, e não adianta discutir, vivemos situações que nunca mais serão as mesmas.

Como sabemos, a data de hoje traz à memória os nossos antepassados. Lembrança de um, de outro - uns de mais perto, outros de mais longe - afinal, lembranças de nós... Dos dias que se foram e não voltam mais - dos dias que ao lado dessas pessoas passamos: e tomara, vamos dizer assim, que foram somente lembranças boas (mas sabemos que não só) - mas o melhor de tudo é pode aceitar apenas as boas lembranças - as ruins são ruins e devem ser esquecidas.

Lembranças são coisas boas que ficaram entre os recortes dos risos vividos em momentos inesquecíveis - lembro-me de ter lido isso em algum lugar. Ah! Como eu queria ter uma máquina do tempo... Entrar nela e viajar - viajar em minhas memórias! Estas estão perdidas - talvez para sempre! Irremediáveis! Como li certa vez: 'pequenos paraísos perdidos'; espantoso acumular tais memórias: será que ocupam espaços de situações desejáveis?

Diversas vezes nos pegamos em boas memórias, e pelo simples fato delas não mudarem (mas as pessoas mudam!) - por isso que o melhor de tudo é o silêncio! O olhar perdido em algum ponto deste planeta. As coisas já se foram, agora resta-nos o silêncio, ou apenas as lembranças delas. E tais lembranças nos tornam mais fortes - mas a saudade fica: é o repassar contínuo das memórias. E estas, pouco a pouco, vão se apagando no tempo, ficando vaga lembrança, ou apenas o essencial.

Fico pensando nas memórias - o que a vida me traz das memórias. Às vezes me vejo lembrando de coisas que não gostaria de lembrar (queria ter esquecido aquilo para sempre). Gostaria que alguém as roubassem de mim - talvez me sentiria mudado (a pessoa que me roubasse teria o prazer de mudar-me!). Mudaria, por exemplo, os meus dias tristes, os dias que chorei, mas também mudaria os meus dias alegres, os dias que sorri... Ah! Melhor deixar quieto...

Apesar de pensar assim - aqui dentro desta roda gigante - não sei se estou a viver de lembranças ou de sonhos (passado ou futuro, lembranças ou sonhos). Uns acontecidos, outros por acontecerem. É uma rotina, uma verdadeira roda gigante. Por isso que vivo a escrever, ou escrevo para viver - são lembranças e sonhos, ou não. Não as quero esquecer. Meu passado se vai pouco a pouco se perdendo no tempo, no tempo que não se volta mais.

Creio que as lembranças nada mais são do que - de preferência, boas coisas colhidas e espalhadas pela vida - que, por sinal, são melhores que presenças em determinados momentos - se a pudermos deixar, melhor a todos. É o estar perto, mas distante: "É um não querer mais que bem querer" - Camões. É o melhor de cada um que fica, e a presença se vai... E que tal esta canção? "Crie memórias / Dance na chuva / Faça sua própria música / Traga alegria para as pessoas" - Los Hermanos.

Como citado acima: crie memórias. Temos que criar as nossas memórias - os momentos especiais de hoje, vitórias e derrotas, são as memórias de amanhã - inegável! E o pior de tudo que as memórias são dolorosas, não sabemos lidar com elas, pois nos assombram - e, pasmem: sempre estamos assombrados com as nossas memórias, não é mesmo? Aliás, as memórias, as lembranças, nos traem - pois deveras vezes não as queremos 'perto de nós'.

E, para encerrar este pequeno texto de lembranças - das lembranças que temos, nada melhor que lembrar que podemos registrar as nossas lembranças para não as esquecermos - por isso o ser humano tem muita história para contar, tanto boas como ruins - e o senhor Tempo vai curando as feridas que ele mesmo criou - feridas e cicatrizes, às vezes, não bem curadas.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/11/2019 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

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