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MÊS JUL 2016 - DIAS 02 - 09 - 16 - 23 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

UMA CARTA DA 'CONTADORA DE HISTÓRIAS' (25/07/2016)

Pensando sobre o que escrever, recordei-me de uma carta que recebi no final do ano passado - de uma amiga que considero muito especial. Muito mesmo! Além de especial, é muito aplicada no que sempre pretende fazer: com mais de setenta anos dedicou-se a aprender a ler e escrever - e teve o seu primeiro livro publicado: 'Contadora de Histórias'. Escrevo e comento sobre a escritora Maria José da Silva.

Mas, o assunto aqui em questão é sobre a carta que recebi dela. Mas, para se entender a história, conto como ela aconteceu. Fui convidado pelo senhor José Hamilton a fazer uma palestra numa das reuniões mensais que o Grupo Experimental, da Academia Araçatubense de Letras (AAL). Aceitei, mas fiquei pensando sobre o que deveria falar na palestra. E comecei a pesquisar os mais diversos assuntos.

Pesquisei os mais variados assuntos e cheguei à conclusão que deveria falar sobre Literatura e Carta. De material em mãos, montei os slides e, no dia marcado, dirigi-me ao Grupo Experimental, na Academia Araçatubense de Letras. Vários amigos presentes e, passado a mim a palavra, começo a palestra falando de vários autores que usaram do gênero epistolar para dialogar com os seus leitores, e até mesmo para troca de correspondência entre autores, ou entre autores e seus discípulos - inclusive citei o grande Mário de Andrade que escreve a Manuel Bandeira e cita a sua homossexualidade, datada de 07 de abril de 1928 (que ficou por muitos anos sem ser revelada).

Finda a reunião e, dias depois, recebo uma carta (pois incentivei os presentes a escreverem cartas, como eu também faço isso pelo Brasil afora - troca correspondência, participo de grupos de amigos que se correspondem por cartas): "Olá, querido amigo Pedro César Alves - pois tomei coragem para te escrever sabendo que tu vais achar tantos defeitos e erros, mas é o jeito que sei, sabendo que um professor de Português entende o que eu quero dizer. Quando eu entrei no Grupo Experimental, da Academia Araçatubense de Letras, eu me sentia perdida, pois eu não entendia o que eles falavam, e tinha acanho de perguntar o que eram aquelas palavras. E também de me expressar do jeito que eu sabia, mas com o passar do tempo vi que eu sou capaz de chegar lá depois de tantos incentivos de todos da Academia, estou gostando tanto, pois tu saibas que agora quando eu pego num caderno e numa caneta tenho tantas coisas para escrever e tantas ideias se vão, se todas aproveitadas não sei, mas de saber que eu já saí duas vezes no jornal, as minhas escritas, isto me deixa mais e mais motivada a escrever e ler, Isso não é exagero, é a pura verdade, acredite em mim, amigo! Depois de quase setenta e um anos quero aprender muito, não é muita pretensão, mas eu estou descobrindo o gosto - como é bom de mais! - Maria José da Silva".

Cada vez que leio a carta, fico muito feliz no exercício do meu trabalho, embora tenha a noção que muitos que lá estão - e estão na idade de aprender, não aproveitam a oportunidade que estão tendo. Olho para a carta novamente e vejo a vitalidade de uma senhora de mais de setenta anos, que tomou gosto pelo ato de ler e de escrever. Admiro-a muito!

Logo, encerrando estas linhas que as escrevi com muito gosto, parabenizo a amiga e escritora Maria José da Silva pelo esforço que faz para compreender as letras e delas fazer uso para contar e recontar as histórias de nosso povo. As histórias que muitos da geração atual desconhece - mas que, por meio de seus escritos, permanecerão sempre vivas na memória de um povo - pessoas como ela que encanta o cenário nacional das Letras. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 25/07/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

OS ÓCULOS QUE ME DERAM (16/07/2016)

Ao longo dos anos, pelas andanças que faço pela nave Terra, venho recebendo alguns óculos - e deles sempre tento tirar proveito. E a partir do uso deles, sempre aprendo algo: são lentes cada vez mais poderosas que me proporcionam uma visão mais longínqua. Mas confesso que não é, nem foi, nada fácil adaptar-me a elas. Ou, como queiram, vice-versa.

É com elas que tento enxergar o mundo de forma diferente. É com elas que tento enxergar as pessoas de forma diferente. O mundo e as pessoas - apesar de parecerem iguais, são diferentes. E cada um consegue ver da maneira que suas lentes proporcionam. Alguns, com os anos de caminhada, vão adquirindo lentes mais fortes e conseguem enxergar mais longe; outros, com mais problemas de visão - e mesmo tendo lentes mais fortes, não conseguem ver tão longe. Mas caminham - não podem parar (poucos são aqueles que pulam da ponte da vida).

Os óculos que me deram - e que de tempo em tempo vão mudando, me moldam. Como quaisquer cidadãos que frequentam semestralmente, ou anualmente, um consultório oftalmológico, sabem que as adaptações são necessárias a cada vez que lá vão. São consultas demoradas, dilatação das pupilas e etc. e tal, mas sabem que esse sofrimento momentâneo, por assim dizer, trará benefício num futuro próximo: enxergarão melhor. Assim são os óculos que me dão de tempo em tempo: enxergarei melhor.

E com o passar dos tempos, ou das temporadas (como queiram), as lentes vão ficando mais grossas e precisamos de tempo para adaptação, mas também precisamos de mais cuidado ao aproximarmos das coisas, das pessoas - caso contrário, sabemos o que causaremos. Logo, vamos tendo mais cuidado, mais sabedoria ao observar as coisas e as pessoas - ou seja, vamos com mais calma em nossas observações.

Vamos, com o tempo, ficando mais serenos. Vamos observando mais, falando menos - pois a cada lente trocada a sabedoria em observar é maior - mas posso garantir aos que estão com pouco grau que não é nada fácil estas lentes quando começam a pesar. Além de pesar, às vezes, podem ficar embaçadas, como dizem na linguagem mais próxima do leitor - e se faz necessário uma limpeza: pegar um paninho macio e lentamente polir as lentes. E, muitas vezes, o Ser Maior, em sua plenitude, faz isso conosco: coloca-nos em suas mãos e lentamente, carinhosamente, nos dá um esfregão - assim como fazemos nas lentes, e voltamos a enxergar com mais clareza.

Assim caminhamos por mais um tempo, e com clareza. Assim caminha a humanidade. Talvez a passos largos, mas quando necessário, um puxãozinho não faz mal a ninguém. Pode até doer no momento, mas o sábio de coração aprenderá que só sofre correção quem é amado. E das correções se faz o Homem poderoso em virtudes, pois os sofrimentos tidos a partir das correções trazem ensinamentos. E poderosos, por assim dizer.

Não vamos ficar perdidos nas reflexões apenas, vamos abrir os nossos corações. Pediremos ao Mestre que nos dê o direito de irmos ao Seu consultório diariamente e que Ele em sua infinita bondade pingue em nossos olhos o colírio dilatador que, pouco a pouco, nos fará a limpeza necessária e, com a indicação d'Ele, com lentes novas, enxergaremos mais longe e, quem sabe, conseguiremos ver no outro a necessidade do tão sonhado calor humano que precisamos. Então, seremos vencedores ao trocamos de óculos diariamente! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 16/07/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.   

A PAZ QUE QUEREMOS (09/07/2015)

Muitas vezes buscamos a paz e esta nem sempre está presente. Muitas coisas acontecem e nem sempre conseguimos discernir qual o melhor caminho a seguir, mas somos teimosos e tentamos sempre o que achamos que é melhor. E nem sempre o que achamos que é melhor para nós, o Ser Maior concorda conosco.

Mas, como sabemos, e sabemos refletir, e sabemos que nem sempre o que queremos é o melhor - às vezes, o Ser Maior olha para nós e diz que o que estamos fazendo não é o melhor. Corrige-nos. Proporciona-nos outras coisas. No momento achamos ruim, mas aos poucos aprendemos que o que nos sucedeu foi exatamente o que precisávamos.

Interessante, não é mesmo? - mas só enxergamos depois, e bem - mas bem depois mesmo! E passamos a pensar como as coisas são...

Às vezes, a paz que queremos, que buscamos, está tão perto de nós que não a vemos - ou, passamos por ela e nem desconfiamos de nada. Assim, tentamos algo diferente - às vezes, até longe, e - na maioria das vezes, está tão próximo de nós! Mas, o ser humano é assim mesmo: muitas vezes não consegue enxergar um palmo à frente de seu nariz.

Ou, ainda, pior: está tão perto que não conseguimos encontrá-lo em nós mesmos. Não conseguimos olhar para dentro de nós e buscarmos o que realmente precisamos. Não conseguimos deixar de lado todas as inutilidades, as fraquezas, e outras coisas mais.

E que paz nós queremos? E que paz nós procuramos?

Muitas vezes perguntamos a nós mesmos: queremos que tipo de paz? Procuramos que tipo de paz? E qual a resposta? Na maioria das vezes não temos uma resposta adequada, mas uma resposta que deixa-nos, no momento, meio contente. Quando analisamos, notamos que falta algo. Algo que venha realmente suprir a nossa necessidade.

Quando falta-nos algo, o que fazer?

Ai está a o tal do x da questão. Como compreender, como analisar para chegar a um resultado positivo - e principalmente para a paz que queremos? Então, sinceramente, o que fazer? A quem apelar? A quem buscar? Creio que não há outro, a não ser ao Ser Maior - Deus. E muitos não creem em Sua existência. Até outros nomes dão a Ele - mas, na verdade, o que importa é a fé! É ela que nos faz crescer - pelo menos para os que creem.

A fé pode muito em seu efeito. Além de remover montanhas - como cita as Escrituras para aqueles que nela creem - também faz o ser humano crescer. E - crescer em todos os aspectos. E o crescimento faz o homem viver em paz, em esperança - pois o crescimento faz com que o ser humano queira cada vez mais.

Então, a paz que queremos é a paz que realmente precisamos. A paz espiritual, a paz que Jesus Cristo deu a todos, que deixou-nos como exemplo e que devemos passar adiante - mas nem sempre estamos munidos dela - por isso a procuramos. E quando a encontramos, não a queremos deixar, pois ela alimenta a alma, fortifica o ser humano fraco que somos.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 09/07/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.    

ALMEJADAS FÉRIAS (02/07/2016)

Exatamente hoje se iniciam as férias. As férias do meio do ano, por assim dizer. E muitos já sonhavam com ela: as tão almejadas férias, desde o garotinho até o mais adulto que frequenta a escola - e que todo dia escuta que precisa estudar muito para vencer os obstáculos da vida, até o trabalhador que escolhe este mês - ou, por força de ofício - como o professor, que é obrigado a seguir o calendário escolar.

Querendo ou não, temos que nos dobrar perante a natureza: o mês de julho promete sempre paisagens maravilhosas! É um mês com temperaturas baixas na região sudeste, sul do país (época de conhecer geadas e, raramente, neve) e mais quentes nas regiões norte, nordeste - e este com suas praias belíssimas. E, pensando assim, nada melhor que alguns dias passeando pelo Brasil - e eu tive a oportunidade de fazer isso. Conheci parte do Sul do Brasil.

Por um lado, só de pensar em férias, mentalmente e fisicamente, nos traz descanso, paz, harmonia - e, quando perto da natureza, melhor ainda! Por outro lado gastamos, às vezes, algo que nem temos no momento somente para descansarmos um pouco - e bem longe do espaço que habitualmente usamos, preferencialmente. Mas gastamos com um gostinho sempre de 'quero mais', não é mesmo? Sempre dizendo que vale a pena investirmos em nosso descanso.

Durante os últimos dias comecei a pesquisar preços e, apesar de nós brasileiros ganharmos pouco - principalmente o professor (sem citar que esta semana foi anunciado um aumento que se faz vergonhoso diante do lamentado estado que se encontra o servidor público da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo), ainda podemos tirar alguns dias de descanso, do tão merecido descanso - e sabe por quê? Porque o brasileiro é bom em fazer contas - e parcela em até dez vezes, mas vai tirar o tão merecido descanso. Não quer saber se vai passar dificuldade ou não, pois merece durante poucos dias se livrar de arrumar a cama, de lavar as louças, de preparar as refeições: quer sossego! Merece sossego!

Por outro lado, enquanto alguns podem tirar o tão merecido descanso, outros não podem - e por algum motivo: pessoal, familiar ou do próprio trabalho. Mas, sem ir longe, podem pelo menos olhar em volta e reconhecer que podem também degustar o que a natureza oferece, por exemplo: flores, flores e mais flores! Andando pelas ruas de Araçatuba percebem-se inúmeras árvores floridas - não sei classificá-las, mas são maravilhosas em seu esplendor. E, quando estas caem ao chão, formam enormes tapetes que até dá dó de pisá-las.

É de se pensar também que enquanto alguns curtem as merecidas férias, os outros que não conseguiram realizar os seus sonhos, que estão pegando pesado - ou em casa sem condições de viajar por algum motivo, poderão jogar os seus sonhos mais para frente, ou não. Por que uso a expressão 'ou não'? Simples, alguns poderão não estar vivos para realizá-los (não é ser pessimista, apenas realista) - por isso que sempre repito o que já ouvimos várias vezes: o hoje, o presente - realmente é um presente, uma dádiva do Criador.

Fechando estas linhas, estas tão sonhadas linhas: se você puder viajar, viaje. Não deixe para amanhã - amanhã poderá ser tarde. Nãoprecisa ir tão longe: vá a poucos quilômetros, mas tire o teu tão merecido descanso. Aliás, é seu, ninguém o tirará de você. E ninguém o tirará por você - somente você se faz merecedor dele! Aproveite as tuas merecidas férias. 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 02/07/2016 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02. 

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