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MÊS JUN 2012 - DIAS 02 - 09 -16 - 23 - 30 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

FÉRIAS ESCOLARES (30/06/2012)

Mais meio ano se passou, outra vez chegamos a mais um período de férias - e, com certeza, a um período cheio de problemas: pipas cortando o céu, campinhos e ruas abarrotadas de garotos, mães não tendo onde deixar os filhos - pois as escolas estão fechadas, e, para ajudar: início da política, pois está só vai esquentar no meado da campanha: agosto.

Nesta época do ano - com o ajuste feito pelo governo estadual, as escolas do estado de São Paulo estarão fechadas (culminando com o mesmo período da rede particular), logo: encontraremos mais alunos plugados à rede mundial de computadores, usufruindo das redes sociais - se é que se pode dizer assim. Estudar que é bom, nem sempre! Acrescentam, ainda, se perguntados, que estavam em período de férias.

Muitas crianças vão para as ruas e lá se deleitam: soltam pipas dos mais diversos tamanhos, modelos e cores que embelezam o céu araçatubense - mas algumas medidas cautelosas os pais, ou responsáveis, devem tomar: evitar, principalmente, o uso do cerol. E veio-me à mente agora: os campinhos de futebol nos arrabaldes da cidade sempre aumentam o número de garotos. E, em frente das casas: mais meninos quebrando com suas bolas maravilhosas possíveis vidraças sem proteção. Recordo-me com precisão da época que jogava bolinha de gude no pátio do colégio - que saudades! E era em forma de sete - mas eram apenas quatro covinhas: três casas seguidas e virava uma. Particularmente: possuía uma bela coleção de bolinhas de gude - das mais variadas cores.

Falando em escolas, em estudar, como será que andam os estudos de nossos alunos? Será que estão preocupados com o ato de aprender? Será que realmente querem apreender? É uma conversa meio chata, alguns consideram, mas é necessário pensar - tendo em vista que faltarão apenas dois bimestres letivos quando retornar.

Outro dia pedi aos alunos que fizessem um levantamento sobre o uso do computador na internet para o aprendizado, especialmente a leitura - pesquisaram e constataram com pesquisas de institutos conceituados: através do computador estavam tendo acesso a mais conteúdos, e estes diversificados (maior facilidade), porém nem sempre o usando de forma adequada.

E fico aqui a pensar com meus botões: tendo tudo ao alcance, por que será que não usam? E, quando usam, não conseguem - pelo menos a maioria - compreender o que estão lendo e colocar de forma clara, com suas próprias palavras (apenas copiam e colam). E vou ainda um pouco mais longe: o que será desta geração nos próximos dias?

Por isso sempre - nós educadores - estamos sempre alertando: estudar é necessário; precisa constituir um vício; leitura: uma necessidade; o ato da escrita: um prazer (ou, se quiserem, podem trocar a ordem da apresentação e suas respectivas colocações). Mas é claro - e com todas as letras em evidências - que estudos são necessários.

E, fechando o texto - a última parte: a política. Ah, esta não pode ficar de fora - principalmente em ano eleitoral. Na semana passada neste espaço falei das canetadas que a Justiça Eleitoral fez em alguns candidatos. Esta semana: novamente. E é interessante pensar sobre o assunto, pois dinheiro se vai - de algum lugar sai, mas - com quase certeza, vão querê-lo de volta. E agora fica a pergunta: como será que pretendem tê-lo de volta? Governabilidade do próximo candidato deve-se exigir - caso contrário...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 30/06/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

MAIS CANETADAS (23/06/2012)

Isso vai pegar... Tomara que pegue mesmo! Que pregue fogo! Lendo os jornais desta última quinta-feira: vários possíveis pré-candidatos ao próximo pleito em nossa querida Araçatuba sofreram canetadas da Justiça Eleitoral. Mão firme, senhor: o cerco está apertando.

Ainda bem que está apertando! E não sou contra, nem a favor, de ninguém: eu gosto de política. De falar de política (e não de politicagem) - e estamos prestes a mais um pleito.

Oras, fico cá a pensar com meus botões: é hora de aparecer... Mas, quem? Oras, fico cá a pensar novamente com os meus botões: é hora de aparecer? Ou, ainda: é hora de aparecer! Mas... Mas, quem?

Este que vos escreve, às vezes, também tem a mão firme, age com o rigor da lei: da gramática, das estruturas gramaticais, das estruturas textuais, das construções literárias (e de seus respectivos estudos). Mas, quem deve aparecer?

Assim como entre as quatro linhas, com um círculo ao meio - se podes me entender, leitor - quem deve aparecer: o bom futebol recheado de dribles desconcertantes, de ataques fatais, de defesas monumentais ou a arbitragem?

Dentro dos templos religiosos, maravilhosas pregações, multidões arrebatadas: quem deve aparecer: a fé que remove montanhas, que amolece os corações de pedra ou o pregador? E os estudiosos das Sagradas Letras conhecem bem: 'É necessário que Ele cresça e que eu diminua' - dito por João Batista que veio preparar o caminho para o Mestre.

Ponderando as situações: retomando-as, prossigo em meu raciocínio - o que, ou quem, realmente deve aparecer? Albert Camus (1913-1960), filósofo, ao dizer que 'aquele que vem ao mundo para nada modificar, não merece respeito e paciência' - mas que tal aparecer na hora certa para que as modificações apareçam - e respeitosamente?

Citando ainda Albert Camus: 'O homem é a única criatura que se recusa a ser o que ela é'. Reflita um pouquinho - pare dois minutos, apenas dois minutos e, de bom senso, conseguirás notar que somos realmente seres inquietos. E, graças a esta nossa inquietude que estamos galgando cada vez mais patamares mais altos.

Justiça! E seja feita - e começar por cima: políticos sempre aparecem, política sempre aprece; todos dependem dela - gostando ou não. E precisamos de mão forte que apareça e puna os envolvidos - se vai caber recurso, ou não - se está certo, ou não - não cabe a nós julgarmos agora, pois cabe aos que se sentirem punidos procurarem os seus direitos, se assim acharem necessário.

Ao professor cabe-lhe ensinar, cobrar - mas o que sobressai é a produção - de preferência as boas obras produzidas pelos pupilos. Incentivar os futuros - quem sabe - escritores. Nas quatro linhas tem que sobressair o bom futebol - por isso tanta campanha de paz no futebol, principalmente entre as torcidas. E, indiferente da religião, somos todos filhos do Ser Maior, que mandou o seu Filho para resgatar a humanidade do pecado.

E, tentando construir um ponto final logo adiante, fecho com mais uma frase de Albert Camus: 'Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo'.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 23/06/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

OS AMORES: PÁTRIA, LIBERDADE, VERDADE (16/06/2012)

Ler em sala de aula é algo que gosto de fazer - que cultivo todos os dias um pouco; escrever, ainda mais. Noto que, ao desenvolver estas atividades (ler e escrever em sala de aula), automaticamente chamo os alunos a fazerem o mesmo - e, assim, de pouco em pouco consigo arrebanhar alguns futuros escritores.

Outro dia li no prefácio de um livro de poesia - Por causa de você, que por sinal é maravilhoso, da poetisa Leonecir Lima de Araujo, Léo Lima - os seguintes dizeres: 'Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor de verdade.' - de Rui Barbosa (político e jurisconsulto, nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849, bacharelou-se em 1870 pela Faculdade de Direito de São Paulo, faleceu em 1923, em Petrópolis, Rio de Janeiro). E boas reflexões podem ser feitas a partir da citação acima.

Ainda, o estadista diz: 'Cara nos é a pátria, a liberdade mais cara; mas a verdade, mais cara de tudo.' - profunda reflexão. E prossegue: 'Damos a vida pela pátria. Deixamos a pátria pela liberdade. Mas pátria e liberdade renunciamos pela verdade. Porque este é o mais santo de todos os amores. Os outros são da terra e do tempo. Este vem do céu, e vai à eternidade.' Em minhas reflexões, vejo ainda mais profundidade.

E quantos de nossos patrícios não deram as suas vidas por nossa pátria? E, pensando nos dias atuais: quantas guerras 'civis' diariamente? E, não é de se pensar, e muito? A nossa sociedade está cada dia mais podre - se é que podemos dizer assim, com pouquíssimas exceções.

Quantos de nossos irmãos deixaram o nosso Brasil por quererem liberdade? Ditadura - 'Brasil, ame-o ou deixe-o.' - os de mais tempos vividos nestas terras com certeza lembram! Diretas já! - os mais jovens lembram, pois participaram ativamente do processo. Tudo é o custo árduo do que chamamos de liberdade.

Mas pela verdade (ou pelas nossas verdades - mesmo que sejam as nossas verdades interiorizadas - não compartilhadas com todos) renunciamos a pátria e a liberdade. A verdade é dura - para alguns - mas necessária. Está conosco, interiorizada - 'vem do céu, e vai à eternidade', como diz este grande jurista.

Falar a verdade é um dom! Mas muitos não gostam de praticar, de exercer este dom - um dom divino. O amor de verdade criou tudo de belo, de maravilhoso que os nossos olhos se deliciam no curto espaço que por aqui passamos. E falar em tudo isso é acreditar num Ser Superior que amou os homens de tal forma que enviou remissão ao homem por meio de seu único filho - seu Primogênito - e, muitas vezes, não é dado o devido valor.

E, antes de fechar estas poucas linhas, cito duas frases que foram registradas por este sábio homem que também se aventurou no campo das letras: 'Dilatai a fraternidade cristã, e chegareis das afeições individuais às solidariedades coletivas, da família à nação, da nação à humanidade' e 'Em cada processo, com o escritor, comparece a juízo a própria liberdade.' - e, como diz o livro citado, tudo que escrevemos - nós poetas e prosadores - é por causa de você, leitor, que - mesmo não passando de poucos, mas que assiduamente comenta os nossos textos, merece todo o respeito, todo amor, total liberdade de comentar e, acima de tudo, toda verdade. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/06/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

É O AMOR (09/06/2012)

Há muitos amores espalhados pelos cantos deste nosso planeta e, próximo ao dia destinado como 'Dia dos Namorados', nada melhor que escrever sobre estes amores - e sobre alguns criados dentro do mundo literário onde quase tudo é possível.

Temos que lembrar que há amores para todos os gostos, tons, sons, cores, rumores e dores. Os literários, possivelmente não vividos por seus idealizadores, mas desejados - passam os personagens a viver. Assim, deliciam-se os leitores, delicia-se o criador da obra - e, em particular, delicia esse prosador por pensar assim (que é assunto passível de discussão).

Os gostos variam de acordo com as preferências e alguns o avaliam de acordo com as apresentações pessoais de cada um: alguns levam a vida mais a sério, outros em menor seriedade, outros em banho-maria, por assim dizer - mas em todos há um toque de amor; talvez de desejo. Cada um dá o tom que acha necessário ao seu amor - uns para mais, outros para menos, mas para agradar a si e ao parceiro/parceira é preciso conhecer as escalas 'musicais' que a vida proporciona a cada um, incluindo - às vezes - vários instrumentos musicais, formando um acorde perfeito.

Variam muito os sons e dependem do estado de espírito de cada envolvido. Alguns emitem sons mais serenos, outros nem tanto, às vezes até estridentes - mas para o amor acontecer e os 'sons se acasalarem' muito se sofre, mas após toda tempestade é sabido que vem a bonança, e com ela a calmaria, a prosperidade - o envolvimento. As cores do amor nem sempre são as mais claras possíveis - temos que lembrar que em algum momento é preciso cores fortes em nosso dia. Além de lembrar que há algumas cores que durante o caminhar deixa-nos com pensamentos embaraçados e dizemos a nós mesmos que não está acontecendo aquilo... Mas temos que deixar tudo de lado e buscar saídas, pois nem sempre a vida é um mar cheio de rosas - pois mesmo as roas em todo o seu esplendor possuem belíssimos espinhos!

Rumores sempre estarão presentes dos corações enamorados - esquisito pensar: amor com coração - penso que amor é algo sentido, se é sentido, é pensado a partir do cérebro. E aqui fica registrado o meu rumor perante o amor: certas 'coisas' não valem o meu sofrer. As dores ficarão por conta daqueles que gostam de sofrer, pois Vinicius de Moraes disse em seu Soneto de Fidelidade, última estrofe: 'Eu possa me dizer do amor (que tive): / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure'.

Quanto aos amores literários temos exemplos dos mais variados possíveis - penso que os autores destes amores sofreram muito - mesmo que ficcionais, mas engendraram tramas que persistem até nossos dias invejáveis em suas construções - citar apenas alguns. Bentinho e Capitu, em Dom Casmurro, de Machado de Assis - que aos olhos da grande maioria, é perturbador não saber se houve ou não a traição de um amor cultivado por vários anos. O próximo que citarei, a meu ver, é um tanto grotesco: João Romão e Bertoleza, em O Cortiço, de Aluísio de Azevedo - João Romão afeiçoa-se de Bertoleza pelo que ela tem - e pela ajuda que a mesma pode oferecer a ele, trabalhando todos os dias da semana (forçando até uma carta falsa de alforria, mas no final entrega-a aos seus donos) - ganância pelo poder. E, pra terminar, citar um estrangeiro: o amor de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, onde as famílias viviam em guerra, mas os jovens - com suas mortes - aproximaram as famílias.

E assim é o amor que em seu caminhar não pede passagem, apenas chega de mansinho e apodera-se de nosso ser - uma verdadeira flecha - e cabe apenas sermos amantes! A você, Aninha, dedico estas palavras; dedico o meu amor...

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/06/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.     

VÃO AINDA NOS APAGAR (02/06/2012)

Há momentos que ouvimos, e até mesmo pronunciamos, que gostaríamos de nos apagar - ou seja: esquecer muitas coisas, principalmente as desagradáveis - e estas nos preocupam muito.

A ideia de colocar estas palavras no papel surgiu a partir do momento que determinado aluno, de posse do apagador (que herdei de uma amiga que se foi - não que esta tenha morrido, mas mudou-se de setor dentro da educação) e, como se estivesse apagando a lousa, fez em frente de seu rosto, de forma circular, dizendo: 'Vou apagar-me'.

Quantas coisas na nossa vida que gostaríamos de apagar - quantas? Muitas... São tantas as frustrações que a vida nos oferece, que nos prega, que temos esta imensa vontade. Os mais jovens, com linguajar mais tecnológico, reformulado, usam: 'delete' - esquecer, por excelência.

Começando pela vida pública: quantos destes, que foram eleitos por nós, que gostaríamos de apagar de nossa mente! Talvez muitos - não porque sejam pessoas más, mas as atitudes naquele momento não foram as mais sábias tomadas. (E aqui merece comentário à parte: e não apenas nos altos cargos, nos menores também -, pois o poder, por mais sincero que a pessoa seja, em algum momento sempre sobe à mente.)

Ainda falando em vida pública: quantos por aqui passaram e deixaram o seu respectivo nome na história da humanidade: escritores, poetas, cronistas, pensadores, filósofos, pintores, músicos, cantores, evangelizadores (padres, pastores) - artistas de forma geral. E, em Araçatuba, a cidade que amo de coração, na noite do último dia trinta e um de maio mais alguns deixaram sua marca na eternidade da história de nossa cidade: foram indicados (e receberam) o Prêmio 'Odette Costa' - posso dizer que através desta indicação ao 'oscar araçatubense' já deixei também o meu nome na nossa história - era o ano de dois mil e onze.

Há outros pontos que desejaríamos apagar, pois estes - ao longo de nossa caminhada na face da Terra - perturbam-nos, enlouquecem-nos, pois somos ávidos por saber, se continuássemos, em qual fim chegaríamos. Por isso que temos muitas pessoas que chamamos de 'mal resolvidos'.

Outro ponto que gostaríamos de apagar são os negócios mal sucedidos - mas são quase impossíveis (eles nos ensinam a caminhar, a levantar), por isso que há um velho dizer popular: antes de realizar qualquer negócio, pense muito bem antes; pense muitas vezes.

Muitos gostariam de apagar os maus anos vivenciados dentro da escola - hoje, adultos, reconhecem que perderam tempo apenas indo à escola e nada aproveitando - sem falar dos que desistiram pelo caminho e nem sempre terão a oportunidade de voltar aos bancos escolares, permanecendo assim seres inacabados.

Creio que pior de tudo é apagar pessoas da memória - pessoas que muitas vezes chamamos de amigos - este ato deve ser muito cruel. Para outros: apagar os anos vividos - querer começar tudo outra vez (mas sabemos que não é possível, pois não temos várias vidas). Logo, fico a imaginar que as pessoas que passam a sofre do 'Mal de Alzheimer' - que é uma doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais - até que ponto tal doença favorece a vida do ser humano - principalmente nos últimos anos de vida.

Retomando a fala do aluno: quantas vezes os alunos não gostariam de apagar os professores, quantas vezes? E passariam a ter/ser 'máquinas. Assim somos nós: quantas coisas/pessoas desejamos apagar de nossa mente, não é mesmo, ou estou mentindo?

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/06/2012 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.      

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