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MÊS FEV 2018 - DIAS 03 - 10 - 17 - 24 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

AINDA TEMOS TEMPO (24/02/2018)

A vida proporciona-nos situações (coisas) que nem sempre sonhamos, ou queremos. Nem sempre somos o que queremos ser; nem sempre temos o queremos ter - é assim há muito tempo, desde que mundo é mundo - ou desde que temos conhecimentos dos traços históricos, e - pelo que tudo indica, permanecerá por muito tempo (creio que o homem não é dono pleno do seu próprio destino - há interferências).

Tudo leva crer que nem sempre foi assim (talvez sim, talvez não) - ou a História nos conta diferente, ou interpretamos a História de forma diferente, errônea. Ou seja, cada um interpreta de um jeito a situação em que se encontra (interpretamos do jeito que nos é conveniente na maioria das vezes). E a vida segue o seu curso, querendo nós ou não. Há situações que procuramos explicações e não as encontramos - por quê?

Se temos tempo, ou não, tudo dependerá de como encaramos a realidade em que nos é proposta para vivermos aqui neste plano terrestre. Às vezes é nossa a escolha, outras vezes somos induzidos àquela estrada e, por vezes chamamos de atos do senhor Destino. E procuramos, de certa forma e com o passar do tempo, arrumar um tempo para fazer as correções possíveis (que nem sempre são possíveis).

Retomando - por que nem sempre conseguimos encontrar explicações para determinadas ações em certas situações? Creio eu que deve ser simples: como não depende de nós - porque não encontramos as respostas até então - para que explicar? Ou, ainda, será que somos superiores a quem nos criou? Jamais - somos criados por um Criador - conhecedor de tudo e de todos, a quem devemos honrar. Logo, nem sempre encontramos respostas.

Se ainda temos tempo, por que não aproveitá-lo em coisas úteis? E aproveitar em cosias úteis significa - em primeiro momento: aproveitar em nosso favor. A vida é curta, por isso curta! E curtir não significa esbanjá-la. Significa aproveitá-la obtendo conhecimento, vivenciando bem cada momento, curtindo o outro. Fazendo o outro nos curtir; curtindo os outros, fazendo os outro nos curtirem - eis uma razão de pensar no ato da vida. Continuar continuando, sem medo de andar pela ponte da vida - que liga um lado ao outro do que fomos, e do que seremos.

E, para que tudo isso tenha efeito, há uma palavra: crer no impossível! Crer que existe um Ser, um Ser Maior, um Ser de Luz Plena, do outro lado da ponte - mas a ponte pode ser curta para alguns, longa para outros. Cada um tem que cumprir o seu destino, sem nunca pular fora da ponte - como cita o poeta (mesmo que seja uma vida sofrida): "- Severino retirante, deixe agora que lhe diga: / eu não sei bem a resposta da pergunta que fazia, / se não vale mais saltar fora da ponte e da vida; / nem conheço essa resposta, se quer mesmo que lhe diga (...)" - por João Cabral de Melo Neto (em Morte e Vida Severina.

O relógio não para. A vida não para - nunca! O respirar é constante, mesmo que de forma ofegante - e buscar novos horizontes é o nosso desejo de viver. E temos que aproveitar que ainda temos tempo, mesmo com o relógio acelerando cada vez mais, de forma descompassada, mas acelerando - e os ponteiros se cruzando sem se darem conta do estrago: os últimos tempos chegando, os últimos tempos sendo anunciados - é o fim! E quem impedirá que o fim venha? E é notável que venha de forma acelerada: quando nos dermos conta... É tarde! É noite! Já envelhecemos! E o tempo não volta - nós queremos voltar no tempo - e sem ficção, sem máquina do tempo!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 24/02/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

A DESCOBERTA DO OUTRO (17/02/2018)

A descoberta do outro acontece de maneiras diversificadas. E pode ser casualmente (um esbarrão, por exemplo), ou em uma ligação telefônica que um número saiu errado, ou um piscar ao cruzar pela rua, pela escadaria de um prédio, no elevador, ou na igreja, na escola, no trabalho, em uma fotografia - o importante é que, de um jeito ou de outro, descobrimos o outro. E descobrir o outro nem sempre é pensar no outro para alguns (pode até causar estranheza tal colocação).

Nem sempre pensamos no outro. O ser humano é egoísta ao extremo neste assunto (há exceções, poucas, mas há - temos pessoas na história da humanidade que dedicaram parte de sua vida ao outro). E só passamos a pensar no outro quando algo 'diferente' acontece em nossa família - então, esse outro, o outro, o distante, passa a ser o próximo, o mais presente. Engraçado, não? O distante passa a ser o próximo... Talvez o próximo seja o distante - confuso, não? Aliás, descobri há pouco tempo que: somos confusos - às vezes.

Parece um pouco estranho, mas é assim mesmo que acontece. Você começa a sentir-se um ser um pouco estranho consigo mesmo - o que é pior. Às vezes olhamos para dentro de nós e não nos encontramos - por quê? Uma pergunta um tanto complicada (pelo menos pra mim). Muitas vezes tentei achar-me em mim mesmo, mas não consegui - creio que nem Freud - o criador da psicanálise, explicaria (ou explicaria?). Entre explicar, ou não, ficarei aqui na eterna dúvida - porque tenho medo de médico e de psiquiatra mais ainda (mesmo sabendo que estão para ajudar...).

Às vezes - não sei se com você, caro leitor, mas comigo já aconteceu de eu me apaixonar pela menina da fotografia. Já aconteceu isso com você? Se eu souber que aconteceu com você, sentirei mais feliz ainda, pois direi que não estou plenamente insano - talvez só um pouquinho. E é tão engraçado - e ao mesmo tempo preocupante - que nem sei o que dizer de fato! E pior ainda quando você vai atrás da menina da fotografia - no caso eu. Fui atrás: e não foi uma única vez (apesar de pouco sucesso - apenas o último).

A moça da fotografia trajava um vestido longo, amarelo dourado, de cabelos pelo meio das costas: apaixonei-me no primeiro momento (a solidão faz coisas)! Procurei, por alguns momentos, onde a encontrar. Os meus fluídos foram a mil, adrenalina a mil, batida cardíaca acelerada. Mexi, mexi e remexi e a encontrei. Algumas horas mais tarde conseguimos conversar. Depois, um pouco depois, encontrei-a num lugar - um encontro. Os olhos dela brilhavam; o meu coração parecia não caber em meu corpo... Quisera o senhor Destino nos unir?

O tempo passou rapidamente - ah! O senhor Tempo é implacável (deve ser parente do senhor Destino) - desconfio que certos senhores sejam irmãos (assim como certas senhoras). O senhor Tempo auxiliou o senhor Destino, e nos uniu em pouco tempo. E os dias foram passando, o amor acontecendo - unindo-nos cada vez mais. Entrelaçando-nos, criando laços indestrutíveis (como nunca vivera antes). E, dia após dia, a vida acontecendo de maneira colorida: como o arco-íris em seu esplendor após um longo período de chuva.

E o senhor Tempo continuou a passar... E, de repente, a surpresa acontece: o sofrimento e a enfermidade chegam, mas ao mesmo tempo une-nos mais. Realmente o poder da imagem é forte (e em sua duplicidade de interpretação que cabe a você, caro leitor). E a vida continua todo dia renascendo do zero. Ou do quase zero: como entender o cérebro humano? - um emaranhado de 'fios' que sobem e descem, e ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai, não é mesmo? Mas, o amor fala mais alto - e sempre falará! E, dia após dia, um descobrindo o outro.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 17/02/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

A BUSCA DOS OBJETIVOS (10/02/2018)

Nem sempre conseguimos alcançar os objetivos desejados de um momento para o outro - isso porque queremos de um jeito, mas nem sempre acontece da maneira que desejamos. E, por isso, as mudanças são necessárias, mesmo nós não as querendo. É, de certo modo, a Lei da vida, a Lei da Natureza.

A água, por exemplo, não discute com os objetos que estão em seu curso: simplesmente dá um jeito de contorná-los, mesmo eles sendo grandiosos. Eles não são, em momento algum, obstáculos intransponíveis. E, de forma silenciosa - ou não, continua o seu trajeto. Às vezes murmurando, às vezes não. De forma limpa - na maioria das vezes. Outras vezes, vem carregando, com seu furor, tudo que encontra pela frente.

Outro dia fiquei a pensar sobre como alcançar determinados objetivos de forma mais rápida, mas descobri - como o rei Salomão, que para tudo há um tempo determinado pelo Criador debaixo dos céus, como nos deixou escrito em Eclesiastes, de nº 03, verso primeiro. E esse tempo, com toda razão, não é o nosso tempo. O nosso tempo é, de certa forma, o tempo do Ser Maior - o que governa o mundo apenas com suas palavras.

A vida é muito rápida em suas ações, o que não conseguimos - de certa forma, acompanhar. Quando achamos que estamos ganhando, estamos perdendo - ou vice-versa. Como está escrito em I Coríntios, capítulo 12, versículo 10, que diz: "Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte." - uma grande verdade para aquele que crê no Todo-Poderoso!

E, pela vida passar tão rápida, queremos fazer muitas coisas ao mesmo tempo e, na maioria das vezes, não damos conta de nem a metade do que propomos a nós mesmos fazer, mas somos teimosos e buscamos sempre mais, e mais - como aquele velho ditado: 'Se você precisa de alguém pra ajudar, procure o que está mais ocupado, pois este sempre dará um jeitinho para o auxiliar; os menos ocupados, arrumarão sempre desculpas para não auxiliar.' - uma atitude difícil de ser entendida, mas real.

Cada qual com o seu objetivo, com a sua intensidade de desejos - mas sempre com um único propósito: vencer os obstáculos, alcançando os objetivos. Não é fácil, temos certeza que não, mas precisamos provar para saber como é gostoso ser vitorioso; como é gostoso alcançar os objetivos desejados. Quanto mais difícil os obstáculos, maior o sabor da vitória. Contornar é a melhor maneira, nunca desistir. Desistir: para os fracos!

Muitas vezes parei e fiz uma análise dos meus objetivos - muitos alcançados, muitos ainda pelo caminho, e descobri que nem mesmo acabei um, já estou com a mente em outro. Creio que a maioria é assim: porque não trabalhamos numa frente só. E por que será que não trabalhamos numa frente só? Boa pergunta, e ao mesmo tempo meio estarrecedora... Não sei se os meus neurônios funcionam a mil (e de outros também) - enquanto outros a menos mil... - como será que o cérebro humano trabalha?

Aliás, o cérebro humano é uma caixinha de surpresa: funciona a mil maravilhas, mas quando dana a falhar... Misericórdia! Só por Deus... E só quem passa isso com os entes queridos pra saber realmente o que é - e chega a um objetivo: a procura da cura para as falhas mentais: tem? Amai-vos, enquanto não as acham.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 10/02/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

A ILUSÃO É ASSIM MESMO (03/02/2018)

A vida é uma questão de sopro - já ouvimos falar muito essa frase: o sopro da vida dada pelo Criador, o Ser Maior, a cada um de nós. E, por outro lado, pelo nosso lado, temos a obrigação de cuidar, e cuidar muito bem dela. Foi nos dado uma dádiva - a vida, e cabe a cada um cuidar dela para um bem maior que resultará em prestar conta do que foi recebido. Por isso temos apenas uma vida - e nada de cuidar da vida alheia.

Parece que a vida é uma ilusão, mas na verdade não. Nascemos, crescemos, e morremos - mas não é tão simples assim. Deus, o Ser Maior, designou para cada um o seu tempo: de nascer, de se desenvolver, e - por fim, de ser ceifado desta vasta terra (ou seja: há tempo para todas as coisas debaixo do céu, como deixou-nos escrito o Rei Salomão no livro de Eclesiastes, capítulo 03). E o que deixamos aqui é o que fizemos aqui: tanto para o bem, como para o mal. Partimos, mas os nossos atos ficam in memoriam.

A ilusão fica - a vida continua a passar. Às vezes lentamente, às vezes rapidamente (e poucas vezes damos conta desse detalhe) - nós que temos que tentar acompanhá-la. A vida imita a arte, ou a arte imita a vida? E nesse impasse, vamos continuar, continuando, continuando a discutir ilusões que não nos trazem benefício algum. E, quando acordarmos, o tempo - ah! O Senhor Tempo (cruel!), já passou! E - como é sabido: não volta jamais!

Chegam os dias. A idade corre velozmente. Ontem dez, depois vinte, trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta - quando muito (e alguns vão alguns anos a mais!) - para felicidade, quando estão em perfeita saúde, caso contrário: dor e sofrimento. E o sofrimento chega (assim como os momentos alegres) e não pede licença: entra e arrasa! Cruel, muito cruel! Devem ser irmãos - o tempo e o sofrimento.

Outro dia lendo... Fiquei imaginando o que cada escritor tem na cabeça - cada ilusão, não é mesmo? Por que será que somos assim? (Incluo-me porque gosto de escrever - e escrever é uma arte poderosíssima!) E, fico pensando que as ideias são ilusões criadas para dar fôlego ao ato de viver. Ou seja, o refúgio do que na verdade nem sempre se pode fazer (ilusão mesmo, ou simplesmente uma mente fértil?). Ilusões, ou mentes férteis, surtem efeitos paralelos que, por muitas e muitas vezes, desencadeiam num sem fim de imaginações...

Talvez eu seja suspeito a falar de ilusões - porque vivo imaginando as coisas, vivo escrevendo o que imagino - às vezes, até forjando ideias a partir do que ouço outros falarem. Mas com um propósito: iludir não somente a mim, mas aos outros também. Creio que este tipo de ilusão é mais válido que qualquer outro. E é assim mesmo a ilusão - que nos ilude primeiro, para depois iludir ao próximo (que nem sempre o próximo é o próximo, porque - às vezes, o próximo se torna distante - entendido, caro leitor?).

De ilusão em ilusão, vive-se! Ou, melhor, imagina-se viver. E cada um tem o seu jeito de imaginar as coisas, de imaginar as ilusões - mas é impossível não imaginar! Só é sabido que cada um pode viver a sua ilusão do jeito que lhe aprouver melhor... Viver a vida! Viver a vida! Realidade ou ficção, prosa ou poesia, vive-se! E é assim mesmo: a ilusão. E escrevendo vou registrando-me, registrando o que vejo - real, ou não. E vivo um dia de cada vez imaginando que em breve não mais estarei aqui, mas que - pouco, na verdade, deixei um legado. Amai-vos.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 03/02/2018 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

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